domingo, 30 de novembro de 2014

Abusos na Liturgia: Luiz Gonzaga e a "Missa do Vaqueiro".


Às vezes o ditado que diz que “quanto mais se reza, mais assombração aparece”, parece ser real. Recentemente no largo de uma paróquia em São Luís do Maranhão, foi construído um “palco” para realização de eventos como missa campais, shows, etc, eventos que reunissem grande número de fiéis, uma vez que o largo fica na frente da Igreja. Aí quando me deparo com o seguinte aviso: No dia 02 haverá Missa e Show em memória de Luís Gonzaga, o Rei do Baião. Imediatamente me veio tantas perguntas na cabeça, tais como: Luís Gonzaga? Missa Campal? Rei do Baião? Será um santo? Pra que isso tudo? Que referencial tem ele para a fé cristã, uma vez que Luiz Gonzaga era maçom e foi iniciado na Loja Paranapuan, na Ilha do Governador, em 3 de abril de 1971? Tantos santos importantes e não recebem missa campal, tantas pessoas precisando de padres para celebrar sacramentos e sacramentais, receber visitas e, por vezes, recebem um “não tenho tempo”. Enfim, a única certeza que me veio à cabeça é a de que se trata de mais um abuso litúrgico que reduz a fé cristã a um espetáculo. Pois bem, uma vez já tendo esta certeza, fui procurar na internet o que é essa tal “idolatria à personalidade”, como diria o Papa Francisco.

Pelo que pesquisei, essa missa de Luiz Gonzaga trata-se apenas de mais um dos abusos já relatados aqui neste blog em outras ocasiões e é conhecida como “Missa do Vaqueiro” (o que apesar de soar nordestino, não tem nada haver com a realidade da capital maranhense). Esta celebração foi criada por Luiz Gonzaga e por um padre chamado João Câncio dos Santos, e foi realizada pela primeira vez no dia 18 de julho de 1971 no Sítio Lages onde o corpo de um tal de Raimundo Jacó que era um primo vaqueiro do Luiz Gonzaga foi encontrado, pois foi assassinado por um amigo de trabalho. Desde então, anualmente, no terceiro domingo de julho, vaqueiros de todo o Nordeste se encontram e realizam tal evento.

Dois anos após a primeira missa, em 1973, Luiz Gonzaga e o Padre João Câncio construíram a estátua de Raimundo Jacó exatamente no local onde o vaqueiro foi morto. E assim, durante muitos anos, o momento era composto apenas pela missa religiosa, celebrada em frente ao monumento. As músicas entoadas na liturgia são todas de autoria do “Doutor do Baião”, Janduhy Finizola, como Gonzaga o chamava (observem que não são músicas litúrgicas).

Um ano depois, em 1974, a dupla inaugurou o Parque Nacional do Vaqueiro, hoje de propriedade da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A partir de então, a cerimônia religiosa passou a ser um dos principais eventos do calendário turístico de Pernambuco e a principal atividade econômica de Serrita.

A celebração se assemelha aos rituais católicos, (parece, mas não é!), mas com alguns toques especiais que caracterizam o espetáculo: no lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo. Mais de 1,5 mil vaqueiros participam da liturgia. Sobre a quantidade de visitantes, o número ultrapassa 60 mil pessoas.

Declaração Conjunta do Papa Francisco e do Patriarca Bartolomeu

Viagem do Papa Francisco à Turquia
Declaração Conjunta do Papa Francisco 
e do Patriarca Bartolomeu I
Domingo, 30 de novembro de 2014


Nós, Papa Francisco e Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, expressamos a nossa profunda gratidão a Deus pelo dom deste novo encontro, que nos permite celebrar juntos a Festa de São André, o primeiro-chamado e irmão do apóstolo Pedro, na presença dos membros do Santo Sínodo, do clero e dos fiéis do Patriarcado Ecumênico. A nossa recordação dos Apóstolos, que proclamaram ao mundo a feliz notícia do Evangelho através da sua pregação e do testemunho do martírio, revigora em nós o desejo de continuar a caminhar juntos a fim de superarmos, com amor e confiança, os obstáculos que nos dividem.

Por ocasião do encontro de Maio passado em Jerusalém, no qual recordamos o abraço histórico entre os nossos venerados predecessores Paulo VI e Patriarca Ecumênico Atenágoras, assinamos uma declaração conjunta. Hoje, na feliz ocasião de um novo encontro fraterno, queremos reafirmar, juntos, as nossas intenções e preocupações comuns.

Expressamos a nossa intenção sincera e firme de, em obediência à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo, intensificar os nossos esforços pela promoção da unidade plena entre todos os cristãos, e sobretudo entre católicos e ortodoxos. Além disso, queremos apoiar o diálogo teológico promovido pela Comissão Mista Internacional – instituída, exatamente há 35 anos, pelo Patriarca Ecumênico Dimitrios e o Papa João Paulo II aqui, no Fanar –, a qual se encontra atualmente a tratar das questões mais difíceis que marcaram a história da nossa divisão e que requerem um estudo cuidadoso e profundo. Por esta finalidade, asseguramos a nossa oração fervorosa como Pastores da Igreja, pedindo aos fiéis que se unam a nós na imploração comum para que «todos sejam um só (…) para que o mundo creia» (Jo 17, 21). 

Discurso do Papa na Divina Liturgia na Turquia


DISCURSO
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge
Domingo, 30 de novembro de 2014


Muitas vezes, como arcebispo de Buenos Aires, participei na Divina Liturgia das comunidades ortodoxas presentes naquela cidade, mas poder encontrar-me hoje nesta Igreja Patriarcal de São Jorge para a celebração do Santo Apóstolo André, o primeiro chamado e irmão de São Pedro, patrono do Patriarcado Ecuménico, é verdadeiramente uma graça singular que o Senhor me dá.

Encontrar-nos, olhar o rosto um do outro, trocar o abraço de paz, rezar um pelo outro são dimensões essenciais do caminho para o restabelecimento da plena comunhão para a qual tendemos. Tudo isto precede e acompanha constantemente a outra dimensão essencial do referido caminho que é o diálogo teológico. Um autêntico diálogo é sempre um encontro entre pessoas com um nome, um rosto, uma história, e não apenas um confronto de ideias.

