segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Beatificação de João Paulo I, o papa do sorriso, já tem data


João Paulo I, o papa do sorriso, cujo pontificado durou apenas 33 dias, será beatificado em 4 de setembro de 2022 pelo papa Francisco na praça de São Pedro.

A data foi anunciada pela Congregação para as Causas dos Santos quase dois meses depois que o papa Francisco aprovou o decreto que reconhece o milagre atribuído à intercessão de João Paulo I: a cura da argentina Candela Giarda em 2011, na época uma menina em estado vegetativo.

O dicastério dirigido pelo cardeal Marcello Semeraro comunicou a data ao postulador da causa da canonização, cardeal Beniamino Stella, e a dom Renato Marangoni, bispo de Belluno-Feltre, diocese onde no dia 23 de novembro de 2003 foi aberto o processo para levar aos altares o papa do sorriso, cujo nome de batismo foi Albino Luciani.

O pontificado de João Paulo I durou apenas 33 dias, de 26 de agosto de 1978 até sua morte em 28 de setembro do mesmo ano

Carta do papa Francisco aos esposos pelo Ano da Família Amoris Laetitia

 

CARTA DO SANTO PADRE FRANCISCO
AOS ESPOSOS
POR OCASIÃO DO ANO «FAMÍLIA AMORIS LÆTITIA»

Queridos maridos e esposas do mundo inteiro!

Por ocasião do Ano «Família Amoris lætitia», dirijo-me a vós para vos manifestar a minha estima e proximidade neste tempo tão especial que estamos a viver. Sempre tive presente as famílias nas minhas orações, mas mais ainda durante a pandemia que colocou todos duramente à prova, sobretudo os mais vulneráveis. O momento que estamos a atravessar leva-me a aproximar, com humildade, estima e compreensão, de toda a pessoa, casal e família na sua situação concreta.

Este contexto particular convida-nos a viver as palavras com que o Senhor chama Abraão para partir da sua terra e da casa do seu pai rumo a uma terra desconhecida que Ele próprio lhe indicará (cf. Gn 12, 1). Também nós vivemos enormemente a incerteza, a solidão, a perda de entes queridos e fomos impelidos a sair das nossas seguranças, dos nossos espaços de «controle», da nossa forma de fazer as coisas, das nossas ambições, para nos interessarmos não apenas pelo bem da nossa família, mas também pelo da sociedade, que depende igualmente do nosso comportamento pessoal.

A relação com Deus molda-nos, acompanha-nos e coloca-nos em movimento como pessoas e, em última instância, ajuda-nos a «sair da nossa terra», em muitos casos com um certo receio e até medo do desconhecido, mas sabemos, pela nossa fé cristã, que não estamos sozinhos porque Deus está em nós, conosco e no meio de nós: na família, na vizinhança, no local de trabalho ou de estudo, na cidade onde habitamos.

À semelhança de Abraão, cada um dos esposos sai da sua terra desde o momento em que, tendo ouvido a chamada ao amor conjugal, decide dar-se ao outro sem reservas. Assim, o noivado já implica a saída da própria terra, porque exige percorrer juntos o caminho que conduz ao casamento. As diferentes situações da vida – a idade que vai passando, a chegada dos filhos, o trabalho, as doenças – são circunstâncias em que o compromisso mutuamente assumido obriga cada um a abandonar a própria inércia, as certezas, os espaços de tranquilidade para sair rumo à terra que Deus promete: ser dois em Cristo, dois num só, formando uma única vida, um «nós» na comunhão de amor com Jesus, vivo e presente em cada momento da vossa existência. Deus acompanha-vos, ama-vos incondicionalmente. Não estais sozinhos!

Queridos esposos, sabei que os vossos filhos – especialmente os mais novos– vos observam com atenção e procuram em vós o testemunho dum amor forte e fidedigno. «Como é importante, para os jovens, ver com os próprios olhos o amor de Cristo vivo e presente no amor dos esposos, que testemunham com a sua vida concreta que o amor para sempre é possível» [1]. Os filhos são um dom, sempre; mudam a história de cada família. Têm sede de amor, reconhecimento, estima e confiança. A paternidade e a maternidade convidam-vos a ser progenitores para dar aos vossos filhos a alegria de se descobrirem filhos de Deus, filhos dum Pai que os amou ternamente, desde o primeiro instante, e todos os dias os leva pela mão. Esta descoberta pode dar aos vossos filhos a fé e a capacidade de confiar em Deus.

Claro, educar os filhos não é nada fácil. Mas não esqueçamos que também eles nos educam. O primeiro ambiente educativo continua sempre a ser a família, nos pequenos gestos que são mais eloquentes do que as palavras. Educar é, antes de tudo, acompanhar os processos de crescimento, estar presente de várias formas para que os filhos possam contar com os pais em cada momento. O educador é uma pessoa que «gera» em sentido espiritual e sobretudo que «se dá» ao colocar-se em relação. Como pai e mãe, é importante relacionar-se com os filhos partindo duma autoridade conquistada dia após dia. Eles precisam duma segurança que os ajude a sentir confiança em vós, na beleza da vossa vida, na certeza de nunca estarem sozinhos, aconteça o que acontecer.

Por outro lado, como tenho já assinalado, cresceu a consciência da identidade e missão dos leigos na Igreja e na sociedade. Vós tendes a missão de transformar a sociedade com a vossa presença no mundo do trabalho e fazer com que as necessidades das famílias sejam tidas em conta. Também os cônjuges devem “primeirear” [2] no seio da comunidade paroquial e diocesana com as suas iniciativas e criatividade, buscando a complementaridade dos carismas e das vocações como expressão da comunhão eclesial, em particular a comunhão dos «cônjuges ao lado de pastores, para caminhar com outras famílias, para ajudar os mais fracos, para anunciar que, até nas dificuldades, Cristo Se faz presente» [3].

Por isso vos exorto, queridos esposos, a colaborar na Igreja, especialmente na pastoral familiar. Com efeito, «a corresponsabilidade pela missão chama os cônjuges e os ministros ordenados, especialmente os bispos, a cooperar de forma fecunda no cuidado e na tutela das igrejas domésticas» [4]. Lembrai-vos que a família é a «célula fundamental da sociedade» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). O casamento é realmente um projeto de construção da «cultura do encontro» (Francisco, Carta enc. Fratelli tutti, 216). Por isso, compete às famílias o desafio de lançar pontes entre as gerações para a transmissão dos valores que constroem a humanidade. É necessária uma nova criatividade para expressar, nos desafios atuais, os valores que nos constituem como povo nas nossas sociedades, e como Povo de Deus na Igreja.

