sábado, 29 de junho de 2019

Herético e apóstata. Cardeal Brandmüller excomunga o sínodo da Amazônia.


UMA CRÍTICA AO “INSTRUMENTUM LABORIS
PARA O SÍNODO DA AMAZÔNIA


De fato, pode causar espanto que, em contraste com as assembleias anteriores, desta vez o sínodo dos bispos se ocupe exclusivamente de uma região da terra cuja população é apenas a metade daquela da Cidade do México, ou seja, 4 milhões. Isto também causa suspeita no tocante às verdadeiras intenções que alguns gostariam de ver implementadas sub-repticiamente. Mas, acima de tudo, devemos nos perguntar quais são os conceitos de religião, de cristianismo e de Igreja que são a base do recém-publicado “Instrumentum laboris”. Tudo isso será examinado com o apoio de elementos individuais do texto.

Por que um sínodo nessa região?

Para começar, precisamos nos perguntar por que um sínodo de bispos deveria tratar de temas que — como é o caso de três quartos do “Instrumentum laboris” — têm só marginalmente algo relacionado com os Evangelhos e a Igreja. Obviamente, que a partir deste sínodo de bispos, realiza-se uma intromissão agressiva em assuntos puramente mundanos do Estado e da sociedade do Brasil. Há que se perguntar: o que a ecologia, a economia e a política têm a ver com o mandato e a missão da Igreja?

E acima de tudo: que competência profissional e autoridade tem um sínodo eclesial de bispos para emitir declarações nesses campos?

Se o sínodo dos bispos realmente o fizesse, isso constituiria uma invasão e uma presunção clerical, que as autoridades estatais teriam todo motivos para repelir.

Sobre as religiões naturais e a inculturação

Há outro elemento a se levar em conta, que é encontrado em todo o “Instrumentum laboris”: vale dizer, a avaliação muito positiva das religiões naturais, incluindo práticas curativas indígenas e similares, bem como práticas e formas de cultos mítico-religiosos. No contexto do chamado à harmonia com a natureza, fala-se até de diálogo com os espíritos (nº 75).

Não é apenas o ideal do “bom selvagem” esboçado por Rousseau e pelo Iluminismo, que aqui é comparado com o decadente homem europeu. Essa linha de pensamento vai além, até o século XX, culminando com uma idolatria panteísta da natureza.

Hermann Claudius (1913) criou o hino do movimento operário socialista: “Quando andamos lado a lado …”, e numa estrofe se lê: “Verde das bétulas e verde das sementes, que a velha Mãe Terra semeia com as mãos cheias, com um gesto de súplica para que o homem se torne seu … “. Vale notar que este texto foi posteriormente copiado no livro de cânticos da Juventude Hitlerista, provavelmente porque correspondia ao mito do “sangue e solo” nacional-socialista. Esta proximidade ideológica deve ser enfatizada: esta rejeição anti-racional da cultura “ocidental” que sublinha a importância da razão, é típica do “Instrumentum laboris”, que fala respectivamente da “Mãe Terra” no n. 44 e do “grito da terra e dos pobres” no n.101.

Consequentemente, o território – isto é, as florestas da região amazônica – pasmem, vem até declarado como um “locus theologicus”, uma fonte especial de revelação divina. Nela haveria lugares de uma epifania em que se manifestam as reservas de vida e sabedoria do planeta e que falam de Deus (nº 19). Além disso, a conseqüente regressão do Logos ao Mythos é elevada a um critério do que o “Instrumentum laboris” chama de inculturação da Igreja. O resultado é uma religião natural com uma máscara cristã.

A noção de inculturação é aqui virtualmente distorcida, pois na verdade significa o oposto do que a Comissão Teológica Internacional havia apresentado em 1988 e diferente do que havia ensinado anteriormente o decreto “Ad Gentes” do Concílio Vaticano II, sobre a atividade missionária da Igreja.

Sugestões para o Clero chinês respeitando a liberdade de consciência


TEXTO INTEGRAL DO DOCUMENTO VATICANO
SOBRE AS ORIENTAÇÕES PASTORAIS DA SANTA SÉ
SOBRE O REGISTRO CIVIL DO CLERO NA CHINA

Há tempo, chegam à Santa Sé, da parte dos Bispos da China, pedidos de uma indicação concreta acerca do comportamento a ser assumido diante da obrigação de apresentar o pedido de registro civil. A esse respeito, como se sabe, muitos Pastores permanecem profundamente perplexos, porque a modalidade desse registro - obrigatória segundo os novos regulamentos sobre as atividades religiosas, com pena de impossibilitar a ação pastoral do bispo ou sacerdote - envolve, quase sempre, a assinatura de um documento no qual, não obstante o compromisso assumido pelas Autoridades chinesas de respeitar a doutrina católica, deve declarar que aceita, entre outras coisas, o princípio da independência, autonomia e autoadministração da Igreja na China.

A complexidade da realidade chinesa e o fato de que no país parece não existir outra praxe aplicativa dos regulamentos para os assuntos religiosos, tornam particularmente difícil pronunciar-se em matéria. A Santa Sé, por um lado não pretende forçar a consciência de ninguém. Por outro, considera que a experiência da clandestinidade não pertence à normalidade da vida da Igreja, e que a história demonstrou que Pastores e fiéis a ela recorrem somente no tormentoso desejo de manter íntegra a própria fé (cf. n. 8 da Carta de Bento XVI aos católicos chineses de 27 de maio de 2007). Por isso a Santa Sé continua a pedir que o registro civil do Clero ocorra com a garantia de resepitar a consciência e as profundas convicções católicas das pessoas envolvidas. De fato, somente assim, pode-se favorecer seja a unidade da Igreja seja a contribuição dos católicos ao bem da sociedade chinesa.

