sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Bispos poloneses convocam fiéis para defender igrejas da fúria pró-aborto


Os violentos ataques perpetrados por pró-aborto – com provável financiamento externo – contra locais de culto católicos depois que o governo aboliu o chamado ‘aborto terapêutico’ levaram a Conferência Episcopal a publicar um documento no qual, entre outras coisas, apela aos fiéis para defender os templos.

A Polônia sofre uma reação repentina e violenta nas ruas por parte de grupos pró-aborto que concentram sua fúria contra tudo que é católico, tão essencial no ex-país comunista. A organização das mobilizações e a presença de ativistas estrangeiros, assim como seus ‘pôsteres’ em inglês, sugerem de imediato uma ação bem planejada e financiada do exterior, uma pequena ‘revolução colorida’ para o país eslavo rebelde, decidido contra vento e maré na preservação de suas raízes cristãs contra a pressão dos hierarcas da União Europeia.

E a gota d’água foi essa nova restrição ao ‘direito’ ao aborto. Houve ataques contra símbolos religiosos e até igrejas, mas o polonês não sendo uma sociedade sonolenta como as da Europa Ocidental, os jovens crentes reagiram formando espontaneamente grupos que se revezavam na defesa dos templos contra marés de manifestantes hostis.

E seus bispos os apóiam. O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Polonesa emitiu uma declaração na qual lamenta a violência sofrida pela Igreja no país nas mãos dos radicais pró-aborto e encoraja os fiéis a defenderem os tempos e os objetos sagrados. Este é o texto:

Cardeal Sarah: “O islamismo é um fanatismo monstruoso que deve ser combatido com força e determinação”


O islamismo é um fanatismo monstruoso que deve ser combatido com força e determinação. Isso não vai parar sua guerra. Infelizmente, nós, africanos, sabemos disso muito bem. Os bárbaros são sempre inimigos da paz. O Ocidente, hoje a França, deve entender isso. Vamos rezar”. Essa foi a reação do cardeal Robert Sarah ao ataque em Nice.

O cardeal africano usou seu perfil no Twitter para comentar sobre este último ataque islâmico, que resultou em três mortes em uma igreja na cidade de Côte d’Azur.


O Vaticano, por sua vez, comentou o ocorrido por meio do diretor da Sala Stampa da Santa Sé, Matteo Bruni. O porta-voz do Vaticano afirmou que estamos “em um momento de dor, um tempo de confusão”. “Terrorismo e violência não podem ser aceitos”, destacou.

“O ataque de hoje semeou a morte em um lugar de amor e consolação, como a casa do Senhor. O Papa está informado da situação e está próximo da comunidade católica que está de luto. Rezem pelas vítimas e pelos seus entes queridos, para que a violência cesse, para que se vejam como irmãos e não como inimigos, para que o querido povo francês possa reagir unido ao mal com o bem ”, comentou.

Ataque islâmico em catedral na França deixa três mortos


Três pessoas morreram e várias resultaram feridas depois de um ataque na Basílica de Nossa Senhora da Nice, no sul da França. O ataque terrorista ocorreu por volta das 9 da manhã, um indivíduo armado com uma faca decapitou uma mulher, matou outras duas pessoas e feriu outras.

Segundo as mídias francesas, o ataque ocorreu às 9:00 a.m junto à igreja de Notre Dame na cidade de Nice e uma vítima foi decapitada. O agressor portava uma faca e recebeu disparos das forças de segurança quando chegaram ao local. Ele foi atendido e se encontra detido.

Uma das vítimas é uma mulher que foi decapitada no ataque , segundo uma fonte policial à Reuters. Marine Le Pen, em conversa com jornalistas na Assembleia Nacional, também mencionou uma “decapitação”.

O autor foi preso pela polícia municipal às 9h10, não muito longe do local. Ele teria se ferido gravemente e está hospitalizado. Sua identidade ainda é desconhecida.

O prefeito de Nice, Sr. Christian Estrosi, afirmou estar “devastado pela morte das 3 vítimas, 2 das quais morreram no interior da Basílica de Notre Dame de Nice, especialmente pelo segurança do local que era tão querido pelos paroquianos”. Ele também falou em islamofascismo  ao se referir ao ataque e garantiu que o perpetrador não parou de gritar “Allahu akbar” (“Allah é grande”) quando foi capiturado pela polícia.

O ataque ocorreu por volta das nove da manhã na igreja central de Notre Dame de Nice, uma cidade que conhece bem a ameaça terrorista: 86 pessoas foram mortas no atentado de 14 de julho de 2016, quando um extremista atropelou um caminhão com uma multidão celebrando o dia nacional da França.

Atualmente a França se encontra em estado de máxima alerta depois do assassinato de um professor nos subúrbios de Paris e a crescente tensão entre o presidente da Turquia, Tayipp Erdogan e Emmanuel Macron, presidente da França, pela publicação de caricaturas polêmicas. 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Muçulmano de 44 anos sequestra menina católica de 13 e a força a se casar com ele


Ali Azhr, um homem muçulmano de 44 anos, sequestrou Fátima Arzoo Raja, uma menina católica de 13 anos, obrigou-a a se converter ao Islã e forçou a se casar com ele, um caso que chocou os fiéis na cidade de Karachi, no Paquistão.

Nasir Raza, ativista dos direitos humanos que ajuda a família católica da menina, disse à agência vaticana Fides que “este é mais um caso, uma história que se repete: no dia 13 de outubro, a menina foi sequestrada e no mesmo dia foi convertida à força ao Islã e obrigada a se casar impunemente”.