A vocação ao casamento é uma chamada para guiar um barco instável – mas seguro, pela realidade do sacramento – em mar às vezes agitado. Quantas vezes tendes vontade de dizer ou, melhor, de gritar como os apóstolos: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (Mc 4, 38). Não esqueçamos que, graças ao sacramento do Matrimónio, Jesus está presente neste barco; olha por vós, permanece convosco a todo o momento, no sobe e desce do barco agitado pelas águas. Noutra passagem do Evangelho, lê-se que os discípulos, encontrando-se em dificuldade, veem Jesus aproximar-Se no meio da tempestade e acolhem-No no barco; assim também vós, quando enfurecer a tempestade, deixai Jesus subir para o barco, porque então, quando «subiu para o barco, para junto deles, o vento amainou» (Mc 6, 51). É importante que, juntos, mantenhais o olhar fixo em Jesus. Só assim tereis a paz, superareis os conflitos e encontrareis soluções para muitos dos vossos problemas: não porque estes tenham desaparecido, mas por serdes capazes de os ver doutra perspectiva.

Só abandonando-se nas mãos do Senhor é que podereis viver o que parece impossível. O caminho é reconhecer a própria fragilidade e impotência que experimentais perante tantas situações ao vosso redor, mas ao mesmo tempo ter a certeza de que assim a força de Cristo se manifesta na vossa fraqueza (cf. 2 Cor 12, 9). Foi precisamente no meio duma tempestade que os apóstolos chegaram a reconhecer a realeza e divindade de Jesus (cf. Mt 14, 33) e aprenderam a confiar n’Ele.

À luz destas referências bíblicas, quero aproveitar a ocasião para refletir sobre algumas dificuldades e oportunidades que as famílias têm vivido neste tempo de pandemia. Por exemplo, aumentou o tempo para estarem juntos, proporcionando uma oportunidade única para cultivar o diálogo em família. Obviamente isto requer um exercício especial de paciência; não é fácil estar juntos o dia todo, quando se tem que trabalhar, estudar, divertir-se e descansar na mesma casa. Que o cansaço não vos vença; possa a força do amor tornar-vos capazes de vos preocupardes mais com o outro – o cônjuge, os filhos – do que com o próprio cansaço. Recordai o que escrevi na Exortação Amoris lætitia (cf. nn. 90-119), ao comentar o hino paulino da caridade (cf. 1 Cor 13, 1-13). Pedi, com insistência, este dom à Sagrada Família; lede uma vez e outra o elogio da caridade, para que seja ela a inspirar as vossas decisões e ações (cf. Rm 8, 15; Gl 4, 6).

Assim, o estar juntos não será uma penitência, mas um refúgio no meio das tempestades. Que a família seja um lugar de acolhimento e compreensão. Guardai no coração o conselho, que dei aos esposos, de usarem estas três palavras: «com licença, obrigado, desculpa» [5]. E, se surgir algum conflito, «nunca termineis o dia sem fazer as pazes» [6]. Não vos envergonheis de ajoelhar, juntos, diante de Jesus na Eucaristia para encontrar momentos de paz e um olhar recíproco feito de ternura e bondade; ou de pegar na mão do outro, quando está um pouco zangado, para lhe arrancar a cumplicidade dum sorriso. Fazei, talvez, uma breve oração, rezada conjuntamente em voz alta à noite antes de adormecerdes com Jesus presente no meio de vós.

Entretanto, para alguns casais, a convivência a que foram forçados durante a quarentena revelou-se particularmente difícil. Os problemas, que já existiam, agravaram-se, gerando conflitos que se tornaram muitas vezes quase insuportáveis. E vários chegaram até à rutura da sua relação, sobre a qual gravava uma crise que não souberam ou não puderam superar. A estas pessoas, desejo manifestar-lhes também a minha proximidade e afeto.

A rutura duma relação conjugal gera muito sofrimento por causa de tantas aspirações malogradas; a falta de entendimento provoca discussões e feridas que não são fáceis de remediar. Nem sequer é possível poupar aos filhos a amargura de ver que os seus pais já não estão juntos. Mesmo assim, não cesseis de buscar ajuda para que se possa dalguma forma superar os conflitos, a fim de que estes não provoquem ainda mais sofrimento entre vós e aos vossos filhos. O Senhor Jesus, na sua infinita misericórdia, inspirar-vos-á o modo de avançar no meio de tantas dificuldades e dissabores. Não deixeis de O invocar e procurar n’Ele um refúgio, uma luz para o caminho e, na comunidade, uma «casa paterna onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 47).

Não esqueçais que o perdão cura todas as feridas. O perdão mútuo é o resultado duma decisão interior que amadurece na oração, na relação com Deus, como um dom que brota da graça com que Cristo cumula o casal quando os dois se voltam para Ele e O deixam agir. Cristo «habita» no vosso casamento e espera que Lhe abrais os vossos corações, para vos apoiar com a força do seu amor, como aos discípulos no barco. O nosso amor humano é frágil, precisa da força do amor fiel de Jesus. Com Ele, podeis verdadeiramente construir a «casa sobre a rocha» (Mt 7, 24).

Natal de uma só luz



Que Natal tão diferente /Do Natal dos outros anos, / A saudade e os desenganos / Enchendo a alma da gente! - Muitos amigos partiram / Sem lhes darmos nosso abraço / Nem pra beijos houve espaço, / Só as lágrimas seguiram. - Em Belém, não houve luz / Uma noite sem amigos / Pastores, pobres, mendigos / Cercaram o rei Jesus. - Jesus nasceu, noite escura, / Em sua morte, escuridão. / Ele é luz, ressurreição, / A terra ficou mais pura. - Que Ele nos traga alegria / A um mundo tão sofredor. / Que Natal de pandemia! / Natal de tristeza e dor! - Natal de brilho e de luz / Natal de uma só estrela / Aquela sim a mais bela / Pois é o Menino Jesus!

Escrevi esse singelo poema para o ano de 2020. Mas se aplica ainda ao presente ano. 
   
O primeiro Natal, do qual celebramos a memória, foi realmente alegre e feliz. Que alegria e que felicidade! Nasceu Jesus, o Messias, prometido desde o paraíso perdido, esperado desde Adão pelos Patriarcas, razão de ser do povo eleito, o Salvador da humanidade, o Senhor feito homem. E os anjos anunciaram aos pastores essa felicidade. A aparição da estrela misteriosa fez renascer a felicidade no coração dos Magos que vieram do Oriente.

“Eis que vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu o Salvador, o Cristo, o Senhor” (Lc 2,10-11).  “A aparição daquela estrela os encheu de grandíssima alegria” (Mt 2,10). Mas como pode ter sido feliz um Natal cheio de sofrimentos? 

Apologista católico, Paulo Leitão, morre no RN


 
Paulo Leitão de Gregório, ex-pastor protestante, apologista católico, personal trainer e consultor de musculação estética, foi encontrado morto por familiares no último sábado (25), em Natal, Rio Grande do Norte, onde morava. Não se sabe a causa da morte, mas a suspeita é de que tenha sido um AVC (acidente vascular cerebral).

A informação foi confirmada pelo Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep). Paulo tinha 48 anos e gerava polêmica nas redes sociais por ser crítico de medidas adotadas na pandemia, como o isolamento social e o uso de máscaras.

