sábado, 28 de fevereiro de 2015

Primeira pregação da Quaresma 2015: 'A alegria do Evangelho enche o coração e a vida'.


Primeira Pregação de Quaresma - 2015
“A ALEGRIA DO EVANGELHO PREENCHE O CORAÇÃO E A VIDA”
Reflexões sobre a “Evangelii gaudium”, do papa Francisco


Gostaria de aproveitar a ausência do Santo Padre, nesta primeira meditação da Quaresma, para propor uma reflexão sobre a sua exortação apostólica Evangelii Gaudium (EG), que eu não me atreveria a fazer em presença dele. Não será, é claro, um comentário sistemático, e sim uma reflexão em conjunto, procurando assimilar alguns dos seus pontos cruciais.

1. O encontro pessoal com Jesus de Nazaré

Escrita em conclusão do sínodo dos bispos sobre a nova evangelização, a exortação apresenta três polos de interesse interligados: o sujeito, o objeto e o método de evangelização, ou seja, quem deve evangelizar, o que se deve evangelizar e como se deve evangelizar. Sobre o sujeito evangelizador, o papa diz que se trata de todos os batizados:

"Em virtude do batismo recebido, todos os membros do povo de Deus se tornaram discípulos missionários (cf. Mt 28,19). Todo batizado, seja qual for a sua função na Igreja e o nível de instrução da sua fé, é um sujeito ativo da evangelização e seria inadequado pensar num esquema de evangelização realizado por atores qualificados e no qual o resto do povo fiel fosse apenas receptor das suas ações. A nova evangelização tem de envolver um novo protagonismo de cada um dos batizados" (nº 120).

Esta afirmação não é nova. Ela já tinha sido feita pelo beato Paulo VI na Evangelii nuntiandi e por São João Paulo II na Christifideles laici. Bento XVI também insistiu no papel especial de evangelização reservado à família[1]. Antes ainda, o chamado universal a evangelizar tinha sido proclamado pelo decreto Apostolicam actuositatem, do Concílio Vaticano II. Certa vez, ouvi um leigo norte-americano começar assim um discurso de evangelização: "Dois mil e quinhentos bispos, reunidos no Vaticano, me escreveram pedindo para vir anunciar o Evangelho a vocês". Todos, é claro, ficaram curiosos para saber quem era aquele homem. E ele então, cheio de bom humor, explicou que os dois mil e quinhentos bispos eram os que tinham participado do Concílio Vaticano II e escrito o documento sobre o apostolado dos leigos. Ele estava absolutamente certo: aquele documento não era genérico, mas dirigido a todos os batizados e ele o considerava justamente como dirigido a ele em pessoa.

Não é, portanto, neste ponto que se deve procurar a novidade da EG do papa Francisco. Ele apenas reitera o que seus antecessores tinham inculcado repetidamente. A novidade tem de ser buscada em outro lugar, no apelo que ele faz aos leitores no início da carta e que, penso eu, constitui o coração de todo o documento:

"Convido todos os cristãos, de todo lugar e situação, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo, ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de procurá-lo todos os dias com firmeza. Não há motivo para que alguém ache que este convite não é para ele" (EG, nº 3).

Isto quer dizer que o objetivo último da evangelização não é a transmissão de uma doutrina, mas o encontro com uma pessoa, Jesus Cristo. A possibilidade de tal encontro cara a cara depende do fato de que, ressuscitado, Jesus está vivo e quer andar ao lado de cada crente, do mesmo jeito que andou ao lado dos dois discípulos na estrada para Emaús; mais ainda, do mesmo jeito que estava presente no coração de ambos quando eles voltavam para Jerusalém, depois de recebê-lo na partilha do pão. 

Conheça os assírios: cristãos perseguidos pelo Estado Islâmico


Os assírios, atacados por jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), formam uma antiga comunidade cristã cuja presença na Síria é recente, em função dos massacres que sofreram no Iraque.

Esta comunidade faz parte das muitas que formam o mosaico de cristãos do Oriente e se destaca como sendo os descendentes do antigo império assírio estabelecido na Mesopotâmia, muito antes da introdução do cristianismo e do Islã.

Os assírios são cristãos nestorianos, uma corrente do cristianismo condenada pelo Concílio de Éfeso em 431, devido às diferenças sobre a dupla natureza, divina e humana, de Cristo.

Segundo a tradição, foram os apóstolos Tomé e Judas Tadeu que evangelizaram a Mesopotâmia. Em 37, Judas Tadeu se tornou o primeiro bispo de Seleucia-Ctesiphon, a capital dos partas, perto da atual Bagdá, enquanto Tomé partiu para a Índia.

O que é certo, porém, é que, desde o final do século I, missionários vindos da Palestina ou de Antióquia estabeleceram-se a oeste do Império Parta, próximo das comunidades judaicas da Babilônia e das populações aramaicas da Alta Mesopotâmia.

Esses, que falam aramaico, são considerados os descendentes dos assírios, daí o nome de comunidades "assírias". 

Bolivianos começam a se preparar para a visita do Papa

Dom Scarpellini comenta início dos preparativos
para a visita de Francisco à Bolívia / Foto: Rádio Vaticano

O bispo de El Alto, na Bolívia, Dom Eugenio Scarpellini, que é secretário da Conferência Episcopal, informou que a Igreja boliviana deu início à preparação para a visita do Papa Francisco prevista para julho próximo. A viagem acontecerá provavelmente depois da primeira etapa, o Paraguai. Embora não se saiba com exatidão a data da viagem, o próprio Papa adiantou à diretora do cotidiano La Razón, de La Paz, capital boliviana: “Um abraço grande a todos os bolivianos, irei ao país em julho”.

