segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Arcebispo pede ao Papa que cancele Sínodo dos Jovens


O Arcebispo da Filadélfia (Estados Unidos), Dom Charles Chaput, pediu ao Papa Francisco que cancele o Sínodo dos Jovens, programado para outubro deste ano, e dedique um encontro semelhante para refletir sobre a vida dos bispos.

Em uma coletiva realizada no Seminário São Carlos Borromeu, em 30 de agosto, segundo informa ‘Catholic Philly’, publicação oficial da Arquidiocese de Filadélfia, Dom Chaput disse: "Eu escrevi ao Santo Padre e pedi para que cancele o próximo Sínodo dos Jovens".

"Neste momento, os bispos não teriam absolutamente nenhuma credibilidade ao se referir a este tema", assinalou.

O Prelado também pediu ao Papa Francisco “para começar a fazer planos para um Sínodo sobre a vida dos bispos".

De acordo com ‘Catholic Philly’, o porta-voz da Arquidiocese, Kevin Gavin, confirmou que o prelado enviou a carta ao Papa Francisco, mas "não fez comentários adicionais".

Dom Chaput, presidente da Comissão sobre os Leigos, Matrimônio, Vida, Família e Jovens da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), foi confirmado recentemente pelo Papa Francisco como um dos cinco prelados norte-americanos que participarão do Sínodo dos Jovens, a ser realizado de 3 a 28 de outubro no Vaticano.

Também participarão do Sínodo o Arcebispo de Galveston-Houston e presidente da USCCB, Cardeal Daniel DiNardo, o Arcebispo de Los Angeles e vice-presidente da UCCB, Dom José Gomez, o Bispo de Bridgeport e membro do Comitê dos Leigos, Matrimônio, Vida, Família e Jovens, Dom Frank Caggiano, e o Bispo Auxiliar de Los Angeles e presidente do Comitê sobre Evangelização e Catequese da USCCB, Dom Robert Barron.

A Igreja dos Estados Unidos está passando por uma crise profunda, em meio às acusações de diversos bispos e sacerdotes de cumplicidade com os abusos sexuais dos quais é acusado o ex-cardeal Theodore McCarrick, Arcebispo Emérito de Washington.

No último dia 25 de agosto, o ex-núncio dos Estados Unidos, Dom Carlo Maria Viganò, acusou cardeais, bispos e sacerdotes de encobrir McCarrick. O ex-diplomata do Vaticano também responsabilizou o Papa Francisco de não agir diante das denúncias contra o Arcebispo Emérito de Washington e retirar supostas sanções que foram impostas por Bento XVI.

Diversos bispos dos Estados Unidos, incluindo o Cardeal DiNardo, encorajaram uma investigação profunda sobre o caso McCarrick e as denúncias de Viganò. Sem oferecer respostas concretas a estas acusações, disse o presidente da USCCB, "homens inocentes poderiam ser manchados por falsas acusações e os culpados poderiam ser libertados para repetir os pecados cometidos no passado".

A este caso se somam as denúncias de mais de mil casos de abusos sexuais dos sacerdotes durante os últimos 70 anos, apresentados em meados de agosto pela Suprema Corte do Estado da Pensilvânia.
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ACI Digital

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