Isto vale sobretudo para nós, cristãos, porque, para nós, a verdade é a pessoa de Jesus Cristo. O exemplo de Santo André – que, juntamente com outro discípulo, acolheu o convite do Divino Mestre: «Vinde e vereis» e «ficaram com Ele nesse dia» (Jo 1, 39) – mostra-nos claramente que a vida cristã é uma experiência pessoal, um encontro transformador com Aquele que nos ama e nos quer salvar. Também o anúncio cristão se difunde graças a pessoas que, apaixonadas por Cristo, não podem deixar de transmitir a alegria de serem amadas e salvas. Aqui, mais uma vez, é esclarecedor o exemplo do Apóstolo André. Depois de ter seguido Jesus até onde habitava e ter-se demorado com Ele, «encontrou primeiro o seu irmão Simão e disse-lhe: “Encontrámos o Messias!” – que quer dizer Cristo. E levou-o até Jesus» (Jo 1, 40-42). Fica, assim, claro que nem sequer o diálogo entre cristãos pode subtrair-se a esta lógica do encontro pessoal.

Discurso do Papa na Oração Ecumênica com Bartolomeu I


DISCURSO
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Oração Ecumênica na Sede do 
Patriarcado Ecumênico de Constantinopla
Sábado, 29 de novembro de 2014

Santidade, Irmão bem-amado!

A noite traz sempre consigo um sentimento misto de gratidão pelo dia vivido e de entrega trepidante à vista da noite que cai. Nesta noite, o meu espírito transborda de gratidão a Deus, que me concede estar aqui para rezar juntamente com Vossa Santidade e com esta Igreja irmã no final de um dia intenso de visita apostólica; e simultaneamente o meu espírito vive a expectativa do dia que liturgicamente começámos: a festa de Santo André Apóstolo, que é o Patrono desta Igreja.

Através das palavras do profeta Zacarias, o Senhor deu-nos mais uma vez, nesta oração vespertina, o fundamento que está na base da nossa tensão entre um hoje e um amanhã, a rocha firme sobre a qual podemos mover juntos os nossos passos com alegria e esperança; este alicerce rochoso é a promessa do Senhor: «Eis que eu salvo o meu povo do Oriente e do Ocidente (…) na fidelidade e justiça» (Zc 8, 7.8).

Sim, venerado e querido Irmão Bartolomeu, ao mesmo tempo que lhe exprimo o meu sincero «obrigado» pelo seu acolhimento fraterno, sinto que a nossa alegria é maior porque a fonte está mais além, não está em nós, não está no nosso compromisso e nos nossos esforços – que também existem, como de dever –, mas está na comum entrega à fidelidade de Deus, que lança as bases para a reconstrução do seu templo que é a Igreja (cf. Zc 8, 9). «Está aqui a semente da paz» (Zc 8, 12); está aqui a semente da alegria. Aquela paz e aquela alegria que o mundo não pode dar, mas que o Senhor Jesus prometeu aos seus discípulos e lha deu como Ressuscitado, no poder do Espírito Santo. 

Homilia do Papa na Catedral Santo Espírito, em Istambul


HOMILIA
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Missa na Catedral Santo Espírito
Sábado, 29 de novembro de 2014


No Evangelho, ao homem sedento de salvação, Jesus apresenta-Se como a fonte onde saciar a sede, a rocha da qual o Pai faz brotar rios de água viva para todos os que crêem n’Ele (cf. Jo 7, 38). Com esta profecia, proclamada publicamente em Jerusalém, Jesus preanuncia o dom do Espírito Santo que os seus discípulos hão-de receber após a sua glorificação, isto é, depois da sua morte e ressurreição (cf. v. 39).

O Espírito Santo é a alma da Igreja. Ele dá a vida, suscita os diversos carismas que enriquecem o povo de Deus e sobretudo cria a unidade entre os crentes: de muitos faz um único corpo, o corpo de Cristo. Toda a vida e missão da Igreja dependem do Espírito Santo; Ele tudo realiza.

A própria profissão de fé, como nos recorda São Paulo na primeira Leitura de hoje, só é possível porque sugerida pelo Espírito Santo: “Ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’, senão pelo Espírito Santo” (1 Cor 12, 3b). Quando rezamos, fazemo-lo porque o Espírito Santo suscita a oração no coração. Quando rompemos o círculo do nosso egoísmo, saímos de nós mesmos e nos aproximamos dos outros para encontrá-los, escutá-los, ajudá-los, foi o Espírito de Deus que nos impeliu. Quando descobrimos em nós uma capacidade inusual de perdoar, de amar a quem não gosta de nós, foi o Espírito que Se empossou de nós. Quando deixamos de lado as palavras de conveniência e nos dirigimos aos irmãos com aquela ternura que aquece o coração, fomos de certeza tocados pelo Espírito Santo.

É verdade! O Espírito Santo suscita os diversos carismas na Igreja; à primeira vista, isto parece criar desordem, mas na realidade, sob a sua guia, constitui uma imensa riqueza, porque o Espírito Santo é o Espírito de unidade, que não significa uniformidade. Só o Espírito Santo pode suscitar a diversidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade. Quando somos nós a querer fazer a diversidade e fechamo-nos nos nossos particularismos e exclusivismos, trazemos a divisão; e quando somos nós a querer fazer a unidade de acordo com os nossos projectos humanos, acabamos por trazer a uniformidade e a homologação. Se, pelo contrário, nos deixamos guiar pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade não se tornam jamais conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja. 

Discurso do Papa no encontro com líder religioso muçulmano


DISCURSO
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Visita ao presidente dos assuntos religiosos em Diyanet
Sexta-feira, 28 de novembro de 2014


Senhor Presidente,
Autoridades religiosas e civis,
Senhoras e senhores!

É para mim motivo de alegria encontrar-vos hoje, durante a minha visita ao vosso país. Agradeço ao Senhor Presidente deste importante Departamento o cordial convite, que me dá ocasião de falar com líderes políticos e religiosos, muçulmanos e cristãos.

É tradição que os Papas, quando visitamos diversos países no desempenho da própria missão, encontrem também as autoridades e as comunidades de outras religiões. Sem esta abertura ao encontro e ao diálogo, uma visita papal não corresponderia plenamente às suas finalidades, tal como as entendo eu na esteira dos meus venerados Antecessores. Nesta perspectiva, recordo com prazer de modo especial o encontro que o Papa Bento XVI teve, neste mesmo local, em Novembro de 2006.

