sexta-feira, 31 de julho de 2015

Os pecados mortais e a operação Lava-Jato


A chamada operação policial Lava-Jato trouxe à sirga uma cópia de crimes. Sem embargo, surdiram outrossim os eventuais pecados dos envolvidos. Nem todo pecado é um delito castigado pelo Estado. Por exemplo, o adultério é um pecado mortal, porém, não é mais  uma infração punida pela autoridade pública.   

Quase todo crime é igualmente um pecado; exemplificando: a prática do homicídio, tipificada no artigo 121 do código penal, implica um pecado gravíssimo. Quem mata outrem vulnera a comunidade política e ofende Deus, o dador da vida. Eis o quinto mandamento da lei de Deus: “não matarás!”

Há dois jaezes de pecado: o pecado venial e o pecado mortal. Este produz a ocisão da graça santificante, vale dizer, bloqueia o liame entre Deus e a criatura. Aquele, de pequena  monta, torna-nos paulatinamente lânguidos e, por conseguinte, proclives à perpetração de um mal maior.

Como saber se minha ação ou omissão constitui um pecado mortal ou um pecado venial? É fácil! Se meu comportamento lanhar um dos preceitos do decálogo (dez mandamentos[1]), então, cometo um pecado mortal, porquanto dá-se o decesso da graça divina. Os dez mandamentos de Deus, encontradiços no testamento velho, correspondem à normativa de direito divino natural e, portanto, têm de ser referendados pelo Estado. Desta feita, v. g., o artigo 5.º, caput, da constituição federal, não criou o direito à vida, nem tampouco o direito à propriedade. A lex legum apenas legitimou direitos naturais preexistentes, legiferados antanho pelo próprio Criador do universo. 

Protestantes arrependidos pela destruição de imagens na Reforma


A comunidade protestante alemã apresentou suas desculpas pela vasta destruição de imagens religiosas realizada durante o período da Reforma. Em uma declaração da Evangelische Kirche in Deutschland (EKD) divulgada pelo semanário católico “The Tablet”, os responsáveis religiosos sublinharam que a comunidade protestante condena com firmeza esta prática de destruição. Assim informou a imprensa vaticana, L'Osservatore Romano.

“As imagens – salientou o Bispo Petra Bosse-Huber, durante uma reunião da delegação da EKD e do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla – há muito tempo tornaram-se expressão da piedade protestante”.

Significado da imagem

Os líderes religiosos das duas Igrejas encontraram-se em Hamburgo nos dias passados para discutir a aprofundar o significado da imagem do ponto de vista Ortodoxo e Protestante. Por ocasião do encontro, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I e o Presidente da Evangelische Kirche in Deutschland, Bispo Bedford-Strohm, enviaram sua saudação aos participantes, abençoando o encontro.

Remoção de imagens e vitrais

Durante os trabalhos foi destacado que a destruição de imagens era mais comum no período imediatamente posterior à Reforma. Na primeira metade do século XVI, as estátuas da Virgem Maria e dos Santos, assim como vitrais com imagens sacras, retratando eventos milagrosos e sobrenaturais, foram removidos das igrejas e das capelas e muitas vezes destruídos. 

Atea quer retirada de símbolos religiosos da Câmara de Maringá - SP


O promotor Maurício Kalache, da 6 ª Promotoria de Justiça (Direitos Constitucionais, Educação, Consumidor e Ordem Tributária), abriu procedimento preparatório, na última segunda-feira, atendendo solicitação da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, entidade que tem sede em São Paulo. A Atea pediu ao Ministério Público a adotação de providências judiciais para que determine a retirada de símbolos religiosos das dependências da Câmara de Maringá (foto), bem como para declarar a inconstitucionalidade de parte de seu regimento interno.
 
Fundada há sete anos, a Atea teria mais de 15 mil associados ateus, de todos os estados do país, e busca desenvolver atividades no campo da ordem social que busquem promover o ateísmo, o agnosticismo e a laicidade do Estado, inclusive combatendo o preconceito e a 
desinformação a respeito do tema. 

Arquidiocese de São Luís recebe imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida


De 10 a 19 de agosto, São Luís recebe a réplica da imagem peregrina da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Na chegada à capital maranhense, a imagem da santa será recebida no Aeroporto Cunha Machado por dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luís, seguindo em carreata até a Igreja da Sé.

A visita faz parte da programação de peregrinação da Virgem, iniciada em 2015 e que se estende até 2017 por todo o país, promovida pelo Santuário Nacional de Aparecida (SP) em comemoração aos 300 anos que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no Rio Paraíba, em 1917.

Durante a estada em São Luís, a imagem da padroeira segue em carreata por diversos bairros da capital e por municípios maranhenses em visita às paróquias.

PROGRAMAÇÃO DA VISITA

Dia 10/08 – Às 14:30, acolhida da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Aeroporto Cunha Machado, seguindo em carreta até a Igreja da Sé.

Percurso: Av. Governador Matos Carvalho, da rotatória do Tirirical até a rotatória da Igreja do São Cristóvão no bairro do São Cristóvão; Av. Guajajaras, rotatória da Igreja do São Cristóvão, passando pelo bairro João de Deus, pela rotatória do São Cristóvão e a rotatória da Forquilha; Av. Jerônimo de Albuquerque, da rotatória da Forquilha passando pelo bairro da Cohab, Cohab Anil I, Cohab Anil II, rotatória da Cohab, bairro do Angelim, Bequimão, Hospital São Domingos, elevado da Cohama/Ipase, Curva do 90, Cohafuma, Assembleia Legislativa do Maranhão, elevado da casa do trabalhador, Hospital Carlos Macieira; Av. Colares Moreira, passando pelo Tropical Shopping, rotatória do São Francisco; Av. Castelo Branco, passando pelo bairro do São Francisco, Ponte Governador José Sarney/São Francisco; Av. José Sarney, sentido Palácio dos Leões; Av. Vitorino Freire; Av. Dom Pedro II, passando pelo Palácio dos Leões, prefeitura de São Luís até a Igreja da Sé.

Missa às 18h na Catedral da Sé, presidida pelo Arcebispo Dom José Belisário da Silva; 

Começa o Ano da Reconciliação na África


O Ano da Reconciliação na África começou na quarta-feira com uma solene celebração eucarística em Acra (Gana), convocada pela Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM). O tema para este evento é "Uma África reconciliada para a coexistência pacífica". O ano terminará em 29 de julho de 2016 durante a XVII Assembleia Plenária em Angola.

O SECAM foi instituído pelo Beato Paulo VI, em 1969, durante uma visita pastoral a Uganda. É composto de 37 conferências episcopais nacionais e 8 conferências regionais africanas.

A convocação para este Ano da Reconciliação responde ao convite feito em 2011 pelo Papa Emérito Bento XVI ao Episcopado Africano em sua exortação apostólica pós-sinodal 'Africae Munus' para promover um ‘Ano da Reconciliação com alcance continental, para pedir a Deus um perdão especial por todos os males e ofensas que os seres humanos infligiram na África uns aos outros, e pela reconciliação das pessoas e grupos que foram feridos na Igreja e na sociedade, relatou o Vatican Information Service. 