“Fátima estava brincando em casa, saiu para ir a uma loja e nunca mais voltou. Após seu desaparecimento, a família entrou com uma queixa policial contra desconhecidos por volta das 17h do dia 13 de outubro”, disse Nasir Raza.

“Arzoo é uma estudante da sétima série e, como evidenciado pela certidão de nascimento regular da Autoridade Nacional de Banco de Dados e Registro (NADRA), nasceu em 31 de julho de 2007", disse Raza.

“A família da menina está em choque e muito tensa. O comportamento inadequado dos policiais na delegacia é outro desafio para a família, mergulhada no sofrimento e no desespero”, lamenta a ativista.

De fato, a polícia indeferiu o caso porque na noite de 14 de outubro o advogado do sequestrador visitou a delegacia e apresentou documentos que, segundo ele, legitimavam o casamento.

Entre outras coisas, apresentou a "declaração juramentada", assinada por Fátima Arzoo, atestando a sua vontade de se converter ao Islã e a certidão de casamento.

Os pais não puderam fazer nada, embora também tenham entregado a certidão de nascimento da criança e feito referência à lei que proíbe o casamento de menores de 18 anos. No entanto, de acordo com a lei islâmica, o casamento é possível a partir dos 13 anos para meninas e 15 para homens.

Seminário de San Rafael: Bispo ratifica fechamento após falar com o Papa Francisco


O Bispo de San Rafael, Dom Eduardo María Taussig, explicou que embora houvesse a expectativa dos fiéis locais de que a decisão do Vaticano de fechar o Seminário “Santa Maria Mãe de Deus” de Mendoza (Argentina) fosse revertida, isso é algo que “não estava em discussão” e se fará efetivo no final de 2020.

Em declarações a uma emissora de televisão local, Dom Taussig disse no domingo, 25 de outubro, que a sua viagem a Roma se devia à “situação do seminário e da situação geral” e que, embora “se tenha gerado alguma expectativa de que a medida seria revertida , essa medida tomada pela Santa Sé não estava em discussão ”.

O Prelado se referiu à decisão da Santa Sé de fechar o seminário – um dos mais bem-sucedidos da América Latina e com grande número de vocações – no final deste ano de 2020, uma medida anunciada em julho e da qual ainda não se conhecem as razões. O Prelado também não as explicou em suas declarações.

“Eu não tenho os motivos. A Santa Sé, por meio do prefeito [da Congregação para o Clero, Cardeal Stella], comunicou para mim uma decisão e diante disso eu, como bispo, indico que Roma locuta, causa finita: quando Roma falou, a discussão acabou”, disse o Bispo no dia 7 de agosto.

Embora não se conheçam as razões do fechamento do Seminário, o anúncio foi feito diante das tensões na diocese devido à decisão de alguns sacerdotes de dar a Comunhão na boca, ignorando a orientação dos bispos de Mendoza e do episcopado argentino de dá-la na mão devido à pandemia do coronavírus, o que levou Dom Taussig a advertir com sanções canônicas para aqueles que permanecerem em desobediência.

No final de agosto, as mães dos seminaristas escreveram uma carta aberta ao Papa Francisco, na qual lhe pediram que suspendesse o fechamento do seminário.

“Como o cananeu do Evangelho, só nos atrevemos a suplicar-lhe, por sua mãe na terra e sua Mãe do Céus, que intervenha para que seja suspensa a decisão de fechar o Seminário. Só de pensar para onde (os seminaristas) irão, como vai se dispersar a comunidade, como vai se dissolver essa bela família espiritual, que também é nossa, nos causa uma dor indizível ”, assinalaram.

Em suas declarações de domingo, Dom Taussig se referiu ao encontro que teve com o Santo Padre no dia 1º de outubro no Vaticano e disse que "conversamos sobre como serão alguns passos futuros".

Sobre os seminaristas, disse que em 2021 “passarão um ano nas suas famílias e em referência à paróquia, confirmando o seu caminho vocacional, mas a distribuição nos outros seminários não será imediata”.

O Prelado argentino disse ainda que a situação atual “é uma prova para todos, especialmente para os seminaristas e, por isso, devemos acompanhá-los e rezar com fé”.

“Estamos na Igreja, que é um mistério de fé, e seguimos as indicações e diretrizes que nos foram estabelecidas pelo Santo Padre e seus colaboradores. E é por isso que, com obséquio filial, assumimos este passo e este caminho adiante”.

A respeito do acompanhamento dos seminaristas, Dom Taussig explicou que “formaremos uma equipe de sacerdotes que me acompanharão, mas eu como bispo assumo como o principal responsável pelo cuidado de cada um deles. Depois, também manteremos um diálogo pessoal e faremos um caminho de discernimento com eles”.

Sobre o destino dos seminaristas, o Bispo de San Rafael disse que já conversou com "vários bispos e há muitos seminários onde podem recebê-los, mas ainda temos um caminho para fazer em 2021".

“Peço a todos que rezemos por esta situação, para ganhar experiência. O que aconteceu é muito doloroso para todos: para os seminaristas, suas famílias, o bispo”, continuou.

“Temos que aprender com tudo o que aconteceu para que, com um caminho de humilde compreensão pastoral, possamos consertar as coisas em toda a Igreja diocesana e voltar a caminhar em plenitude. Confio isso à oração da Santíssima Virgem, a São Rafael e ao Padre Brochero”, assegurou o Prelado.

Vaticano excomunga ex-diretor espiritual de “videntes” de Medjugorje


A Diocese de Brescia, na Itália, anunciou em 23 de outubro que a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) no Vaticano informou em julho que Tomslav Vlasic, ex-sacerdote e ex-diretor espiritual dos “videntes” de Medjugorje, incorreu em excomunhão.