Na verdade, as boas relações e o diálogo entre líderes religiosos revestem-se de grande importância. Constituem uma mensagem clara dirigida às respectivas comunidades, manifestando que, apesar das diferenças, são possíveis o respeito mútuo e a amizade. Esta, além de ser um valor em si mesma, adquire significado especial e importância acrescida num tempo de crises como o nosso; crises que se tornam, em algumas áreas do mundo,verdadeiros dramas para populações inteiras.

Com efeito, há guerras que semeiam vítimas e destruições, tensões e conflitos interétnicos e inter-religiosos, fome e pobreza que afligem centenas de milhões de pessoas, danos ao meio ambiente, ao ar, à água, à terra.

Discurso do Papa no encontro com autoridades na Turquia


DISCURSO
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Encontro com as Autoridades
Palácio Presidencial de Ancara
Sexta-feira, 28 de novembro de 2014


Senhor Presidente,
Senhor Primeiro-Ministro,
Ilustres Autoridades
Senhoras e senhores!

Sinto-me feliz por visitar o vosso país, rico de belezas naturais e de história, repleto de vestígios de civilizações antigas e ponte natural entre dois continentes e entre diferentes expressões culturais. Esta terra é amada por todo o cristão por ser o berço de São Paulo, que fundou aqui diversas comunidades cristãs; por ter acolhido os primeiros sete Concílios da Igreja e pela presença, perto de Éfeso, daquela que uma veneranda tradição considera a «casa de Maria», o lugar onde a Mãe de Jesus viveu durante alguns anos, meta da devoção de muitos peregrinos vindos de todos os cantos do mundo, não só cristãos, mas também muçulmanos.

Todavia as razões da consideração e apreço pela Turquia não se acham unicamente no seu passado, nos seus monumentos antigos, mas encontram-se na vitalidade do seu presente, na laboriosidade e generosidade do seu povo, no seu papel no concerto das nações.

Para mim é motivo de alegria a oportunidade que me é dada de prosseguir convosco um diálogo de amizade, estima e respeito, na senda traçada pelos meus antecessores, o Beato Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI; diálogo esse, preparado e favorecido por sua vez pela acção do então Delegado Apostólico Mons. Ângelo José Roncalli, mais tarde São João XXIII, e pelo Concílio Vaticano II.

Precisamos de um diálogo que aprofunde o conhecimento e valorize, com discernimento, as inúmeras coisas que temos em comum e que nos permita, ao mesmo tempo, considerar com ânimo sábio e sereno as diferenças para podermos também aprender com elas.

É preciso levar por diante, com paciência, o compromisso de construir uma paz sólida, assente no respeito pelos direitos fundamentais e deveres ligados com a dignidade do homem. Por esta estrada, é possível superar os preconceitos e falsos temores, deixando, ao contrário, espaço à estima, ao encontro, ao desenvolvimento das melhores energias em proveito de todos.

Para isso, é fundamental que os cidadãos muçulmanos, judeus e cristãos – tanto nas disposições legais, como na sua efectiva actuação – gozem dos mesmos direitos e respeitem os mesmos deveres. Assim, hão-de mais facilmente reconhecer-se como irmãos e companheiros de viagem, afastando cada vez mais as incompreensões e favorecendo a colaboração e o acordo. A liberdade religiosa e a liberdade de expressão, eficazmente garantidas a todos, estimularão o florescimento da amizade, tornando-se um sinal eloquente de paz.

sábado, 29 de novembro de 2014

Quiseram abortar o Chaves. Gentalha, gentalha!


Lá vem o Chaves, Chaves, Chaves! Lá vem ele para me arrancar o quinquagésimo sexto sorriso. E, desta vez, não foi tomando cascudos do Seu Madruga, falando suas doces asneiras ou arrumando barraco com a Chiquinha. Com grata surpresa, deparei-me dia desses com um vídeo em que Roberto Gómez Bolaños se declara contra o aborto e apoia uma campanha pró-vida.

O mais interessante é que ele revela que sua mãe foi aconselhada por um médico a abortá-lo, para que pudesse preservar a própria “saúde”. Já pensou que desgraça seria? Além do terrível assassinato de mais uma criança no ventre, o mundo ficaria sem o inesquecível e inigualável Chespirito! Pipipipipi…

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Papa envia carta aos consagrados pelo início do ano da vida consagrada


CARTA APOSTÓLICA
DO PAPA FRANCISCO
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS
PARA PROCLAMAÇÃO DO
ANO DA VIDA CONSAGRADA

Consagradas e consagrados caríssimos!

Escrevo-vos como Sucessor de Pedro, a quem o Senhor Jesus confiou a tarefa de confirmar na fé os seus irmãos (cf. Lc 22, 32), e escrevo-vos como vosso irmão, consagrado a Deus como vós.

Juntos, damos graças ao Pai, que nos chamou para seguir Jesus na plena adesão ao seu Evangelho e no serviço da Igreja e derramou nos nossos corações o Espírito Santo que nos dá alegria e nos faz dar testemunho ao mundo inteiro do seu amor e da sua misericórdia.

Fazendo-me eco do sentir de muitos de vós e da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, por ocasião do quinquagésimo aniversário da Constituição dogmática Lumen gentium sobre a Igreja, que no capítulo VI trata dos religiosos, bem como do Decreto Perfectae caritatis sobre a renovação da vida religiosa, decidi proclamar um Ano da Vida Consagrada. Terá início no dia 30 do corrente mês de Novembro, I Domingo de Advento, e terminará com a festa da Apresentação de Jesus no Templo a 2 de Fevereiro de 2016.

Depois de ter ouvido a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, indiquei como objectivos para este Ano os mesmos que São João Paulo II propusera à Igreja no início do terceiro milénio, retomando, de certa forma, aquilo que já havia indicado na Exortação pós-sinodal Vita consecrata: «Vós não tendes apenas uma história gloriosa para recordar e narrar, mas uma grande história a construir! Olhai para o futuro, para o qual vos projecta o Espírito a fim de realizar convosco ainda coisas maiores» (n. 110).

