sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Em 2021, já somam 40 ataques a igrejas católicas nos EUA


O mais recente foi em represália à nova lei pró-vida no Texas: é chamativa a ligação entre ataques a igrejas católicas e ataques à vida.

Já são 40 ataques contra igrejas católicas registrados em território norte-americano ao longo de 2021 – só até setembro.

A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) divulga em seu site um relatório que enumera as igrejas católicas atacadas no país desde maio de 2020, o que totaliza pelo menos 95 episódios – apenas entre os casos conhecidos e confirmados.

No período de janeiro de 2021 até a primeira semana de setembro, já são 40 registros. Em 29 estados do país houve igrejas que sofreram incêndios criminosos e atos diversos de vandalismo, que incluem de pichações a decapitação de imagens sacras.

A presidência do episcopado norte-americano considera que “a nação vive um momento extraordinário de conflito cultural”. E acrescenta que “o caminho que devemos seguir é o da compaixão e da compreensão praticada e ensinada por Jesus e por sua Santa Mãe”. Os bispos pedem que, “em vez de destruir, contemplemos as imagens desses exemplos do amor de Deus”, para adotarmos o modelo de Jesus e “respondermos à confusão com compreensão e ao ódio com amor”.

O comunicado dos bispos também exorta os fiéis a rezarem pelos vândalos, sejam eles “indivíduos problemáticos clamando por ajuda” ou “agentes do ódio que procuram intimidar”. Seus ataques, afinal, “são sinais de uma sociedade que precisa de cura”.
O episcopado observa que “as ações humanas são claras, mas os motivos ainda não são”. Esse contexto de vandalismo, no entanto, é uma “oportunidade para testemunharmos a nossa esperança no Senhor, cuja beleza se revela na Cruz”.

Para Bento XVI, união homossexual nega todas as culturas da humanidade de todos os tempos


O papa emérito Bento XVI afirmou que a legalização do “casamento” homossexual em muitos países é “uma distorção da consciência” que também afetou alguns fiéis católicos. Na introdução do seu novo livro, que reúne seus escritos sobre a Europa, Bento XVI afirma que o conceito de “casamento homossexual” é “uma objeção a todas as culturas da humanidade que permaneceram até agora e isso significa uma revolução cultural, que se opõe a toda a tradição da humanidade até hoje”.

O papa emérito diz que nunca se questionou o fato de que a existência do ser humano em suas formas masculina e feminina esteja orientada à procriação, “assim como o fato que a comunidade de homem e mulher e a abertura à transmissão da vida determinam a essência do que se chama matrimônio”.

“A certeza básica de que a humanidade existe como masculina e feminina, e que a transmissão da vida serve a esta tarefa e que, nela, além de todas as diferenças, está a essência do matrimônio, é uma certeza original que, até agora, foi incontestável para a humanidade”, escreve Bento XVI.

O que minou fundamentalmente essa ideia, segundo o papa emérito, foi a invenção da pílula anticoncepcional e a abertura da possibilidade de separação entre a fertilidade e a sexualidade.

“De fato, essa separação significa que todas as formas de sexualidade são equivalentes. Não existe mais um critério fundamental”, afirma o papa emérito.

O papa emérito observa que “com a legalização do ´casamento homossexual` em 16 países europeus, a questão do matrimônio e da família tomou uma nova dimensão que não pode ser ignorada”.

“Presenciamos uma distorção da consciência que evidentemente penetrou profundamente em setores católicos”, escreve o papa emérito.

“Isso não pode ser respondido com um pouco de moralismo ou mesmo com algumas referências exegéticas. Esse problema é mais profundo e, portanto, deve ser respondido em seus termos fundamentais”, diz Bento XVI.

A introdução, publicada no jornal italiano Il Foglio, em 16 de setembro, faz parte do livro A verdadeira Europa: identidade e missão, em tradução livre, lançado em italiano.

O papa emérito afirma que não há dúvida de que as diferentes culturas têm diferentes concepções morais e jurídicas sobre o matrimônio e a família, como as profundas diferenças entre monogamia e poligamia.

Desde a separação entre sexualidade e fertilidade, porém, continua ele, “a fertilidade, naturalmente, pode ser pensada inclusive sem sexualidade”.

O papa emérito diz que, nesse contexto, parece ser correto já não entregar mais a procriação de seres humanos à “paixão ocasional da carne, mas sim a um plano e à produção racional de humanos”.

Assim, o ser humano já não é “concebido nem gerado, mas feito”, diz o papa emérito. Isso significa que uma pessoa humana já não é um dom a ser acolhido, mas “um produto planificado pelo nosso trabalho”.

Bento XVI afirma que, sendo possível planejar fazer vida, existe a possibilidade de planejar destruí-la. Segundo ele, o crescente apoio ao suicídio assistido e à eutanásia parece ser um “fim planejado para acabar com a vida de alguém como parte integral da tendência descrita”.

Então, o assunto da homossexualidade não implica somente “um pouco mais de mente aberta. Na verdade, surge uma pergunta básica: quem é o ser humano? E com ela surge a pergunta sobre a existência de um Criador, ou se somos todos simplesmente produtos manufaturados”.

“Aparece esta alternativa: ou o homem é uma criatura de Deus, à sua imagem e semelhança e um dom de Deus, ou o homem é um produto que ele mesmo sabe como criar”, escreve o papa emérito.

México: Conferência Episcopal não cobrirá despesas de saúde de padres com covid-19 não vacinados


O serviço assistencial da Conferência Episcopal Mexicana (CEM) avisou que não cobrirá as despesas de saúde dos sacerdotes doentes de covid-19 que decidiram não se vacinar.

Em um comunicado divulgado em 30 de agosto deste ano, a Obra de Clérigos em Ajuda Solidária A. R. (OCEAS), obra interna da CEM que assiste solidariamente os sacerdotes das dioceses mexicanas, avisou que, para a assistência dos gastos “nos casos de covid-19 é necessário: estar vacinados” e “ter mantido as medidas de proteção pessoal”.