Vlasic, que vive em Brescia, foi expulso do estado clerical em 2009, há 11 anos. Naquela época, estava sob suspeita de "heresia e cisma" e foi acusado de "propagar doutrinas questionáveis, manipular consciências, misticismo suspeito, desobediência às ordens legítimas e desacato contra o sexto mandamento", que ordena não cometer atos impuros.

Também se apresentava como diretor espiritual dos "videntes" e assinalava que a Virgem Maria os visitou pelo menos 40 mil vezes.

A Diocese de Brescia informou em um comunicado que o decreto da CDF “declarou que o Sr. Vlasic incorreu na pena de excomunhão”, que só pode ser levantada pela Santa Sé. Isso aconteceu porque, nestes anos, Vlasic “nunca cumpriu as proibições que lhe foram impostas no preceito penal canônico emitido em relação a ele pela mesma Congregação em 10 de março de 2009”.

Quando foi expulso do estado clerical, foi proibido a Vlasic o trabalho apostólico e a formação, especialmente com relação a Medjugorje.

“De fato – prossegue o comunicado –, nestes anos na Diocese de Brescia e em outros lugares, (Vlasic) seguiu desenvolvendo atividades de apostolado perante indivíduos e grupos através dos meios informáticos, seguiu se declarando religioso e sacerdote da Igreja Católica, simulando a celebração de sacramentos inválidos, continuou suscitando grave escândalo entre os fiéis, com atos gravemente prejudiciais à comunhão eclesial e à obediência à autoridade eclesiástica”.

Com a excomunhão, Vlasic fica explicitamente proibido de "participar de qualquer forma como ministro na celebração da Eucaristia ou de qualquer outra cerimônia de culto público, celebrar sacramentos ou sacramentais ou receber os sacramentos, exercer funções ou ministérios ou encargos eclesiásticos quaisquer que sejam, ou realizar atos de governo”.

Finalmente, o comunicado especifica que, se “o senhor Vlasic quisesse participar da celebração da Eucaristia ou de qualquer ato de culto público, deveria ser afastado ou a ação litúrgica interrompida, se isso não se opõe a uma causa grave”.

domingo, 25 de outubro de 2020

O Papa Francisco não mudou o ensino da Igreja sobre o casamento


Há menos nos comentários do Santo Padre do que aparenta, mas continua a ser uma declaração impactante, contudo o que significa exatamente permanece obscuro.

As manchetes globais informando que o Papa Francisco é a favor das uniões civis para casais do mesmo sexo apresentaram os comentários do Santo Padre como uma mudança dramática no ensino da Igreja Católica sobre as relações homossexuais. Há menos aqui do que aparenta, mas continua sendo uma afirmação significativa. 

O que isso significa exatamente permanece obscuro. Os breves comentários do Santo Padre – algumas frases – em um documentário lançado em 21 de outubro não faziam parte de um discurso cuidadosamente redigido, muito menos de um documento formal de ensino. Os comentários têm o mesmo peso e caráter das conferências de imprensa aerotransportadas que o Papa Francisco não teve a oportunidade de realizar neste ano pandêmico. Talvez este filme tenha sido abraçado como uma oportunidade de coçar aquela coceira tagarela.

Mas tem havido discussão de que a edição inadequada das declarações do Papa gerou muita confusão.

Há algo de “imbergoglio” em tudo isso.  (imbróglio)

Uma operação de comunicação modestamente competente do Vaticano deveria ter previsto o documentário e preparado materiais de base explicativos para ajudar os telespectadores a entender o que o Santo Padre estava fazendo – e o que ele não estava fazendo.

O que o Papa Francisco fez

É uma característica marcante do pontificado de Francisco que ele se aproxima dos que estão nas “periferias”, dos que sofrem e dos feridos. Na verdade, é um dos aspectos mais atraentes de seu testemunho e ministério. Se o movimento pelos “direitos dos homossexuais” está nas periferias é discutível, mas o fato de que há aqueles na comunidade “LGBT” que se sentem excluídos, até mesmo condenados ao ostracismo, da vida da Igreja é uma realidade pastoral que o Santo Padre tem procurado abordar. Seu comentário inicial é totalmente consistente com muitas de suas declarações e ações anteriores:

“Os homossexuais têm o direito de pertencer a uma família. Eles são filhos de Deus. Você não pode expulsar alguém de uma família, nem tornar sua vida miserável por isso. ”

Deve-se notar que o uso da sigla “LGBT” em muitas notícias e comentários é, neste caso, extremamente impreciso. O Santo Padre falou de “pessoas homossexuais” (LGB) e não de pessoas “trans” (T); pelo contrário, o Papa Francisco é talvez o líder mundial que mais veementemente se opõe ao que ele freqüentemente denuncia como “ideologia de gênero”.

A segunda parte do comentário do Santo Padre tratou dos arranjos legais para casais do mesmo sexo:

“O que temos que criar é uma lei da união civil; dessa forma, eles são legalmente cobertos.”

Como foi bem documentado nas biografias do Papa Francisco, em 2010 como arcebispo de Buenos Aires ele lutou contra o “casamento” de pessoas do mesmo sexo, mas defendeu as “uniões civis” ou algumas proteções legais para casais do mesmo.

A distinção que ele fez na época foi que apenas casamento é casamento – significando um homem e uma mulher – mas que os indivíduos em outros relacionamentos podem receber a proteção da lei. 

O fato de o Santo Padre ter dito que “temos que criar” foi interpretado por alguns como uma espécie de mandato pontifício, mas isso é demais para um comentário passageiro. Em qualquer caso, o cavalo da união civil há muito deixou o celeiro, então não está claro quais situações o Santo Padre tinha em mente. Em grande parte do mundo, as uniões civis seriam vistas como um retrocesso em relação aos direitos do mesmo sexo; em outras partes do mundo, é considerado uma distração do prêmio do “casamento” do mesmo sexo.