– I –

Os objectivos do Ano da Vida Consagrada

1. O primeiro objectivo é olhar com gratidão o passado. Cada um dos nossos Institutos provém duma rica história carismática. Nas suas origens, está presente a acção de Deus que, no seu Espírito, chama algumas pessoas para seguirem de perto a Cristo, traduzirem o Evangelho numa forma particular de vida, lerem com os olhos da fé os sinais dos tempos, responderem criativamente às necessidades da Igreja. Depois a experiência dos inícios cresceu e desenvolveu-se, tocando outros membros em novos contextos geográficos e culturais, dando vida a modos novos de implementar o carisma, a novas iniciativas e expressões de caridade apostólica. É como a semente que se torna árvore alargando os seus ramos.

Neste Ano, será oportuno que cada família carismática recorde os seus inícios e o seu desenvolvimento histórico, para agradecer a Deus que deste modo ofereceu à Igreja tantos dons que a tornam bela e habilitada para toda a boa obra (cf. Lumen gentium, 12).

Repassar a própria história é indispensável para manter viva a identidade e também robustecer a unidade da família e o sentido de pertença dos seus membros. Não se trata de fazer arqueologia nem cultivar inúteis nostalgias, mas de repercorrer o caminho das gerações passadas para nele captar a centelha inspiradora, os ideais, os projectos, os valores que as moveram, a começar dos Fundadores, das Fundadoras e das primeiras comunidades. É uma forma também para se tomar consciência de como foi vivido o carisma ao longo da história, que criatividade desencadeou, que dificuldades teve de enfrentar e como foram superadas. Poder-se-á descobrir incoerências, fruto das fraquezas humanas, e talvez mesmo qualquer esquecimento de alguns aspectos essenciais do carisma. Tudo é instrutivo, tornando-se simultaneamente apelo à conversão. Narrar a própria história é louvar a Deus e agradecer-Lhe por todos os seus dons.

De modo particular, agradecemos-Lhe por estes últimos 50 anos após o Concílio Vaticano II, que representou uma «ventania» do Espírito Santo sobre toda a Igreja; graças ao Concílio, de facto, a vida consagrada empreendeu um fecundo caminho de renovação, o qual, com as suas luzes e sombras, foi um tempo de graça, marcado pela presença do Espírito.

Que este Ano da Vida Consagrada seja ocasião também para confessar, com humildade e simultaneamente grande confiança em Deus Amor (cf. 1 Jo 4, 8), a própria fragilidade e para a viver como experiência do amor misericordioso do Senhor; ocasião para gritar ao mundo com força e testemunhar com alegria a santidade e a vitalidade presentes na maioria daqueles que foram chamados a seguir Cristo na vida consagrada. 

Começam os preparativos para o Natal!


Neste final de semana, com o primeiro domingo do Advento, a Igreja dá início à preparação para o Natal. Serão quatro semanas de expectativa para a celebração do encontro de Deus conosco, uma vez que o Natal é a festa do encontro da vida divina na vida humana.

A realização do encontro vai depender da nossa preparação e da nossa disposição em acolher ao Deus que vem. Ele quer se encontrar conosco e para isso precisa também ser encontrado por nós.

A preparação ao Natal pode se dar de diferentes maneiras e em diferentes níveis.

Em primeiro lugar, ela deve se dar no coração de cada pessoa. A pessoa é que precisa se predispor para acolher a mensagem do Natal. Sem esta predisposição pessoal, não acontecerá o encontro com Deus e a mensagem do Natal não representará nenhuma mudança de atitude.

Em segundo lugar, a preparação deve acontecer na família. O primeiro Natal aconteceu na família de Nazaré, como prova de que Deus ama e abençoa as famílias. A família é o espaço sagrado que Deus escolheu para manifestar a vida divina na vida humana. Pergunto a você, meu irmão e minha irmã: a sua família é hoje este espaço sagrado, este santuário da vida onde o Menino Jesus pode renascer?

Em terceiro lugar, a Diocese de Santa Cruz do Sul propõe a preparação nos grupos de família. Para isso foi elaborado um roteiro com três encontros nos grupos, onde famílias vizinhas se reúnem para rezar, conversar e aprofundar o sentido do Natal. Seria desejável que todas as famílias se reunissem na vizinhança para realizar estes encontros. Desta forma iremos firmar os laços de fraternidade e solidariedade, superando desavenças e nos unindo na superação daqueles problemas que são comuns aos moradores de um mesmo lugar.

Homofobia: perseguição religiosa à vista?


Por muito tempo, tramitou no Congresso Nacional o Projeto de Lei 122 (PL 122) que foi batizado por seus próprios arautos como “Lei da homofobia”.

Derrotado entre os parlamentares devido à grande pressão popular – só o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (IPCO) coletou cerca de 3 milhões de assinaturas contrárias ao Projeto –, combatentes da família natural conseguiram apensar o básico do antigo PL 122 ao projeto de reforma do Código Penal.

De nossa parte, queremos deixar registrado para a história que a “lei da homofobia” – termo fabricado por hábil manipulação da linguagem – parece bastante inútil do ponto de vista jurídico, mas extremamente fundamental para mover uma perseguição religiosa sem precedentes no Brasil. Detalhemos essa afirmação. 

Superemos o pavor da morte com o pensamento da imortalidade


Lembremo-nos de que devemos fazer a vontade de Deus e não a nossa, de acordo com a oração que o Senhor ordenou ser rezada diariamente. Que coisa mais fora de propósito, mais absurda: pedimos que a vontade de Deus seja feita e quando ele nos chama e nos convida a deixar este mundo, não obedecemos logo à sua ordem! Resistimos, relutamos e, quais escravos rebeldes, somos levados cheios de tristeza à presença de Deus, saindo daqui constrangidos pela necessidade, não por vontade dócil. E ainda queremos ser honrados com os prêmios celestes a que chegamos de má vontade. Por que então oramos e pedimos que venha o reino dos céus, se o cativeiro terreno nos encanta? Por que, com preces frequentemente repetidas, suplicamos que se apresse o dia do reino, se maior desejo e mais forte vontade são servir aqui ao demônio do que reinar com Cristo?