Pedagogia Litúrgica para o mês de agosto 2015


“Mês vocacional”. É assim que celebramos o mês de agosto, no Brasil. Um mês dedicado às vocações e, principalmente, dedicado a refletir sobre as vocações na Igreja. Um mês para reacender o desejo em todos os cristãos de corresponder de modo mais intenso ao chamado vocacional recebido desde o Batismo para que nos tornemos discípulos e missionários. Como a Liturgia, a partir dos contextos propostos nas propostas celebrativas, reflete a vocação cristã? 

Caminho vocacional

Toda resposta vocacional acontece de movo livre; não existe resposta vocacional sob pressão ou obrigatoriedade. Mas, a liberdade não é uma conquista, é um caminho que, não poucas vezes, cruza o deserto e faz sofrer fome e sede. Esta pode ser uma primeira aproximação da temática vocacional para este agosto de 2015. O enfoque vem do 18DTC-B, que reflete a necessidade do alimento divino para corresponder ao chamado divino e respondê-lo de modo efetivo. È a necessidade de buscar um alimento que seja altamente nutritivo, capaz de continuar o caminho, quando este se fizer pleno de obstáculos. Este alimento é a fé e o acolhimento de Jesus como Pão vivo descido do céu. Uma celebração que, igualmente, oferece a oportunidade de questionar o que a celebração Eucarística produz na vida da comunidade e na vida de cada celebrante e, além disso, como esta mesma celebração colabora para a resposta vocacional de modo eficaz.

Trata-se de um questionamento importantíssimo porque, como Elias, todos corremos o risco de cair no derrotismo e nos tornar desnutridos espiritualmente por não nos alimentar com o alimento divino. A celebração do 19DTC-B reforça a convicção que quem se alimenta do Pão descido do céu tem maiores condições de responder de modo mais eficaz ao projeto vocacional, para o qual Deus o chamou. Alimentando-se com a Eucaristia, a vocação se torna resposta promotora da fraternidade e da misericórdia no meio da comunidade, em vista do bem de todos. Assim, a vida cristã, vivenciada em cada um dos batizados, nunca deverá esquecer suas fontes nutridoras, para que a resposta vocacional seja realmente autêntica. 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

“As grandes potências são responsáveis ​​pelo avanço do Estado Islâmico".


"O Estado islâmico é um instrumento nas mãos das grandes potências, foi criado por eles, armados e apoiados". A denúncia vem de monsenhor Georges Abou Khazen, vigário apostólico dos latinos em Aleppo, em uma entrevista na televisão italiana TV2000.

Em vez de combater o extremismo islâmico, as potências ocidentais "compram seu petróleo e achados arqueológicos roubados nestas terras", afirmou o prelado também falando sobre a presença de "verdadeiros campos de treinamento" na fronteira entre a Síria e a Turquia".

Dom Khazen – conforme a agência SIR – comentou a ofensiva da Turquia contra o Estado islâmico na Síria e contra os curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no Iraque: "As pessoas temem que os turcos queiram combater os curdos por causa do Estado islâmico". 

National Geographic dedica capa de agosto ao Papa Francisco


A edição estadunidense de agosto da Revista National Geographic dedica a capa ao Papa Francisco, acompanhada por uma ampla reportagem sobre o primeiro Pontífice latino-americano. Com o título, “Papa Francisco transforma o Vaticano”, a edição, com fotos de Dave Yoder, será lançada junto com o livro “Pope Francis and the New Vatican” (“Papa Francisco e o novo Vaticano), escrito por Robert Draper.

O fotógrafo da National Geographic, Yoder, passou cerca de seis meses seguindo os passos do Papa em Roma e no Vaticano, enquanto Draper dedicava um mês para conversar com autoridades vaticanas em Roma e três semanas na Argentina falando com amigos de Bergoglio.

A reportagem que tem por título “O Papa mudará o Vaticano ou o Vaticano mudará o Papa?” fala do foco do pontificado de Francisco nos pobres e na reforma da Cúria. A matéria é ilustrada com testemunhos e histórias recolhidas por Draper e as muitas imagens captadas por Yoder. O fotógrafo afirmou estar “impressionado com o entusiasmo de Francisco ao interagir com as pessoas comuns”. 

Nossa Senhora da Amazônia


No mundo inteiro, desde a origem do cristianismo, a devoção a Maria encontra espaços significativos. Em Lc 1,28 encontramos “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!” com esta saudação, provinda do céu, em todos os tempos, épocas, raças e culturas, as  devoções cresceram tanto em número de participantes quanto em formas de manifestações.  Portanto não é um devocionismo ocasional, mas uma verdade que tem sua origem na saudação do Anjo Gabriel e revelada nos evangelhos.

No Amazonas, a  devoção mariana está enraizada e presente na história, na cultura, na religiosidade e na espiritualidade do povo. Na cidade de Manaus encontramos inúmeras Igrejas dedicadas a Nossa Senhora e dentre elas Nossa Senhora da Conceição padroeira da cidade de Manaus venerada na Catedral Metropolitana.

As manifestações e o amor Mariano do povo amazonense tem feito crescer, dentro da Igreja, o desejo de proporcionar um espaço próprio para o cultivo e manter vivo o espírito filial à Mãe de Jesus.

Em atenção, despontou como estrela fulgurante da aurora matinal, a necessidade de construir um Santuário em honra a Nossa Senhora. O nome “NOSSA SENHORA DA AMAZÔNIA”  é algo singular, pois está presente na vida, faz parte da história,  proclama um grande amor e respeito pela Amazônia, é consequência da devoção popular e expressa um anseio existencial do seu povo. 

Arquidiocese do Rio de Janeiro recebe imagem peregrina do Círio de Nazaré


O Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações religiosas em homenagem a Nossa Senhora, chega ao Rio de Janeiro. De 31 de julho a 2 de agosto, a imagem peregrina da Virgem de Nazaré visitará Igrejas, instituições, centros culturais e até a cracolândia, levando esperança ao povo carioca e também a todos aqueles que vivem nas periferias existenciais.

Para homenagear a Padroeira dos paraenses, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro elaborou uma intensa programação, que também incluirá uma passagem pela Arquidiocese de Niterói. Esta é a sétima edição do Círio de Nazaré na cidade, trazido ao Rio pelo Cardeal Orani João Tempesta, que por quatro anos foi Arcebispo de Belém do Pará.

O Círio de Nazaré ocorre tradicionalmente no segundo domingo de outubro em Belém do Pará e, neste ano de 2015, trará como tema: “Maria, Mulher Eucarística”. 