É estranho, mas verdadeiro, que a declaração do Papa Francisco seja quase totalmente irrelevante para o mundo. Continua relevante para a Igreja (veja abaixo). Dado que se referiu à sua posição em 2010 – “Eu defendi isso” – é perfeitamente possível que tenha feito um comentário explicativo sobre a história recente.

O que o Papa Francisco não fez

O Santo Padre não mudou os ensinamentos da Igreja sobre a natureza do casamento, nem sugeriu que outros arranjos poderiam tornar as relações entre pessoas do mesmo sexo equivalentes ao casamento. 

“Seus comentários de forma alguma indicam um afastamento do ensino da Igreja Católica a respeito do casamento ou da homossexualidade”, disse o bispo David Zubik, de Pittsburgh. “Trata-se, sim, de uma abordagem pastoral dessas questões”.

Dom Zubik observou que a exortação papal Amoris Laetitia (2016) convida à compaixão pelos homossexuais e suas famílias (250). Esse mesmo documento também ensina que “não há absolutamente nenhuma base para considerar as uniões homossexuais como de alguma forma semelhante ou mesmo remotamente análoga ao plano de Deus para o casamento e a família” (251). 

Ao dizer que “pessoas homossexuais” têm o “direito” de estar “em uma família” ou “parte da família” (dependendo da tradução), não parece que o Papa Francisco está falando sobre questões jurídicas complexas como FIV ou adoção. Ele provavelmente está se referindo às famílias de origem e que os homossexuais não devem ser expulsos ou privados do amor de seus pais, irmãos e parentes. Se o Santo Padre tivesse mais do que isso em mente, ele o teria dito; ele está repetindo aqui o que ensinou em Amoris Laetitia.

Brasil assina declaração internacional contra o aborto e a favor da família tradicional


Na quinta-feira, os Estados Unidos foram o anfitrião da cerimônia de assinatura da “Geneva Consensus Declaration” (Declaração de Consenso de Genebra), um documento histórico que rachaça a afirmação de que o aborto é um direito humano internacional.

"Hoje deixamos um marco claro; as agências da ONU não podem mais reinterpretar e interpretar erroneamente a linguagem acordada sem render contas”, disse o secretário de Serviços Humanos e de Saúde (HHS) dos Estados Unidos, Alex Azar, durante a cerimônia em 22 de outubro.

“Sem desculpas, afirmamos que os governos têm o direito soberano de fazer suas próprias leis para proteger a vida de inocentes e de redigir seus regulamentos sobre o aborto”, acrescentou Azar.

Disse também que, “ao assinar a declaração hoje, os Estados Unidos têm a honra de estar ao lado de Brasil, Egito, Hungria, Indonésia e Uganda, os co-patrocinadores inter-regionais da declaração”. Um total de 32 países assinaram a declaração, representando mais de 1,6 bilhão de pessoas.

Azar classificou a assinatura como o “ponto alto” de sua passagem pela chefia do departamento e assinalou que os países que ainda não assinaram o documento ainda podem fazê-lo.

“A Declaração de Consenso de Genebra é um documento histórico, que estabelece claramente nossa posição como nações sobre a saúde das mulheres, a família, a honra à vida e a defesa da soberania nacional”, disse Azar, classificando-a de “muito mais do que uma declaração de crenças”.

“É uma ferramenta crítica e útil para defender esses princípios em todos os organismos das Nações Unidas e em todos os entornos multilaterais, utilizando uma linguagem previamente acordada pelos estados membros desses organismos”, explicou.

A declaração foi escrita parcialmente em resposta a uma “tendência inquietante” nas Nações Unidas, disse.

“Cada vez mais, algumas nações ricas e agências da ONU em dívida com elas afirmam erroneamente que o aborto é um direito humano universal”, acrescentou.

Azar disse que essas políticas têm o efeito de obrigar os países a implementar leis de aborto “progressivas” ou enfrentar a perda de financiamento ou prestígio internacional. Acusou algumas nações de ter “um enfoque míope em uma agenda radical que é ofensiva para muitas culturas e inviabiliza o acordo sobre as prioridades de saúde das mulheres”.

A coalizão de países signatários “responsabilizará as organizações multilaterais”, explicou, ao denunciar essas organizações por “promoverem posições que jamais poderão obter consenso”.

“Declararemos inequivocamente que não existe um direito internacional ao aborto. Com orgulho, colocaremos a saúde da mulher em primeiro lugar em cada etapa da vida”, assinalou.

Papa Francisco criará 13 novos cardeais


O Papa Francisco anunciou neste domingo um novo Consistório para o dia 28 de novembro para a criação de 13 novos cardeais, quatro dos quais têm mais de 80 anos e, portanto, não participarão num eventual conclave. 

Dois dos novos cardeais pertencem à Cúria Romana: são o secretário do Sínodo dos Bispos, o maltês Mario Grech, e o italiano Marcello Semeraro, ex-bispo de Albano e novo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. A eles o Papa uniu seis pastores de Igrejas no mundo: o arcebispo de Kigali, Ruanda, Antoine Kambanda; o arcebispo de Washington, EUA, Wilton Gregory; o arcebispo de Capiz, Filipinas, José Fuerte Advincula; o arcebispo de Santiago, Chile, Celestino Aós Braco; o vigário apostólico de Brunei, Cornelius Sim; o arcebispo de Siena, Itália, Augusto Paolo Lojudice. Com eles o Papa nomeou também o atual Guardião do Sagrado Convento de Assis, o padre Mauro Gambetti.