Além disso, os sacerdotes que requerem a ajuda econômica da OCEAS para sua assistência médica devem “notificar de forma antecipada ao seu representante diocesano” e “assistir à avaliação das unidades médicas nas datas indicadas através da Linha de Atendimento Telefônica (LATE 55 4160 2780) dentro das primeiras 24 horas para casos ambulatórios”.

OCEAS afirmou em sua página que “é uma obra interna da Conferência Episcopal Mexicana, que participa com cada bispo em sua diocese para realizar o trabalho de Assistência Social Sacerdotal”.

Seu trabalho consiste em atender “os clérigos em suas necessidades de saúde, descanso, velhice ou invalidez para que possam cumprir a missão que Deus lhes confiou segundo a etapa da vida em que se encontrem”.

Em seu comunicado de 30 de agosto, OCEAS revelou que “as últimas três semanas foram realmente complicadas para a comunidade de nossas diferentes dioceses”, pois “vimos partir nossos irmãos sacerdotes por falta de notificação oportuna”.

OCEAS observou que “98% dos casos de covid que terminaram em morte apresentam três características particulares: 1. Não foram vacinados quando correspondiam. 2. Notificação tardia (saturação inferior a 80). 3. Afetação superior a 60% da superfície pulmonar”.

Depois de garantir que continuarão “amparando os gastos gerados pela assistência médica dos beneficiários sob os critérios de solidariedade e busca do bem comum”, o organismo do episcopado mexicano indicou os casos nos quais “não serão suscetíveis de benefício adicional”.

O primeiro caso é “quando o beneficiário tiver se submetido a riscos desnecessários, como participação em centros de entretenimento fechados ou reuniões, convenções e atividades não essenciais ou fora do âmbito de sua atividade pastoral”.

O segundo critério de exclusão é para os sacerdotes que, depois de testar positivo para a covid-19, apesar de terem sido notificados de que apresentam fatores de risco que complicariam o seu caso, se recusem a “ser avaliados em unidade hospitalar, rechaçando a possibilidade de atenção oportuna”.

Um terceiro caso no qual os sacerdotes não poderão receber assistência adicional, de acordo com a OCEAS, é quando “de forma deliberada” colocarem “em risco sua vida e a de sua comunidade, ao omitir o uso de coberturas por uma decisão pessoal que afeta os sacerdotes em nível nacional e o povo de Deus”.

O último caso mencionado pelo qual os sacerdotes não poderão receber quantias adicionais para a atenção de covid-19 é “quando o beneficiário decidir não se vacinar pondo em risco sua vida e a de sua comunidade”.

A mensagem, assinada por dom Ramón Castro Castro, bispo de Cuernavaca, tesoureiro da CEM e presidente da OCEAS, termina dizendo que “as medidas anteriores nos permitirão colocar mais cuidado em nossa saúde e na de nossa comunidade”.

“Não desejamos mais mortes de nossos sacerdotes que podem ser evitadas. Sua vida é preciosa para nós e insubstituível para a comunidade que os segue”, finalizou.

Papa Francisco defende vacinas e considera ‘ironia’ cardeal Burke ter tido covid-19

 
O papa Francisco voltou a defender a vacinação contra a covid-19 dizendo que “a humanidade tem uma história de amizade com as vacinas”.

Na entrevista coletiva que Francisco concedeu nesta quarta-feira, 15 de setembro, aos jornalistas que o acompanhavam no avião de regresso a Roma após sua viagem apostólica, ele disse que “todas as crianças foram vacinadas e ninguém disse nada”.

“Então veio isso”, disse o papa, em referência ao medo da vacina contra o coronavírus. “Talvez isso tenha vindo da virulência, da incerteza, não só da pandemia, mas também pela diversidade de vacinas e pela fama de algumas vacinas, ´que são outra coisa`, ´um pouco de água destilada`. Isso gerou medo nas pessoas”, disse Francisco.

“Depois, outros que dizem que é um perigo porque com a vacina entra o vírus. Houve muitas discussões que criaram esta divisão. Também no colégio cardinalício há alguns negacionistas e um deles, pobrezinho, esteve internado com o vírus. Ironias da vida”, afirmou, referindo-se, sem nomeá-lo, ao cardeal americano Raymond Burke. Em maio de 2020, Burke disse: A própria vacinação não pode ser imposta de modo totalitário aos cidadãos. Quando o Estado adota uma tal prática, ele viola a integridade de seus cidadãos. Embora o Estado possa prover regulação razoável para a garantia da saúde, ele não é o último provedor de saúde, Deus é. O que quer que o Estado proponha, deve respeitar a Deus e Sua lei.” Não há informação pública sobre o se o cardeal Burke foi ou não vacinado.

Francisco disse que as dúvidas sobre as vacinas se explicam “pela diversidade de onde provêm as vacinas que não foram suficientemente experimentadas, e têm medo. É preciso esclarecer e falar com serenidade sobre isto. No Vaticano estamos todos vacinados, exceto um pequeno grupo que está sendo estudado como ajudá-los”.

"Casamento como sacramento é entre homem e mulher", diz o papa

 
O casamento como sacramento é entre um homem e uma mulher e a Igreja não pode mudar isso, disse o papa Francisco na entrevista coletiva no avião que o trouxe da visita à Hungria e à Eslováquia. Mas as leis civis que “buscam ajudar a situação de tanta gente de orientação sexual diferente” são “uma coisa importante”.

Francisco respondia a uma pergunta sobre o fato de que o Parlamento Europeu aprovou uma recomendação de que os países reconheçam as uniões homossexuais.

“Que se ajude essa gente sem impor coisas que, por sua natureza, na Igreja não vão”, respondeu o papa.