Paulo chegou a ter sua conta do Instagram, com mais de 100 mil seguidores, derrubada duas vezes este ano. O episódio mais recente foi em novembro, quando o atleta abriu um perfil alternativo e avisou seus seguidores do ocorrido.

Inclusive, internautas estão usando o perfil alternativo para despedir-se de Paulo, lamentar a sua morte ou tecer críticas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Natal único, verdadeiro e eterno consolo



Quando alguns colaboradores da ACN regressaram recentemente de uma viagem de acompanhamento de projetos no Líbano e na Síria, eu lhes perguntei quais foram as suas impressões, e a primeira resposta foi: “Lá predomina uma falta de perspectiva deprimente”. Essas palavras tocaram-me profundamente, porque não há pior desgraça do que quando a pessoa se afunda no desespero e desolação.

Não podemos viver sem uma perspectiva, sem ter diante dos olhos um fio condutor, um rumo e uma meta. Todos nós precisamos dessa esperança, que não é uma consolação barata, mas um conforto real, revitalizador. E o tempo do Advento que inicia quer levar-nos à fonte da verdadeira consolação.

Mas agora a questão é: no que consiste esse conforto? Com razão nós nos alegramos pelo espírito pré-natalino, alguns também pelas compras do Advento ou por um Natal com uma boa refeição e presentes. Mas tudo isto passa bem depressa. Um consolo duradouro só pode vir de Deus. E vem de forma bem escondida e pequena, imerso na escuridão e no frio deste mundo: numa criança que chora na manjedoura. Para muitos, um consolo fraco, um curativo religioso para pobres e fracos. Em vez de confiar no amor, gostariam de mudar o sistema, de assegurar o progresso sustentável, de anular o sofrimento, de criar um mundo em que o consolo já não seja mais necessário. Mas um mundo desses seria desumano.

É difícil aceitarmos consolação de um Deus que se tornou criança. Mas haverá maior consolo do que quando Deus entra na minha solidão, no meu amor estremecido, como companheiro de sofrimento? Esse é o caminho divino da salvação: levantar-se e ir ao encontro do outro, para carregar com ele o seu fardo, enxugar suas lágrimas. Só um amor assim pode dar um verdadeiro conforto e uma perspectiva clara. E quanto mais nos deixarmos consolar por Deus, tanto mais teremos a força do amor para consolar todos os que sofrem (cf. 2Cor 1,4).

Mensagem do Papa para o 55º Dia Mundial da Paz: "Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura"

 
MENSAGEM DO SANTO PADRE
FRANCISCO PARA A CELEBRAÇÃO DO
55º DIA MUNDIAL DA PAZ

1º DE JANEIRO DE 2022

DIÁLOGO ENTRE GERAÇÕES, EDUCAÇÃO E TRABALHO:
INSTRUMENTOS PARA CONSTRUIR UMA PAZ DURADOURA
 
1. «Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz» (Is 52, 7)!

Estas palavras do profeta Isaías manifestam a consolação, o suspiro de alívio dum povo exilado, extenuado pelas violências e os abusos, exposto à infâmia e à morte. Sobre esse povo, assim se interrogava o profeta Baruc: «Por que estás tu em terra inimiga, envelhecendo num país estrangeiro? Contaminaste-te com os mortos, foste contado com os que descem ao Hades» (3,10-11). Para aquela gente, a chegada do mensageiro de paz significava a esperança dum renascimento dos escombros da história, o início dum futuro luminoso.

Ainda hoje o  caminho da paz – o novo nome desta, segundo São Paulo VI, é  desenvolvimento integral [1] – permanece, infelizmente, arredio da vida real de tantos homens e mulheres e consequentemente da família humana, que nos aparece agora totalmente interligada. Apesar dos múltiplos esforços visando um diálogo construtivo entre as nações, aumenta o ruído ensurdecedor de guerras e conflitos, ao mesmo tempo que ganham espaço doenças de proporções pandémicas, pioram os efeitos das alterações climáticas e da degradação ambiental, agrava-se o drama da fome e da sede e continua a predominar um modelo económico mais baseado no individualismo do que na partilha solidária. Como nos tempos dos antigos profetas, continua também hoje a elevar-se  o clamor dos pobres e da terra [2] para implorar justiça e paz.

Em cada época, a paz é conjuntamente dádiva do Alto e fruto dum empenho compartilhado. De facto, há uma «arquitetura» da paz, onde intervêm as várias instituições da sociedade, e existe um «artesanato» da paz, que nos envolve pessoalmente a cada um de nós [3]. Todos podem colaborar para construir um mundo mais pacífico partindo do próprio coração e das relações em família, passando pela sociedade e o meio ambiente, até chegar às relações entre os povos e entre os Estados.

Quero propor, aqui,  três caminhos para a construção duma paz duradoura. Primeiro, o  diálogo entre as gerações, como base para a realização de projetos compartilhados. Depois,  a educação, como fator de liberdade, responsabilidade e desenvolvimento. E, por fim,  o trabalho, para uma plena realização da dignidade humana. São três elementos imprescindíveis para tornar «possível a criação dum pacto social» [4], sem o qual se revela inconsistente todo o projeto de paz.

2. Dialogar entre gerações para construir a paz

Num mundo ainda fustigado pela pandemia, que tem causado tantos problemas, «alguns tentam fugir da realidade, refugiando-se em mundos privados, enquanto outros a enfrentam com violência destrutiva, mas, entre a indiferença egoísta e o protesto violento há uma opção sempre possível: o diálogo, [concretamente] o diálogo entre as gerações» [5].

Todo o diálogo sincero, mesmo sem excluir uma justa e positiva dialética, exige sempre uma confiança de base entre os interlocutores. Devemos voltar a recuperar esta confiança recíproca. A crise sanitária atual fez crescer, em todos, o sentido da solidão e o isolar-se em si mesmos. Às solidões dos idosos veio juntar-se, nos jovens, o sentido de impotência e a falta duma noção compartilhada de futuro. Esta crise é sem dúvida aflitiva, mas nela é possível expressar-se também o melhor das pessoas. De facto, precisamente durante a pandemia, constatamos nos quatro cantos do mundo generosos testemunhos de compaixão, partilha, solidariedade.

Dialogar significa ouvir-se um ao outro, confrontar posições, pôr-se de acordo e caminhar juntos. Favorecer tudo isto entre as gerações significa amanhar o terreno duro e estéril do conflito e do descarte para nele se cultivar as sementes duma paz duradoura e compartilhada.

Enquanto o progresso tecnológico e económico frequentemente dividiu as gerações, as crises contemporâneas revelam a urgência da sua aliança. Se os jovens precisam da experiência existencial, sapiencial e espiritual dos idosos, também estes precisam do apoio, carinho, criatividade e dinamismo dos jovens.