Aos nove cardeais com menos de oitenta anos de idade, o Papa Francisco uniu também quatro novos cardeais com mais de oitenta anos. São eles: Felipe Arizmendi Esquivel, arcebispo emérito de San Cristóbal de Las Casas (México); o Núncio Apostólico Silvano Tomasi, ex-observador permanente nas Nações Unidas em Genebra, que depois trabalhou no Dicastério para o Desenvolvimento humano integral; o padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia e pároco do Divino Amor, padre Enrico Feroci.

Os cardeais usam a cor púrpura, o que indica a sua disponibilidade ao sacrifício “usque ad sanguinis effusionem”, até o derramamento de sangue, ao serviço do Sucessor de Pedro, e mesmo que residam nas regiões mais remotas do mundo tornam-se titulares de uma paróquia na Cidade Eterna porque estão incardinados na Igreja da qual o Papa é Bispo.

“Uniões civis para casais homossexuais? Sou leal ao papa, mas ele não está acima da palavra de Deus.”, diz Cardeal.


O cardeal Gerhard Ludwig Müller, 73 anos no fim de dezembro, teólogo e curador da opera omnia de Ratzinger, foi nomeado em 2012 por Bento XVI prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e permaneceu no cargo até 2017.

“Na Alemanha, com Bento, me diziam que eu era papista demais. Agora, me tornei um inimigo do papa! Uma coisa absurda para mim: sou católico, sacerdote, escrevi tantos livros sobre o primado do papa, sempre o defendi contra protestantes e liberais. Porém...”

Porém, eminência?

Porém, o papa não está acima da Palavra de Deus, que criou o ser humano homem e mulher, o matrimônio e a família. Sou cardeal e estou sempre do lado do papa, mas não sob todas as condições. Não é uma lealdade absoluta. A primeira lealdade é à Palavra de Deus. O papa é o Vigário de Cristo, não é Cristo. E eu creio em Deus.

Mas Francisco não falou de matrimônio. Ele disse que seria necessário um reconhecimento jurídico para os casais homossexuais, as uniões civis...

E qual é a diferença, no fim das contas? Em muitos Estados, as chamadas uniões têm sido apenas a premissa para o reconhecimento dos casamentos gays. Por isso, muitos fiéis estão perturbados, pensam que essas palavras seriam apenas o primeiro passo para uma justificação das uniões homossexuais, para a Igreja, e isso não é possível.

Por quê?

Desde o início da Escritura, no Gênesis, se diz que Deus criou o homem e a mulher. Jesus lembra isso aos fariseus: o homem se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne. Por isso, o único matrimônio possível é entre um homem e uma mulher, e as relações sexuais são reservadas exclusivamente ao matrimônio. Não queremos condenar as pessoas com tendência homossexual, pelo contrário, devem ser acompanhadas e ajudadas: mas segundo as condições da doutrina cristã.

A Escritura não fala de uniões civis...

Isso é um sofisma! A Palavra de Deus vale para todos os tempos. E fala de direito natural, moral. A constituição antropológica não é respeitada nesta nova antropologia LGBT: dizem que não existe uma natureza humana definida, homem e mulher, e o sexo seria apenas um construto ideal, com todas as consequências do caso, incluindo o direito de mudá-lo. Mas não existe um futuro para a humanidade sem reconhecer a complementaridade entre homem e mulher, o dado biológico e psíquico, uma relação que fundamenta a cultura humana. O papa também é o primeiro intérprete da lei natural: por que ele intervém nessas questões dos Estados sem sublinhar a dimensão da lei natural?

A Igreja não pode reconhecer as uniões civis?

Não é possível para um pensamento cristão. Por isso, a Igreja sempre se opôs: até mesmo o Estado laico deve respeitar a lei natural, reconhecer os direitos fundamentais dos humanos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Chile: "Papa está perto de nós e reza por nós", diz arcebispo de Santiago


Nesta quinta-feira, 22, o arcebispo de Santiago, Dom Celestino Aós, durante a sua participação em um programa de Rádio Maria “Ponto de Encontro”, voltou a falar sobre o plebiscito, que, neste domingo, 25, chamará os chilenos a expressarem-se sobre a Constituição, e sobre as duas igrejas queimadas na capital, convidando a um diálogo mais justo e pacífico no país.

Dom Celestino, entrevistado pelo padre Roberto Navarro e pela jornalista Macarena Gayangos, respondendo à pergunta sobre os atos de violência ocorridos em Santiago, no Chile, no último fim de semana – que resultou no incêndio de duas igrejas da arquidiocese local, disse estar preocupado não tanto com a destruição material dos edifícios, mas com o sofrimento das comunidades paroquiais. A indignação, disse ele, é tudo “para o povo de Deus, para nós, para os crentes, isso é o que dói”.

O prelado, tal como o Papa Francisco, expressou a importância de todos serem irmãos, de aprenderem a viver juntos no respeito pela dignidade de cada pessoa. Depois, relatou uma conversa que teve com o Papa há alguns dias, durante a qual o Pontífice expressou a sua proximidade e solidariedade para com o povo chileno, e encorajou-o a continuar na sua missão de busca da paz e do encontro: “Quero transmitir a todo o povo chileno, não só aos católicos, a solidariedade do Santo Padre que está muito próximo de todos nós, que reza por nós e que se interroga, como nós, como pode nos ajudar a irmos avante”.

"Convivência" e "união civil" são a mesma coisa para o Papa, explica Arcebispo assessor de Francisco


Dom Víctor Manuel Fernández, Arcebispo de La Plata (Argentina) e assessor teológico do Papa Francisco, deu a entender que para o Santo Padre os termos “convivência civil” e “união civil” são o mesmo reconhecimento legal para “uniões muito estreitas entre pessoas do mesmo sexo”.