Se o mundo odeia o cristão, por que tu o amas, a ele que te aborrece, e não preferes seguir a Cristo que te remiu e te ama? João em sua carta clama, fala e exorta a que não amemos o mundo, deixando-nos levar pelos desejos da carne: Não ameis o mundo nem o que é do mundo. Quem ama o mundo não tem em si a caridade do Pai; porque tudo quanto é do mundo é concupiscência dos olhos e ambição temporal. O mundo passará e sua concupiscência; quem, porém, fizer a vontade de Deus, permanecerá eternamente (cf. 1Jo 2,15-17). Ao contrário, tenhamos antes, irmãos diletos, íntegro entendimento, fé firme, virtude sólida, preparados para qualquer desígnio de Deus. Repelido o pavor da morte, pensemos na imortalidade que se lhe seguirá. Com isso, manifestamos ser aquilo que acreditamos. Irmãos caríssimos, importa meditar e pensar amiúde em que já renunciamos ao mundo e vivemos aqui provisoriamente como peregrinos e hóspedes. Abracemos o dia que designará a cada um sua morada, restituindo-nos ao paraíso e ao reino, uma vez arrebatados daqui e quebrados os laços terrenos. Qual o peregrino que não se apressa em voltar à pátria? Nossa pátria é o paraíso. O grande número de nossos queridos ali nos espera: pais, irmãos, filhos. Deseja estar conosco para sempre a grande multidão já segura de sua salvação, ainda solícita pela nossa. Quanta alegria para eles e para nós chegarmos nós até eles e a seu abraço! Que prazer estar ali, no reino celeste, sem medo da morte, tendo a vida para sempre! Que imensa e inesgotável felicidade! 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Igreja não é uma realidade estática, com fim em si mesma, mas está continuamente rumo ao Reino dos céus, diz o Papa.


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Um pouco bruto o dia, mas vocês são corajosos, parabéns! Esperamos rezar juntos hoje.

Ao apresentar a Igreja aos homens do nosso tempo, o Concílio Vaticano II tinha bem presente uma verdade fundamental, que não se pode nunca esquecer: a Igreja não é uma realidade estática, parada, com fim em si mesma, mas está continuamente em caminho na história, rumo à meta última e maravilhosa que é o Reino dos céus, do qual a Igreja na terra é a semente e o início (cfr. Conc. Ecum. Vat. II, Cost. dog. sobre a Igreja Lumen gentium, 5). Quando nos dirigimos para este horizonte, percebemos que a nossa imaginação bloqueia, revelando-se capaz apenas de intuir o esplendor do mistério que supera os nossos sentidos. E surgem espontaneamente em nós algumas perguntas: quando acontecerá esta passagem final? Como será a nova dimensão na qual a Igreja entrará? O que será, então, da humanidade? E da criação que nos circunda? Mas estas perguntas não são novas, os discípulos já as haviam feito a Jesus naquele tempo: “Mas quando isso acontecerá? Quando será o triunfo do Espírito sobre a criação, sobre o criado, sobre tudo…” São perguntas.  humanas, perguntas antigas. Também nós fazemos estas perguntas.

1. A Constituição conciliar gaugium et spes, diante dessas interrogações que ressoam desde sempre no coração do homem, afirma: “Ignoramos o tempo em que terão fim a terra e a humanidade, e não sabemos o modo em que será transformado o universo. Passa certamente o aspecto desse mundo, deformado pelo pecado. Sabemos, porém, pela Revelação, que Deus prepara uma nova habitação e uma terra nova, em que habita a justiça e cuja felicidade saciará abundantemente todos os desejos de paz que surgem no coração dos homens” (n. 39). Eis a meta à qual tende a Igreja: é, como diz a Bíblia, a “Nova Jerusalém”, o “Paraíso”. Mais que um lugar, trata-se de um “estado” da alma em que as nossas expectativas mais profundas serão realizadas de modo superabundante e o nosso ser, como criaturas e como filhos de Deus, chegará à plena maturidade. Seremos finalmente revestidos pela alegria, pela paz e pelo amor de Deus de modo completo, sem mais limite algum, e estaremos face a face com Ele! (cfr 1 Cor 13, 12). É belo pensar nisto, pensar no Céu. Todos nós nos encontraremos lá, todos. É belo, dá força à alma.

2. Nesta perspectiva, é belo perceber como há uma continuidade e uma comunhão de fundo entre a Igreja que está no Céu e aquela ainda em caminho na terra. Aqueles que já vivem na presença de Deus podem, de fato, nos apoiar e interceder por nós, rezar por nós. Por outro lado, também nós somos sempre convidados a oferecer obras boas, orações e a própria Eucaristia para aliviar a tribulação das almas que ainda estão à espera da beatitude sem fim. Sim, porque na perspectiva cristã, a distinção não é entre quem já está morto e quem ainda não está, mas entre quem está em Cristo e quem não o está! Este é o elemento determinante, realmente decisivo para a nossa salvação e para a nossa felicidade. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Participe do concurso para ilustrar o cartaz da Semana Nacional de Oração pela Unidade dos Cristãos 2015


O CONSELHO NACIONAL DE IGREJAS CRISTÃS DO BRASIL lança concurso para escolher o cartaz que ilustrará as peças de divulgação (virtuais e impressas, do CONIC e parceiros) da Semana Nacional de Oração pela Unidade dos Cristãos e Cristãs.

Tema da Semana:
Dá-me um pouco da tua água (Jo 4.7)

1.  O QUE ENVIAR?

Para concorrer, o participante precisa encaminhar:

- Um cartaz, já finalizado, que reflita o tema da Semana.

Obs.: todo material encaminhado deve ter escrito, de forma inequívoca, seja no rodapé, topo ou mesmo centralizado, a seguinte frase: Dá-me um pouco da tua água (Jo 4.7)

2.  EM QUAL FORMATO ENVIAR?

O cartaz poderá conter desenhos, fotografias e artes (pintura, colagem, montagem) e deverá ser encaminhado em formato JPG (exclusivamente), com resolução de 300 DPI (exclusivamente), sendo 3000px de largura e 4000px de altura.

3.  REGRAS SOBRE A PREMIAÇÃO:

A premiação deste Concurso será a divulgação do cartaz nas peças de divulgação (virtuais e/ou impressas, do CONIC e parceiros), com os créditos do(s) autor(es).