Os grandes desafios sociais e os processos de pacificação não podem prescindir do diálogo entre os guardiões da memória – os idosos – e aqueles que fazem avançar a história – os jovens –; tal como não é possível prescindir da disponibilidade de cada um dar espaço ao outro, nem pretender ocupar inteiramente a cena preocupando-se com os seus interesses imediatos como se não houvesse passado nem futuro. A crise global que vivemos mostra-nos, no encontro e no diálogo entre as gerações, a força motora duma política sã, que não se contenta em administrar o existente «com remendos ou soluções rápidas» [6], mas presta-se, como forma eminente de amor pelo outro, [7] à busca de projetos compartilhados e sustentáveis.

Se soubermos, nas dificuldades, praticar este diálogo intergeracional, «poderemos estar bem enraizados no presente e, daqui, visitar o passado e o futuro: visitar o passado, para aprender da história e curar as feridas que às vezes nos condicionam; visitar o futuro, para alimentar o entusiasmo, fazer germinar os sonhos, suscitar profecias, fazer florescer as esperanças. Assim unidos, poderemos aprender uns com os outros» [8]. Sem as raízes, como poderiam as árvores crescer e dar fruto?

É suficiente pensar no cuidado da nossa casa comum, já que o próprio meio ambiente «é um empréstimo que cada geração recebe e deve transmitir à geração seguinte» [9]. Por isso, devem ser apreciados e encorajados os numerosos jovens que se empenham por um mundo mais justo e atento à tutela da criação, confiada à nossa custódia. Fazem-no num misto de inquietude e entusiasmo, mas sobretudo com sentido de responsabilidade perante a urgente mudança de rumo [10], que nos é imposta pelas dificuldades surgidas da atual crise ética e sócio-ambiental [11].

Por outro lado, a oportunidade de construir, juntos, percursos de paz não pode prescindir da educação e do trabalho, lugares e contextos privilegiados do diálogo intergeracional: enquanto a educação fornece a gramática do diálogo entre as gerações, na experiência do trabalho encontram-se a colaborar homens e mulheres de diferentes gerações, trocando entre si conhecimentos, experiências e competências em vista do bem comum.

3. A instrução e a educação como motores da paz

Nos últimos anos, diminuiu sensivelmente a nível mundial o orçamento para a instrução e a educação, vistas mais como despesas do que como investimentos; e, todavia, constituem os vetores primários dum desenvolvimento humano integral: tornam a pessoa mais livre e responsável, sendo indispensáveis para a defesa e promoção da paz. Por outras palavras, instrução e educação são os alicerces duma sociedade coesa, civil, capaz de gerar esperança, riqueza e progresso.

Ao contrário, aumentaram as despesas militares, ultrapassando o nível registado no termo da «guerra fria», e parecem destinadas a crescer de maneira exorbitante [12].

Por conseguinte é oportuno e urgente que os detentores das responsabilidades governamentais elaborem políticas económicas que prevejam uma inversão na correlação entre os investimentos públicos na educação e os fundos para armamentos. Aliás a busca dum real processo de desarmamento internacional só pode trazer grandes benefícios ao desenvolvimento dos povos e nações, libertando recursos financeiros para ser utilizados de forma mais apropriada na saúde, na escola, nas infraestruturas, no cuidado do território, etc.

Faço votos de que o investimento na educação seja acompanhado por um empenho mais consistente na promoção da cultura do cuidado [13]. Perante a fragmentação da sociedade e a inércia das instituições, esta cultura do cuidado pode-se tornar a linguagem comum que abate as barreiras e constrói pontes. «Um país cresce quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: a cultura popular, a cultura universitária, a cultura juvenil, a cultura artística e a cultura tecnológica, a cultura económica e a cultura da família, e a cultura dos meios de comunicação» [14]. É necessário, portanto, forjar um novo paradigma cultural, através de «um pacto educativo global para e com as gerações jovens, que empenhe as famílias, as comunidades, as escolas e universidades, as instituições, as religiões, os governantes, a humanidade inteira na formação de pessoas maduras» [15]. Um pacto que promova a educação para a ecologia integral, segundo um modelo cultural de paz, desenvolvimento e sustentabilidade, centrado na fraternidade e na aliança entre os seres humanos e o meio ambiente [16].

Investir na instrução e educação das novas gerações é a estrada mestra que as leva, mediante uma específica preparação, a ocupar com proveito um justo lugar no mundo do trabalho [17]. 

Bispo consola quem está triste no Natal por ter perdido uma pessoa querida



No Natal celebramos o nascimento do Salvador entre nós, no entanto, este ano por causa da pandemia e de outras circunstâncias, muitas famílias sentirão saudades de alguma pessoa querida que morreu e que não poderá estar presente na ceia de Natal.

“Nesta Noite Santa, sentimos saudades de nossas pessoas queridas que morreram... mas nos consola 'saber' que eles estão com Jesus e que em breve nos encontraremos com eles”, escreveu em 24 de dezembro de 2019 dom José Ignacio Munilla, então bispo de San Sebastián, Espanha, em sua conta no Twitter.

O bispo, que agora é bispo da diocese de Orihuela Alicante, escreveu essas palavras porque seria o primeiro Natal em que sua mãe não estaria presente.

Ignacia Aguirre Uzcudun, mãe do bispo, morreu em 10 de novembro de 2019. Em seu tweet, dom Munilla postou junto com a frase uma imagem de Cristo segurando uma foto do bispo com a sua mãe na praça de São Pedro.

Santa Sé estabelece novas restrições à missa tradicional com resposta a dúvidas



A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou no dia 18 de dezembro a resposta a algumas disposições da carta apostólica na forma de motu proprio Traditionis custodes do papa Francisco que restringe a celebração da liturgia tradicional anterior à reforma do Concílio Vaticano II.

O prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, dom Arthur Roche, enviou aos presidentes das conferências episcopais mundiais uma "Responsa ad dubia" (Repostas a dúvidas) dizendo que a congregação "recebeu vários pedidos para esclarecer a aplicação correta de Traditionis custodes”.

“Algumas questões foram levantadas em diferentes lugares e com maior frequência: por isso, depois de examiná-las cuidadosamente, depois de ter informado o Santo Padre e de ter recebido seu consentimento, agora são publicadas as respostas às perguntas mais recorrentes”, escreveu dom Roche.

O documento divulgado em 18 de dezembro responde a onze perguntas e acrescenta notas explicativas e, em alguns casos, cita alguns artigos do motu proprio em latim.

Na introdução, dom Roche reitera as alegações do papa para as novas restrições à liturgia tradicional. Em primeiro lugar, “a busca constante da comunhão eclesial que se expressa reconhecendo nos livros litúrgicos promulgados pelos santos pontífices Paulo VI e João Paulo II, em conformidade com os decretos do Concílio Vaticano II, a única expressão da lex orandi do Rito Romano”.

“Essa é a direção na qual queremos caminhar e esse é o sentido das respostas que aqui publicamos: toda norma prescrita tem sempre como único fim salvaguardar o dom da comunhão eclesial caminhando juntos, com convicção de mente e de coração, na linha indicada pelo Santo Padre”, destacou Arthur Roche.