As programações religiosas do Círio ocorrem durante o ano todo e as visitas da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré às cidades, paróquias, hospitais e outras instituições já fazem parte da agenda. Neste mês de julho, a Diretoria da Festa confirmou uma agenda de visitas em Belém, no baixo Amazonas e Rio de Janeiro.

De acordo com o diretor de evangelização, Alcyr de Souza, responsável pela agenda da Peregrina, as visitas têm como principal objetivo a evangelização. “Neste contato com o símbolo maior do Círio, os devotos veem-se, por meio de Maria, mais próximos de Jesus. Renovam sua fé, promessas e agradecimentos àquela que intercede por todos junto ao Pai”, declara Alcyr.

Confira abaixo a programação do Círio na Arquidiocese do Rio. 

O Grande Cisma do Oriente

Os cinco patriarcas no 1º Concílio de Nicéia.

E aí pessoal,

Ao que parece, um dos assuntos que mais fascina e ao mesmo tempo confunde a cabeça dos interessados na história dos primórdios da Igreja é a a questão dos patriarcados primitivos. Principalmente porque essa questão acaba remontando à questão da primazia papal, ou seja, sobre a definição de quem é o patriarca que possui, de fato, a suprema autoridade sobre as diversas Igrejas que compõem a Igreja Católica.

Na nossa série de posts sobre os papas, buscamos a princípio montar uma pequena biografia de cada um desses homens que, em algum momento, estiveram à frente da Igreja Romana. Na cabeça de 99,9% dos católicos, há a ideia de que o bispo de Roma sempre exerceu a sua autoridade máxima sobre a Igreja universal da mesma forma que exerce hoje. Não era bem assim. Em um mundo onde uma carta poderia demorar mais de um ano para chegar ao seu destino, a influência do sucessor de Pedro sobre as igrejas particulares mais distantes de Roma era muito restrita.

Entre os século IV e V, apesar de Pedro ser reconhecido como o chefe universal da Igreja, na prática, a Igreja Católica era governada por cinco bispos, chamados de patriarcas. Então, diferente de hoje, em que o governo da Igreja é uma monarquia, naquela época havia uma pentarquia (do grego: penta – cinco, e arquia – governo ou governante). Eram cinco os patriarcados:

  • Roma;
  • Alexandria;
  • Constantinopla;
  • Antióquia e
  • Jerusalém.
Os patriarcados de Roma e Antióquia têm como fundador São Pedro; o de Alexandria, São Marcos; o de Jerusalém, São Tiago; o de Constantinopla, Santo André.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Estátua de Satanás é inaugurada nos Estados Unidos


O que significa a estátua de Satã recém-inaugurada na cidade de Detroit, nos Estados Unidos?

De acordo com O Globo, a imagem de bronze, com quase 3 metros e mais de 900 quilos, "seria inaugurada inicialmente em Oklahoma, em protesto contra uma escultura sobre os Dez Mandamentos no Capitólio estadual". Ainda segundo a reportagem, "o Satanic Temple defende a separação entre Estado e religião".

Não que se esperasse uma palavra de condenação da mídia à estátua de Bafomet – uma represália assim poderia "ofender" os adoradores de Satanás –, mas, não fosse trágico, seria cômico o modo como eles colocam as coisas: a imagem de Bafomet, na crônica do dia, não passaria de uma defesa da "separação entre Estado e religião", um "protesto" contra uma escultura dos Dez Mandamentos em lugar público. Quem lê a reportagem é tentado a achar que o grande problema não é nem a estátua de Satã, mas sim aquele monumento judaico-cristão no Capitólio de Oklahoma. O valor supremo da modernidade, agora, é o "Estado laico" e, para defendê-lo, até cultuar o demônio está valendo.

Pena que não faltarão pessoas confirmando a frase em negrito. Para alguns, realmente, o Decálogo no Capitólio – e, com ele, os crucifixos nos tribunais, o sinal da cruz nos estádios de futebol, a palavra "Jesus" na cabeça do Neymar – são realmente piores que uma imagem satânica, contanto que ela esteja em um ambiente privado.

Quando as coisas atingem esse ponto, é preciso fazer uma pausa e reajustar a bússola da humanidade – ou, pelo menos, tentar entender desde quando a verdade foi tão negligenciada assim, a ponto de a entidade perversa por excelência ser cultuada no lugar do próprio Deus. 

Igreja celebra em agosto o Perdão de Assis


Nos dias 1 e 2 de agosto de 2015 será celebrado em todas as paróquias do mundo e em todas as igrejas franciscanas o Perdão de Assis, ou, a Indulgência da Porciúncula. A origem desta graça está ligada à história da pequena Porciúncula, dentro da Basílica Santa Maria dos Anjos, em Assis, de São Francisco e de toda a Ordem Franciscana.

A visão

“Na noite do ano do Senhor de 1216, Francisco estava mergulhado na oração e na contemplação na igrejinha da Porciúncula quando, improvisadamente, uma luz muito forte tomou conta do local e Francisco viu sobre o altar o Cristo revestido de luz e à sua direita a sua Mãe Santíssima, circundada por uma multidão de Anjos”.

Este é o início da história, atestada pelo Diploma de Teobaldo (FF 3391 – 3399), que deu início a este evento celebrado no início de agosto. Prostrado com a visão mística, Francisco pediu a Jesus uma graça: "Senhor, peço que todos aqueles que, arrependidos e confessados, entrando nesta igrejinha, tenham o perdão de todos os seus pecados e a completa remissão das penas devidas às suas culpas".

Jesus respondeu a ele: "Grande é a graça que me pedes, ó Francisco; todavia, a concedo a ti, se minha Mãe me pedir". Francisco então pediu a mediação da Virgem Maria, a qual com sua súplica, seu Divino Filho concedeu a graça. Porém, quis que apresentasse ao seu Vigário, o Sumo Pontífice, para obter a sua confirmação.

Papa Honório III

Dito isto, cessou a visão e Francisco imediatamente foi ao Papa Honório III e ele, depois de várias dificuldades, lhe confirmou a graça, limitando-a, porém, a um dia somente, por todos os anos e fixando para esta o dia 2 de agosto, a começar das Vésperas da Vigília.

Indulgência estendida a todas igrejas franciscanas

Mais tarde, com a Bula do dia 4 de julho de 1622, o Papa Gregório XV estendeu esta grande indulgência a todas as Igrejas da Ordem Franciscana e prescreveu que, além da confissão, era necessária a comunhão e a oração pelo Sumo Pontífice. Em 12 de janeiro de 1678, o Papa Inocêncio XI declarou que a dita indulgência estava aplicada também às almas do Purgatório. 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Homilética: 18º Domingo Comum - Ano B: "Maior Tesouro da Igreja".


No Evangelho deste domingo (Jo 6,24-35), depois do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus se apresenta como o “Pão da Vida”, a Eucaristia.

Entusiasmado com o milagre, o povo procura Jesus. Vê-se que o povo não entendeu o sentido daquele gesto. Quando viram que não conseguiam encontrar nem a Jesus nem aos seus discípulos, subiram às barcas e foram a Cafarnaum.