Obs.: não haverá premiação em dinheiro. 

Salvador (BA): terreiros vão ter os mesmos direitos que igrejas


O Diário Oficial do Município (DOM) de Salvador (BA) publicou, no dia 21, decreto assinado pelo prefeito ACM Neto que reconhece os terreiros de candomblé para fins jurídicos e administrativos, a exemplo do que já ocorre com outros templos religiosos, como as igrejas.

Na prática, com esse decreto, as organizações ligadas aos povos e comunidades de terreiros passam a ter benefícios tributários, inclusive imunidade.

O decreto foi assinado pelo prefeito durante a inauguração do novo Observatório Permanente da Discriminação Racial e Violência contra LGBT, localizado no Clube de Engenharia, na Rua Carlos Gomes. Além de benefícios tributários, os terreiros terão mais facilidade para fazer regularização fundiária e se organizar juridicamente como instituições.

Além dos terreiros, serão beneficiados povos e comunidades como Unzon, Mansu, Centros de Caboclo, Centros de Umbanda, Kimbanda, Ilê, Ilê Axé, Kwé e Humpame.

Igreja submersa volta a aparecer por causa da estiagem, em Petrolândia


Há 26 anos a velha cidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco, foi inundada para a construção da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga. Após a inundação, apenas o topo da Igreja do Sagrado Coração de Jesus ficou visível. Hoje, por conta da estiagem, o volume do Lago de Itaparica reduziu e praticamente metade da estrutura do templo pode ser visualizada. As algarobas ao redor da construção também podem ser vistas, bem como uma caixa d'água de uma escola da velha cidade. A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) informa que o volume útil da barragem atualmente é de aproximadamente 16%. No último período chuvoso, o armazenamento máximo do reservatório de Itaparica foi de 44,3%.

A situação prejudica as principais atividades econômicas do lugar. A agricultura, baseada na fruticultura irrigada, registrou uma baixa na produção. Dos aproximadamente 2.000 agricultores, praticamente todos tem a terra mas não estão plantando mais nada. "As estações de bombeamento dos perímetros irrigados já não conseguem captar a água suficiente para atender a demanda dos plantios que existem. Isso já paralisou a produção do município e apenas fruteiras que já estavam produzindo continuam a produção", explica ao G1 o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Pesca, Rogério Viana. Para a agricultora Joana Nogueira fica a tristeza de não poder continuar o cultivo. "Tenho minha propriedade e sou impedida de plantar no meu próprio lote porque não é garantido a água", conta.

domingo, 23 de novembro de 2014

WhatsApp, ajuda ou obstáculo para compreender Deus?


Não é a primeira vez que WhatsApp se torna notícia: no final de fevereiro de 2014, três dias após o famoso serviço de mensagem ter sido comprado pelo Facebook, parou de funcionar por algumas horas. As massivas reações refletidas nas redes sociais envolvendo o fato comprovaram a capacidade que WhatsApp tem de gerar uma claríssima dependência global.

WhatsApp é um programa que utiliza a Internet principalmente para enviar mensagens instantâneas e fotos. Ele é usado especialmente em telefones celulares.

WhatsApp voltou ao centro da atenção mundial quando, em meados de novembro de 2014 habilitou um sistema que permite saber se o destinatário das mensagens enviadas pelo sistema leu ou não: se o remetente vê em seu telefone dois “risquinhos azuis” significa que o receptor leu a mensagem.

Já em 2013, um estudo da "Cyberpsychology: Journal of Psychosocial Research on Cyberspace" mostrava que o WhatsApp tinha sido motivo para a ruptura de uns 28 milhões de casais. As pessoas enviavam mensagens, mas também esperavam uma resposta imediata. Com a nova modalidade de comprovar a leitura das mensagens essa "expectativa de resposta" fica ainda mais acentuada e, compreensivelmente, com consequências não só nas relações dos namorados.

Sabe-se que, como sugerido por alguns psicólogos (por exemplo, Henry Echeburúa, da Universidade do País Vasco) WhatsApp pode gerar o mesmo vício de uma droga. Uma droga que apresenta sintomas externos, como a incapacidade de não só ficar vendo permanentemente o telefone durante o dia, mas também durante a noite; droga que incapacita para relacionar-se e olhar nos olhos do outro; droga que faz experimentar sensações como a impressão de que o telefone vibra sempre ou que cria a necessidade de estar sempre conectado, disponível e reagindo imediatamente aos estímulos que vêm “do outro lado do telefone". De acordo com o estudo "A Comunicação dos estudantes por meio do WhatsApp”, um a cada três estudantes de 15 a 19 anos usa o WhatsApp em média durante seis horas por dia... 

Em geral, as redes sociais e serviços de mensagens instantâneas como o WhatsApp criaram uma "forma mentis" nova nos modos e tempos de interação humana. Sendo estes estímulos sincrônicos e intempestivos exigem, para muitos, uma forma de resposta nas mesmas categorias.

Que isso passe depois ao âmbito dos sentimentos só é um reflexo de que, na verdade, as experiências digitais supõem também reações afetivas que suscitam rejeição ou reforçam laços humanos porque, em última análise, as tecnologias são o que são os seres humanos que as usam. 

Falso cardeal engana fiéis em São Paulo


Aos Padres e Religiosos
Arquidiocese de São Paulo

Caríssimos,

Infelizmente, mais uma vez devo chamar a atenção para um falso “eclesiástico” em circulação pela cidade de São Paulo e outras localidades. Ele já se apresentou, em meados de outubro, na diocese de Mogi das Cruzes, como “monge cartuxo”; depois apresentou-se aqui em São Paulo, como “Visitador Apóstólico” de certa Abadia do interior do Estado... E usou a falsa identidade de “bispo de Osnabrück, Alemanha, Dom Franz-Josef Bode”, assinando com esse nome. Essa diocese existe e o seu bispo, de fato, tem esse nome; mas a foto do bispo é bem outra.

Apresenta-se ainda como “Fr. André Cardeal von Hohenzollern, Ordem dos Cartuxos, Arcebispo nomeado de São Paulo”. Fala com forte sotaque alemão; tem se apresentado com túnica e estola no braço...