Através de seu perfil deste Facebook 21 de outubro, Dom Fernández assinalou que “o que diz o Papa sobre este tema é o que sustentava também quando era Arcebispo de Buenos Aires”.


Em um documentário estreado nesta quarta-feira 21 de outubro em Roma, o Papa Francisco se mostrou favorável a aprovação de uma lei de convivência civil para casais homossexuais, distanciando-se do discurso da Santa Sé e de seus predecessores.

As palavras do Papa foram recolhidas em um fragmento do documentário “Francesco”, que reflete entre outros temas, sobre o cuidado pastoral para aqueles que se identificam como LGBT.

No documentário, o Santo Padre diz que “as pessoas homossexuais têm direito a estar na família. São filhos de Deus, têm direito a uma família. Não se pode expulsar ninguém da família, nem fazer sua vida impossível por isso”.

“O que temos que fazer é uma lei de convivência civil. Têm direito a estar talheres legalmente”, disse o Papa Francisco. “Eu defendi isso”, acrescentou.

Na versão original do documentário, em inglês, a frase do Papa “lei de convivência civil” foi legendada como “civil union law” (“lei de união civil”), suscitando comentários de que o Papa, na verdade, não se referia às leis específicas de uniões civis para casais do mesmo sexo, mas a algo distinto, e que seu sentido, portanto, tinha sido “distorcido” pelos meios de comunicação.

Paraguai: Destroem sacrário e queimam imagem da Virgem em paróquia


A paróquia São José Esposo, em San José de los Arroyos (Paraguai), foi profanada na quarta-feira, 21 de outubro, por desconhecidos que destruíram o sacrário e queimaram uma imagem da Virgem Maria.

“Hoje acordamos com esta triste notícia, alguns desajustados entraram no nosso templo esta madrugada, profanaram e queimaram a imagem da Virgem do Rosário. Destruíram o sacrário e outras coisas valiosas do nosso querido e valioso templo”, indicou nas redes sociais a administração da paróquia localizada no departamento de Caaguazú.

Vaticano facilita obtenção de indulgência plenária no dia dos fiéis defuntos


A Santa Sé decidiu que, nos lugares onde as medidas adotadas para evitar o contágio por coronavírus dificultam a frequência aos cemitérios, amplie-se a todo o mês de novembro as indulgências plenárias para os fiéis defuntos por ocasião do Dia de Todos os Fiéis Defuntos, em 2 de novembro.

Por meio de um decreto assinado penitencieiro-mor, Cardeal Mauro Piacenza, com mandato do Papa Francisco, a Santa Sé estabelece que “a Indulgência Plenária para aqueles que visitam um cemitério e rezam pelos defuntos, ainda que apenas mentalmente, de norma estabelecida apenas de 1° a 8 de novembro, pode ser transferida para outros dias do mesmo mês até seu término. Tais dias, escolhidos livremente pelo fiel, também podem ser separados uns dos outros”.

Também se decreta que "a Indulgência Plenária de 2 de novembro, estabelecida por ocasião da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos para aqueles que visitam piedosamente uma igreja ou um oratório e ali rezam o ‘Pai-Nosso’ e o ‘Credo’, pode ser transferida não apenas para o domingo precedente ou seguinte ou para o dia da Solenidade de Todos os Santos, mas também para outro dia do mês de novembro, à livre escolha de cada fiel”.

Estabelece-se ainda que “idosos, os doentes e todos aqueles que por motivos graves não podem sair de casa, por exemplo, por causa das restrições impostas pela autoridade competente para o tempo de pandemia, a fim de evitar que um grande número de fiéis se aglomere nos lugares sagrados, poderão obter a Indulgência Plenária desde que, unindo-se espiritualmente a todos os outros fiéis”.

Para isso, devem estar “completamente distantes do pecado e com a intenção de cumprir o mais rápido possível as três condições habituais (confissão sacramental, Comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Santo Padre), rezem orações piedosas pelos falecidos diante de uma imagem de Jesus ou da Bem-aventurada Virgem Maria”.

Essas orações podem ser, por exemplo, “Laudes e Vésperas do Ofício dos Defuntos, o Rosário Mariano, o Terço da Divina Misericórdia, outras orações pelos mortos queridos dos fiéis”.

Pe. Spadaro explica declarações do Papa no filme "Francesco", mas interrogações permanecem


O diretor da revista jesuíta La Civiltà Cattolica, Pe. Antonio Spadaro SJ, se apressou em sair nesta quarta-feira, 21 de outubro, e assegurar que o apoio do Papa Francisco às uniões civis homossexuais não é “nada novo” e também indicou que isso não significa uma mudança na doutrina. No entanto, a declaração do Santo Padre gerou mais perguntas do que respostas sobre a origem e a natureza do que disse no novo documentário "Francesco".

Em um vídeo publicado por TV2000, emissora de televisão que não pertence ao Vaticano mas sim aos bispos da Conferência Episcopal Italiana, Pe. Spadaro, que não é porta-voz do Vaticano, assegurou que “o diretor do filme 'Francesco' reúne uma série de entrevistas que foram feitas ao Papa Francisco ao longo do tempo, dando uma grande síntese do seu pontificado e do valor das suas viagens. Entre elas há vários trechos retirados de uma entrevista com Valentina Alazraki, jornalista mexicana, onde o Papa Francisco fala do direito à tutela legal dos casais homossexuais, mas sem mudar a doutrina de forma alguma”.