Sobre o início dos preparativos, Dom Scarpellini salientou que, nesta primeira fase, a cinco meses da chegada do Papa, duas são as tarefas principais: a coordenação das comunidades paroquiais e a elaboração de material para a catequese preparatória, que inclui informações sobre Francisco, sua pessoa e sua missão.

“Concretamente, trata-se de dar relevância ao magistério do Pontífice; o material será dividido em três conteúdos específicos: ‘a figura bíblica de Pedro e de seu sucessor’, ‘a Igreja como espaço onde se faz presente o Reino de Deus’ e, enfim, textos específicos para crianças, jovens, famílias e educadores. Provavelmente, as primeiras cópias destes subsídios serão distribuídas em duas ou três semanas”. 

O adultério é realmente tão grave assim?

Se o primeiro casamento fracassou e a pessoa constituiu uma nova união, 
o que pede o Direito Canônico?

Adultério é a união sexual voluntária entre uma pessoa casada e outra que não é seu cônjuge.

Por que a Igreja considera isso grave? Não se trata somente de fazer sexo fora do casamento, mas também atentar contra o vínculo matrimonial, que não é algo simplesmente humano, mas sim estabelecido pelo próprio Deus.

Diante da realidade do adultério, é preciso ter algumas coisas claras:

1. A magnitude do pecado de adultério

As pessoas costumam achar que, se não há escândalo, não há gravidade. Mesmo que ninguém fique sabendo, o pecado existe – e os primeiros prejudicados são os próprios protagonistas.

Este pecado machuca a Igreja, a sociedade e tem a ver com algo ainda mais profundo, que é romper a aliança com Deus.

2. Nenhum pecado tem justificativa

Nenhum pecado tem justificativa, e menos ainda o de adultério, com uma suposta lógica humana, dizendo: "todo mundo faz", "a culpa do fracasso no casamento não foi minha e por isso tenho o direito de refazer minha vida junto a outra pessoa" etc.

O inimigo faz o mal com aparência de bem, seguindo a lógica do mundo.

3. Sacrificar-se pelo bem maior

É preferível fazer sacrifícios e renúncias para ter uma consciência limpa, tranquila e pura, que ter o que o mundo oferece, mas com remorsos e longe da salvação.

Jesus disse: "Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade do meu Pai" (Mt 7, 21). Qual é a vontade do Pai? Respeitar o vínculo sacramental, apesar de tudo.

4. Em uma relação adúltera não há amor

Não pode haver amor em meio ao pecado; podem chamar isso de paixão, carência, necessidade de sexo, busca de proteção, mas não de amor.

Deus é amor (1 Jo 4, 8) e, por isso, o amor só pode estar realmente em relações abençoadas por Ele, nas quais respeitam sua presença.

5. Comunhão

Só se pode comungar em estado de graça, ou seja, sem pecados graves ou mortais. Recebe a comunhão quem está em comum-união com Deus.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Ex-Ministra do Iraque afirma: Há um genocídio de cristãos do qual ninguém fala


"No Iraque está acontecendo um autêntico genocídio do qual ninguém quer falar e nenhuma instância internacional se ocupa", assim o denunciou Pascale Warda, ex-ministra iraquiana entre os anos 2004 e 2005.

Em roda de imprensa organizada pela organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) e pela Fundação Promoção Social da Cultura (FPSC), Pascale Warda assegurou que "necessitamos ajuda internacional para lutar contra o Estado Islâmico. É diabólico. É um movimento internacional de terrorismo que necessita soluções autênticas internacionais".

Em sua opinião, o Estado Islâmico (EI) só quer "aniquilar" a presença cristã e toda minoria social e religiosa que se oponha aos seus princípios, quando a comunidade cristã no Iraque se remonta ao século I, muito antes da chegada do Islã. "Em Mosul pela primeira vez agora em 2.000 anos não se celebra a Eucaristia. É uma etapa histórica muito negra" para os caldeus.

"Os cristãos estão sendo massacrados e têm que buscar agora como restabelecer a sua existência em um país que é seu muito antes que dos outros. É muito difícil, são poucos e estão enfraquecidos", disse.

Neste sentido, Warda advertiu aos países ocidentais que se o Estado Islâmico "está agora localizado no Iraque, amanhã mesmo pode estar em seus próprios países" e, por isso, pediu colaboração à comunidade internacional para solucionar o problema. 

Igreja Ortodoxa reconhecerá oficialmente como mártires os 21 cristãos coptos decapitados na Líbia

O vídeo da matança dos 21 imigrantes coptas na Líbia inspirou esta pintura.
Fonte: Terrasanta.net

O Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa, Teodoro II, anunciou que os nomes dos 21 cristãos egípcios decapitados na Líbia pelo Estado Islâmico (ISIS), serão incluídos no Sinaxario, o equivalente oriental do martirológio romano.

Assim o informou no dia 20 de fevereiro o site Terrasanta.net, que é a revista dos Santos Lugares a serviço da Custódia da Terra Santa.

A publicação explicou que este procedimento “equivale à canonização na Igreja latina”. “O martírio destes 21 fiéis se comemorará no dia 8 de Amshir do calendário copto (em 15 de fevereiro do calendário gregoriano), que também é a festa da Apresentação de Jesus no Templo”, assinalou.

Em 15 de fevereiro, o Estado Islâmico difundiu um vídeo chamado “Uma mensagem assinada com sangue à nação da cruz”, na qual mostrou a execução dos 21 cristãos ortodoxos e onde ameaça tomar Roma, que é considerada por eles como a capital “dos cruzados”.