Depois de dizer que o “casamento como sacramento é claro”, o papa falou da possibilidade de haver leis civis que cubram qualquer tipo de associação que as pessoas queiram fazer. “Três viúvas, por exemplo, que queiram se associar com uma lei para ter serviço sanitário, para ter herança entre elas, essas coisas se fazem. (...) Não tem nada a ver com pares homossexuais”, disse Francisco. “Que as pessoas homossexuais possam usá-as, podem usá-las, mas o casamento como sacramento é homem e mulher”.

"O aborto é um homicídio", diz o papa Francisco no voo de volta a Roma



O papa Francisco disse na entrevista durante o voo que o levou da Eslováquia a Roma que “o aborto é um homicído”. “Sem meias palavras, quem faz um aborto, mata”, disse Francisco.

O papa respondia a uma pergunta de Gerard O’Connell, correspondente no Vaticano da America Magazine, revista dos jesuítas americanos, sobre a possibilidade de rercusar a comunhão a políticos católicos que defendem o aborto, como o presidente dos EUA, Joe Biden. Os bispos americanos vêm discutindo a questão e o episcopado está dividido sobre como agir.

“Peguem qualquer livro de embriologia desses que estudam os estudantes nas faculdades de medicina”, disse o papa. “Na terceira semana depois da concepção, muitas vezes antes que a mãe se dê conta, todos os órgãos estão já ali. Todos, também o DNA. Não é uma pessoa, é uma vida humana, ponto. Essa vida humana é respeitada. Esse princípio e claro assim”.

Para o papa, cientificamente o bebê no útero é uma vida humana. “É justo jogá-la fora para resolver um problema? E por isso a Igreja é dura assim nessa discussão porque é um pouco como se aceitasse isso, se aceitasse um homicídio cotidiano”, disse.

Sobre quem está fora da comunidade, Francisco afirmou que não pode comungar, mas isso não é um castigo. “A comunhão é unir-se à comunidade. Mas o problema não é um problema teológico, porque esse é simples. O problema é um problema pastoral: como nós, bispos, gerimos pastoralmente esse princípio”. Segundo o papa, a história da Igreja mostra que “toda vez que os bispos geriram não como pastores um problema se puseram na vida política, no problema político”.

Depois de citar santa Joana D’Arc, queimada como bruxa, e Girolamo Savonarola, morto em Florença no século XV, o papa disse perguntou: “O que deve fazer o pastor?” “Ser pastor”, respondeu. “Não sair condenando, não condenando-se, mas ser pastor. Mas é pastor tabém dos excomungados? Sim, é o pastor”.

Seguno o papa Francisco, o pastor deve sê-lo no estilo de Deus que é feito de proximidade, compaixão e ternura. “Proximidade, já no Deuteronômio se diz a Israel que povo tem deuses tão próximos como tu tens? Compaixão: o Senhor tem compaixão de nós. Leiamos Ezequiel, leiamos Oséias, já no início. E ternura, basta olhar o Evangelho e as coisas de Jesus”.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

7 de setembro: um recado do Brasil para o mundo contra o totalitarismo ideológico



Amanhã, dia 7 de setembro, o Brasil fará uma grande manifestação pela liberdade do seu povo, além de outras pautas importantíssimas. Entretanto, não podemos deixar de reconhecer que a nossa luta vai muito além das nossas fronteiras. Ela diz respeito a algo que envolve a população mundial.

Em nossa história recente, nunca vimos no mundo o avanço tão agressivo e atuante do totalitarismo ideológico. No passado, as grandes ameaças à humanidade existiram pelo uso das armas. Ideologias como o comunismo e o nazismo fizeram uso da força militar para se impor, perseguindo, torturando, prendendo e assassinando milhões de pessoas.

No presente, o que vemos não é a força militar como ameaça, mas sim a força do totalitarismo ideológico, o qual não encontra barreiras físicas para se expandir, pois também está no mundo virtual, no ativismo judicial e nos grandes meios de comunicação.

Os ditadores modernos, portanto, não precisam mais empunhar espadas ou pistolas: eles podem usar uma simples caneta, um projeto de lei ou articulações corruptas entre os poderes e os grandes capitais para implementar medidas que visam cercear liberdades fundamentais, como o direito a livre comunicação e à liberdade de expressão.

Em países como Estados Unidos, França, Itália e Austrália, por exemplo, além do Brasil, protestos contra medidas restritivas ganharam força durante a pandemia. O tal “passaporte sanitário” tem servido como exemplo do quanto o controle estatal sobre as liberdades individuais cresceu assustadoramente, e não por questões de saúde.

Por tudo isso, não tenho dúvida de que a manifestação desse dia 7 de setembro de 2021, no Brasil, servirá também como uma lição para o mundo. Um recado de que nós, brasileiros, também não aceitaremos que algumas pessoas e grupos queiram nos controlar, dizer o que pensar e como agir. A nossa Independência é plena e não parcial.

ONU debate cristãos em risco de morrer por sua fé no Afeganistão



Peritos em direitos humanos alertaram para o grave risco de violência e morte que milhares de cristãos no Afeganistão estão sofrendo. Falando na Organização das Nações Unidas (ONU) e pediram que os governos garantam a rápida saída do país desses cristãos.

Em 24 de agosto, na 31ª Sessão Especial do Conselho dos Direitos do Homem que tratou sobre a situação das minorias religiosas no Afeganistão, Giorgio Mazzoli, oficial jurídico das Nações Unidas para a organização da defesa legal cristã ADF International em Genebra, falou sobre a grave situação dos direitos humanos no país. Em seu discurso, Mazzoli afirmou que a grave situação de ataque à liberdade e à democracia, que gerou uma aguda crise humanitária no Afeganistão, obrigou muitos cidadãos a fugir para não serem submetidos à violência pelo atual regime.