No entanto, os questionamentos surgiram pelo fato de o diretor do documentário, Evgeny Afineevsky, ter dito a Hanna Brockhaus, correspondente sênior em Roma da CNA, agência em inglês do Grupo ACI, que a declaração específica a favor de legalizar as uniões civis do mesmo sexo foram feitas diretamente a ele e a mais ninguém.

Se assistir ao vídeo da entrevista que o Papa Francisco concedeu a Alazraki, jornalista da rede de TV mexicana Televisa, vê-se que é exatamente o mesmo que foi usado por Afineevsky em "Francesco".

O trecho do documentário – legendado em inglês pela equipe "Francesco" – em que se fala sobre a homossexualidade foi divulgado no dia 21 de outubro pelo jornal argentino La Nación e divulgado no Twitter por @CatholicSat:



O que disse “Francesco” e o que realmente disse o Papa Francisco sobre homossexuais


ACI Prensa – agência em espanhol do Grupo ACI – comparou a longa entrevista original que o Papa Francisco concedeu à reconhecida vaticanista mexicana Valentina Alazraki em maio de 2019 com as cenas usadas pelo cineasta Evgeny Afineevsky. A primeira conclusão foi que a entrevista original foi massivamente editada, mas ao contrário do que diz Pe. Antonio Spadaro, a frase em que o Santo Padre apoia uma lei de convivência civil para casais homossexuais nunca viu a luz e segue sendo a surpresa do documentário.

Em “Francesco”, Afineevsky apresenta o Papa Francisco dizendo: “Os homossexuais têm o direito de fazer parte da família. Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser expulso ou ter uma vida miserável por causa disso. O que precisamos é criar uma lei de convivência civil. Dessa forma, eles estarão cobertos pela lei. Eu defendi isso”.

Entretanto, segundo a comparação dos vídeos, Afineevsky teria feito uma peculiar edição das palavras do Papa, pois esta é a resposta completa do Pontífice e o cineasta utilizou em sua edição apenas o texto em negrito:

“Fizeram-me uma pergunta em um voo, depois me deu raiva, me deu raiva por causa da forma como um meio transmitiu, sobre a integração familiar das pessoas com orientação homossexual. Eu disse: os homossexuais têm direito de estar na família, as pessoas que têm uma orientação homossexual têm direito de estar na família e os pais têm o direito de reconhecer esse filho como homossexual, essa filha como homossexual, ninguém deve ser expulso ou ter uma vida miserável por causa disso.

Outra coisa é, disse, quando se vê alguns sinais nas crianças que estão crescendo e então mandá-los – eu deveria ter dito profissional – me saiu psiquiatra, quis dizer um profissional porque às vezes há sinais na adolescência ou pré-adolescência que não se sabe se são de uma tendência homossexual ou se é que a glândula timo não se atrofiou com o tempo, vai saber, mil coisas. Então, um profissional. Título desse jornal: ‘o Papa manda homossexuais ao psiquiatra’. Não é verdade.

Fizeram-me essa mesma pergunta outra vez e eu repeti: eles são filhos de Deus e têm direito a uma família e tal, outra coisa é, e eu expliquei que me equivoquei naquela palavra, mas quis dizer isso quando notam algo raro, oh é raro. Não, não é raro. Algo que é fora do comum. Ou seja, não tomar uma palavrinha para anular o contexto. Aí, o que eu disse é, tem direito a uma família e isso não quer dizer aprovar os atos homossexuais”.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Bispo acusa o Papa de “heresia” por defender união civil gay


Um dos líderes mais importantes da Igreja Católica Romana, o arcebispo Carlo Maria Viganò, publicou um artigo nesta quarta-feira condenando uma declaração do papa Francisco sobre a união civil homossexual.

Em seu artigo, Viganò, que já foi Secretário-Geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, chega a dizer que Francisco estaria tentando provocar uma ruptura na Igreja, acusando o maior líder católico de cometer “heresia” e provocar um “escândalo para os fiéis” da Igreja romana.

“Não é preciso ser teólogo ou especialista em moral para saber que tais afirmações são totalmente heterodoxas e constituem uma causa gravíssima de escândalo para os fiéis”, disse ele ao escrever para o portal Life Site News.

“Mas preste atenção: essas palavras [do Papa] constituem simplesmente a enésima provocação pela qual a parte “ultra-progressiva” da Hierarquia quer provocar um cisma astuciosamente, como já tentou fazer com a Exortação Pós-Sinodal Amoris Laetitia , a modificação de doutrina sobre a pena de morte, o Sínodo Pan-amazônico e a imunda Pachamama, e a Declaração de Abu Dhabi, agora reafirmada e agravada pela Encíclica Fratelli Tutti”, continua o arcebispo.

Vaticano: Novo documentário retrata pontificado do Papa Francisco


O realizador Evgeny Afineevsky vai estrear hoje, no Festival de Cinema de Roma, o seu novo documentário ‘Francisco’, sobre o atual pontificado, retratado através de uma série de entrevistas com o Papa e pessoas próximas dele.

O portal de notícias do Vaticano informa que a obra aborda a missão da Igreja Católica, “declinada num olhar sobre os mais pobres, os migrantes e quem sofre injustiça”.

O filme tem entrevistas ao Papa Francisco e ao seu antecessor, Bento XVI, além de colaboradores da Cúria Romana e familiares do atual pontífice.

Afineevsky vai receber esta quinta-feira, nos jardins do Vaticano, o prémio Kinéo, dedicado a temas sociais e humanitários.

‘Francisco’ aborda temas como a pandemia, o racismo, os casos de abusos sexuais, as guerras e as perseguições a minorias.

China: Vaticano e Pequim anunciam renovação de acordo sobre nomeação de bispos


A Santa Sé e a República Popular da China anunciaram hoje a renovação do acordo assinado em outubro de 2018 sobre a nomeação de bispos católicos no país asiático.