Pronunciaram o nome de Jesus

Dias depois do assassinato, o Bispo copto católico de Guiza (Egito), Dom Anba Antonios Aziz Mina, afirmou que estas novas vítimas do ISIS morreram como mártires, que “no momento de sua Bárbara execução, repetem: 'Senhor Jesus Cristo'”.

“O nome de Jesus foi a última palavra que saiu dos lábios dos mártires. Assim como na Paixão dos primeiros mártires, confiaram-se nas mãos daquele que logo depois ia recebe-los. E assim celebraram a sua vitória, a vitória que nenhum assassino poderá tirar-lhes. Esse nome sussurrado no último momento é como o selo de seu martírio”, assinalou Dom Aziz.

Imagens de Santos Deus manda fazer, imagens de divindades ele proíbe.



1-Uma das grandes malícias protestantes é associar as imagens de santos a ídolos.

A Imagem representa o que nela está. Quando Jesus viu a imagem de Cesar Ele não disse que era um ídolo, associou a gravura somente a Cesar (Lc 20,24-25).

A arte sacra representada por esculturas de santos tem como fim o agradar a Deus, já que os santos entregaram suas vidas ao Senhor.

Sl 116,15: “PRECIOSA é à vista do Senhor A MORTE DOS SEUS SANTOS”.

1Co 10,31: “Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”.

No livro “Viciados em mediocridade" do ex-protestante Frank Schaeffer, ele retrata a inimizade que o movimento protestante tem com a arte como forma de evangelização. O protestantismo prega um deus inimigo da arte totalmente contrário ao Deus citado nas Escrituras Sagradas.

Êxodo 31,2-5 diz: "Eu escolhi Bezalel , filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá , e o enchi do Espírito [...] e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade ARTÍSTICA para DESENHAR e EXECUTAR TRABALHOS em ouro, prata e bronze. Dilapidar e engastar pedras, ENTALHAR MADEIRA e realizar todo tipo de trabalho".

A escultura mais sagrada do Antigo Testamento era a Arca da Aliança.

Ex 25,1” Javé disse a Moisés:”
Ex 25,10” Faz uma arca de madeira de acácia”
Ex 25,18” faz DOIS QUERUBINS de ouro batido:”

Os querubins jamais poderiam ser comparados a ídolos já que servem a Deus nas regiões celestes. Da mesma forma fazem os santos do céu que "SERVEM DIANTE DO TRONO DIA E NOITE"(Ap 7,15)

Santa Sé esclarece comentário do Papa Francisco sobre “mexicanização”.

Padre Federico Lombardi, esclareceu a expressão “evitar a mexicanização”, 
utilizada pelo Papa Francisco / Foto: Arquivo

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, esclareceu uma recente afirmação do Papa Francisco sobre “evitar a mexicanização” em alusão à Argentina e precisou que em nenhum momento o Santo Padre quis ferir os sentimentos do povo mexicano.

O sacerdote jesuíta explicou que ontem pela tarde a Secretaria de Estado do Vaticano entregou uma Nota ao embaixador do México junto à Santa Sé na qual esclarece que este tema gerou polêmica depois da divulgação de um e-mail privado enviado pelo Papa Francisco ao seu amigo, o deputado Gustavo Vera em Buenos Aires que é o diretor da ONG La Alameda e depois que o Governo do México enviou uma nota de protesto através de seus canais diplomáticos.

Na mensagem, entre outras coisas, o Papa disse ao deputado: “vejo seu trabalho incansável a todo vapor. Peço muito para que Deus proteja você e os seus alamedenses. E tomara que estejamos a tempo de evitar a mexicanização. Estive falando com alguns bispos mexicanos e a coisa é do terror. Amanhã vou, por uma semana, fazer Exercícios Espirituais com a Cúria Romana”.

O Pe. Lombardi explicou que com esta mensagem o Santo Padre não tinha a intenção absolutamente de ferir os sentimentos do povo mexicano, que ama muito, nem ignorar o compromisso do Governo mexicano no combate ao tráfico de drogas.

Além disso, explicou que a expressão ''evitar a mexicanização'', foi utilizada pelo Papa em um e-mail de caráter estritamente privado e informal, em resposta a um amigo argentino muito comprometido na luta contra as drogas, que tinha usado esta frase. 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Estado Islâmico sequestra 260 cristãos, queima igrejas e destrói cruzes na Síria

Foto: Wikipedia / Menendj (CC-BY-SA-2.5)

O avanço do Estado Islâmico (ISIS) no nordeste da Síria continua afetando as vilas cristãs que se encontram nas margens do rio Khabur, na região de Hassakeh, onde os jihadistas mantêm cerca de 260 pessoas como reféns, enquanto queimam igrejas e profanam as cruzes.

CNN informou nesta quinta-feira que “o grupo extremista sunita tem 262 assírios aprisionados”, conforme assinalou Osama Edward, fundador da Rede de Direitos humanos Assíria, que foi quem advertiu que os jihadistas “continuam tomando mais e mais vilas assírias”.
  
Nas duas margens do rio Khabur se encontram 35 vilas povoadas principalmente por cristãos, das quais até o momento dez caíram nas mãos do ISIS.

A primeira invasão ocorreu na madrugada da segunda-feira, quando o ISIS atacou os dois primeiros povoados e capturou 90 cristãos. Até quarta-feira os reféns aumentaram para 150 e ontem já foi denunciado que o Estado Islâmico tem 262 pessoas, entre homens, mulheres, idosos e crianças. Desde que começou o ataque, milhares de famílias que viviam ao lado leste do rio começaram a deixar as suas casas para não serem capturadas.