“A ADF International está profundamente preocupada com a rápida deterioração da situação de segurança e direitos humanos no Afeganistão”, disse.

“As dolorosas perspectivas sobre a liberdade, a democracia e o Estado de direito, agravadas por uma crise humanitária cada vez mais profunda, estão obrigando milhares de homens, mulheres e crianças afegãs a se deslocarem no interior do país e forçando muitos mais a buscar escapar da perseguição e da opressão”, acrescentou.

Além disso, afirmou que os cristãos no Afeganistão estão em risco extremo de serem mortos por caisa da fé. Ele pediu que os governos tomem medidas sólidas e coordenadas para salvá-los.

“A ADF International deseja chamar a atenção do Conselho para a terrível situação das comunidades religiosas minoritárias no Afeganistão, que já viveram em um ambiente legal e social hostil durante décadas e agora correm um risco extremo de ser alvo de violência mortal”, disse ele.

“Entre eles, estima-se que haja dez mil cristãos, muitos dos quais são ´culpados` de converter-se do islã, um crime que é castigado com a pena de morte, segundo a sharia”, afirmou.

A sharia significa “caminho para a paz” e é a base do direito islâmico. É um conjunto de regras que regem o código de conduta e que se baseia no Corão, livro sagrado do Islão. Os artigos da Constituição afegã de 2004 são regidos pela sharia e sua aplicação é das mais radicais do mundo islâmico.

Com o regresso dos talibãs, em 14 de agosto, o exercício da liberdade religiosa e de todos os direitos humanos desapareceram. Estima-se que no Afeganistão haja de 8 a 12 mil cristãos de todas as confissões. No entanto, a Igreja Católica é totalmente clandestina no país. Todos os cristãos são convertidos, mas no país a apostasia é punível com a prisão e até com a morte.

Mazzoli também falou sobre o aumento do número de pessoas, pertencentes às minorias religiosas, que estão sendo assassinadas e violentadas. Ele chamou a comunidade internacional para que ajude a todos a serem retirados sem importar sua documentação. “À medida em que surgem rapidamente relatos inquietantes de assassinatos, assédio e intimidação contra eles, instamos os Estados e a comunidade internacional a prestar a máxima atenção a essas minorias perseguidas e a garantir as condições para a sua saída rápida e segura do país, independentemente de disporem de documentos de viagem válidos”.

Mentalidade mundana e funcionalista penetra até a Igreja, diz dom Orani


O cardeal dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, afirmou que a “mentalidade mundana e funcionalista dos tempos atuais” está penetrando a vida religiosa e alertou para as consequências negativas desse erro, que pode levar a um Deus sem Cristo, um Cristo sem Igreja e uma Igreja sem fiéis.

Nesta segunda-feira, 6, dom Orani fez uma catequese online para o Congresso Eucarístico Internacional, que ocorre em Budapeste, capital da Hungria. O cardeal dividiu a sua catequese em três partes. A primeira parte esteve centrada na “correspondência entre o desejo do coração humano por Deus e a gratuidade do desejo de Deus pelo homem que, despojando-se de sua majestade, se fez um de nós”.

A segunda parte “mostra a necessidade que o mundo tem de transformação e a consequente chamada a todos os batizados para que, como resultado da sua pertença a Cristo, sejam fermento”.

Na terceira parte, o cardeal identificou “Maria, a mãe da Igreja, como síntese perfeita do amor eucarístico em ação. Sua perfeita comunhão com Cristo se manifesta no drama da vida cotidiana, sua identificação com a misericórdia divina”.

O cardeal chamou a atenção sobre o fato de que “são muitos os que vivem em situação de necessidade. Carências materiais, morais e espirituais caracterizam a imensa pobreza em que nos encontramos e que somos chamados a enfrentar, respondendo ao chamado do Senhor que nos pede: ´dai-lhes vós mesmos de comer`”.

Também lamentou que “o homem moderno ache que a sede e a fome que levam dentro de si podem ser saciadas com o consumismo”. “Pessoas e coisas são, por isso, consumidas como objetos de um individualismo exagerado que, em vez de saciar, aumentam mais a angústia, provocando desordens e desequilíbrios no mundo”, explicou.

Dom Orani citou duas ocasiões nas quais Jesus expressa “sua sede pelo coração humano”. A primeira, junto ao poço, quando pediu à samaritana que lhe desse de beber; a segunda, na cruz, quando disse: “tenho sede”.

Em contrapartida, ele afirmou que “o Senhor manifesta seu protagonismo na relação com o ser humano. No encontro da sua sede, expressão da misericórdia do seu coração, com a sede do coração humano, feito para Deus, brota uma transformação emanada da correspondência original que transborda em testemunho: muitos samaritanos daquela cidade creram em Jesus pela força do testemunho daquela mulher”.

No entanto, a “mentalidade mundana e funcionalista dos tempos atuais termina penetrando a expressão religiosa”. Como consequência, “busca-se a fé de maneira imediata, com o único interesse de obter resultados pessoais”.

“Grito dos Excluídos” da CNBB inclui transexuais, travestis e religão indígena



O grito dos excluídos, manifestação de protesto da CNBB que há 27 anos se contrapõe à celebração do Dia da Pátria no dia 7 de setembro, propõe este ano do juntar-se "ao grito das pessoas transexuais e travestis " e equipara o Reino de Deus à Terra sem males, conceito da religião dos guaranis.

“A proposta do Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu em 1994, a partir do processo da 2ª Semana Social Brasileira, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cujo tema era Brasil, alternativas e protagonistas, inspirada na Campanha da Fraternidade de 1995, com o lema: A fraternidade e os excluídos. Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do Grito dos/as Excluídos/as estão a de fazer um contraponto ao Grito da Independência”, diz o site oficial do evento.