Quando O encontraram novamente, Jesus disse-lhes: “Em verdade, em verdade, Eu vos digo: estais Me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos”(Jo 6,26). Comenta Santo Agostinho: “Buscais-me por motivos da carne, não do espírito. Quantos há que procuram Jesus, guiados unicamente pelos seus interesses materiais! Só se pode procurar Jesus por Jesus”. Jesus quer ajudar a multidão a ir além da satisfação imediata das próprias necessidades materiais, por mais importantes que sejam. Deseja abrir a um horizonte da existência que não é simplesmente o das preocupações quotidianas do comer, do vestir, da carreira. Jesus fala de um alimento que não perece, que é importante procurar e receber. Ele afirma: “Trabalhai, não pelo alimento que perece, mas por aquele que dura até à vida eterna, que o Filho do Homem vos dará” (v. 27).

A multidão não compreende, e julga que Jesus pede a observância de preceitos para obter a continuação daquele milagre, e pergunta: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” (v.28). A resposta de Jesus é clara: “A obra de Deus é esta: que acrediteis naquele que Ele enviou” (v. 29). O centro da existência, aquilo que dá sentido e esperança firme ao caminho muitas vezes difícil da vida é a fé em Jesus, o encontro com Cristo. Também nós perguntemos: “Que devemos fazer para ter a vida eterna?”. E Jesus diz: “Acreditai em mim”. A fé é o elemento fundamental. Não se trata aqui de seguir uma ideia, um programa, mas de encontrar Jesus como uma Pessoa viva, de se deixar comprometer totalmente por Ele e pelo seu Evangelho. Jesus convida a não se limitar ao horizonte puramente humano e a abrir-se ao horizonte de Deus, ao horizonte da fé. Ele exige uma única obra: aceitar o plano de Deus, ou seja, “acreditar naquele que Ele enviou” (v. 29). Moisés tinha dado a Israel o maná, o pão descido do céu com que o próprio Deus alimentara o seu povo. Jesus não concede algo, doa-se a Si mesmo: Ele é o “Pão Verdadeiro, descido do Céu”, Ele, a Palavra viva do Pai; e é no encontro com Ele que acolhemos o Deus vivo.

“Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” (v. 29), pergunta a multidão, pronta a agir, para que o Milagre do Pão continue. Mas Jesus, verdadeiro Pão de Vida que sacia a nossa fome de sentido, de verdade, não se pode “ganhar” com o trabalho humano; Ele chega a nós somente como Dom do Amor de Deus, como Obra de Deus que devemos pedir e acolher.

Jesus Cristo é o verdadeiro alimento que nos transforma e nos dá forças para realizarmos a nossa vocação cristã. Exorta vivamente São João Paulo II: “Só mediante a Eucaristia é possível viver as virtudes heroicas do cristianismo: a caridade até o perdão dos inimigos, até o amor pelos que nos fazem sofrer, até a doação da própria vida pelo próximo; a castidade em qualquer idade e situação de vida; a paciência, especialmente na dor e quando estranhamos o silêncio de Deus nos dramas da história ou da nossa existência. Por isso, sede sempre almas eucarísticas para poderdes ser cristãos autênticos”.

A igreja vive da Eucaristia. O concílio Vaticano II afirmou que o sacrifício eucarístico é “fonte e centro de toda a vida cristã” (LG, 11). Com efeito, “na Santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o Pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo” (PO, 5).

A Igreja vive de Jesus Eucarístico, por Ele é nutrida, por Ele é iluminada. A Eucaristia é mistério de fé e, ao mesmo tempo, mistério de luz. Sempre que a Igreja a celebra, os fiéis podem de certo modo reviver a experiência dos dois discípulos de Emaús:  “Abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-no” (Lc 24,31).

Referindo-se à Eucaristia, ensinava São Josemaría Escrivá: “O maior louco que já houve e haverá é Ele (Jesus). É possível maior loucura do que entregar-se como Ele se entrega, e àqueles a quem se entrega?

Porque, na verdade, já teria sido loucura ficar como um Menino indefeso; mas, nesse caso, até mesmo muitos malvados se enterneceriam, sem atrever-se a maltratá-Lo. Achou que era pouco: Quis aniquilar-se mais e dar-se mais. E fez-se comida, fez-se Pão. Divino Louco! Como é que te tratam os homens?… E eu mesmo?”  (Forja, 824).

Na Eucaristia, a comunhão é tão perfeita que conduz ao apogeu de todos os bens: nela alcançamos a Deus e Ele une-Se conosco pela união mais perfeita. A comunhão eucarística foi-nos dada para nos alimentarmos de Deus sobre esta terra, à espera da saciedade plena no Céu. Esta relação de íntima e recíproca permanência permite antecipar de algum modo o Céu na terra. É verdadeiramente um pedaço de Céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho. A Divina Eucaristia é penhor de vida eterna. É a continuação e ampliação real e universal do mistério do Deus que se fez carne e habitou entre nós, mistério de Deus que ama o seu povo a ponto de morar com eles. A presença de Jesus em nossos sacrários é por si um reflexo e uma ampliação desse fato: Deus se fez carne e mora entre nós. É de justiça que pelo menos de vez em quando façamos visita ao Senhor no Sacrário.

Da Eucaristia brotam todas as graças e todos os frutos de vida eterna – para cada alma e para a humanidade – porque neste Sacramento “está contido todo o bem espiritual da Igreja” (PO, 5).

Quando nos aproximamos da mesa da Comunhão, podemos dizer: “Senhor, espero em Ti; adoro-Te, amo-Te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas” (Forja, 832).

Façamos nosso (no bom sentido) o pedido do povo citado no Evangelho: “Senhor, dá-nos sempre desse pão” (Jo 6, 34).

“Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28,20). Jesus não se contentou em dar a vida por nós na Cruz, não quis separar-se materialmente de nós. Eis Jesus aqui, sempre conosco. Permanece acessível, próximo. Mais acessível e mais próximo do que na Palestina há dois mil anos, quando se dizia que estava ora em Nazaré, ora em Jerusalém, ora em Betânia. Agora está materialmente aqui, com seu Corpo, com seu Sangue, com sua Alma, com sua Divindade. Aquele mesmo que as multidões buscavam encontrar e tocar.

Maria pode guiar-nos para o Santíssimo Sacramento porque tem uma profunda ligação com Ele.