"Como Pastores não devemos nos render a polêmicas estéreis, capazes apenas de criar divisões, nas quais o ato ritual é muitas vezes instrumentalizado por visões ideológicas", escreveu Roche, mas “antes, todos nós somos chamados a redescobrir o valor da reforma litúrgica, salvaguardando a verdade e a beleza do rito que ela nos deu”.

Aqui estão as onze respostas às perguntas feitas:

1. Onde não for possível encontrar uma igreja ou oratório ou capela disponível para acolher os fiéis que celebram com o Missale Romanum (Editio tipyca 1962), pode o bispo diocesano pedir à Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos a dispensa da disposição do Motu Proprio Traditionis Custodes (Art. 3º § 2º), e, portanto, permitir assim a celebração na igreja paroquial?

Responde-se: Afirmativamente.

“O Motu Proprio Traditionis Custodes no Art. 3 § 2 pede que o bispo, nas dioceses onde até agora existe a presença de um ou mais grupos que celebram segundo o missal anterior à reforma de 1970, indique um ou mais lugares onde os fiéis aderentes a esses grupos se possam reunir para a celebração eucarística (mas não nas igrejas paroquiais e sem erigir novas paróquias pessoais)”.

“Nessas disposições não há intenção de marginalizar os fiéis vinculados à forma celebrativa precedente: só pretendem lembrar-lhes que é uma concessão para prover para o seu bem (tendo em vista o uso comum da única lex orandi do Rito Romano) e não uma oportunidade para promover o rito precedente”, advertiu o documento vaticano.

2. Segundo as disposições do motu proprio Traditionis custodes, é possível celebrar os sacramentos com o Rituale Romanum e o Pontificale Romanum anteriores à reforma litúrgica do Vaticano II?

Responde-se: Negativamente.

“Só as paróquias pessoais canonicamente erigidas que, segundo as disposições do motu proprio Traditionis Custodes, celebram com o Missale Romanum de 1962, estão autorizadas pelo bispo diocesano a conceder a licença para fazer uso do Rituale Romanum (última editio typica 1952) e não do Pontificale Romanum anterior à reforma litúrgica do Concílio Vaticano II”.

3. Se um sacerdote, a quem foi concedido o uso do Missale Romanum de 1962, não reconhece a validade e legitimidade da concelebração - recusando-se a concelebrar, em particular, na Missa Crismal - pode continuar se beneficiando desta concessão?

Responde-se: Negativamente.

“Porém, antes de revogar a concessão de fazer uso do Missale Romanum de 1962, o bispo procure estabelecer um diálogo fraterno com o presbítero; zelar para que tal atitude não exclua a validade e a legitimidade da reforma litúrgica, dos ditames do Concílio Vaticano II e do Magistério dos Sumos Pontífices; e acompanhá-lo na compreensão do valor da concelebração, especialmente na Missa Crismal”, destacou.

4. Na celebração eucarística que faz uso do Missale Romanum de 1962, é possível utilizar para as leituras o texto íntegro da Bíblia, escolhendo as perícopas indicadas neste Missal?

Responde-se: Afirmativamente.

"O art. 3 § 3 do Motu Proprio Traditionis Custodes estabelece que as leituras sejam proclamadas em língua vernácula, usando as traduções da Sagrada Escritura para uso litúrgico aprovadas pelas respectivas conferências episcopais (...) Uma vez que os textos das leituras estão contidos no próprio Missal, e não existindo, portanto, o livro do Lecionário, para observar o que está disposto no motu proprio, deve-se necessariamente recorrer ao livro da Sagrada Escritura na tradução aprovada pelas conferências episcopais para uso litúrgico, escolhendo as perícopas indicadas no Missale Romanum de 1962”.

5. O bispo diocesano, para conceder aos presbíteros ordenados depois da publicação do Motu Proprio Traditionis Custodes, celebrar com o Missale Romanum de 1962, deve ser autorizado pela Sé Apostólica (cf. Traditionis Custodes, n. 4)?

Responde-se: Afirmativamente.

“Não se trata um mero parecer consultivo, mas de uma necessária autorização dada ao bispo diocesano por parte da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que exerce, para os assuntos da sua competência, a autoridade da Santa Sé (cf. Traditionis custodes, nº 7)”.

6. A faculdade de celebrar usando o Missale Romanum de 1962 pode ser concedida ad tempus?

Responde-se: Afirmativamente.

“A opção de conceder o uso do Missale Romanum de 1962 por um tempo definido - com a duração que o bispo diocesano considere oportuna - não só é possível, mas também recomendada: o fim do prazo definido oferece a possibilidade de verificar que tudo está em consonância com a orientação estabelecida pelo motu proprio. O resultado dessa verificação poderá fornecer motivos para prorrogar ou suspender a concessão”.

7. A faculdade concedida pelo bispo diocesano para celebrar fazendo uso do Missale Romanum de 1962 é válida apenas para o território da sua diocese?

Responde-se: Afirmativamente.

8. Em caso de ausência ou impossibilidade do sacerdote autorizado, quem o substitui deve ter também uma autorização formal?

Responde-se: Afirmativamente.

Havia um falso Cristo no meio do presépio!


Muito pior do que passar o Natal sem Cristo é inventar um Natal com um Cristo falso em nossos presépios.

Aparentemente, o problema do “Natal sem Cristo” está sendo contornado por nossos contemporâneos. Eles substituíram a pura e simples abolição do presépio pela transformação da narrativa religiosa tradicional.

Emblemática nesse sentido é a imagem de um presépio com dois “Josés”, compartilhada recentemente no Twitter de uma comediante norte-americana.

Cameron Esposito esclarece, no entanto, que a ideia não foi sua. “O presépio com dois Josés de nossos vizinhos está montado e eu estou transmitindo”, ela escreveu.

Mais do que falar de moral sexual, no entanto, é a sacralização do profano o que mais nos interessa aqui. Uma pessoa que tem o cuidado de montar um presépio com dois Josés vestidos de rosa não está apenas zombando da fé cristã, mas também inventando, de sua própria cabeça, uma religião completamente nova, completamente… sua. O símbolo em questão fala de um novo culto, tão múltiplo quantas são as cabeças: a religião do próprio “eu”, que rejeita a tradição para se moldar às taras e idiossincrasias das pessoas.

Escrever estas linhas não irá, evidentemente, mudar o comportamento dessas pessoas. Mas talvez nos acorde, a nós, para não cairmos na mesma armadilha — coisa que só conseguiremos fazer se lutarmos, com todas as nossas forças, contra o pecado e o relaxamento moral.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Palavra de Vida: "Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo o que lhe foi dito da parte do Senhor" (Lc 1, 45)


Este mês, a Palavra de Vida propõe-nos mais uma bem-aventurança. É a saudação alegre e inspirada de uma mulher, Isabel, a uma outra mulher, Maria, que foi visitá-la para a ajudar. Sim, porque ambas estão à espera de um filho e ambas, profundamente crentes, acolheram a Palavra de Deus e, na sua pequenez, experimentaram o Seu poder criador. 