De fato, trata-se de Wolfgang Schuler, um senhor alemão, perto dos 70 anos de idade, que já teve passagens pela polícia no Estado da Bahia, especialmente em Salvador, há alguns anos (2004; 2007); foi preso e extraditado para a Alemanha. Informações sobre ele podem ser lidas na Internet.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Papa Francisco: não deixar celebrar casamento com missa é "pecado de escândalo"


A Igreja nunca seja um comércio, pois a redenção de Cristo é gratuita. Esta foi a mensagem de hoje do Papa Francisco na missa em Santa Marta, na Festa Litúrgica da Apresentação da Virgem Santa Maria no Templo.

Na sua breve reflexão, o Papa sublinhou a Liturgia de hoje que propõe a passagem evangélica na qual Jesus expulsa os vendilhões do Templo, que transformam a casa de oração em covil de ladrões. Este gesto de Jesus é um verdadeiro ato de purificação: o Templo tinha sido profanado e, como tal, também o Povo de Deus, profanado com o grande pecado do escândalo. E o Papa acrescentou que este tipo de comportamento pode escandalizar o povo, mesmo hoje em dia. Quantas vezes, ao entrarmos na igreja, deparamos com uma lista de preços: batizados, bênçãos, intenções de Missa afirmou o Santo Padre que contou uma pequena história.

"Uma vez, recentemente ordenado, eu estava com um grupo de universitários, e um casal queria se casar. Tinham ido a uma paróquia: mas queria casar-se com Missa. E lá, o secretário paroquial disse: - ‘Não é possível’. Mas porque não se pode casar com Missa? Se o Concílio recomenda fazer sempre com a Missa...’. ‘Não é possível porque não podemos passar de 20 minutos’. - ‘Mas por quê’? – ‘Porque tem outros horários marcados’. – ‘Mas nós queremos a Missa’. – ‘Então vocês devem pagar dois horários’. E para casar com Missa tiveram que pagar dois horários. Este é um pecado de escândalo". 

Padre excomungado ataca Papa Francisco em vídeo


O padre Beto, que teve sua excomunhão aceita pela Santa Sé, fez um vídeo intitulado “E ai Papa?” no qual não esconde sua decepção com Francisco.

Posando de pobre vitima da Igreja opressora, Beto tenta chamar a atenção de Sua Santidade Francisco usando um tom irônico e agressivo. No vídeo o padre dispensa todos os títulos de veneração ao Papa e resolve falar de igual para igual. Alias, é importante perguntar: quem é o Papa na cabeça de Beto, não seria ele mesmo o Papa?. Talvez movido pelo sentimento que teria seu papado usurpado por Francisco, aponta o dedo para a câmera e diz: “O interessante é que você desde o inicio de seu papado vem se mostrando aberto a pelo menos ao dialogo. E, de repente vem a ratificação de minha excomunhão”.

Aproveitando para fazer seu marketing pessoal, afinal Francisco provavelmente não assistirá tal vídeo, Beto declara que é um teólogo e como tal teve que refletir de temas que “estão por aí” e conclui: “por que fui excomungado?”, indaga o pe. Beto. Evidentemente Beto se põe no papel de sociólogo, mas diz que essa “reflexão” é o papel de um teólogo.

Prosseguindo sua linha de desaforos, Beto declara que caso Francisco tenha assinado (como de fato fez) sua excomunhão, logo ele é incoerente, pois não excomunga os padres pedófilos. Ora, como bom teólogo, que declarou ser no vídeo, Beto deveria saber a diferença de graduação dos pecados e o porque existe uma medida disciplinar da excomunhão. Se estivesse feito uma catequese básica em qualquer paróquia, sabia que a excomunhão e o pecado grave se resolvem no confessionário.  Mas, Betinho não quer saber de voltar atrás e nos faz refletir: Afinal, é a fé que se dobra ao homem e assume o relativismo como única face possível ou é o homem que adere a fé e acredita, ao menos, em tudo que constitui o seu cerne? 

Solenidade de Cristo Rei


A celebração da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, fecha o Ano Litúrgico. Neste período, meditamos, sobretudo, no mistério de Sua vida, Sua pregação e o anúncio do Reino de Deus. Esta festa celebra Cristo como o rei bondoso e singelo que, como pastor, guia a sua Igreja peregrina para o Reino Celestial e lhe outorga a comunhão com este Reino para que possa transformar o mundo no qual peregrina. Neste final de semana, comemoramos ainda o Dia Nacional do Cristão Leigo e Leiga. Abriremos também a Campanha para a Evangelização: Cristo é a nossa Paz! Em nossa Arquidiocese iremos celebrar a Segunda Festa da Unidade Arquidiocesana, por isso estamos esperando as forças vivas da nossa Igreja na Catedral para o Dia da Unidade, entre 13hs e 19hs, com a celebração da Santa Eucaristia. Na semana que se iniciará também iremos comemorar o Dia Nacional de Ação de Graças. Em todas as nossas atividades deve reinar o Senhor Jesus Cristo!

Cristo Rei anuncia a Verdade e essa Verdade é a luz que ilumina o caminho amoroso que Ele traçou com sua Via Crucis para o Reino de Deus. "Tu o dizes: eu sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade escuta minha voz." (Jo 18, 37). Jesus nos revela sua missão reconciliadora de anunciar a verdade ante o engano do pecado. Assim como o demônio tentou Eva com enganos e mentiras, agora Deus mesmo se faz homem e devolve à humanidade a possibilidade de retornar ao Reino, quando qual Cordeiro se sacrifica amorosamente na cruz.

Durante o anúncio do Reino, Jesus nos mostra o que este significa para nós como Salvação, Revelação e Reconciliação ante a mentira mortal do pecado que existe no mundo. Jesus responde a Pilatos quando este lhe pergunta se na verdade Ele é o Rei dos judeus: "Meu Reino não é deste mundo. Se meu Reino fosse deste mundo, meus súditos teriam combatido para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas meu Reino não é daqui" (Jo 18,36). Jesus não é o Rei de um mundo de medo, mentira e pecado, Ele é o Rei do Reino de Deus que traz e ao que nos conduz. A possibilidade de alcançar o Reino de Deus foi estabelecida por Jesus Cristo ao nos deixar o Espírito Santo, que nos concede as graças necessárias para obter a Santidade e transformar o mundo no amor. 