No que se refere à avaliação da eventual declaração que se deve assinar no momento do registro, em primeiro lugar é necessário considerar que a Constituição da República Popular da China declara formalmente que tutela a liberdade religiosa (art.36). Em segundo lugar, o Acordo Provisório de 22 de setembro de 2018 reconhecendo o papel peculiar do Sucessor de Pedro, leva logicamente a Santa Sé a entender e interpretar a “independência” da Igreja Católica na China não no sentido absoluto, ou seja, como separação do Papa e da Igreja universal, mas relativo à esfera política, segundo o que acontece em todas as partes do mundo nas relações entre o Papa e uma Igreja particular ou entre Igrejas particulares. De resto, afirmar que a identidade católica não pode ser separada do Sucessor de Pedro, não significa querer fazer de uma Igreja particular um corpo estranho à sociedade e à cultura do país onde ela vive e atua. Em terceiro lugar, o contexto atual das relações entre a China e a Santa Sé caracterizado por um consolidado diálogo entre as duas partes, é bem diferente do contexto dos anos Cinquenta do século passado quando nasciam organismos patrióticos. Em quarto lugar, acrescenta-se o fato de grande importância que no decorrer dos anos, muitos Bispos ordenados sem mandato apostólico solicitaram e receberam a reconciliação com o Sucessor de Pedro, de modo que hoje, todos os Bispos chineses estão em comunhão com a Sé Apostólica e desejam uma integração cada vez maior com os Bispos católicos de todo o mundo.

Diante desses fatos, é legítimo esperar um novo comportamento por parte de todos, também para enfrentar as questões práticas referentes à vida da Igreja. Da parte sua a Santa Sé continua a dialogar com as Autoridades chinesas sobre o registro civil dos Bispos e dos sacerdotes para encontrar uma fórmula que, no ato do registro, respeite não apenas as leis chinesas, mas também a doutrina católica.

Enquanto isso, baseados nos fatos acima, se um Bispo ou um sacerdote decide se registrar civilmente, mas o texto da declaração para o registro não parece respeitoso à fé católica, ele esclarecerá por escrito durante a assinatura que faz isso sem deixar de lado a fidelidade à doutrina católica. Se não for possível esclarecer por escrito, o solicitante a fará verbalmente, possivelmente com a presença de uma testemunha. Em todos os casos, é oportuno que o solicitante comunique imediatamente ao próprio Bispo as circunstâncias com que foi realizada. De fato, isso tem como único objetivo o de favorecer o bem da comunidade diocesana e o seu crescimento no espírito de unidade, assim como uma evangelização adequada às novas exigências da sociedade chinesa e a gestão responsável dos bens da Igreja.

Ao mesmo tempo, a Santa Sé compreende e respeita a escolha dos que, conscientemente, decidem não se registrar nas atuais condições. A Santa Sé permanece próxima a eles e pede ao Senhor ajuda para custodiar a comunhão com os próprios irmãos na fé, mesmo diante das provas que todos deverão enfrentar.

Bento XVI: o Papa é um só, Francisco


“A unidade da Igreja está sempre em perigo, há séculos. Foi assim em toda a sua história. Guerras, conflitos internos, ameaças de cismas. Mas sempre prevaleceu a consciência de que a Igreja é e deve ficar unida. A sua unidade sempre foi mais forte do que as lutas e as guerras internas”. Esta é a certeza de Bento XVI que recorda a todos: “O Papa é um só, Francisco”.

A sua preocupação pela unidade da Igreja é ainda mais forte nos tempos atuais, nos quais os cristãos mostram-se muitas vezes divididos em público e confrontam-se também em exaltadas discussões, muitas vezes usando de modo absolutamente impróprio o nome de Ratzinger. As palavras de Bento foram concedidas ao jornal Corriere della Sera, que anuncia a próxima publicação de um diálogo com o Papa emérito.

Papa: única medida possível para quem segue Jesus é amar sem medida


SANTA MISSA E BÊNÇÃO DOS PÁLIOS
PARA OS NOVOS ARCEBISPOS METROPOLITANOS
NA SOLENIDADE DOS SANTOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Basilica Vaticana
Sábado, 29 de junho de 2019

Os apóstolos Pedro e Paulo aparecem aos nossos olhos como testemunhas. Nunca se cansaram de anunciar, viver em missão, a caminho, desde a terra de Jesus até Roma. E aqui levaram o seu testemunho até ao fim, dando a vida como mártires. Se formos às raízes do seu testemunho, descobrimo-los testemunhas de vida, testemunhas de perdão e testemunhas de Jesus.

Testemunhas de vida… e, todavia, as suas vidas não foram límpidas nem lineares. Eram ambos de índole muito religiosa: Pedro, discípulo da primeira hora (cf. Jo 1, 41); Paulo, acérrimo defensor das tradições dos pais (cf. Gal 1, 14). Mas cometeram erros enormes: Pedro chegou a negar o Senhor; Paulo, a perseguir a Igreja de Deus. Ambos reentram em si por uma pergunta de Jesus: «Simão, filho de João, tu amas-Me?» (Jo 21, 15); «Saulo, Saulo, porque Me persegues?» (At 9, 4). Pedro fica pesaroso com as perguntas de Jesus; Paulo, encandeado pelas suas palavras. Jesus chamou-os pelo seu nome e mudou a sua vida. E, depois de todas estas aventuras, fiou-Se deles, dois pecadores arrependidos. Poderíamos perguntar-nos: Porque é que o Senhor não nos deu duas testemunhas integérrimas, com a ficha limpa, com a vida ilibada? Porquê Pedro, quando havia João? Porquê Paulo e não Barnabé?

Nisto, encerra-se uma grande lição: o ponto de partida da vida cristã não está no facto de ser dignos; com aqueles que se julgavam bons, bem pouco pôde fazer o Senhor. Quando nos consideramos melhores que os outros, é o princípio do fim. O Senhor não realiza prodígios com quem se crê justo, mas com quem sabe que é indigente. Não é atraído pela nossa habilidade, não é por isso que nos ama. Ele ama-nos como somos, e procura pessoas que não se bastam a si mesmas, mas estão prontas a abrir-Lhe o coração. Pedro e Paulo apresentaram-se assim transparentes diante de Deus. Pedro disse-o imediatamente a Jesus: «Sou um homem pecador» (Lc 5, 8). Paulo escreve que era «o menor dos apóstolos, nem [era] digno de ser chamado Apóstolo» (1 Cor 15, 9). E, na vida, mantiveram-se nesta humildade até ao fim: Pedro crucificado de cabeça para baixo, porque se julgava indigno de morrer como o seu Senhor; Paulo sempre afeiçoado ao seu nome, que significa «pequeno», esquecendo-se do que recebeu no nascimento, Saulo, nome do primeiro rei do seu povo. Compreenderam que a santidade não está no elevar-se mas em humilhar-se: não é uma subida na classificação, mas confiar dia a dia a própria pobreza ao Senhor, que realiza grandes coisas com os humildes. Qual foi o segredo que, no meio das fraquezas, os fez continuar para diante? O perdão do Senhor.