“Feliz daquela que acreditou” (Lc 1,45): Maria antecipou também, no mistério da encarnação, a fé eucarística da Igreja. E, na visitação, quando leva no seu ventre o Verbo encarnado, de certo modo ela serve de “sacrário” – o primeiro “sacrário” da história –, para o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos homens, se presta à adoração de Isabel, como que “irradiando” a sua luz através dos olhos e da voz de Maria. E o olhar extasiado de Maria, quando contemplava o rosto de Cristo recém-nascido e o estreitava nos seus braços, não é porventura o modelo inatingível de amor a que se devem inspirar todas as nossas comunhões eucarísticas?” Impossível imaginar os sentimentos de Maria, ao ouvir dos lábios de Pedro, João, Tiago e os restantes apóstolos as palavras da Última Ceia: Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós” (Lc 22,19). Aquele corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu ventre! Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher de novo no seu ventre aquele coração que batera em uníssono com o dela e reviver o que tinha pessoalmente experimentado junto da Cruz. (Carta Encíclica Ecclesia De Eucharistia , São João Paulo ll,  55 – 56 ).

O primeiro domingo de agosto é dedicado à vocação Sacerdotal.

Rezemos pelos padres! Rezemos ao Senhor para que continue enviando sacerdotes para a Igreja. Que Ele continue abençoando e plenificando a vida de todos os sacerdotes.

Graus de precedência dos dias litúrgicos


01 - Um dado importante e que deve ser considerado na pastoral litúrgica é o grau de importância e a precedência dos dias litúrgicos. Como a Igreja é hierárquica, em três graus, entendendo essa hierarquia como serviço prestado ao povo de Deus, essa dimensão da Igreja se estende também à liturgia. Entendamos: na liturgia, não só os ritos se distinguem entre si por graus de importância, como também as próprias celebrações se distinguem entre si quanto à sua importância litúrgica.

02 - Podemos afirmar então que existem graus e precedência nas celebrações, e se dizemos genericamente "festas", três na verdade são os graus da celebração litúrgica: "solenidade", "festa" e "memória", podendo esta última ser ainda obrigatória ou facultativa. Neste subsídio, a palavra "festa" não será usada no sentido genérico, mas de qualificação litúrgica, a fim de evitar mal-entendidos.

Vejamos então:

SOLENIDADE

03 - É o grau máximo da celebração litúrgica, isto é, aquele que admite, como o próprio nome sugere, todos os aspectos solenes e próprios da liturgia. Na "solenidade", então, três são as leituras bíblicas, canta-se o "Glória" e faz-se a profissão de fé. Pode ainda haver incensação, quando for conveniente. Para a maioria das solenidades existe também prefácio próprio. Embora no mesmo grau, as solenidades distinguem-se ainda, entre si, quanto à precedência. Somente o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor está na liturgia em posição única. As demais solenidades portanto se acham na tabela oficial distinguindo-se apenas quanto ao lugar que ocupam no mesmo nível. Assim, depois do Tríduo Pascal, temos: Natal, Epifania, Ascensão e Pentecostes, o que equivale a dizer que estas quatro solenidades são as mais importantes depois do Tríduo Pascal, mas Natal sobressai em primeiro lugar, depois do Tríduo sacro. Também as solenidades, como os domingos, começam no dia precedente, com as I Vésperas, seguindo a tradição judaica, e nelas canta-se o Te Deum na Liturgia das Horas. Os demais dias litúrgicos começam à meia-noite e terminam à meia-noite.

04 - As “solenidades” são sempre celebradas, ou seja, não podem ser omitidas, como acontece com as “festas” e as “memórias”, nos casos específicos. Porém, a “solenidade” que venha a cair nos domingos da Quaresma, nos dias da Semana Santa ou nos dias da oitava da Páscoa vai ser sempre transferida: se em domingo da Quaresma, para o dia seguinte; se nos outros dias acima citados, para a segunda-feira após a oitava da Páscoa. Atente-se ainda para o que diz o n° 13 deste trabalho sobre as situações em que, no mesmo dia, devem celebrar-se as Vésperas do Ofício corrente e as Vésperas do Ofício seguinte.

As duas maiores “solenidades”, Natal e Páscoa, são celebradas com oitava, isto é, têm seu prolongamento festivo por oito dias. No Ofício Divino, em todos os dias, canta-se ou recita-se o Te Deum.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Liturgia, entre o sagrado e o profano


O que é o sagrado dentro do contexto pós-moderno que vivemos? Qual o espaço que ele ocupa dentro do profano da vida? Estas distinções são traiçoeiras e muitas vezes, corre-se o risco de pecar por serem rasas.

O sagrado é Deus em si; pois Ele é o criador. De Deus viemos e para Ele retornaremos. Isto é, tudo lhe pertence. “Cristo  ontem e hoje... Princípio e fim ... Alfa e ômega... A Ele o tempo e a eternidade...A glória e o poder... Pelos séculos sem fim. Amém”. Nós, seres humanos, somos criaturas. Reconhecer esta condição é propiciar que sejamos capazes de crescer e estabelecer com Deus um relacionamento marcado pela intimidade.

Recorda-nos São Paulo, “não somos filhos de uma escrava, mas filhos de uma mulher livre. Cristo nos libertou para que fossemos realmente livres.” (Gl 4, 31 – 5,1). Resgatados para uma condição de filhos de Deus tornamo-nos Povo Régio e Sacerdotal.  “Vós, porém, constituís uma geração escolhida, um sacerdócio régio, uma gente santa, um poço conquistado, a fim de proclamar as grandezas daquele que das trevas vos chamou para a sua luz admirável. Outrora não éreis objeto de misericórdia. Agora sim, sois objeto de misericórdia” ( 1Pe 2, 9-10). Nas vicissitudes da história e da vida cada cristão é convidado a reconhecer a gratuidade do amor. Se assim caminha passa-se a elevar a Deus um “cântico novo” (Sl 33,3) que brota dos lábios como expressão de louvor ao Criador.

A liturgia que em grego leit (de ‘laós’, povo) e urgia (de érgon, ação, obra). Assim a liturgia é uma ação, obra que se realiza em favor do povo, da comunidade, da vida das pessoas. Para os cristãos, é atualização da entrega de Cristo para a salvação. A liturgia faz o memorial da entrega redentora de Cristo na cruz. Através da ação litúrgica se é inserido nas realidades da salvação. Dessa forma, percebe-se claramente a raiz cristológica da liturgia. Cristo rompe um simples ritualismo e faz a liturgia um “culto agradável e perfeito” ( Rm 12, 1-2). Porém, a liturgia não se restringe a uma realidade de espaço e tempo determinado, mas prolonga-se como experiência vital. E mesma a liturgia conduzida pelo ritual advém de uma experiência transcendental dos antepassados e dos contemporâneos. Ela é meio do qual Deus se utiliza para expressar plenificamente todo o realismo de Sua Palavra e de Sua carne. Por isso, é preciso educar-se para aprender dEle a bem viver e nos alimentar dEle. 

domingo, 26 de julho de 2015

Iniciação e perseverança


Estimados Diocesanos! A missão primeira da Igreja é evangelizar, levar a todos o Evangelho de Jesus Cristo, apresentando o senhor Jesus como o Messias anunciado, esperado e enviado pelo Pai na plenitude dos tempos.