“O primeiro Grito dos Excluídos/as foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema A vida em primeiro lugar”. “A partir de 1996, o Grito foi assumido pela CNBB que o aprovou em sua Assembleia Geral, como parte do PRNM (Projeto Rumo ao Novo Milênio -doc.  56nº129). A cada ano, se efetiva como uma imensa construção coletiva, antes, durante e após o Sete de Setembro. Mais do que uma articulação, o Grito é um processo, é uma manifestação popular”, prossegue o site.

Em declarações ao portal de notícias Rede Brasil Atual, uma agência de notícias fundada por sindicatos, o bispo de Brejo (MA), dom José Valdeci Santos Mendes, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sócio-Transformadora da CNBB, responsável pelo evento, falou sobre a edição deste ano. “O grito é sempre atual no sentido de questionar todas as mazelas que estão aí na sociedade”, disse. “Por tudo que é negado, o direito à vida, essa derrubada dos direitos conquistados, a maneira como se encara a vacina – que na verdade deve ser para todos –, a negação da ciência, isso não é um governo que nos representa. Precisamos dizer ‘Fora Bolsonaro!’. Assumimos isso como um compromisso para uma sociedade mais justa e mais fraterna”.

O Assessor da Pastoral da Ação Transformadora da CNBB, Frei Olávio Dotto, confirmou a ACI Digital que “em muitos lugares do país o grito se ‘entrelaça’ com a campanha Fora Bolsonaro, mas também a outras campanhas e causas que visem a defesa da vida da população”.

Sore a menção a transexuais e travestis, frei Dotto diz que “todos os anos o grito busca dar voz a grupos que precisam de visibilidade” e que “não é surpresa” que estes cidadãos estão em “vulnerabilidade”.

O coordenador nacional que articula todos os anos o Grito dos Excluídos e da Associação Rede Rua, que promove o evento, Alderon Costa, declarou ao Rede Brasil Atual: “Neste momento difícil que o Brasil atravessa temos que ‘sair da arquibancada’ e, com todos os cuidados, irmos para as ruas nos juntarmos com as vozes dos indígenas, das periferias, da população em situação de rua, que já são mais de 200 mil em todo o país. Juntar-nos ao grito das mulheres, das pessoas transexuais e travestis, dos trabalhadores (…) que estão cada dia mais perdendo seus empregos, contra a carestia e a inflação.”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através da Pastoral de Ação Sociotransformadora, lançou no dia 31 de julho uma carta de apoio ao evento, convidando à participação ao longo do território nacional.

“Ainda   estamos   em   tempo   de   pandemia   do   coronavírus. Ultrapassamos meio milhão de mortes. Quantos milhares de famílias sofrem por ter perdido seus entes queridos, fruto de uma cultura negacionista e da falta de vontade em resolver as questões da saúde. O avanço do desmonte de direitos sociais e do próprio estado democrático com a disseminação da cultura do ódio sustentada pelas notícias falsas manifestadas nas redes sociais também são sinais do descaso pela vida”, diz a carta da entidade. “Há que se destacar, ainda, o aprofundamento das desigualdades sociais, o aumento da fome, do desemprego, fruto do avanço do poder financeiro sobre a Constituição brasileira e ao aumento do lucro dos bancos, institucionalizando ainda mais os seus privilégios. O avanço dos grandes projetos sobre as terras indígenas, povos quilombolas, pescadores e as agressões ao meio ambiente tem sido outra marca da atual política”.

“Que o grito dos Excluídos e Excluídas seja o nosso grito e desperte em nós força para lutar em busca do Reino de Deus que começa aqui agora; na luta pelo Bem Viver e da Terra Sem Males”, diz a carta dos bispos brasileiros fazendo alusão a um da cultura tupi-guarani, que fala de um lugar onde não há fome nem guerras.

Fundos europeus

O grito dos Excluídos tem o apoio financeiro da Rede Jubileu Sul, um agrupamento de várias entidades de caráter ecumênico e de mobilização social, que inclui a Pastoral Social da CNBB, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), a Cáritas Brasileira, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Grito dos Excluídos (brasileiro e continental), IBRADES, Rede Brasil sobre Instituições Financeiras, ESPLAR, Conlutas, Coordenação da Auditoria Cidadã da Dívida, Pastoral Operária Nacional, entre outros.

Segundo a Rede Jubileu Sul a realização do Grito dos Excluídos vem sendo realizada desde 2019 com fundos vindos da União Europeia.

“Desde 2019 o Grito dos/as Excluídos/as vem recebendo apoio da Rede Jubileu Sul Brasil através da ação de Ajuda a Terceiros, iniciativa que integra a ação Fortalecimiento de la Red Jubileo Sur/Américas en el logro del desarrollo y de la soberanía de los pueblos latinoamericanos y caribeños, cofinanciada com recursos da União Europeia”, afirma o site da Rede. Os recursos da EU, segundo a Rede Jubileu Sul, têm sido utilizados para a divulgação da manifestação, “permitindo uma mobilização nacional ainda maior”.

sábado, 4 de setembro de 2021

O maldito conluio entre a esquerda brasileira e a extrema-imprensa



Não existe, na história recente, um governante que tenha sido mais atacado do que Jair Bolsonaro. Antes e depois das eleições. Nas ruas e na mídia.

Para a esquerda e para a parte da imprensa que é subalterna a ela, Bolsonaro PRECISA fracassar. Não há outra opção. É inconcebível pra eles que um brasileiro honesto e patriota faça um serviço melhor do que os queridinhos da mídia.

Qual foi a última boa notícia que você viu sobre Bolsonaro na mídia? Qual foi a última vez que uma decisão dele não foi tratada como ruim, impensada, afobada ou prejudicial a alguma coisa?

Até mesmo a reforma da previdência, que boa parte da imprensa concorda que precisa ser feita, tem sua defesa transformada em circo ou fofoca quando um ministro do atual governo fala sobre ela.