Edward mora na Suécia, mas tem família na área atacada pelos extremistas e indicou que a informação foi dada pela equipe da Rede de Direitos Humanos Assíria que se encontra na zona.

O representante da rede de direitos humanos disse temer que os reféns assírios sejam decapitados, tal como aconteceu com os 21 cristãos coptos na Líbia.

Homilética: 2º Domingo da Quaresma - Ano B: "Tribulações e consolações".


O Evangelho deste domingo apresenta a fé dos Apóstolos, fortalecida na Montanha, pela Transfiguração de Jesus. O Mistério da Transfiguração não deve ser separado do contexto do caminho que Jesus está a percorrer. Ele já se orientou decididamente para o cumprimento da sua missão, sabendo bem que, para alcançar a Ressurreição, deverá passar sempre através da Paixão e da Morte de Cruz. Disto falou abertamente aos discípulos, os quais contudo não compreenderam, aliás, recusaram esta perspectiva, porque não pensam segundo Deus, mas segundo os homens (cf. Mt 16, 23). Por isso, Jesus leva consigo três deles ao monte e revela a sua Glória divina, esplendor de Verdade e de Amor. Jesus quer que esta luz possa iluminar os seus corações quando atravessarem a escuridão espessa da sua Paixão e Morte, quando o escândalo da Cruz for para eles insuportável. Deus é luz, e Jesus deseja doar aos seus amigos mais íntimos a experiência desta luz, que habita n’Ele. Assim, depois deste acontecimento, será neles luz interior, capaz de os proteger dos assaltos das trevas. 

Ao olharmos um pouco o contexto, observamos que Jesus tinha anunciado aos seus que “é necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e ressuscite ao terceiro dia” (Lc 9,22); que ele tinha falado também que se alguém o quisesse seguir que tomasse a cruz (cf. Lc 9,23-24); por outro lado, alguns discípulos esperavam um messias político que vencesse pela força de um exército dominador o poder dos romanos, de cujo jugo desejavam ver-se livres.

Tendo em conta tudo isso, podemos dizer que os discípulos encontravam-se bastante desnorteados e até mesmo desanimados. A transfiguração do Senhor é um consolo. De fato, dizia São Leão Magno que “o fim principal da transfiguração foi desterrar das almas dos discípulos o escândalo da Cruz”; trata-se de uma “gota de mel” no meio dos sofrimentos. A transfiguração ficou muito gravada na mente dos três apóstolos que estavam com Jesus, anos mais tarde São Pedro lembrar-se-ia deste fato na sua segunda epístola: “Este é o meu filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto”. Esta mesma voz que vinha do céu nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo” (2 Pd 1,17-18).  Ele, Jesus, continua dando-nos o consolo – quando necessário – para podermos continuar caminhando e para que nunca desistamos.

Vale a pena seguir alguém que vai morrer na Cruz? Uma pergunta semelhante pôde ter passado pela mente dos discípulos do Senhor como também pôde ter passado alguma vez pela nossa, quiçá formulada de outra maneira.

A transfiguração de Jesus é uma catequese que revela aos discípulos e a nós Quem é Jesus: O Filho Amado de Deus! É um momento antecipado de luz que nos ajuda também a nós, a fitarmos a Paixão de Jesus com o olhar da fé. Sim, ela é um mistério de sofrimento, mas é inclusive a “Paixão bem-aventurada” porque é – no núcleo – um mistério de amor extraordinário de Deus; é o êxodo definitivo que nos abre a porta para a liberdade e a novidade da Ressurreição, da salvação do mal. Temos necessidade disto no nosso caminho quotidiano, muitas vezes marcado também pela escuridão do mal! Agora Jesus leva consigo os três discípulos, para os ajudar a compreender que o caminho para alcançar a glória, a vereda do amor luminoso que vence as trevas, passa através do Dom total de Si, passa pelo escândalo da Cruz. E, sempre de novo, o Senhor deve levar – nos consigo também a nós, pelo menos para começarmos a compreender que este é o caminho necessário.

Os discípulos da transfiguração são os mesmos do Monte das Oliveiras, os da alegria são também os da agonia. Em nossa caminhada para a Páscoa somos também convidados a subir com Jesus a montanha e, na companhia dos três discípulos, viver a alegria da comunhão com Ele. As dificuldades da caminhada não podem nos desanimar. No meio dos conflitos, o Pai nos mostra desde já sinais da Ressurreição e do alto daquele monte Ele continua a nos gritar: “Este é o Meu Filho Amado, escutai-O”. É preciso acompanhar o Senhor em suas alegrias e em suas dores. As alegrias preparam-nos para o sofrimento e o sofrimento por e com Jesus dá-nos alegria. Os discípulos, que estavam desanimados diante do Mistério da Cruz, são consolados por Jesus na transfiguração e preparados para os acontecimentos vindouros, como, por exemplo, o terrível sofrimento que Ele padecerá no Getsêmani. Vale a pena segui-lo? Certamente.

Quero sublinhar que Transfiguração de Jesus foi substancialmente uma experiência de oração (Cf. Lc 9, 28 – 29). Com efeito, a oração atinge o seu ápice, e por isso torna – se fonte de luz interior, quando o espírito do homem adere ao de Deus e as suas vontades se fundem, como que para formar uma só unidade. Jesus viu delinear – se diante de si a Cruz, o sacrifício extremo, necessário para nos libertar do domínio do pecado e da morte. E no seu coração, mais uma vez, repetiu o seu “Amém”. Disse sim, eis – me, seja feita, ó Pai, a tua Vontade de amor. E, como tinha acontecido depois do Batismo no Jordão, vieram do Céu os sinais do agrado de Deus Pai: a luz, que transfigurou Cristo, e a voz que O proclamou “Filho muito amado” (Mc 9,7).