Como discípulos e missionários do Senhor Jesus, não podemos nos acomodar, achando que tê-lo conhecido é o suficiente para alimentar a nossa vida de fé. Em cada tempo e em cada lugar, devemos ter a ousadia de viver a dimensão missionária da nossa fé anunciando Jesus Cristo às pessoas. O encontro com o mestre Jesus proporciona ao discípulo não só admiração, mas uma resposta, uma adesão a uma caminhada de fé que se alimenta do pão da Palavra e do pão da Eucaristia em comunidade.

A família e a comunidade foram os lugares que favoreceram ao longo da história o processo de iniciação à vida cristã e de transmissão de valores. Nos últimos anos, a família passou por um grande processo de transformação, perdendo em algumas realidades sua capacidade de ser o lugar ideal e privilegiado da iniciação cristã das crianças e dos jovens, onde o testemunho de fé dos pais contagiava os corações dos filhos.

A comunidade, lugar de celebração da fé, passou e continua passando por um grande processo de transformação social e religioso. No entanto, para manter sua identidade de comunidade cristã, as pessoas que dela fazem parte, devem continuamente colocar-se na escuta de Deus como discípulas, para poderem anunciar Jesus como missionárias pelo testemunho e pela palavra. 

sábado, 25 de julho de 2015

Um mundo onde não cabem nem “Bergoglios” e nem “Ratzingers”.


"Tu és Petrus et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam"

O discurso contemporâneo tenta colocar a figura de Jesus Cristo como figura subversiva que, atualizada a nossos tempos, acabaria por ser a favor de certas “pautas”, e irremediavelmente incomodaria aqueles que estão contra essas “pautas”.

De fato, Jesus Cristo mesmo tomado apenas como ser histórico é aquele que dá claridade e visibilidade à lei e “rompe” – seria mais correto falar de amadurecimento e perfeição da lei -, de certa forma, com a lei dada por Moisés aos homens, segundo o coração duro daqueles que estavam com ele. Mas Cristo vai muito além do que isso: Ele incomodaria a você e a mim mesmo, Ele diria coisas e colocaria diante de nós questões que nos tirariam do eixo. Jesus não esteve e nem está comprometido com uma pauta ideológica, mas sim com a verdade, e como diria Santo Agostinho, "a verdade tem poucos amigos".

Por dizer a verdade, sabemos onde Cristo foi parar, e hoje acabaria morrendo da mesma forma, não por causa de um lado conservador ou um lado progressista, não por uma direita ou uma esquerda, mas por que a verdade incomoda o ser humano, tira-o do seu eixo de estagnação. Queremos enfim, a preguiça das ideias relativas, das opiniões infundadas e das relações superficiais; Cristo quer dinâmica das verdades concretas, das opiniões cheias de sentido (significado e também DIREÇÃO) e das relações pessoais e íntimas (empatia, fraternidade, caridade, justiça).

Não seria surpresa que os dois últimos papas de nossa Igreja tenham sido ao mesmo tempo tão louvados e odiados pela maioria das pessoas. Esse misto entre admiradores e perseguidores de ambos acabou por criar um clima nada católico dentro da Igreja. Considero-a uma divisão que só existe nos olhos daqueles que insistem em criar uma profunda cisão no seio da Igreja. Bento XVI e Francisco podem ter perfis diferentes, mas, fica claro a qualquer observador atento que ambos sempre tiveram e têm o mesmo objetivo: mostrar o perigo do pensamento moderno para a fé e para a dignidade humana. 

Vovô e Vovó!


Entre outras datas importantes, o mês de julho nos reserva o Dia dos Avós. A data é comemorada em 26 de julho, quando a Igreja celebra São Joaquim e Santa Ana, os avós maternos de Jesus Cristo.

Para muitos de nós, homens e mulheres com mais de 40 anos de idade, as figuras do vovô e da vovó ficaram guardadas como símbolos de afeto e de ternura. Enquanto os pais se preocupavam em nos impor os justos limites, os avós nos mimaram com singelos regalos. Poucas vezes ouvimos deles palavras mais duras de repreensão ou desaprovação, apesar de não concordarem com muitas das coisas que nós fizemos.

As gerações mais novas já estão tendo outra relação com os avós. Muitas das crianças e jovens de hoje estão sendo educados pelos avós. Enquanto os pais trabalham ou se ocupam com outras coisas, os filhos ficam aos cuidados do vovô e da vovó. Isto é mais visível ainda quando as crianças são filhas ou filhos de mães solteiras ou pais separados. Neste caso, muitas vezes, cabe aos avós suprirem o papel da mamãe e do papai. E aí a relação dos netos com os avós se torna, praticamente, uma relação filial.

A relação entre filhos e pais ou netos e avós, costuma ser bastante tranqüila enquanto os avós (idosos) são auto-suficientes. As complicações costumam aparecer no momento em que eles necessitam de ajuda ordinária ou se tornam dependentes. Neste momento, os avós deixam de ser serviçais e se tornam “peso” para filhos e netos. E é aí que se mede, verdadeiramente, o amor filial ou o amor aos avós. 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Exorcismo simplificado para leigos: Oração contra Satanás e os Anjos Rebeldes


Oração Contra satanás e os Anjos Rebeldes
Publicada por ordem de Sua Santidade o Papa Leão XIII


INTRODUÇÃO

O Papa, Leão XIII, anima aos fieis para que rezem esta oração tão frequentemente quanto lhes seja possível, como um exorcismo simples para limitar o poder do diabo e prevenir a sua ação maligna. Recomenda-se quando se suspeite de ações demoníacas causadas pela malicia entre os homens, tentações violentas e até tormentas e outras calamidades.

Oração a São Miguel Arcanjo*

+ Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Grande e glorioso Príncipe dos exércitos celestes, São Miguel Arcanjo, defendei-nos "Porque para nós a luta não é contra a carne e o sangue, mas sim contra as potestades, contra os poderes mundanos destas trevas, contra os espíritos da maldade celeste." [Efes. 6, 12]. Vem e assiste ao homem que foi criado na sua imagem e a quem Ele redimiu da tirania do demônio a um grande preço.

O Santo Povo de Deus venera-vos como seu guardião e protetor. A ti o Senhor confiou as almas dos redimidos, para que as dirijas ao Céu. Ora, portanto, que o Deus da Paz, atire satanás para debaixo dos nossos pés, para que ele não possa manter o homem em pecado e fazer mal ao Povo de Deus. Oferece as nossas orações ao mais Alto, que sem demora elas atraiam a sua misericórdia sobre nós, que vença o dragão, "...a serpente antiga, que é o demônio, satanás, e acorrente-o por mil anos... Lançou-o, no Abismo, a fim de que não seduzisse mais as nações..." [Apoc. 20: 2-3].

Em nome de Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, fortalecido pela interseção da Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, do Bendito Miguel Arcanjo, dos Benditos Apóstolos, Pedro e Paulo, e de todos os Santos, confiadamente nos dispomos à tarefa de repudiar os ataques e enganos do diabo. 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Como me proteger de calúnias lançadas contra a Igreja Católica?