Discurso do Papa à conferência da FAO sobre nutrição


DISCURSO
Visita do Papa Francisco à sede da FAO, em Roma,
 por ocasião da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição
Sede da FAO – Roma
Quinta-feira, 20 de novembro de 2014


Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores,

Com sentimento de respeito e apreço, apresento-me hoje aqui, na Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição. Agradeço-lhe, senhor Presidente, a calorosa acolhida e as palavras de boas-vindas que me dirigiu. Saúdo cordialmente o Diretor-Geral da FAO, o Prof. José Graziano da Silva, e a Diretora-Geral da OMS, a Dra. Margaret Chan, e alegra-me a sua decisão de reunir nesta Conferência representantes de Estados, instituições internacionais, organizações da sociedade civil, do mundo da agricultura e do setor privado, com a finalidade de estudar juntos as formas de intervenção para garantir a nutrição, assim como as mudanças necessárias que devem ser acrescentadas às estratégias atuais. A total unidade de propósitos e de obras, mas, sobretudo, o espírito de fraternidade, podem ser decisivos para soluções adequadas. A Igreja, como vocês sabem, sempre procura estar atenta e solícita em relação a tudo o que se refere ao bem-estar espiritual e material das pessoas, primeiramente das que vivem marginalizadas e estão excluídas, para que sua segurança e dignidade sejam garantidas.

1. Os destinos de cada nação estão mais do que nunca entrelaçados entre si, como os membros de uma mesma família, que dependem uns dos outros. Porém, vivemos numa época em que as relações entre as nações estão demasiadas danificadas pela suspeita recíproca, que às vezes se converte em formas de agressão bélica e econômica, mina a amizade entre irmãos e rechaça ou descarta quem já está excluído. Conhece bem esta realidade quem carece do pão cotidiano e de um trabalho decente. Esta é a situação do mundo, em que é preciso reconhecer os limites de visões baseadas na soberania de cada um dos Estados, entendida como absoluta, e nos interesses nacionais, condicionados frequentemente por poucos grupos de poder. Isso está bem explicitado na leitura da agenda de trabalho dos senhores, para elaborar novas normas e maiores compromissos para alimentar o mundo. Nesta perspectiva, espero que, na formulação desses compromissos, os Estados se inspirem na convicção de que o direito à alimentação só será garantido se nos preocuparmos com o sujeito real, ou seja, com a pessoa que sofre os efeitos da fome e da desnutrição.

Hoje em dia se fala muito em direitos, esquecendo com frequência os deveres; talvez nos preocupemos muito pouco com os que passam fome. Além disso, dói constatar que a luta contra a fome e a desnutrição é dificultada pela «prioridade do mercado» e pela «preeminência da ganância», que reduziram os alimentos a uma mercadoria qualquer, sujeita à especulação, inclusive financeira. E enquanto se fala de novos direitos, o faminto está aí, na esquina da rua, e pede um documento de identidade, ser considerado em sua condição, receber uma alimentação de base saudável. Pede-nos dignidade, não esmola.

Catequese do Papa sobre o chamado à santidade

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 19 de novembro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Um grande dom do Concílio Vaticano II foi aquele de ter recuperado uma visão de Igreja fundada na comunhão e de ter interpretado também o princípio da autoridade e da hierarquia em tal perspectiva. Isto nos ajudou a entender melhor que todos os cristãos, enquanto batizados, têm igual dignidade diante do Senhor e têm em comum a mesma vocação, que é aquela à santidade (cfr Cost. Lumen gentium, 39-42). Agora nos perguntamos: em que consiste essa vocação universal a ser santos? E como podemos realizá-la?

1. Antes de tudo devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nós procuramos, que obtemos com as nossas qualidades e as nossas capacidades. A santidade é um dom, é o dom que nos dá o Senhor Jesus, quando nos toma consigo e nos reveste de si mesmo, torna-nos como Ele. Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que “Cristo amou a Igreja e deu a si mesmo por ela, para torná-la santa” (Ef 5, 25-26). Bem, realmente a santidade é a face mais bela da Igreja, a face mais bela: é nos recobrir em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor. Entende-se, então, que a santidade não é uma prerrogativa somente de alguns: a santidade é um dom que é oferecido a todos, ninguém excluído, pelo qual constitui o caráter distintivo de cada cristão.

2. Tudo isso nos faz compreender que, para ser santos, não é preciso necessariamente ser bispo, padre ou religioso: não, todos somos chamados a nos tornar santos! Tantas vezes, depois, somos tentados a pensar que a santidade seja reservada somente àqueles que têm a possibilidade de destacar-se dos assuntos ordinários, por dedicar-se exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e fazer cara de imagem. Não! Não é isto a santidade! A santidade é algo maior, mais profundo que Deus nos dá. Antes, é justamente vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho cristão nas ocupações de cada dia que somos chamados a nos tornar santos. E cada um nas condições e no estado de vida em que se encontra. Mas você é consagrado, é consagrada? Seja santo vivendo com alegria a tua doação e o teu ministério. É casado? Seja santo amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. É um batizado não-casado? Seja santo cumprindo com honestidade e competência o seu trabalho e oferecendo tempo ao serviço aos irmãos. “Mas, padre, eu trabalho em uma fábrica; eu trabalho como contador, sempre com os números, ali não se pode ser santo…” – “Sim, pode! Ali onde você trabalha você pode se tornar santo. Deus te dá a graça de se tornar santo. Deus se comunica a você”. Sempre em cada lugar é possível tornar-se santo, isso é, pode-se abrir a esta graça que nos trabalha por dentro e nos leva à santidade. Você é pai ou avô? Seja santo ensinando com paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é preciso tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó, é preciso tanta paciência e nesta paciência vem a santidade: exercitando a paciência. Você é catequista, educador ou voluntário? Seja santo tornando-se sinal visível do amor de Deus e da sua presença próxima a nós. Então: cada estado de vida leva à santidade, sempre! Na sua casa, na estrada, no trabalho, na Igreja, naquele momento e no teu estado de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não desanimem de andar neste caminho. É o próprio Deus que nos dá a graça. O Senhor só pede isto: que nós estejamos em comunhão com Ele e a serviço dos irmãos.