Descubramo-los, pois, como testemunhas de perdão. Nas suas quedas, descobriram a força da misericórdia do Senhor, que os regenerou. No seu perdão, encontraram uma paz e alegria irreprimíveis. Com o mal que fizeram, poderiam viver com sentimentos de culpa: quantas vezes terá Pedro pensado na sua negação! Quantos escrúpulos para Paulo, que fizera mal a tantas pessoas inocentes! Humanamente, faliram; mas encontraram um amor maior do que os seus fracassos, um perdão tão forte que curava até os seus sentimentos de culpa. Só quando experimentamos o perdão de Deus é que renascemos verdadeiramente. Recomeça-se daqui: do perdão. Reencontramo-nos a nós mesmos aqui: na confissão dos nossos pecados.

Testemunhas de vida, testemunhas de perdão, Pedro e Paulo são sobretudo testemunhas de Jesus. No Evangelho de hoje, Jesus pergunta: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?» As respostas evocam personagens do passado: João Batista, Elias, Jeremias ou alguns dos profetas. Pessoas extraordinárias, mas todas mortas. Diversamente, Pedro responde: «Tu és o Cristo» (cf. Mt 16, 13.14.16), isto é, o Messias. Uma palavra que não indica o passado, mas o futuro: o Messias é o esperado, a novidade, aquele que traz ao mundo a unção de Deus. Jesus não é o passado, mas o presente e o futuro. Não é um personagem distante para lembrar, mas alguém a quem Pedro trata por «tu»: Tu és o Cristo. Para a testemunha, mais do que um personagem da história, Jesus é a pessoa da vida: é o novo, não o já visto; a novidade do futuro, não uma lembrança do passado. Por isso, não é testemunha quem conhece a história de Jesus, mas quem vive uma história de amor com Jesus. Porque, no fundo, o que a testemunha anuncia é apenas isto: Jesus está vivo e é o segredo da vida. De fato, vemos que, depois de ter dito «Tu és o Cristo», Pedro acrescenta: «o Filho de Deus vivo» (16, 16). O testemunho nasce do encontro com Jesus vivo. E, no centro da vida de Paulo, encontramos a mesma palavra que transborda do coração de Pedro: Cristo. Paulo repete esse nome continuamente: quase quatrocentas vezes nas suas cartas! Para ele, Cristo não é apenas o modelo, o exemplo, o ponto de referência: é a vida. Escreve: «Para mim, viver é Cristo» (Flp 1, 21). Jesus é o seu presente e o seu futuro, a ponto de, à vista da sublimidade do conhecimento de Cristo, considerar o passado como lixo (cf. Flp 3, 7-8).

quarta-feira, 26 de junho de 2019

No Iraque a Igreja fica até o fim

 
No Iraque a Igreja fica até o fim para ajudar os cristãos que sofreram a invasão do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) em agosto de 2014. Dom Petros Mouche é o responsável pela Arquidiocese Católica Siríaca de Mossul. Ela é a segunda maior cidade do Iraque e também foi invadida pelo EI. Hoje, com o EI expulso de Mossul e das planícies de Nínive, as comunidades cristãs estão lentamente voltando à vida. Milhares de fiéis iraquianos, depois de terem passado mais de três anos no exílio no Curdistão, se estabeleceram em suas antigas casas, aldeias e cidades. Em uma entrevista à Fundação Pontifícia ACN, o Arcebispo Dom Mouche – que também é responsável pela Igreja Católica Siríaca em Kirkuk e no Curdistão – faz um balanço da situação.

Organizações Religiosas e Humanitárias tiveram papel importante

A mudança positiva ocorreu em nossa região – ninguém pode negar isso. As coisas podem ainda não estar no nível exigido, mas há sinais muito claros e concretos de progresso. Mas nenhum crédito vai para o Estado: o crédito pertence às organizações religiosas e humanitárias que correram para nos apoiar. No entanto, ainda não temos fundos para concluir a reconstrução de todas as casas. Afinal, elas foram muito danificadas ou totalmente destruídas; estamos esperando a ajuda dos governos, como os do Reino Unido e da Hungria, que intervenham e nos ajudem nessa frente.

Falta de emprego

Quanto à criação de empregos, há pouquíssimas iniciativas. Nós fizemos muitos pedidos a várias empresas americanas, britânicas, francesas e até da Arábia Saudita. Pedimos que lançassem alguns projetos importantes na região a fim de que que nossos povos possam sobreviver e, especialmente nossos jovens, possam encontrar trabalho. Mas ainda estamos à espera. O governo iraquiano fez muitas promessas, mas poucos projetos foram implementados. Nossa confiança no Estado é baixa. Estamos convencidos de que, oferecendo as oportunidades certas, muitos de nossos povos retornariam a Qaraqosh – se pudessem viver lá em paz e estabilidade.

Os problemas não terminarão enquanto a ganância prevalecer. Quando apenas os fortes prevalecem e os direitos dos pobres são esmagados; enquanto o Estado ainda estiver fraco e a lei não for aplicada. Mas nossa esperança está em Deus e rezamos para que o EI nunca retorne. Por sua segurança e bem-estar geral, os cristãos dependem do estado de direito e da integridade do governo. Isso é o que pode garantir a segurança para nós e para a Igreja.

Levar a esperança ao mundo


O Paquistão é um país com quase 200 milhões de habitantes, sendo 95% muçulmanos. Os cristãos são apenas 2% da população. Nesta minoria, encontra-se o Cardeal Joseph Coutts, Arcebispo de Karachi, que visitou o Brasil pela primeira vez a convite da ACN. O Cardeal Coutts participou da 57° Assembleia Geral da CNBB para falar sobre a realidade dos cristãos no Paquistão.