Juntamente com o Jejum e as obras de misericórdia, a oração forma a estrutura principal da nossa vida espiritual.

Não desanimemos diante das dificuldades! Os Planos de Deus não conduzem ao fracasso, mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim! Com efeito, a existência humana é um caminho de fé e, como tal, progride mais na penumbra que na plena luz, não sem momentos de obscuridade e até de total escuridão. Enquanto estamos aqui em baixo, o nosso relacionamento com Deus realiza-se mais na escuta do que na visão; e a própria contemplação tem lugar, por assim dizer, de olhos fechados, graças à luz interior acesa em nós pela Palavra de Deus. 

Esta centelha da glória divina inundou os Apóstolos de uma felicidade tão grande que fez Pedro exclamar: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas…” Pedro quer prolongar a situação! O que é bom, o que importa, não é estar aqui ou ali, mas estar sempre com Cristo, em qualquer parte, e vê-Lo por trás das circunstâncias em que nos encontramos. Se estamos com Ele, tanto faz que estejamos rodeados dos maiores consolos do mundo ou prostrados na cama de um hospital, padecendo dores terríveis. O que importa é somente isto: Vê-Lo e viver sempre com Ele! Esta é a única coisa verdadeiramente boa e importante na vida presente e na outra. Desejo ver-Te, Senhor, e procurarei o Teu rosto nas circunstâncias habituais da minha vida!

A vida dos homens é uma caminhada para o Céu, que é a nossa morada (2 Cor 5,2). Uma caminhada que, às vezes, se torna áspera e difícil, porque com frequência devemos remar contra a corrente e lutar com muitos inimigos interiores ou de fora. Mas o Senhor quer confortar-nos com a esperança do Céu, de modo especial nos momentos mais duros ou quando se torna mais patente a fraqueza da nossa condição: “À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade” (São Josemaria Escrivá, Caminho, nº 139).

O pensamento da glória que nos espera deve animar-nos na nossa luta diária. Nada vale tanto como ganhar o Céu.

Não podemos ficar no Monte… de braços cruzados… O seguidor de Cristo deve descer do monte para enfrentar o mundo e os problemas dos homens!

Cada domingo, ao participar da Santa Missa, subimos a Montanha, para contemplar o Cristo transfigurado (ressuscitado) e escutar a sua voz.

Depois, ao descer a Montanha (tendo participado da Missa, ao sair da Igreja) devemos prosseguir a nossa caminhada, sendo sal da Terra e luz do mundo.

Que neste tempo de Quaresma, possamos encontrar momentos de silêncio, possivelmente de Retiro, para rever a própria vida à luz do desígnio de amor do Pai celeste. Deixemo-nos guiar nesta escuta mais intensa de Deus pela Virgem Maria, mestra e modelo de oração. Ela, também na extrema obscuridade da Paixão de Cristo, não perdeu mas conservou na sua alma a luz do Filho divino. É por isso que a invocamos como Mãe da confiança e da esperança! Que Maria, nossa guia no caminho da fé, nos ajude a viver o tempo da Quaresma, encontrando todos os dias alguns momentos para a oração silenciosa e para a Palavra de Deus. Ela, que acompanhou o seu Filho Jesus até à Cruz, nos ajude a ser discípulos fiéis de Cristo, cristãos maduros, para podermos participar juntamente com Ela na plenitude da alegria pascal. Amém!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).


Jesus falava do Reino de Deus às multidões que acorriam. Fazia isso com palavras simples, com parábolas tiradas do dia a dia. E, no entanto, o seu falar exercia um fascínio especial. O povo se encantava com o seu ensinamento, porque ele ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas. Inclusive os guardas enviados para prendê-lo, ao serem questionados pelos sumos sacerdotes e pelos fariseus por não terem cumprido as ordens, responderam: “Ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7,46).

O Evangelho de João nos apresenta também luminosos diálogos individuais, com pessoas como Nicodemos ou a samaritana. Com os seus apóstolos, Jesus vai ainda mais em profundidade: fala abertamente do Pai e das coisas do Céu, não mais recorrendo a figuras; eles sentem-se conquistados, e não voltam atrás nem mesmo quando não compreendem completamente as suas palavras, ou quando elas parecem ser exigentes demais.

“Esta palavra é dura” (Jo 6,60), responderam-lhe alguns discípulos quando o ouviram dizer que lhes daria o seu corpo para comer e o seu sangue para beber.

Jesus, vendo que os discípulos se retiravam e não iam mais com ele, dirigiu-se aos doze Apóstolos: “Vós também quereis ir embora?” (Jo 6,67)

Pedro, que já se sentia vinculado a Jesus para sempre, fascinado pelas palavras que tinha ouvido pronunciar por Ele desde o dia em que o encontrara, respondeu em nome de todos:

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Podemos bater palmas nas Missas da Quaresma? - e outras questões!


O Salvem a Liturgia recebeu na caixa de comentários a seguinte mensagem, enviada por uma leitora, da qual constam algumas perguntas:

Gostaria de receber esclarecimentos com relação à palmas: neste momento que vivemos, o período da quaresma (sabemos que é um período de conversão e introspecção), em que situações pode-se tolerá-las (palmas)? Porque já vi ministros (em outras situação, que não a quaresma) iniciarem as palmas em pleno canto de ato penitencial (um absurdo!).Ontem, na saudação à Santíssima Trindade foi feito um canto em que foram suprimidas as palmas (... para louvar, e agradecer, bendizer e adorar... te aclamar(foi retirado pra não ter as palmas)... e foi emendado com " ...estamos aqui,Senhor, ao teu dispor" (pra finalizar o canto)") e uma bendita ministra, acredito que por enlevação, começou umas palmas bem fortes. Fiquei meio sem graça, pois foi dado a entender que eu tinha errado o canto. E agora, o que fazer da próxima vez?: 

1-Canta-se o canto inteiro e como a gente aprendeu, independe de ser quaresma? (resultando nas palmas).