Olá,como vai? Bem, quero saber de vocês como me proteger de calúnias lançadas contra a Igreja Católica,contra seus sacerdotes e fiéis? Já que ainda não sou um apologista e vejo homens ditos teólogos lançando heresias contra os dogmas católicos na internet (um deles é Lucas Banzoli,o qual tem uns blogs chamados 'Heresias Católicas" e "Apologia Cristã") e isso me deixa muito desconfortável pois não tenho recursos a disposição para enfrentá-lo e quero saber o que fazer diante desse quadro. Grande abraço, Pax domini. - Artur Oliveira.

Olá Artur,

Basta verificarmos as entrelinhas dos evangelhos para sabermos que é difícil evitarmos as calúnias contra a Igreja Católica. No evangelho de Mateus 10,16-26 Jesus envia seus discípulos como “ovelhas no meio de lobos” (v.16), além do mais, ao lermos o livro dos Atos dos Apóstolos percebemos que a vida dos apóstolos e, como a história comprova, a vida dos verdadeiros discípulos de Cristo nunca foi fácil, não é um “mar de rosas” do ponto de vista humano. O apóstolo Pedro, o primeiro Papa, nos diz o seguinte em I São Pedro, 4,12-14.16-19:

Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária. Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo, para que vos possais alegrar e exultar no dia em que for manifestada sua glória. Se fordes ultrajados pelo nome de Cristo, bem-aventurados sois vós, porque o Espírito de glória, o Espírito de Deus repousa sobre vós. Se, porém, padecer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por ter este nome. Porque vem o momento em que se começará o julgamento pela casa de Deus. Ora, se ele começa por nós, qual será a sorte daqueles que são infiéis ao Evangelho de Deus? E, se o justo se salva com dificuldade, que será do ímpio e do pecador? Assim também aqueles que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem as suas almas ao Criador fiel, praticando o bem.

Como observamos, as calúnias e difamações contra nós devem ser para nós motivos de alegria pois sabemos que estamos no caminho certo que é o caminho de Jesus. O reino deste mundo sempre se opôs e sempre vai se opor ao Reino de Deus. Em Mateus 5,10-12 Jesus mesmo diz nas bem-aventuranças:

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

Portanto, se estamos no caminho certo é inevitável que o mundo se insurja contra nós, deste ponto de vista não há uma “proteção” no sentido de evitar que sejamos caluniados por apóstatas e até mesmo falsos cristãos. 

Quem é o bispo? Qual sua função na Igreja?


Tendo sido eleito Bispo de Santo André-SP, em minhas orações e reflexões pensei sobre o ministério episcopal, colocando por escrito esta reflexão que está sendo oferecida ao povo da Diocese, (na forma popular de pergunta e resposta), neste período preparatório para a posse canônica, que se dará dia 26 de julho às 16h00 na Catedral Nossa Senhora do Carmo. Compartilho aqui este texto que talvez possa servir aos irmãos e irmãs que o lerem.

1. Como Deus manifesta seu amor por nós?

De dois modos Deus dá prova de seu amor: a) Criando e sustentando o mundo. b) Salvando o mundo através de seu Filho Jesus Cristo, que se encarnou, morreu na cruz e ressuscitou, e de junto do Pai enviou o Espírito Santo para formar a Igreja. Ela “é o Povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Vat. II - LG 4). Na Igreja as pessoas podem se encontrar com Cristo, e por meio dele tornarem-se irmãos e filhos do mesmo Pai. Na Igreja, pela fé batismal, se vive a comunhão libertadora do mal, do pecado e da morte.

2. Qual é a missão da Igreja?

A Igreja é missionária por natureza. Tem a missão de anunciar o Reino de Deus como fez Jesus que é a luz dos povos (Lc 2,32). Ele confiou à Igreja a missão, o poder e a obrigação de levar a luz do Evangelho a toda criatura (Mc 16,15). A Igreja cumpre sua missão através da pregação da Palavra, testemunho de fé, vivência da caridade e celebração dos santos mistérios (sacramentos). A Igreja não é uma sociedade qualquer, ela é humano-divina, brota do Mistério da Trindade. Por isso, não deve haver separação entre Cristo, Reino e Igreja. A Igreja é comunhão de vida na fé, esperança e amor fraterno. Advogada dos pobres e defensora da vida, porque defensora dos direitos de Deus criador: “A Igreja é coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15).

3. Como podemos saber que Jesus Cristo é a cabeça do corpo que é a Igreja?

São Paulo deixou escrito sobre Jesus: “Ele é a cabeça do corpo que é a Igreja” (Col 1,18); “Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo, e o constituiu acima de tudo como Cabeça da Igreja, que é seu corpo...” (Ef 1,22); Jesus ressuscitado envia de junto do Pai o Espírito Santo (cf. At 2,23) e “neste Espírito todos fomos batizados para formar um só corpo” (1Cor,12,13), por isso, “...embora muitos, somos um só corpo em Cristo” (1 Cor 12,12). Ninguém pode dizer que ama a cabeça (Cristo), sem amar o corpo (Igreja). “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25).

4. Como está organizada a Igreja?

O Pai projeta a Igreja, Jesus a funda e é seu Senhor, o Espírito Santo a dirige. A Igreja Povo de Deus não é, porém, uma corrente de idéias, uma ONG, mas uma sociedade organizada a partir da fé. Organizada porque “Cristo é nossa paz!” (Ef 2,14), nosso Deus não é Deus de confusão. Na Igreja deve reinar a paz e o amor fraterno. Na Igreja existem vários carismas, ministérios, serviços, em vista do bem comum de todo o corpo da Igreja (1Cr 12, 4-11). Jesus instituiu os Apóstolos para governar a Igreja e lhes deu poder (cf. Mt 28,18). “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza, a mim despreza” (Lc 10,16). Os apóstolos, nos quais está fundada a Igreja, seguindo os passos de Cristo, pregaram a Palavra da Verdade e fundaram as comunidades, a Igreja. “É dever de seus sucessores perenizar esta obra” (Vat. II - AG 1). 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Homilética: 17º Domingo Comum: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.


A partir deste domingo, a liturgia interrompe a leitura do Evangelho de São Marcos e intercala um longo trecho do Evangelho de São João, que contém a narrativa da multiplicação dos pães e o discurso eucarístico de Jesus na sinagoga de Cafarnaum (cf. Jo 6).  Tudo isto tem seu motivo prático: o Evangelho de São Marcos é o mais breve de todos e não chega a preencher todo o ano litúrgico e, por isso, é integrado com o Evangelho de São João, que não é lido no ciclo dos anos litúrgicos.  O importante é que, durante quatro domingos teremos a oportunidade de desenvolver uma catequese sobre o Sacramento da Eucaristia.

Na primeira leitura, o profeta Eliseu, ao partilhar o pão que lhe foi oferecido com as pessoas que o rodeiam, testemunha a vontade de Deus em saciar a “fome” do mundo; e sugere que Deus vem ao encontro dos necessitados através dos gestos de partilha e de generosidade para com os irmãos que os “profetas” são convidados a realizar.