A chamada Lei da Blasfêmia

Em sua visita o Cardeal explicou que o maior problema enfrentado pelas minorias é o mal-uso da chamada Lei da Blasfêmia, introduzida no Paquistão em 1986. De acordo com a lei, aquele que falar contra o profeta Maomé, ou manchar seu nome por escrito ou de qualquer outra forma, será sentenciado à morte.

“Embora esta lei tenha a intenção de proteger a honra do Profeta Maomé e do Livro Sagrado, ela pode ser facilmente usada de maneira imprópria. É muito fácil para um muçulmano acusar alguém de blasfêmia. Em muitos casos, trata-se de uma acusação infundada, mas o acusador usa a Lei da Blasfêmia como meio de vingança por motivos pessoais”, diz o Cardeal Coutts.

Apesar de enfrentar muitas dificuldades, Dom Coutts é muito esperançoso e está em comunhão com os cristãos no mundo todo. “Nós sabemos que há cristãos sofrendo em outros lugares do mundo. Aqui no Brasil mesmo existem muitos cristãos que passam por necessidades enfrentando uma grande pobreza. Também sei que muitas pessoas com poucos recursos são muito generosas e ainda rezam por nós. Isso nos dá coragem para continuar. Nós sabemos que não estamos sozinhos”.

O Cardeal Joseph Coutts levou seu testemunho em Aparecida; na Fazenda da Esperança de Guaratinguetá; na Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista; além de diversas outras atividades nas cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte. “Vir ao Brasil foi uma experiência muito agradável, é uma Igreja viva. Em cada lugar que passei vi sinais de como a fé de vocês é forte.”

A perseguição contra cristãos pela República Islâmica do Irã “choca a consciência”

 
Uma descrição horrivelmente familiar da perseguição do regime iraniano contra cristãos e outras minorias surgiu de um relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre liberdade religiosa publicado na sexta-feira.

“No Irã, a repressão do regime contra os bahá’ís, cristãos e outros continua a chocar a consciência”, disse o secretário de Estado, Mike Pompeo.

Os Estados Unidos classificaram a República Islâmica como um “país de preocupação” desde 1999, porque seu regime viola a liberdade religiosa conforme definido pela Lei de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA (1998)….

A seção de 30 páginas sobre o Irã apareceu no Relatório 2018 sobre Liberdade Religiosa Internacional do Departamento de Estado e foi revisada pela FoxNews.com.

A seção leu em parte: “Os cristãos, particularmente os evangélicos e convertidos do islamismo, continuaram a experimentar níveis desproporcionais de prisões e detenções, além de altos níveis de assédio e vigilância, de acordo com relatórios de ONGs cristãs. Numerosos cristãos permaneceram presos no final do ano por acusações relacionadas às suas crenças religiosas. Autoridades prisionais continuaram a recusar atendimento médico de prisioneiros, incluindo alguns cristãos, segundo grupos de direitos humanos. ”

O sistema judicial opaco do Irã confirmou sentenças de 10 anos de prisão contra o pastor Youcef Nadarkhani, Yasser Mossayebzadeh, Saheb Fadaie e Mohammad Reza Omidi por praticar sua fé cristã. Os iranianos foram condenados por “agir contra a segurança nacional” por “promover o cristianismo sionista” e administrar igrejas domésticas.

Relaxar o celibato sacerdotal para a região amazônica afetaria a Igreja universalmente, alerta Cardeal Burke


O cardeal Raymond Burke está contestando as recentes afirmações feitas pelos organizadores do Sínodo da Amazônia, dizendo que “não é honesto” sugerir que a reunião de outubro é “tratar a questão do celibato clerical apenas para aquela região”.

“Se [o Sínodo] levantar a questão, o que eu não acho que seja certo, estará tratando uma disciplina da Igreja universal”, disse o cardeal Burke ao LifeSiteNews em 19 de junho.

“De fato”, acrescentou o cardeal, “já um certo bispo na Alemanha anunciou que, se o Santo Padre conceder um relaxamento da obrigação de continência perfeita para o clero na Região Amazônica, os bispos da Alemanha pedirão o mesmo relaxamento.”

O clero alemão é onde a heresia modernista mais tem força. São clérigos alheios aos ensinamentos da Igreja Católica e defensores do lobby gay.

Os comentários do Cardeal vêm em resposta às observações feitas pelos organizadores do sínodo no lançamento do controverso documento de trabalho [ Instrumentem laboris ], que formará a base das discussões na assembléia de três semanas em outubro.

Perguntas no lançamento

Na coletiva de imprensa do Vaticano de 17 de junho, a LifeSiteNews solicitou aos organizadores do sínodo, o cardeal Lorenzo Baldisseri e o bispo Fabio Fabene, sobre possíveis repercussões para a Igreja universal.

Este correspondente perguntou:

Ao ler o documento de trabalho, fiquei com a impressão de que a idéia não é apenas ajudar a Amazônia, mas também dar ao resto da Igreja “um rosto amazônico”, uma expressão que o Papa Francisco usou várias vezes. Este Sínodo terá implicações e ramificações para o resto da Igreja?

E dado que o celibato [em seu sentido mais amplo de perfeita continência] pertence à tradição apostólica, como por exemplo o Cardeal Robert Sarah disse, não seria melhor enviar santos padres missionários para a Amazônia, para fortalecer a igreja doméstica, isto é, a família e rezar pelas vocações?

O bispo Fabene, subsecretário do Sínodo dos Bispos, respondeu à primeira pergunta, insistindo que “este sínodo é um sínodo especial que diz respeito apenas à região pan-amazônica. Portanto, responderá às demandas dessas comunidades cristãs ”.

“Não é que queremos fazer a face de toda a Igreja universal amazônica, mas apenas o rosto da igreja amazônica”, disse Dom Fabene.