2 - Canta-se outro canto?

3-Ou continua-se com o canto, suprimindo as palmas?

Aproveitamos esta mensagem para esclarecer algumas questões, ainda que já tenham sido abordadas. Não podemos deixar de agradecer a confiança depositada em nosso apostolado.

Na Missa não se batem palmas nunca. Não importa quão festivo seja o dia.

Na Quaresma não paramos de bater palmas, simplesmente porque nunca começamos. Em nenhum tempo litúrgico se batem palmas na Missa. Nem mesmo na Páscoa.

Bater palmas no Ato Penitencial é absurdo, mas no Gloria também, no Sanctus, no Introito etc. As palmas são absurdas em qualquer parte da Missa.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Sou muçulmano, não terrorista


Mustafa Mawla, muçulmano, foi para Yonge-Dundas Square, uma das ruas mais movimentadas de Toronto, de olhos vendados, e esperou pela reacção das pessoas. De braços abertos, estava acompanhado por cartazes no chão que diziam: "Sou muçulmano. Sou rotulado de terrorista" e "Eu confio em ti. Confias em mim? Dá-me um abraço".

A ideia foi desenvolvida por Assma Galuta, de 24 anos, que, juntamente com a equipa de produção da Time Vision, da qual Mustafa Mawla faz parte, realizou o vídeo e criou o Blind Trust Project (confiar cegamente, em português). Ao Huffington Post, afirma que "os muçulmanos têm que lidar com crises de identidade ao tentarem incluir-se na cultura canadiana" e esta iniciativa foi uma das formas de acabar com o preconceito.

"O objectivo em estar de olhos vendados foi para lhe mostrar total confiança, mostrar à sociedade canadiana que ele se sente parte da comunidade", explica Galuta ao mesmo jornal. "Como estava de olhos vendados, qualquer um podia magoa-lo mas ele mostrou que confiava totalmente nos canadianos e quis ver se eles confiavam o suficiente para lhe dar um abraço", adianta a mentora da ideia.

No final do dia, Mawla recebeu muito mais abraços do que aqueles que a organização desta iniciativa expectava. Inicialmente, esperava-se até que as pessoas tivessem reacções negativas aos cartazes, imaginando-se que se ouvissem insultos ou reacções contra a religião de Mawla. "Foi muito emocionante", confessou Galuta.

O que é o Espiritismo?


O Espiritismo é a doutrina que acredita na reencarnação e na comunicação com os mortos.

A única relação que existe entre nós e aqueles que se encontram em outro plano espiritual é esta: que nós que estamos ainda peregrinos neste mundo, Igreja Militante, oramos pelas almas do purgatório, Igreja Padecente (2Mc 12,43-46; 2Tm 1,18; Tb 4,18;12,12; Jó 1,18-20; 1Jo 5,16-17; Eclo 38,16-24), e de que os santos, Igreja Triunfante, oram por nós (Tb 12,12.15; Ap 8,3-5; Hb 12,1; 2Mc 15,11-14; At 16,9-10). Esta forma de “comunhão dos santos” (Igreja Militante, Igreja Padecente e Igreja Triunfante) expressam mais nitidamente a universalidade da Igreja Católica como meio necessário para a salvação, haja vista que os que estão “fora dela” não poderão salvar-se, ou seja, as almas daqueles que estão no inferno: “Não existe arrependimento para eles [os anjos caídos] depois da queda, como não existe para os homens após a morte” (CIC, 393).

De forma prática, um espírita não pode ser considerado cristão, pois não crê nas verdades básicas do Cristianismo. Basta observar rapidamente os princípios que o regem para perceber a enorme diferença entre ambos.

MANIFESTAÇÕES ESPONTÂNEAS x MANIFESTAÇÕES PROVOCADAS

Conforme uma pesquisa feita pelo blog “O Catequista”, tanto católicos quanto espíritas admitem dois tipos de manifestação dos espíritos: as espontâneas e as provocadas. As manifestações espontâneas levam em conta que a iniciativa parte do além. Essas manifestações não afrontam a doutrina da Igreja. Já as manifestações provocadas têm sua iniciativa em nós, os vivos. Citando as Escrituras, temos o episódio em que o rei Saul pede à necromante de Endor que evoque a alma do falecido Samuel (I Samuel 28, 3-25). As manifestações provocadas, ou evocações, são divinamente proibidas (Ex 22,18; Lv 20,27; Dt 18,10-12; 1Sm 28,3-9; 2Rs 23,24-25; Is 8,19-20). O espiritismo é justamente isso: a evocação de gente morta.

Campanha da Fraternidade: igreja e sociedade


Caros leitores e leitoras, 

Graça e paz!