Maria é a primeira bem-aventurada do evangelho de Lucas, aquela que experimenta a alegria da intimidade divina. Com esta bem-aventurança, o evangelista inicia a reflexão sobre a relação entre a Palavra de Deus anunciada e a fé que a sabe acolher, entre a iniciativa de Deus e a adesão livre da pessoa.

Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo o que lhe foi dito da parte do Senhor

Maria é a verdadeira crente na “promessa feita a Abraão e à sua descendência para sempre”[1]. Está de tal modo vazia de si mesma, humilde e aberta à Palavra, que o próprio Verbo de Deus se pôde fazer carne no seu seio e entrar na História da Humanidade.

Nenhum de nós pode experimentar a maternidade virginal de Maria, mas todos podemos imitar a sua confiança no amor de Deus. Se acolhermos a Palavra com coração aberto, esta – com as promessas que contém – pode encarnar-se também em nós e tornar fecunda a nossa vida de cidadãos, de pais e mães, de estudantes, operários ou políticos, jovens ou idosos, saudáveis ou doentes.

Mesmo se a nossa fé for insegura, como no caso de Zacarias[2], continuemos a confiar na misericórdia de Deus. Ele nunca deixará de nos procurar, até nós redescobrirmos a sua fidelidade e O bendizermos.

Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo o que lhe foi dito da parte do Senhor

Nas mesmas colinas da Terra Santa, há relativamente pouco tempo, uma outra mãe profundamente crente ensinava aos seus filhos a arte do perdão e do diálogo, que aprendera na escola do Evangelho. Conta a Margaret: «A nós, filhos, ofendidos por algumas expressões de rejeição por parte de outras crianças do nosso bairro, a mãe disse: “Convidem essas crianças para a nossa casa”. E deu-lhes do pão que tinha acabado de cozer, para que o levassem às suas famílias. A partir daí, construímos relações de amizade com aquelas pessoas»[3]. Este é um pequeno sinal profético, naquela terra que foi berço da civilização e é ícone do sofrimento da Humanidade, à procura da paz e da fraternidade.

Também Chiara Lubich nos apoia nesta fé corajosa: «Maria, depois de Jesus, é aquela que melhor e mais perfeitamente soube dizer “sim” a Deus. É sobretudo nisto que está a sua santidade e a sua grandeza. Assim, se Jesus é o Verbo, a Palavra que se encarnou, Maria, pela sua fé na Palavra, é a Palavra vivida, mesmo sendo criatura como nós, igual a nós. […] Portanto, com Maria, devemos acreditar que todas as promessas contidas na Palavra de Jesus se vão realizar. Mas, como Maria, quando for preciso, devemos enfrentar o risco do absurdo que, por vezes, a Palavra comporta. Grandes e pequenas coisas, mas sempre maravilhosas, acontecem a quem acredita na Palavra. Poderiam encher-se muitos livros com os factos que o comprovam. […] Quando, na vida de cada dia, na leitura das Sagradas Escrituras, nos encontrarmos com a Palavra de Deus, escutemo-la com o coração aberto, acreditando firmemente que aquilo que Jesus nos pede e promete se irá realizar. Não tardaremos a descobrir […] que Ele mantém as suas promessas»[4].

Armando o presépio de Natal



Já estamos em um novo Ano Litúrgico, no Advento, tempo da “bela tradição das famílias prepararem o Presépio, e o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças” ...: é assim que começa a Carta Apostólica do Papa Francisco, “Sinal Admirável”, sobre o valor e o significado do Presépio.  

“Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus. O Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem, e a descobrir que nos ama tanto, que Se uniu a nós para podermos, também nós, unir-nos a Ele. O evangelista Lucas limita-se a dizer que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, ‘teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria’ (2, 7). Jesus é colocado numa manjedoura, que, em latim, se diz praesepium, donde vem a nossa palavra presépio. Ao entrar neste mundo, o Filho de Deus encontra lugar onde os animais vão comer. A palha torna-se a primeira enxerga para Aquele que Se há de revelar como ‘o pão vivo, o que desceu do céu’ (Jo 6, 51). Uma simbologia, que já Santo Agostinho, a par doutros Padres da Igreja, tinha entrevisto quando escreveu: ‘Deitado numa manjedoura, torna-Se nosso alimento’. Na realidade, o Presépio inclui vários mistérios da vida de Jesus, fazendo-os aparecer familiares à nossa vida diária”.

A ideia dessa representação é atribuída a São Francisco de Assis: “Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incômodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido reclinado na palha duma manjedoura, entre o boi e o burro” ... “O Presépio é um convite a ‘sentir’, a ‘tocar’ a pobreza que escolheu, para Si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-Lo e servi-Lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados”.

domingo, 31 de outubro de 2021

Padre Robson é inocentado de acusações de lavagem de dinheiro em Trindade


Em decisão unânime, na tarde desta terça-feira (6/10), o Tribunal de Justiça de Goiás arquivou a investigação contra o padre Robson de Oliveira, que era acusado de lavagem de dinheiro. A informação foi confirmada pela defesa do religioso ao Correio. Investigações do Ministério Público de Goiás, por meio da Operação Vendilhões, tinham indicado que o pároco havia movimentado R$ 2 bilhões em 10 anos, por meio da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), com sede em Trindade (GO).

O julgamento de padre Robson começou às 13h e, após quarenta minutos, foi proferida a decisão do desembargador Nicomedes Domingos Borges, acompanhado por unanimidade pela 1ª Câmara Criminal. A ação do MP contra o religioso foi, portanto, arquivada.

"Com isso, fica reconhecido que não houve a qualquer ilicitude praticada pelo religioso, que sempre se dispôs a esclarecer toda e qualquer dúvida sobre a sua atuação na Afipe ou em qualquer outro âmbito de evangelização", resumiu o advogado de defesa Pedro Paulo de Medeiros.

Cléber Lopes, também advogado de defesa do padre, afirmou que a decisão dos magistrados reforça que "a associação presidida pelo pároco é de natureza privada e não houve qualquer desvio de valores, sendo certo que todos os investimentos foram aprovados pelos membro da associação".

"A decisão do tribunal reconhece o que a defesa já havia dito há algum tempo. Esperam, com isso, que o sacerdote possa ter a sua biografia restaurada", diz o advogado.

Ao embasar a decisão, o desembargador Nicomedes Domingos Borges afirmou que as provas obtidas pelo MP não comprovavam que o pároco desviava dinheiro para benefício próprio por meio da Afipe. “Por se tratar de uma entidade privada, com os membros não tendo questionado qualquer ato, ou alegado lesão aos seus interesses, não há que se falar em qualquer fato típico a ser investigado”, analisou o magistrado.

Em nota oficial, a Afipe assegura que “continuará o trabalho de auditoria, reforma administrativa, implantação de governança e demais ações que estão em andamento na associação".