Ele acrescentou: “Pode ser que tenha algumas implicações de um ponto de vista pastoral também para a Igreja, especialmente eu acredito no campo da ecologia, porque há territórios, como já foi mencionado, como o Congo, que são semelhantes. para a Amazônia. ”

“Portanto, haverá repercussões”, disse ele. “Mas o sínodo é um sínodo especial para a Amazônia. Isso está claro.

Respondendo à segunda pergunta sobre o celibato sacerdotal, o Bispo Fabene insistiu que “ninguém aqui quer desafiar o celibato”. Ele continuou:

Vocês ouviram quando falamos sobre o número 129 [do  Instrumentum laboris ], lendo expressamente o que está escrito lá: ‘Afirmando que o celibato é um presente para a Igreja’. Portanto, há uma afirmação do celibato, em primeiro lugar. Então, quanto ao envio de sacerdotes de outros continentes e de outras nações para a Amazônia, os missionários sempre fizeram isso, desde a primeira evangelização. No entanto, creio que o tempo também vem, como a própria consulta pede, que as vocações nativas se levantem e cresçam.

O cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário geral do Sínodo dos Bispos, destacou a resposta do bispo Fabene ao celibato, dizendo que “a resposta está correta no sentido de que um não exclui o outro”.

O cardeal acrescentou que “valorizar” os povos indígenas também “naturalmente implica promover vocações nativas” que “assumirão a responsabilidade” na região.

Destacando a recomendação do documento de trabalho de estudar a possibilidade de ordenar “anciãos” que “já formaram famílias” [o documento não usa a palavra “casado” para descrever esses homens], o cardeal Baldisseri disse que isso seria feito “com critérios muito específicos”. “E” seria uma exceção “.

“Já temos a presença do  Anglicanorum coetibus ou das Igrejas Orientais”, disse ele. “Não é uma questão dogmática, mas de disciplina, dependendo das circunstâncias.”

Em um novo intercâmbio após a coletiva de imprensa, a LifeSiteNews perguntou ao cardeal Baldisseri sobre a questão do celibato sacerdotal pertencente à tradição apostólica.

Perguntamos a ele: “O documento diz que o celibato é um presente para a Igreja, mas também pertence à tradição apostólica, como o Cardeal Sarah e outros disseram. E assim, o que eu estava dizendo era que, dado que [o celibato] não é apenas um presente, mas também faz parte da tradição apostólica … ”

– Você sabe o que significa tradição apostólica? – interpelou o cardeal.

“Sim”, respondemos.

“Você acha que foram apenas os apóstolos?” Ele perguntou.

“Não, também os sucessores dos apóstolos”, respondemos.

“Ok, os sucessores dos apóstolos. Você não se lembra de São Paulo quando ele estava indo fundar uma igreja?

“Sim”, dissemos.

“Ele deixou os presbíteros como o cabeça da igreja. Ele era um missionário e assim nasceu o presbiterado; e é apostólica nesse sentido, porque São Paulo constituiu a Igreja e ordenou sacerdotes, presbíteros ”.

“Sim, mas eles eram celibatários ou não?”, Perguntamos ao cardeal.

“Eles eram homens. Não está escrito em nenhum lugar que eles eram celibatários. Não é verdade ”, disse ele.

“Não é verdade?”, Perguntamos.

“Não é verdade que eles eram celibatários. Não, não – insistiu ele. “Eles eram presbíteros. Basta.

“Compreendo. Você está dizendo que talvez eles fossem casados ​​”, continuamos.

“Certamente”, disse ele.

Desejando esclarecer o ponto, interveio, dizendo: “Com licença, casado mas não celibatário, porque há uma grande diferença entre um homem que é casado e um homem que é casado mas deixa para trás tudo para o Senhor, como São Pedro para exemplo. Ele era celibatário.

O cardeal Baldisseri respondeu:

"São Pedro deixou tudo e então foi ele com o Senhor. Mas considere que as comunidades que foram constituídas estavam nas mãos não apenas dos apóstolos. Os apóstolos eram doze. Basta. Então o que aconteceu depois não é especificado em nenhum lugar, se aqueles que vieram depois eram celibatários ou se eram casados. Tanto assim as Igrejas Orientais mantiveram a liberdade, e ainda continuam com estas duas possibilidades, celibatárias ou não. É interessante porque as igrejas orientais estão nos dizendo isto: que para ser um bispo … aí você vê melhor o papel de Paulo, que passa de uma comunidade para outra como este superintendente. De fato, isso é o que significa “episcopal”: o superintendente do presbiterado do lugar. E como o celibato não era considerado indispensável na época, não o encontramos em lugar nenhum. De fato, você verá que São Paulo diz que um bispo tem que ter apenas uma esposa. Leia as epístolas de São Paulo e você descobrirá quais são as qualidades de um sacerdote.”

Colégio reconhece autoridade de Arquidiocese e demite professor casado com outro homem


O colégio católico "Cathedral High School", da Arquidiocese de Indianápolis, nos Estados Unidos, cumprirá as instruções de seu Arcebispo e rescindirá o contrato de um professor que casou no civil com outro homem.

A decisão ocorreu alguns dias depois de a Escola Preparatória Jesuíta de Brebeuf se recusar a cumprir uma instrução parecida e, com isso, ter seu status de “católica” retirado pelo seu Arcebispo, Dom Charles Thompson.

"É responsabilidade do Arcebispo Thompson supervisionar a fé e a moral em relação à identidade católica dentro da Arquidiocese de Indianápolis", disseram autoridades da Cathedral High School, em uma carta publicada em 23 de junho.

"O Arcebispo Thompson deixou claro que continuar empregando um professor que contraiu casamento público entre pessoas do mesmo sexo resultaria na perda de nossa identidade católica, porque o indivíduo vive em contradição com o ensinamento católico sobre o matrimônio", continua o texto assinado por Matt Cohoat, presidente da diretoria de Cathedral High School, e Rob Bridges, presidente do colégio.

A escola, que tem cerca de 1.000 estudantes do ensino médio, é um dos 68 colégios reconhecidos como católicos pela Arquidiocese de Indianápolis.

A carta da Cathedral High School indica que a "decisão angustiante" ocorreu após "22 meses de sérios debates e um amplo diálogo" com a Arquidiocese sobre a identidade católica da escola.