A Campanha da Fraternidade (CF) de 2015 traz como tema “Fraternidade: Igreja e sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45). A escolha desse tema teve como objetivo inserir a campanha nas comemorações do jubileu do Concílio Vaticano II, com base nas reflexões propostas pela Constituição Dogmática Lumen Gentium e pela Constituição Pastoral Gaudium et Spes, que tratam da missão da Igreja no mundo. Podemos dizer que a eclesiologia e o esforço pela renovação da Igreja perpassam não apenas esses dois, mas todos os documentos do concílio, o qual foi eminentemente eclesiológico. A própria CF nasceu dos esforços de renovação suscitados pelo Vaticano II. Lembramos que as primeiras campanhas propuseram uma temática mais eclesial e depois houve uma série de campanhas de temática social, manifestando uma compreensão da Igreja como servidora da sociedade e da humanidade para a promoção da justiça do Reino de Deus. Na campanha de 2015, temos a oportunidade de englobar as duas dimensões: qual Igreja e qual sociedade queremos? Uma Igreja a serviço da sociedade que almejamos, a sociedade desejada pelo próprio Cristo: justa, fraterna, solidária, com vida digna e em abundância para todos.

Ao longo da história, a Igreja havia se distanciado desses anseios nascidos do evangelho. A inspiração de João XXIII para convocar o Vaticano II constituiu uma oportunidade de reaproximação. O concílio foi uma volta às fontes bíblicas e patrísticas e uma busca de superação do embate, da rejeição mútua entre Igreja e modernidade. Essa volta às fontes permite a elaboração de uma eclesiologia de comunhão, de cunho sacramental, que tem como ponto de partida e de chegada a Santíssima Trindade e Cristo “luz dos povos”. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Na Quaresma, entramos no deserto e lutamos contra o mal


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 22 de fevereiro de 2015

“Queridos irmãs e irmãs

Quarta-feira passada, com o rito das Cinzas, teve início a Quaresma e hoje é o primeiro Domingo deste tempo litúrgico que faz referência aos quarenta dias que Jesus passou no deserto, após o Batismo no Rio Jordão. São Marcos escreve no Evangelho de hoje: “O Espírito levou Jesus para o deserto. E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Vivia entre animais selvagens, e os anjos o serviam”

Com estas breves palavras o evangelista descreve a prova enfrentada voluntariamente por Jesus, antes de iniciar sua missão messiânica. É uma prova da qual o Senhor sai vitorioso e que o prepara a anunciar o Evangelho do Reino de Deus. Ele, naqueles quarenta dias de solidão, enfrentou satanás “corpo a corpo”, desmascarou as suas tentações e o venceu. E nele todos vencemos, mas nós devemos proteger esta vitória no nosso dia a dia.

A Igreja nos faz recordar tal mistério no início da Quaresma, porque isto nos dá a perspectiva e o sentido deste tempo, que é o tempo do combate – na Quaresma se deve combater – um tempo de combate espiritual contra o espírito do mal. E enquanto atravessamos o deserto quaresmal, nós temos o olhar dirigido à Páscoa, que é a vitória definitiva de Jesus contra o Maligno, contra o pecado e contra a morte. Eis então o significado deste primeiro Domingo da Quaresma: colocar-nos decididamente no caminho de Jesus, o caminho que conduz à vida. Olhar Jesus, o que fez Jesus e seguir com Ele.

A Rede Globo e o Espiritismo


A Rede Globo investe pesado na difusão do espiritismo em sua programação. Na teledramaturgia da emissora as figuras do mundo católico como padres, freiras e devotos são apresentados de forma esteriotipada e ridicularizada, bem diferente da retratação dos personagens espíritas.

Em dias que se fala tanto contra o preconceito, poderíamos nos perguntar o porquê do preconceito contra a Igreja Católica e de seus membros à emissora carioca. Por que favorecer o espiritismo e ridicularizar, algumas vezes, personagens do mundo cristão?  O pior de tudo é a confusão  – talvez com um propósito – que fazem acerca do tema, pretendendo associar o espiritismo à fé católica, levando ao público a ideia de que se trate de duas realidades conciliáveis, quando não o são.

As manchetes sobre a próxima novela espírita da globo fazem questão de explicitar que a autora é católica. Denominam essa vertente de espiritismo cristão. A Igreja Católica não reconhece tal ligação e não permite ao católico frequentar sessões mediúnicas ou ter como fonte de doutrinamento a filosofia espírita. Quem queira assim agir que o faça sem a alcunha de católico, isto é uma opção, entanto, reafirmando o pensamento, para quem escolheu ser católico não lhe é permitido um adendo religioso.

A investida da emissora na divulgação do espiritismo  não é ocasional ou sazonal, parece fazer parte da ideologia do grupo, dada a  frequência que aparecem na programação, no decorrer dos anos. A Sra. Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, se diz católica, mas desde a década de 60 é espírita.

Por que cobrir as imagens nas Igrejas com véus roxos durante a Quaresma?


Do ponto de vista espiritual, o costume da velatio foi interpretado como sinal da penitência à qual todos os fiéis são chamados como sinal da antecipação do luto da Igreja pela morte do seu Esposo e da humilhação de Cristo, que teve de esconder-se para escapar da ameaça de morte. (Cf.: Jo 8,59).

O motivo principal para a orientação de COBRIR AS IMAGENS NAS IGREJAS, COM VÉUS ROXOS, é para que os fiéis não "se distraiam" com os Santos e que a sua devoção deve estar fundamentada no Mistério Pascal de Cristo, ou seja, na Sua paixão, morte e ressurreição.

Assim, cobrindo-se todas as imagens dos Santos e os crucifixos, surge com maior evidência o que há de essencial nas igrejas: o altar, onde se opera e atualiza o Mistério Pascal de Cristo, por seu Sacrifício incruento.


sábado, 21 de fevereiro de 2015

"Não se pode fazer ofertas à Igreja e ser injusto com seus funcionários", diz Papa.


Os cristãos, especialmente durante a Quaresma, são chamados a viver coerentemente o amor a Deus e o amor ao próximo, recordou o Santo Padre durante a homilia desta manhã em Santa Marta. Por outro lado, o Papa advertiu aqueles que mandam um cheque para a igreja, mas são injustos com seus funcionários.