ALESP derruba veto de Doria e torna atividades religiosas essenciais


A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) derrubou no dia 26 de outubro o veto do governador João Doria (PSDB) a projeto que estabelece atividades religiosas como essenciais em situação de crise, como a pandemia de covid-19. A Alesp promulgará a lei, que passará a valer após publicação no Diário Oficial.

O projeto de lei 299/2020, de Gil Diniz (sem partido) e Gilmaci Santos (Republicanos), foi aprovado na Alesp em janeiro deste ano. Em fevereiro, o governador vetou, alegando que o tema se inseria “no âmbito das decisões que devem ser tomadas pelo Poder Executivo”. Em 2 de março, Doria publicou um decreto que reconhecia atividades religiosas como essenciais durante a pandemia. Mas, no dia 11 do mesmo mês, anunciou a criação da Fase Emergencial do Plano SP de combate à pandemia, que suspendia celebrações religiosas coletivas.

Santa Sé renova facilidades para lucrar indulgência plenária de finados


Devido à duração da pandemia do coronavírus, a Penitenciária Apostólica decidiu estender a todo o mês de novembro de 2021 as facilidades decretadas em 22 de outubro de 2020 para lucrar a indulgência plenária no Dia de Finados, que se comemora na próxima terça-feira.

Em virtude de um decreto aprovado em 27 de outubro pelo cardeal Mauro Piacenza, penitenciário-mor, se “confirma e estende para todo o mês de novembro de 2021 todos os benefícios espirituais já concedidos em 22 de outubro de 2020, mediante o Decreto Prot. N. 791/20/I com o qual, devido à pandemia de Covid-19, prorrogam-se as Indulgências Plenárias para os fiéis defuntos para todo o mês de novembro de 2020”.  

O decreto de 22 de outubro de 2020 estabelecia que nos locais onde as medidas adotadas para evitar o contágio do coronavírus dificultam a frequência aos cemitérios, amplie-se a todo o mês de novembro as indulgências plenárias para os fiéis defuntos por ocasião do Dia de Todos os Fiéis Defuntos, em 2 de novembro.

A Santa Sé sustenta para este ano que “a Indulgência Plenária para aqueles que visitam um cemitério e rezam pelos defuntos, ainda que apenas mentalmente, de norma estabelecida apenas de 1° a 8 de novembro, pode ser transferida para outros dias do mesmo mês até seu término. Tais dias, escolhidos livremente pelo fiel, também podem ser separados uns dos outros”.

Da mesma forma, “a indulgência plenária de 2 de novembro, estabelecida por ocasião da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos para aqueles que visitam piedosamente uma igreja ou um oratório e ali rezam o ‘Pai-Nosso’ e o ‘Credo’, pode ser transferida não apenas para o domingo precedente ou seguinte ou para o dia da Solenidade de Todos os Santos, mas também para outro dia do mês de novembro, à livre escolha de cada fiel”.

No caso dos “idosos, os doentes e todos aqueles que por motivos graves não podem sair de casa, por exemplo, por causa das restrições impostas pela autoridade competente para o tempo de pandemia”, podem “obter a indulgência plenária desde que, unindo-se espiritualmente a todos os outros fiéis”.

Joe Biden recebe a Comunhão em missa celebrada em Roma


O Presidente Joe Biden recebeu a comunhão durante uma missa neste sábado à noite em Roma, de acordo com um relatório da Associated Press.

Biden encontrou-se com o Papa Francisco na sexta-feira, durante a qual, segundo ele, o papa Francisco lhe disse para "continuar recebendo a comunhão", apesar de sua opinião favorável ao aborto.

Segundo a A.P., cerca de 30 pessoas estiveram na missa na Igreja Católica de São Patrício, em Roma, com segurança reforçada. O presidente e sua esposa sentaram-se na última fila.

O relatório declarou que a missa foi celebrada pelo Padre Joe Ciccone e dois sacerdotes concelebrantes, e que Biden foi visto colocando dólares americanos na cesta de coleta.

"A comunhão é o que nos une no Senhor". Nenhum de nós é puro e perfeito". Lutamos pela vida". Somos todos santos e pecadores", disse o celebrante, padre Joe Ciccone à agência Associated Press.

"Quando você é uma figura pública você tem que tomar certas decisões, especialmente em uma democracia, em nome de mais do que apenas seus próprios sentimentos pessoais", disse padre Ciccone.

A Igreja de São Patrício está localizada perto da Embaixada dos EUA, e é o principal local de culto para muitos americanos em Roma. A igreja, que está dentro da diocese governada pelo papa, oferece todas as missas em inglês.

É a mesma igreja que Nancy Pelosi freqüentou quando visitou o Papa Francisco no início deste mês. Pelosi e seu marido deixaram a missa no dia 9 de outubro, antes da segunda leitura, por causa de um incidente de segurança.

Biden diz que o papa Francisco o autorizou a comungar e que não discutiram aborto



O presidente dos EUA, Joe Biden, teve seu primeiro encontro oficial com o papa Francisco, hoje, 29 de outubro. Biden disse que o papa o autorizou a continuar recebendo a Comunhão e que não falaram sobre o aborto na reunião realizada hoje no Vaticano.

As declarações de Biden foram feitas a Jeff Mason, da agência de notícias Reuters. Mason perguntou ao presidente se o aborto tinha sido tratado durante seu encontro com o papa. “Não, não foi tratado”, respondeu Biden. “Nós apenas falamos sobre o fato de que eu estava feliz, que era um bom católico e que devo continuar a receber a comunhão”, disse Biden.

Desde que tomou posse, Biden, o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos, tem sido um dos mais ativos promotores do aborto na presidência dos EUA. A conferência episcopal americana debate a possibilidade de negar a comunhão a políticos católicos que, como Biden, apoiam e promovem o aborto.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, disse que a Santa Sé “se limita” a corroborar “o que foi dito no comunicado oficial sobre a visita” e que se tratou de uma visita privada.

O comunicado ao que Bruni se referiu diz: “Durante as cordiais discussões, as partes se concentraram no compromisso conjunto de proteção e cuidado do planeta, na situação da saúde e na luta contra a pandemia da COVID-19, bem como no tema dos refugiados e da assistência aos migrantes. Também foi feita referência à proteção dos direitos humanos, incluindo a liberdade de religião e de consciência. Por fim, a conversa permitiu uma troca de opiniões sobre alguns assuntos relativos à atual situação internacional, também no contexto da iminente cúpula do G20 em Roma, e sobre a promoção da paz no mundo através da negociação política".

domingo, 10 de outubro de 2021

Marcos Mion revelou que Rede Record não deixava ele exibir tatuagem de Nossa Senhora



Marcos Mion deu o que falar no final de semana após comemorar o fato de poder usar camiseta na Globo, coisa que não podia fazer na Record. Na ocasião, o apresentador do "Caldeirão" contou apenas que não podia usar camiseta por causa do braço fechado com tatuagens. Mas, no twitter, Mion revelou qual o desenho específico que não agradava a emissora. 