A revolta do cidadão comum contra os “formadores de opinião”



Bizarro mundo este em que vivemos. Tínhamos como certo, há menos de uma década, que opinião pública, imprensa e “formadores de opinião” (os bem-pensantes) eram coisas inseparáveis, condenadas a viverem e a permanecerem juntas até o fim dos tempos. Inesperadamente, no entanto, a opinião pública tornou-se um campo de batalha, a imprensa tradicional entrou em colapso e os formadores de opinião, os indefectíveis “especialistas”, foram lançados num quase ostracismo. Tais seres, inclusive, que se tinham e eram tidos socialmente em alta conta, foram condenados a falar praticamente uns para os outros e, o que é pior, se viram, num passe de mágica, substituídos por uma personagem inusitada que, embora prevista na trama das sociedades democráticas, tardou a ter mais voz no espetáculo: o cidadão comum.

Lançando mão das facilidades comunicacionais propiciadas pelas novas tecnologias da informação, donas e donos de casa dos mais variados cantos atiraram-se numa aventura de tons “iluministas”: usaram de sua razão, de seu “bom senso”, esclareceram-se, saíram da “menoridade” e resolveram marcar presença no debate público. Uma vez aí instalados, descobriram similares e seguidores, muitos similares e muitos seguidores; e isso sem nunca recorrerem à autoridade dos títulos acadêmicos ou à chancela dos bem-pensantes; ao contrário, a legitimidade do que dizem é retirada da adesão dos tais similares e seguidores, da gente que compartilha de um mesmo universo de valores – cristãos, familiares e patrióticos –, valores comumente julgados desprezíveis e grosseiros pelos que se querem progressistas e esclarecidos.

A emergência dessas novas personagens no debate público e a tal guerra de narrativas que se instalou no espaço virtual é, no entanto, somente um dos sintomas de um mal de enormes proporções que há tempos, e num crescendo, vem comprometendo a estabilidade das sociedades ocidentais: o divórcio entre o grosso das populações nacionais e suas elites política, econômica e, sobretudo, intelectual. Para se ter uma ideia do tamanho do embrolho e de como o mesmo evoluiu rápido e numa direção inusitada, vale uma breve comparação. Em 1994, poucos dias antes de morrer, o historiador americano Christopher Lasch finalizou o seu premonitório A revolta das elites e a traição da democracia. A obra, tida por muitos como o testamento intelectual de Lash, propõe uma ampla reflexão sobre o futuro da democracia ocidental, melhor, sobre as soluções democráticas para um impasse inédito vivido pelas sociedades ocidentais: o crescente distanciamento entre as elites e os extratos médios e baixos da população, entre os que ocupam o topo da pirâmide social e as ditas maiorias silenciosas.

Lasch parte de uma constatação curiosa: a outrora temida revolta das massas, tidas como mesquinhas, ignorantes, imediatistas e descompromissadas com os interesses nacionais, deu lugar, no ocaso do século XX, a uma outra revolta, a das elites, elites igualmente desterrorializadas, afastadas dos interesses da res publica e avessas aos ditos valores nacionais. Essa revolta das elites globalizadas e o seu crescente descompromisso com o bem comum deixou as sociedades ocidentais acéfalas e cindidas: de um lado, as massas, apegadas a valores familiares e nacionais, ciosa de sua moral e ansiosa por vê-la defendida por aqueles que ocupam o topo da hierarquia social e que, aos seus olhos, deveriam ser os guardiões do modo de vida tradicional; de outro, elites hedonistas, que cultuam as formas marginais e alternativas de vida e que enxergam os antigos valores familiares e nacionais como coisa retrógrada, defendida por gente rústica e politicamente incorreta. Diante de tão radical ruptura, decisiva para os destinos das sociedades ocidentais, Lasch pergunta-se: é possível sair do impasse, preservando os valores que norteiam as democracias? Que caminho podemos tomar?

Palavra de Vida: «Quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos». (Mc 9,35)



Enquanto seguiam com Jesus a caminho de Cafarnaum, os discípulos discutiam entre si animadamente. Mas quando Jesus lhes perguntou o motivo da discussão, não tiveram coragem de responder, talvez por vergonha: na verdade, discutiam sobre quem seria o maior entre eles.

Por várias vezes Jesus tinha falado do seu misterioso encontro com o sofrimento, mas para Pedro e para os outros era um tema demasiado difícil de compreender e de aceitar. De facto, só depois da experiência da morte e ressurreição de Jesus é que iriam descobrir realmente quem Ele é: o Filho de Deus que dá a vida por amor.

Por isso, para os ajudar a serem realmente seus discípulos, Jesus senta-se, chama-os para junto de si e revela-lhes a essência do “primado evangélico”:

«Quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos».

Apesar das fragilidades e dos medos dos discípulos, Jesus confia neles e chama-os a segui-Lo para partilhar a sua missão: servir a todos. É o que sublinha o apóstolo Paulo na sua exortação aos cristãos de Filipos: «Não façais nada por rivalidade nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros. Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus» (1). Servir, não como um escravo que faz o seu trabalho porque é obrigado, mas como uma pessoa livre que oferece generosamente as suas capacidades e as suas forças, que se prodiga não apenas por um grupo, por uma parte, mas por todos aqueles que necessitam da sua ajuda, sem exceções e sem preconceitos.

É um chamamento também para nós, hoje, a ter mente e coração abertos para reconhecer as necessidades dos outros e deles cuidar, a ser ativos na construção de relacionamentos autenticamente humanos, a fazer frutificar os nossos talentos para o bem comum, recomeçando todos os dias, apesar dos nossos fracassos. É o convite a colocarmo-nos no último lugar, para impulsionar todos para o único futuro possível: a fraternidade universal.

«Quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos».