O professor em questão não foi mencionado no documento.

"Leve em consideração que oferecemos nossas orações e nosso amor a este professor, aos nossos alunos e professores, ao nosso arcebispo e a todos os associados a Cathedral, enquanto continuamos educando nossos estudantes na tradição da Congregação da Santa Cruz", continuou a carta da escola.

"Pedimos que o diálogo sobre essa situação difícil respeite a dignidade de cada pessoa e que continuem rezando por nossa família da Cathedral e pela comunidade em geral de Indianápolis”, acrescentou.

A carta indica que ser católico pode ser "desafiador" e as autoridades da escola expressaram a esperança de que a ação não desanime os pais, os funcionários e os alunos.

Notre Dame: "Milagrosa" descoberta permitirá recuperar peça emblemática


Diversos meios de comunicação franceses informaram sobre uma descoberta "milagrosa" em uma igreja, que permitiria a recuperação de uma peça emblemática da Catedral de Notre Dame, em Paris, afetada por um incêndio em 15 de abril.

É um relógio gêmeo que foi encontrado na Igreja da Sainte Trinité, localizada a menos de quatro quilômetros do emblemático templo, o que permitiria reconstruir o relógio afetado pelas chamas do teto.

Segundo ‘Franceinfo’, foi Jean-Baptiste Viot, especialista em objetos de arte, quem encontrou o relógio. "É incrível, é igual, é igual", disse, ao comentar sobre a inscrição que relaciona os dois objetos, indicando que foram feitos no mesmo local: “Ano 1867. Construído por Collin”.

"Esta é uma grande oportunidade. É como se tivéssemos encontrado uma edição de um livro que foi queimado. Isso é inestimável", ressaltou o relojoeiro especialista, destacando que não existem planos para recompor o relógio de Notre Dame.

Na opinião de Olivier Chandez, relojoeiro de Notre Dame, "esta descoberta é quase milagrosa". "Se tivéssemos apenas fotos, teríamos que reinventar tudo, mas com esse modelo, temos todos os detalhes e pode ser completamente refeito", explicou.

Chandez destacou que não será possível colocar simplesmente o relógio encontrado porque, embora "seja do mesmo modelo, existem algumas diferenças. O de Notre Dame era um pouco mais elaborado".

Suprema Corte dos EUA decide não separar Estado e Igreja


A “Cruz da Paz”, agora nacionalmente conhecida como a “Cruz de Bladensburg”, vai ficar onde e como está: em uma área pública, mantida pelos cofres públicos. Um tribunal de recursos de Maryland, nos EUA, entendeu que isso é inconstitucional, porque representa o endosso do governo a uma religião específica — no caso, a cristã. Mas a Suprema Corte discordou, com voto vencido da ministra Ruth Ginsburg.

A cruz de 12,2 metros de altura foi construída em granito e concreto em Bladensburg, Maryland, em 1925, por 49 famílias enlutadas pelas mortes de seus filhos na Primeira Guerra Mundial. Quando as famílias ficaram sem dinheiro para mantê-la, a American Legion assumiu a manutenção do memorial. Em 1930, a responsabilidade passou para um órgão público estadual.

A American Humanist Association, uma organização ateísta, que vem movendo ações contra monumentos religiosos mantidos com dinheiro de todos os contribuintes país afora, moveu mais essa ação contra a Cruz de Bladensburg, alegando que o memorial deveria ser transferido para propriedade particular e mantido por recursos privados.

Um tribunal federal de primeira instância decidiu a favor dos cristãos. Afirmou que a cruz está lá há décadas, sem controvérsias e com proteção de precedentes da Suprema Corte. Para a corte, o memorial tem um propósito secular, no sentido de manter a neutralidade religiosa, sem entrelaçamento excessivo entre governo e religião.

Em decisão por 2 votos a 1, o tribunal de recursos entendeu o contrário: “A exposição engrandece a cruz latina de tal maneira que diz a qualquer observador razoável que o órgão público estadual coloca o cristianismo acima das outras religiões, vendo os cristãos e os americanos em geral como uma coisa só”.

Aí veio a decisão da Suprema Corte, na quinta-feira (20/6). Por 7 votos a 2, a corte assumiu o entendimento de que a cruz se tornou secular, essencialmente. O ministro Samuel Alito, que escreveu o voto, afirmou que cruzes cristãs e estrelas de Davi ocupam fileiras e fileiras nos cemitérios onde foram enterrados os soldados que morreram nas guerras e que, na mente das pessoas, é uma maneira de homenagear os mortos. Alito escreveu:

“A cruz é indubitavelmente um símbolo cristão, mas esse fato não deve nos cegar para tudo o mais que a Cruz de Bladensburg veio a representar. Para alguns, o monumento é um lugar de descanso simbólico para os ancestrais que nunca voltaram para casa. Para outros, é um lugar onde a comunidade se reúne e homenageia todos os veteranos por seus sacrifícios pela nação. Ainda para outros, é um marco histórico. Para muitas dessas pessoas, destruir ou desfigurar a cruz, que permaneceu imperturbada por quase um século, não seria neutro e não iria promover os ideais de respeito e tolerância incorporados na Constituição”.

“A cruz se tornou um marco proeminente da comunidade e sua remoção ou alteração radical, nesse momento, seriam vistas por muitos como uma manifestação de hostilidade contra a religião, o que não tem lugar em nossas tradições da Cláusula do Estabelecimento [Establishment Clause — a cláusula da Constituição que proíbe o estabelecimento de uma religião pelo Congresso]”.

“Ao contrário das alegações dos demandados, não há prova de intenção discriminatória na seleção do design do memorial ou na decisão do órgão de Maryland de mantê-lo. A cláusula sobre a religião na Constituição objetiva promover a sociedade na qual as pessoas de todas as crenças vivem juntas em harmonia e a presença da Cruz de Bladensburg na terra onde ela está por muitos anos é totalmente consistente com esse objetivo”.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

A Igreja não anula matrimônios: ela o declara quando eles nunca existiram

 
Gravidez indesejada antes do casamento e brevidade da convivência conjugal estão entre os casos de nulidade, confira:

“O Papa não desmontou os tribunais eclesiásticos; ele apenas quer que a Igreja ajude e escute os fiéis, e chegue à verdade com relação aos casos nos quais, desde sua raiz, nunca houve consentimento e, por conseguinte, nunca existiu um matrimônio”.