"Minha saída nunca virou assunto porque o que sinto pela Record é uma gratidão sem fim e todas entrevistas que tentaram me pegar numa aspa que gerasse treta não conseguiram, porque sempre faço o lado bom superar qualquer outra situação. É um exercício diário, em qualquer situação", iniciou o apresentador. 

"Agora, eu não poder usar camiseta por conta da Nossa Senhora que tenho no antebraço é um fato. Não tem amargura ou ingratidão da minha parte! Eu sempre aceitei e respeitei a decisão deles! É uma diretriz da empresa, assim como qualquer empresa tem suas crenças e pilares. Normal". 

Mion ainda revelou que costumava pedir desculpas a Nossa Senhora e que em algumas ocasiões a Record cortava suas menções sobre a santa nos programas. 

"O problema era meu que tinha que me desculpar toda noite com Nossa Mãezinha, pedindo para ela me entender. Que, apesar da minha devoção, eu amava meu trabalho, todas as pessoas e o que a gente criava lá. Eu citava Nossa Senhora por conta da minha crença e eles editavam por conta da crença deles e está tudo certo", disse.

Palavra de Vida: «Nós sabemos que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus». (Rm 8, 28)



A Palavra que queremos viver este mês é tirada da carta do apóstolo Paulo aos Romanos. É um texto longo e cheio de reflexões e ensinamentos. Foi escrito antes da sua viagem para Roma, em preparação da visita àquela comunidade que Paulo ainda não conhecia pessoalmente.

O capítulo oitavo, de modo particular, põe em evidência a vida nova segundo o Espírito e a promessa da vida eterna para os indivíduos, os povos e todo o universo.

Nós sabemos que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus.

Cada palavra desta frase é densa de significado.

Paulo proclama, acima de tudo, que, como cristãos, conhecemos o amor de Deus e estamos conscientes que cada experiência humana faz parte do grande projeto de salvação que Deus tem para nós.

Tudo – diz Paulo – concorre para a realização desse projeto: os sofrimentos, as perseguições, os fracassos e fragilidades pessoais, mas sobretudo a ação do Espírito de Deus no coração das pessoas que o acolhem.

O Espírito recolhe e faz seus os gemidos da humanidade e da Criação (1), e esta é a garantia da realização do projeto de Deus. 

Da nossa parte, é preciso responder ativamente a este amor com o nosso amor, confiando-nos ao Pai em todas as necessidades e dando testemunho da esperança nos novos Céus e na nova Terra (2) que Ele prepara para aqueles que colocam n’Ele a sua confiança.

Exorcista explica por que o demônio odeia tanto os sinos



Um sacerdote exorcista dos Estados Unidos explicou a uma jornalista do ‘National Catholic Register’ que o diabo odeia "tudo o que é belo" e santo, incluindo os sinos que soam durante a celebração da Missa e que o próprio sacerdote usa durante os rituais de exorcismo.

“O diabo odeia tudo que é belo e os sinos são usados ​​especificamente para chamar a atenção sobre a adoração divina de Deus. Os demônios odeiam os sinos, que eu uso em sessões (de exorcismo) o tempo todo”, confirmou padre Teófilo à jornalista Patti Armstrong.

Para o rito do exorcismo utilizam-se orações e água benta, mas padre Teófilo também acrescenta muitas outras ferramentas como música, cantos, arte sacra, um grupo de oração, água e sinos bentos para enfrentar o demônio.

“Satanás sempre nos ataca através dos nossos sentidos. Então, a própria liturgia deve ser um ataque sagrado aos nossos sentidos: nossa visão, nosso tato, nossos cheiros e nossos ouvidos. Rezamos como Igreja com todas essas coisas sensoriais, porque ela aprendeu durante milênios que isso é o que repele o inimigo”, indicou.

Do mesmo modo, explicou que, quando se usam sinos consagrados na Missa, estes “humilham o demônio porque são um objeto não racional que fazem o que eles mesmos deveriam fazer desde a sua criação. Mas estes não querem adorar a Deus”.

Eutanásia de mulher colombiana gerará muitos danos e dores, diz líder pró-vida



A eutanásia de Martha Liria Sepúlveda Campo, de 51 anos, que não está em estado terminal, vai gerar muitos danos, dor e fracasso na vida das pessoas, disse Jesús Magaña, presidente da plataforma Unidos pela Vida na Colômbia. “Nós sabemos, sentimos, acreditamos e somos solidários com ela no sofrimento de sua doença, mas achamos que está errando na solução”, disse Magaña à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

“Tomara que os padres aos quais ela está se aproximando possam dar orientação. Ela já comentou que algum padre com quem ela foi se confessar não lhe deu a absolvição justamente pelo que está pensando em fazer”, disse Magaña. “Tomara que o Senhor toque o seu coração, a ilumine e lhe dê a possibilidade de entender que esta é uma oportunidade para crescer e não para perder a sua vida totalmente”.

Martha Liria Sepúlveda Campo tem 51 anos, mora em Medellín e sofre de esclerose lateral amiotrófica, conhecida como ELA, doença dos neurônios no cérebro, tronco cerebral e medula espinhal que controlam o movimento dos músculos voluntários, afetando 5 pessoas em cada 100 mil no mundo. Por causa da doença, Martha Liria Sepúlveda perdeu os movimentos das pernas no ano passado.

No dia 3 de outubro, a rede de TV Caracol transmitiu uma reportagem na qual a mulher disse que está “tranquila” com a decisão de receber a eutanásia. Dizendo-se católica, ela disse: “Considero que tenho muita fé em Deus, mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acho que não quer ver ninguém. Nenhum pai quer ver os seus filhos sofrerem”.

O Catecismo da Igreja Católica ensina, no número 2.277: “Uma ação ou uma omissão que, de per si ou na intenção, cause a morte com o fim de suprimir o sofrimento, constitui um assassínio gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador. O erro de juízo, em que se pode ter caído de boa fé, não muda a natureza do acto homicida, o qual deve sempre ser condenado e posto de parte.”

A morte de Martha estava programada para este domingo, 10 de outubro, às 7h mas a clínica desmarcou o procedimento.

Caso persista em sua decisão, Martha Liria Sepúlveda seria a primeira mulher em estado não terminal a morrer após a decisão da Corte Constitucional da Colômbia que permitiu, em julho deste ano, estendeu a eutanásia a pacientes não-terminais.

“É um comentário que fazemos com muita dor no coração por essa confusão terrível que Martha Liria gera para sua vida e para outras pessoas na Colômbia que vai gerar muitos danos, muitas dores e muitos fracasso na vida das pessoas”, alertou o presidente de Unidos pela Vida.

Magaña destacou a importância de recorrer aos cuidados paliativos e considerou que acreditar que Deus acolhe a decisão de uma mulher de se submeter à eutanásia é uma “postura de uma pessoa confusa que tenta resolver um problema com uma solução mais grave do que o próprio problema”.

“É uma verdadeira contradição e confusão nessa mentalidade contaminada de hedonismo, onde o único ou o bom é o prazer, não sentir dor, e o mal é justamente a dor”, lamentou.