Chiara Lubich, comentando esta palavra de Jesus, sugeriu como fazer para a tornar vida concreta: «Escolher, com Jesus, o último lugar nas inúmeras ocasiões que nos proporciona a vida do dia a dia. Foi-nos atribuído um cargo de um certo relevo? Não nos sintamos “alguém”, não demos espaço à soberba e ao orgulho. Recordemos que o mais importante é amar o próximo. Aproveitemos o novo cargo para servir melhor o próximo, sem descurar aquilo que poderiam parecer só meros detalhes: os relacionamentos pessoais, os humildes deveres quotidianos, a ajuda aos pais, a paz e a harmonia na família, a educação das crianças… Sim, aconteça o que acontecer, lembremo-nos que cristianismo significa amar, e amar de preferência os últimos. Se assim vivermos, a nossa vida será um contínuo edificar o Reino de Deus na Terra e, a quem o fizer, Jesus prometeu tudo o resto por acréscimo: saúde, bens, abundância de tudo… para o distribuir pelos outros e tornar-se, assim, os braços da Providência de Deus para muitos»(2).

Padre fala em "comunismo" ao convocar carreata rumo ao Exército


O  “esquenta” para o 7 de Setembro, data em que se comemora a Independência do Brasil, inclui até vídeo em que padre cita até “comunismo”, apesar de a democracia ser o sistema político vigente no Brasil.

“Se você quer que a sua voz seja ouvida, participe conosco. Porque se o comunismo se implantar aqui no nosso Brasil, você não será mais ouvido, vai ser um instrumento, vai ser uma engrenagem numa máquina que devora”, diz o pároco da São José, Paulo Roberto.

No vídeo, o padre convida patriotas e irmãos de fé para a carreata que vai até ao CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias, principal endereço do Exército em Campo Grande.

“Para demonstrar insatisfação com os nossos políticos, com o STF. Nós queremos que o povo brasileiro seja escutado. Ele não esta sendo escutado, está sendo manipulado”, diz o padre. O Campo Grande News não conseguiu contato com padre nesta sexta-feira (dia 3).

A Bíblia diz que Deus não existe – Acerca da polêmica sobre a Carta de S. Paulo aos Efésios



«Deus não existe». Por incrível que pareça, esta é uma proposição do Salmo 53,2b. Assim, é possível que alguém diga que a Sagrada Escritura afirma a não existência de Deus.  À primeira vista não estaria a mentir, pois basta abrir qualquer Bíblia para constatar que, de facto, a frase lá está. Mas também lá se encontra a sua introdução, que afirma: «Diz o ímpio no seu coração:» (Sl 53,2a). Mais do que uma mentira, seria uma manipulação desonesta e até perversa. Quando a uma frase se rouba o seu contexto, é muito fácil distorcê-la ao ponto de, inclusivamente, lhe dar o sentido contrário daquilo que pretende afirmar.

Vem isto a propósito da polémica construída a partir de uma frase da Carta aos Efésios (capítulo 5), lida nas missas do passado domingo. Também ela foi tirada do seu contexto, de modo a fazer S. Paulo dizer exatamente o contrário do que, de facto, afirmou.

No tempo de Paulo, a mulher contava muito pouco, a ponto de ser considerada uma propriedade que passava de um dono (o pai) para outro (o marido). Ora, é a pessoas geradas nesta cultura que o apóstolo escreve.  E não o faz apenas a respeito da relação do marido com a mulher (5, 22-33), mas também da relação de filhos e pais (6,1-4), e dos senhores com os seus escravos e vice-versa (6,5-9).  Paulo recorda aos destinatários da sua carta que todos estes relacionamentos ganharam uma nova e revolucionária dimensão à luz da fé em Cristo. O batismo rompe todos estes estereótipos culturais e introduz o crente numa nova forma de viver, que está resumida nas palavras do apóstolo que abriam, precisamente, a leitura do passado domingo, que tanto brado deu:  «Submetei-vos uns aos outros no temor a Cristo» (5,21). A fé em Cristo constrói uma nova cultura: a do amor – segundo o exemplo de Jesus – e não a do domínio e da subjugação do outro. Subjugar-se e não subjugar:  todos se devem submeter ao e no amor. Mas Paulo é explícito: todos e não apenas alguns; na vida cristã e também na matrimonial não há lugar para subjugadores! Por isso, depois de falar do submeter-se no amor das mulheres em relação aos maridos, Paulo fala – e que revolucionário é! – do submeter-se  no amor dos maridos em relação às mulheres: «Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela» (5,25). Ou seja, entregando-se sem reservas ou egoísmos, submetendo-se ao seu bem e à sua felicidade. Dando a vida por elas, como Cristo pela Igreja!

Centenário da Legião de Maria será celebrado com Missa em Salvador



Uma caminhada centenária, marcada pelo amor a Deus e pela devoção à Nossa Senhora. É com esta certeza que legionários e legionárias celebram, com júbilo, os 100 anos de fundação da Legião de Maria no mundo.

Na Arquidiocese de Salvador, o bispo auxiliar, Dom Valter Magno de Carvalho, presidirá a Missa Solene no dia 7 de setembro, às 15h. A Celebração Eucarística acontecerá na Catedral Basílica de Salvador, localizada no Terreiro de Jesus.

EUA: Biden promete esforço ‘do governo inteiro’ para manter o aborto no Texas


O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou uma reação “do governo inteiro” para garantir acesso ao aborto no Texas, Estado em que entrou em vigor na quarta-feira 1º de setembro a mais restritiva lei pró-vida dos EUA desde a liberação do aborto em 1973.

Biden, que é o segundo presidente católico dos EUA, instruiu sua equipe de governo a examinar “que passos o governo federal pode dar para garantir que as mulheres no Texas tenham acesso a abortos seguros e legais”.

A “Lei da Batida do Coração” que entrou em vigor proíbe abortos no Estado assim que seja detectado um batimento cardíaco do bebê, o que pode se dar a seis semanas de gravidez.