Este é o esclarecimento feito pelo Pe. Miguel Acevedo, responsável pelo tribunal da província eclesiástica de Caracas (Venezuela) e especialista no tema. Ele explica que as reformas nas causas de nulidade matrimonial não promovem o divórcio, e sim buscam aproximar os fiéis da justiça e da verdade.

O Pe. Miguel tem experiência de 24 anos como sacerdote e é doutor em Direito Canônico, com especialização em Direito Penal, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. “A Igreja não anula matrimônios porque fazê-lo seria assimilar que aceita o divórcio; ela simplesmente declara quando o sacramento nunca existiu”, enfatiza.

O objetivo do Papa com esta reforma é oferecer o acesso à justiça de maneira mais rápida e fácil, segundo o sacerdote. As novas normas entraram em vigor no dia 8 de dezembro de 2015, tornando os processos mais breves, ao contrário do processo antigo ou ordinário.

Igreja à ONU: Solução para crise na Venezuela requer eleger um novo presidente


A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) se reuniu em 21 de junho com Michelle Bachelet, Alta Comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), agradeceu-lhe por sua presença no país e explicou-lhe que a solução para a crise social e política passa por eleger um novo presidente.

Bachelet visitou a Venezuela de 19 a 21 de junho, convidada pelo regime de Nicolás Maduro. Durante sua viagem, reuniu-se com autoridades do país, assim como com vítimas de abusos dos direitos humanos e organizações que os atendem.

Em seu encontro com a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, os bispos também lhe entregaram uma carta, na qual destacam "a grave crise que o povo venezuelano está experimentando".

"A Igreja Católica na Venezuela desde 2004 vem denunciando a situação da grave crise humanitária vivida pelo nosso povo. Somos defensores da vida em todos os seus aspectos e a voz dos pastores é escutar o clamor de nosso povo", expressaram os bispos.

"Tem aumentado a diáspora massiva, a nova forma de escravidão, entre elas o tráfico de pessoas, a prostituição", disseram, assim como "o aumento da desnutrição infantil, o uso da mentira como se fosse verdade".

A CEV também lamentou "a crise elétrica em toda a Venezuela, com exceção de Caracas para dar a sensação de normalidade àqueles que visitam o país; a situação da água que não chega aos lares, devido às falhas elétricas".

Eritreia: Governo fecha hospitais administrados pela Igreja e deixa milhares sem atendimento


O governo da Eritreia interditou na última semana três hospitais, dois centros de saúde e 16 clínicas administradas pela Igreja Católica no país, deixando assim cerca de 170 mil pessoas sem atendimento.

A informação foi confirmada à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) por uma fonte local, segundo a qual, as pessoas correm risco de morte caso os serviços não sejam retomados rapidamente. Além disso, relatou que muitos pacientes expulsos tiveram de percorrer até 25 quilômetros para acessar outra clínica.

Diante dessa ação do governo da Eritreia, os quatro bispos do país enviaram uma carta ao ministro da Saúde, Amna Nurhusein, condenando este programa de confisco, que fechou todas as instalações do serviço de saúde da Igreja Católica, algumas delas com mais de 70 anos de atividade. Para os Prelados, este tal medida é “profundamente injusta”.

“Privar a Igreja de cuidar dessas instituições é minar sua própria existência e expor seus trabalhadores à perseguição religiosa. Declaramos que não entregaremos nossas instituições e equipamentos de livre e espontânea vontade”, afirmam os bispos na carta.

Assim, confirmam o que outra fonte local informou à ACN, ao assinalar que “a equipe de algumas das clínicas se recusou a entregar as chaves para que os soldados invadissem as mesmas”.

“Nossa mensagem ao governo é simples: deixe-nos em paz. É dever da Igreja cuidar dos doentes, dos pobres e moribundos. Ninguém, nem mesmo o governo, pode dizer à Igreja para não fazer o seu trabalho. Nossas instalações médicas estavam seguindo fielmente as diretrizes do ministério da saúde e, na maioria das vezes, os supervisores do ministério apreciavam muito o trabalho realizado”, declarou.

domingo, 23 de junho de 2019

Homilia do Papa Francisco na Solenidade de Corpus Christi


HOMILIA DO SANTO PADRE

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO
CORPO E SANGUE DE CRISTO
Casale Bertone (Santa Maria Consolatrice)
Roma, 23 de junho de 2019

Hoje, a Palavra de Deus ajuda-nos a descobrir dois verbos simples e essenciais para a vida de cada dia: dizer e dar.

Dizer. Na primeira leitura, Melquisedec diz: «Abençoado seja Abrão pelo Deus Altíssimo, e bendito seja o Deus Altíssimo» (Gn 14, 19-20). O dizer de Melquisedec é bendizer. Abençoa Abrão, em quem serão abençoadas todas as famílias da terra (Gn 12, 3; Gal 3, 8). Tudo parte da bênção: as palavras de bem geram uma história de bem. O mesmo acontece no Evangelho: antes de multiplicar os pães, Jesus abençoa-os: «tomou os cinco pães, ergueu os olhos ao Céu, pronunciou sobre eles a bênção, partiu-os e foi-os dando aos discípulos» (Lc 9, 16). De cinco pães, a bênção faz alimento para uma multidão: faz brotar uma cascata de bem.

Por que faz bem abençoar? Porque é transformar a palavra em dom. Quando se abençoa, não se está a fazer uma coisa para si mesmo, mas para os outros. Abençoar não é dizer palavras bonitas, nem usar palavras de circunstância; mas é dizer bem, dizer com amor. Assim fez Melquisedec: espontaneamente diz bem de Abrão, sem que este tenha dito ou feito algo por ele. Assim fez Jesus, mostrando o significado da bênção com a distribuição gratuita dos pães. Quantas vezes fomos abençoados, também nós, na igreja ou nas nossas casas! Quantas vezes recebemos palavras que nos fizeram bem, ou um sinal da cruz na fronte! Fomos abençoados no dia do Batismo e, no final de cada Missa, somos abençoados. A Eucaristia é uma escola de bênção. Deus diz bem de nós, seus filhos amados, encorajando-nos assim a continuar. E nós bendizemos a Deus nas nossas assembleias (cf. Sal 68, 27), reencontrando o gosto do louvor, que liberta e cura o coração. Vimos à Missa com a certeza de ser abençoados pelo Senhor, e saímos para, por nossa vez, abençoarmos, para sermos canais de bem no mundo.