A Palavra de Deus, em Jo 6, 1– 15, mostra-nos Jesus num lugar afastado, junto ao lago de Genesaré, no meio de uma multidão de povos provenientes das cidades vizinhas. Eram, aproximadamente, cerca de cinco mil homens ( cf. Jo 6, 10 ). E enquanto o Senhor falava, ninguém pensou no cansaço, nem nas horas que tinham passado sem comer, nem na falta de provisões e na impossibilidade de obtê-las. As palavras de Jesus tinham cativado a todos e ninguém se lembrou da fome nem da hora de regressar. Mas Jesus compreende nossas necessidades materiais, e por isso compadeceu-se também dos corpos exaustos daqueles que o tinham seguido. E realiza o esplêndido milagre da multiplicação dos pães e dos peixes.

Depois de mandar que se sentassem na relva, Jesus, tomando os cinco pães e os dois peixes, levantando os olhos ao Céu, pronunciou a bênção e, partindo os pães os deu aos discípulos e os discípulos às multidões. Todos comeram até ficarem saciados. O Senhor cuida dos seus, dos que O seguem!

O relato do Milagre começa com as mesmas palavras e descreve os mesmos gestos com que os Evangelhos e São Paulo nos transmitem a instituição da Eucaristia (Mt 26, 26; Mc 14, 22; Lc 22, 19; 1Cor 11, 25). Esse milagre, além de ser uma manifestação da misericórdia divina de Jesus para com os necessitados, era figura da Sagrada Eucaristia, da qual o Senhor falaria pouco depois, na sinagoga de Cafarnaum ( Jo 6, 26 – 59). Assim o interpretaram muitos Padres da Igreja. O olhar orienta -se para a Eucaristia, o perpetuar- se deste dom: Cristo faz – se Pão de Vida para os homens. Santo Agostinho comenta assim: “Quem, a não ser Cristo, é o Pão do Céu? Mas para que o homem pudesse comer o Pão dos Anjos, o Senhor dos anjos fez-se homem. Se isso não se tivesse realizado, não teríamos o seu Corpo; sem termos o Corpo que lhe é próprio, não comeríamos o Pão do Altar” ( Sermão 130, 2 ). A Eucaristia é o grande encontro permanente do homem com Deus, em que o Senhor se faz nosso alimento, em que se oferece a Si próprio para nos transformar n’Ele mesmo.

O milagre daquela tarde junto do lago, manifestou o poder e o amor de Jesus pelos homens. Poder e amor que hão de possibilitar também, ao longo da história, que o Corpo de Cristo seja encontrado, sob as espécies sacramentais, pelas multidões dos fiéis que O procurarão famintas e necessitadas de consolo. Como diz São Tomás de Aquino: “… tomam-no um, tomam-no mil, tomam-no este ou aquele, mas não se esgota quando O tomam…”.

Se só repartir resolvesse, já não haveria mais fome no mundo. Se Jesus fez tantos outros milagres como a cura de cegos, surdos e tantos mais, por que não poderia multiplicar os pães? É curioso que o termo “multiplicação” não esteja presente no texto deste trecho do Evangelho. O que, em vez, está no texto é a palavra “repartiu”. Mas pelo tanto de comida que havia – poucos pães e peixes, nossa lógica nos obriga a pensar que Ele primeiro multiplicou, para depois dividir entre todos. Cristo tem o poder não só de multiplicar os pães, mas também todos os dons materiais e espirituais que achar necessário.

Vimos no relato do milagre que aquelas pessoas até se esqueceram da comida para não perderem o contato com Jesus. Peçamos a graça de sempre procurarmos o Mestre, desejar recebê-Lo na Eucaristia. Nós O encontramos na Sagrada Comunhão. Ele nos espera a cada um! Não fica na expectativa de que lhe peçamos alguma coisa: antecipa-se e cura-nos das nossas fraquezas, protege-nos contra os perigos, contra as vacilações que pretendem separar-nos dEle, e dá vida ao nosso caminhar. Cada Comunhão é uma fonte de graças, uma nova luz e um novo impulso que, às vezes sem o notarmos, nos dá fortaleza para enfrentarmos com garbo humano e sobrenatural a vida diária, a fim de que os nossos afazeres nos levem até Ele.

Peçamos ao Senhor que nos faça redescobrir a importância de nos alimentarmos não só de Pão, mas de Verdade, de Amor, de Cristo, do Corpo de Cristo, participando fielmente e com grande consciência na Eucaristia, para estarmos cada vez mais intimamente unidos a Ele. Com efeito, “não é o Alimento Eucarístico que se transforma em nós, mas somos nós que acabamos misteriosamente mudados por Ele. Cristo alimenta-nos, unindo-nos a Si; ‘atrai-nos para dentro de Si’” ( Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, 70 ).

Jesus, realmente presente na Sagrada Eucaristia, dá a este sacramento uma eficácia sobrenatural infinita. A Santíssima Eucaristia é a doação máxima que Jesus Cristo fez de si mesmo, revelando-nos o amor infinito de Deus por cada homem. Na Eucaristia, Jesus não dá “alguma coisa”, mas dá-se a Si mesmo; entrega o seu corpo e derrama o seu sangue. Graças à Eucaristia, a Igreja renasce sempre de novo! Quanto mais viva for a fé eucarística no povo de Deus, tanto mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio de uma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos.

Na segunda leitura, Paulo lembra aos crentes algumas exigências da vida cristã. Recomenda-lhes, especialmente, a humildade, a mansidão e a paciência: são atitudes que não se coadunam com esquemas de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de preconceito em relação aos irmãos.

Jesus é, além de Salvador, Nosso Mestre. Além de fazer milagres, como o da multiplicação dos pães, preocupou-Se em nos ensinar a recolher e guardar os pedaços que sobraram. A lição que quis nos dar é a de que não podemos viver somente de milagres. Cristo não é um mágico a quem recorremos em cima da hora dos nossos compromissos para que Ele dê uma solução fantástica e imediata. Diante deste texto sagrado da Liturgia de hoje nós deveríamos nos perguntar se estamos tendo fé suficiente a fim de acreditarmos que Jesus, Nosso Senhor, tem poder para nos dar Seus dons em abundância e se cuidamos destes dons colocando-os a serviço da Igreja e da humanidade.

Durante cinco domingos seguidos lemos no capítulo seis de São João, onde se narra o discurso-catequese de Jesus sobre o Pão da vida. João é o teólogo da Eucaristia. A vida cristã tem o seu centro na Eucaristia. Sem a Eucaristia não podemos viver. A Eucaristia exige e nos compromete a compartilhar também os nossos diversos pães com os irmãos: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Sim, dar o nosso pão para o povo (1ª leitura). E dá-lo com humildade, amabilidade, compreensão (2ª leitura).