Bien disse que está direcionando o Conselho de Política de Gênero da Casa Branca, assim como o Conselho da Casa Branca, a um esforço de todo o governo para descobrir “que ferramentas legais há para isolar as mulheres e os provedores (de aborto) do impacto do esquema bizarro do Texas”.

A difícil realidade da morte na família



Meu pai, em seu leito, ouviu o médico dizer-lhe que a grave, penosa e incurável doença de que padecia acabaria com sua vida terrena em pouco tempo – uma vida que ele amava intensamente. Assim, teríamos de enfrentar a dura realidade da morte na família.

Depois de se despedir amavelmente do médico, ele se virou para a luz da janela, profundamente pensativo; passados alguns minutos, seu rosto ficou sereno e seu semblante transmitia paz.

– Sabe o que o médico me disse? Ele afirmou que eu vou para casa. Isso não é lindo?

– Para você, sim, pai, mas não para nós – respondi.

– Sabe… a luz da janela me fez sentir nostalgia, uma espécie de saudade. Vou para a casa do Pai. Sim, sou como uma criança que volta para casa, e que está esperando que venham buscá-la.

Ele me disse isso com um sorriso cheio de esperança. Assim, minha dor humana cedeu e deixei de sentir pena dele.

Paz diante da morte na família

Meu pai morreu com muita paz. E deixou bem claro que queria um velório completo, sepultura cristã do corpo inteiro (não cremação), missa de corpo presente.

Ele nunca concordou com certas práticas atuais, segundo as quais o corpo vai do hospital para o crematório diretamente, como se nada tivesse acontecido, como se as crianças tivessem de ser poupadas desta vivência, como se a morte também não fizesse parte dos planos de Deus.

Meu pai aceitou sua morte e quis mostrá-la como o que ela é: um paradoxo divino que nos dá a maior lição de vida, ao mostrar o amor de Deus. De fato, é assim porque a alma não morre; a pessoa deixa a visibilidade do corpo, mas sua vida espiritual continua maior e melhor.

O cristão não vive para morrer, mas para viver mais.

Presidente da CNBB sai em defesa do STF por ocasião do 7 de setembro



Em uma tentativa de voltar os católicos contra o poder executivo, através de um vídeo no qual ele dá várias indiretas ao comandante máximo da nação e aos católicos que comparecerão às manifestações de 7 de setembro, Dom Walmor, Presidente da CNBB, intimou os católicos dizendo: “não se deixe convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário”. 

Por ocasião do Dia da Pátria, 7 de setembro, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, publicou mensagem pedindo que, independente de “convicções político-partidárias”, não se aceitem “agressões a instituições que sustentam a democracia”, porém ele ignora solenemente as diversas vezes em que o STF abusou do seu poder, interferindo de maneira inconstitucional nos poderes legislativo e executivo, através da prática do ativismo judicial.

Ativismo judicial costuma ser chamado o fenômeno jurídico para uma postura ativa do Poder Judiciário na interferência de maneira regular e significativa em ações políticas dos demais poderes. Um compilado foi avaliado por militares da ativa e da reserva, além de integrantes do governo mostra que essa prática foi executada 123 vezes nos últimos dois anos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), contra o atual Governo. Isso equivale a uma decisão por semana.

“O dia 7 de setembro contribua para inspirar no seu coração o compromisso com o exercício qualificado da cidadania. A participação cidadã na política, reivindicando direitos, com liberdade, está diretamente relacionada com o fortalecimento das instituições que sustentam a democracia. Por isso, não se deixe convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário”, disse dom Walmor em vídeo publicado no site da CNBB. “Somos todos irmãos”, disse o arcebispo de Belo Horizonte (MG), inclusive “daqueles com que não concordamos”. Em seguida, o arcebispo afirmou que “a existência de três poderes impede a existência de totalitarismos, fortalecendo a liberdade de cada pessoa”.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Setembro, mês da Bíblia



A Palavra de Deus deve estar cotidianamente presente na vida dos cristãos. A bíblia é a fonte dessa Palavra, evidenciada com destaque no mês de setembro através de algum tema sugestivo para reflexão. Neste ano de 2021 o destaque é dado ao Livro de São Paulo aos Gálatas, com o lema, “Pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus” (Gl 3,28), um convite para a prática da unidade comunitária.

Através de sua Palavra, Deus injeta esperança na vida do povo, provoca coragem e ânimo nos ouvintes e exercício fecundo da liberdade cristã. Palavra com exigência de ser ouvida e transmitida, tirando as pessoas da surdez para assumir as propostas do Reino de Deus. Palavra que abre caminho de vida e dignidade, porque nela está a intervenção de Deus na vida daqueles que o acolhem.

A vida cristã se sustenta e consegue resistir às influências do secularismo hodierno com a força da Palavra de Deus. Ela ajuda no desmonte dos instrumentos que têm desvirtuado as bases da fé. Consegue também abrir caminho seguro de confiança e restauração de forças para o indivíduo agir. Muitas deficiências na vida podem ser sanadas e libertar as pessoas com o apoio da Palavra bíblica.

A bíblia não é uma coleção de livros literários. Aliás, muito mais do que isto, porque é fruto de práticas comunitárias com marcas históricas milenares e reconhecidas como de inspiração divina com a contribuição dos limites de seus escritores. A Palavra de Deus articula fé e vida, porque une a ação de Deus e a prática de vida das pessoas. Exige o exercício da justiça e do amor para dar dignidade às pessoas.

Uma das características da Palavra divina é a imparcialidade na opção pela vida das pessoas. Não há ali favorecimento para esta ou aquela pessoa, a não ser a opção pelo mais sofrido da sociedade. Apesar de amar a todos indistintamente, há uma preferência de Deus pelos pobres (Tg 2,5), porque muitas vezes eles estão assim porque foram explorados e desvalorizados na sua incapacidade de ação.