É importante que nós, Pastores, nos lembremos de abençoar o povo de Deus. Queridos sacerdotes, não tenhais medo de abençoar! O Senhor quer dizer bem do seu povo; fica feliz em fazer-nos sentir o seu carinho por nós. E só depois de abençoados é que podemos abençoar os outros com a mesma unção de amor. Entretanto, é triste ver hoje quão facilmente se amaldiçoa, despreza, insulta. Assaltados por demasiado frenesi, não nos contemos, desafogando a raiva sobre tudo e todos. Muitas vezes, infelizmente, é quem grita mais e mais forte, é quem está mais irritado que parece ter razão e obter consensos. Não nos deixemos contagiar pela arrogância, não nos deixemos invadir pela amargura, nós que comemos o Pão que em si contém toda a doçura. O povo de Deus ama o louvor, não vive de lamentações; está feito para a bênção, não para a lamentação. Diante da Eucaristia, de Jesus que Se fez Pão, deste Pão humilde que contém a totalidade da Igreja, aprendamos a bendizer o que temos, a louvar a Deus, a abençoar e não a amaldiçoar o nosso passado, a dar boas palavras aos outros.

Papa Francisco anuncia tema da JMJ Lisboa 2022


O Papa Francisco anunciou o tema da próxima Jornada Mundial da Juventude de 2022, que acontecerá na cidade de Lisboa, Portugal: “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.

O Santo Pare fez o anúncio neste sábado,22 de junho, durante a audiência que concedeu no Palácio Apostólico do Vaticano a jovens participantes do XI Fórum Internacional dos Jovens, que aconteceu em Roma de 19 a 22 de junho, organizado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, com o objetivo de promover a implantação do Sínodo 2018 sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional.

O Pontífice realizou este anúncio de surpresa. Explicou que “o caminho de preparação para o Sínodo de 2018 coincidiu em grande parte com o itinerário para a JMJ do Panamá, que aconteceu há apenas 3 meses. Em minha mensagem aos jovens de 2017, expressei a esperança de que houvesse uma grande harmonia entre estes dois caminhos”.

“Pois bem! A próxima edição internacional da JMJ será em Lisboa, em 2022. Para esta etapa de peregrinação intercontinental dos jovens, escolhi como tema: ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’”.

O Santo Padre convidou os jovens a meditar durante os próximos anos “sobre os versículos: ‘Jovem, eu te digo: levanta-te’ e ‘Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!’”.

“Com isso, desejo também desta vez que haja sintonia entre o itinerário para a JMJ de Lisboa e o caminho pós-sinodal. Não ignorem a voz de Deus que os impulsiona a se levantar e a seguir os caminhos que Ele preparou para vocês. Como Maria, e junto a Ela, sejam cada dia portadores de sua alegria e seu amor”.

sábado, 22 de junho de 2019

BA: Igreja é roubada pela segunda vez em menos de uma semana


Nem as hóstias ou o cálice foram poupados. Muito menos a vigília de Santo Antônio impediu que algo inédito acontecesse na Igreja da Imaculada Conceição de Maria, no bairro do Stiep. Padre, fiéis e moradores ainda tentam organizar as peças do quebra-cabeça para entender como, em uma semana, a paróquia foi invadida e roubada duas vezes. Sumiram dali cofre, ofertório, microfones e até toalhas sem nenhum sinal de arrombamento. A última ação foi percebida na última terça-feira, quando o primeiro crime ainda repercutia.

O celular do padre Raimundo de Melo tocou às 17h30 do dia 12 de junho com a notícia de que a igreja havia sido invadida. Uma das sacristãs, a única com a chave da paróquia, sentiu falta do notebook e do cofrinho com as ofertas da trezena para Santo Antônio. A pequena caixa ficava ao lado da imagem do santo, perto do altar. Como as doações seriam retiradas apenas no último dia da trezena, no dia 13 de junho, ninguém sabe quanto foi roubado. Às vésperas de um dos dias mais movimentados de igreja, viram-se de frente a um dilema.

“Mas a gente achava que seria uma coisa de uma vez, que era só um episódio. Então talvez esse tenha sido nosso erro”, acredita o padre.

Apenas seis dias depois, no mesmo horário, a sacristã voltou a ligar ao padre. Estava atordoada. A igreja tinha sido novamente saqueada. Dessa vez, nem elementos sagrados foram esquecidos. As hóstias e o cálice foram levados, assim como a chave do sacrário onde estavam guardados. Também sumiram toalhas, um projetor e três microfones. “Talvez ele fosse um pouquinho religioso”, brinca o padre.

O crime foi registrado na 9ª Delegacia (Boca do Rio), mas ainda não há nenhum indício de suspeitos. A sacristã, uma das frequentadoras mais antigas da igreja, preferiu não ser entrevistada. Por isso, a reportagem não teve acesso ao interior da paróquia.

Desde então, as missas são realizadas sem microfone. Diferentemente do que deveria ocorrer nesta quinta (20), o Tapete de Corphus Christi, feito tradicional com sal e serragem, não foi montado. Não houve clima, sequer dinheiro. “O clima está péssimo. É uma igreja frequentada por senhoras. O medo é que aconteça um assalto”, diz Sidney Haack, empresário e morador do entorno. Não há nenhuma câmera ou sistema de segurança na igreja que possam ajudar na busca.

“É uma comunidade carente, pobre. Não é como a Igreja da Vitória, Catedral Basílica”, lamenta Sidney.

Mas as grades, câmeras e alarmes já fazem parte da rotina local. Afinal, a igreja não é a única pertubada pela violência. Apenas a mais simbólica.