O povo se lamenta diante do Senhor por não ouvir seus jejuns. Assim, o Papa comentou o trecho de Isaías, da primeira leitura de hoje, enfatizando a necessidade de distinguir entre "o formal e o real". Para o Senhor "não adianta jejuar, não comer carne" e depois "brigar ou explorar os trabalhadores".  Por isso Jesus condenou os fariseus, porque eles faziam "muitas observações exteriores, mas sem a verdade do coração".

Portanto, o jejum que Jesus quer é o que desfaz as cadeias da injustiça, liberta os oprimidos, veste quem está nu, faz justiça. "Este é o verdadeiro jejum, o jejum não é apenas exterior, mas deve vir do coração", explicou o Papa.

Além disso, Francisco afirmou que "nas tábuas da lei há o preceito em relação a Deus, em relação ao próximo e os dois estão juntos”. Alguém pode dizer: “Mas, não, eu cumpro os três primeiros mandamentos... e os outros mais ou menos. Não, se não cumpre estes, não pode cumprir aqueles, e se cumpre este, deve cumprir aquele. Estão unidos: o amor a Deus e o amor ao próximo são uma unidade e se quiser fazer penitência, real e não formal deve fazê-la diante de Deus e também com o seu irmão, com o próximo”.

E, como diz o apóstolo Tiago, você pode ter muita fé, mas se não realiza obras, é inútil. Por isso, o Papa advertiu que se alguém vai à missa todos os domingos e comunga, pode-se perguntar "como é a sua relação com seus funcionários? Os paga de maneira irregular? Dá a eles um salário justo? Paga também as taxas para a aposentaria? Para a assistência de saúde?”

A este respeito, o Santo Padre alertou sobre esses homens e mulheres de fé que dividem as tábuas da lei: “'Sim, sim, eu faço isso'. Mas você dá esmolas? Sim, sim, sempre mando um cheque para a Igreja. Mas na tua Igreja, na tua casa, com quem depende de você é generoso, é justo? Não se pode fazer ofertas à Igreja e pelas costas, ser injusto com seus funcionários. Este é um pecado gravíssimo, usar Deus para cobrir a injustiça ", alertou. 

Bispos do Centro-Oeste manifestam preocupação com situação de famílias em Corumbá


Nota do Regional Centro Oeste
sobre a ocupação Fazenda Santa Mônica - Corumbá–GO

A justiça e a paz se abraçarão” (Cf. Sl 85, 10)

A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz do Regional Centro Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunida em Goiânia no dia 19 de fevereiro de 2015, manifesta sua preocupação com a situação do Acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado na fazenda Santa Mônica, em Corumbá – GO, onde mais de 3 mil famílias, há cinco meses moram e produzem.

O anseio das famílias é que aquele latifúndio que, das egundo informações veiculadas na impressa, compreende mais de 90 propriedades, totalizando cerca de 20 mil hectares, seja adquirido pelo Governo Federal e destinado à reforma agrária.

Há uma ordem de despejo das famílias para o dia 25 de fevereiro próximo, sentenciada pelo juiz Dr. Levine Raja Gabaglia Artiaga, da Comarca de Corumbá. Caso esse procedimento seja realizado, a Comissão entende que existe grande risco de uma nova tragédia ocorrer, a exemplo de Corumbiara - RO, em 1995, Eldorado dos Carajás - PA, em 1996, e o Parque Oeste, em Goiânia - GO, no ano de 2005, uma vez que as famílias não têm para onde ir e colocaram seus poucos recursos na produção agrícola em aproximadamente duzentos hectares de terra, produção esta que somente estará pronta para colheita em julho deste ano. 

O sacerdote é um ministro não um showman, diz o Papa Francisco.


Recuperar a fascinação pela beleza é o central do ars celebrandi, da arte de celebrar, afirmou o Papa Francisco na manhã desta quinta-feira no tradicional encontro com o clero romano na Sala Paulo VI que durou cerca de duas horas.

Embora o Vaticano ainda não tenha divulgado a íntegra do diálogo do Santo Padre com os sacerdotes, o jornal Avvenire da Conferência Episcopal Italiana adiantou alguns extratos deste importante encontro.

Diante de centenas de presbíteros, o Santo Padre pediu “recuperar o assombro” tanto de quem celebra como do povo. “Precisa-se entrar em uma atmosfera espontânea, normal, religiosa, mas não artificial, e assim se recupera um pouco o assombro, aquilo que se sente durante o encontro com Deus”, informou Avvenire.

Assim, “quando encontramos o Senhor na oração sentimos este estupor, quando não rezamos formalmente temos o sentimento do encontro, o assombro, aquilo que escutaram os apóstolos quando foram convidados, o estupor atrai e te deixa em contemplação, isso é importante, e contra o estupor vai tudo aquilo que é artificial”.

O Pontífice explicou que “se deve rezar diante de Deus com a comunidade”. Assim, “quando encontramos padres que celebram de maneira sofisticada, artificial, ou com gestos um pouco... ou que abusam um pouco dos gestos, não é fácil que se dê este estupor ou esta capacidade de fazer entrar no mistério”.

“Celebrar é entrar e fazer entrar no mistério, é simples mas é assim, se eu for excessivamente rígido, não faço entrar no mistério... e se for um 'showman', o protagonista da celebração, não faço entrar no mistério, temos assim os dois extremos”.

Também sobre a maneira de celebrar, o Papa indicou que o sacerdote, “com a sua atitude faz com que o Senhor provoque”.