“Os dois lados concordaram em estender a fase de implementação experimental do Acordo Provisório por mais dois anos”, assinala um comunicado divulgado pelo Vaticano.

O Acordo Provisório entre sobre a nomeação de bispos foi assumido em Pequim, a 22 de setembro de 2018 e entrou em vigor um mês depois.

O Vaticano refere, em nota oficial, que “o início da aplicação do referido Acordo – de fundamental valor eclesial e pastoral – foi positivo, graças à boa comunicação e colaboração entre as partes” e assume a intenção de “continuar o diálogo aberto e construtivo para encorajar a vida da Igreja Católica e o bem do povo chinês”.

O porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, tinha anunciado a renovação do acordo, em declarações aos jornalistas.

“A China e o Vaticano decidiram, após consultas amistosas, estender o acordo temporário sobre a nomeação de bispos por dois anos”, indicou, sublinhando o esforço levado a cabo para uma “melhoria das relações” bilaterais.

O documento assinado em 2018 foi o primeiro do género assinado entre as duas partes.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé [Associação Patriótica Chinesa, APC] e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

A APC seria criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade direta do Papa.

O acordo entre a Santa Sé e a República Popular da China visa regularizar o estatuto da Igreja Católica neste país; Pequim exige que sacerdotes e bispos se registem oficialmente junto das autoridades civis.

A 1 de outubro, os secretários de Estado do Vaticano e dos EUA, cardeal Pietro Parolin e Mike Pompeo, estiveram reunidos e debateram este tema, face às objeções do responsável norte-americano.

“A Santa Sé, como repetidamente afirmou o cardeal Parolin, pretende propor a renovação do acordo ainda de forma provisória, sublinhando o seu carácter genuinamente pastoral”, indicou então o portal ‘Vatican News’.

O padre Peter Stilwell, que terminou em 2020 um mandato de oito anos como reitor da Universidade de São José, em Macau, defendeu em entrevista à Agência ECCLESIA a aproximação entre Pequim e o Vaticano, com uma política de “longo prazo”.

“Não sou ingénuo. Sei que as coisas são difíceis e sei que há dificuldades nas comunidades que sempre foram fiéis ao Papa e algumas têm sido maltratadas, outras vivem na clandestinidade com grandes dificuldades. Mas é preciso não perder de vista a grande imagem e os grandes objetivos; a Santa Sé tem de olhar para a Igreja na China em termos de longo prazo, não apenas no presente”, referiu o sacerdote.

O entrevistado sublinhou o pragmatismo do Vaticano, na renovação do acordo com Pequim, sobre a nomeação de bispos, observando que em 2030 a China pode ser ‘o maior país cristão do mundo’.

“Havia o risco de a China desenvolver uma Igreja que se viesse a tornar cismática. Havia a Igreja oficial cismática, que não estaria em ligação com o Vaticano, e havia a Igreja clandestina, cada vez mais acossada pelo regime à medida que ele procura controlar todos os sectores da sociedade”, indica o padre Peter Stilwell.

Num artigo publicado pelo jornal ‘L’Osservatore Romano’, o Vaticano indica que o principal objetivo do acordo é promover a “plena e visível unidade” das comunidades católicas.

“A questão da nomeação dos bispos reveste-se de importância vital para a vida da Igreja”, precisa o texto, enviado à Agência ECCLESIA.

O Vaticano sublinha que, “pela primeira vez em muitas décadas”, todos os bispos da China estão em comunhão com o Papa e que, graças ao acordo, “não haverá mais ordenações ilegítimas”.

O artigo admite que existem outras “preocupações” relativas à vida da Igreja Católica na China, as quais não dizem respeito a este acordo bilateral, visto como um “ponto de partida” para o aprofundamento das relações entre a Santa Sé e Pequim.

“Devemos reconhecer que ainda existem muitas situações de grande sofrimento. A Santa Sé está profundamente consciente disso, leva isso em conta e não deixa de chamar a atenção do governo chinês para encorajar um exercício mais frutífero da liberdade religiosa. O caminho ainda é longo e com muitas dificuldades”, pode ler-se.

OC

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

CNBB manifesta solidariedade à Igreja no Chile pelos templos profanados


No último domingo, 18 de outubro, o mundo assistiu a impactantes ataques de manifestantes a duas emblemáticas igrejas do centro de Santiago, capital do Chile. Por volta das 18h os bombeiros receberam ligações alertando sobre o início do incêndio provocado no interior da paróquia da Assunção. Concomitantemente tentaram atender a conflagração provocada na igreja São Francisco de Borja, capela dos carabineros do Chile.

Em declaração, emitida dia 18 de outubro, a Conferência Episcopal do Chile, afirmou que a violência não pode intimidar o desejo de justiça para o país. “Temos contemplado com tristeza as agressões, saques e o ataque a lugares de oração, espaços sagrados dedicados a Deus e ao serviço solidários às pessoas”, afirmaram.

Os bispos chilenos apontam que os grupos que usam a violência contrastam com muitos outros que estão se manifestando pacificamente.  Segundo a Conferência dos bispos do Chile, a imensa maioria dos Chilenos anseia por justiça e por mediadas eficazes que contribuam para superar a desigualdade. Não quer mais corrupção nem abusos, espera um tratamento digno, respeitoso e justo. “Cremos que essa maioria não apoia nem justifica ações violentas que causam dor a pessoas e famílias”, afirmou a declaração.

A dor pela profanação e os danos causados à igreja de São Francisco, patrimônio do sul do Chile e de Valdivia, foram expressos pelo monsenhor Nelson R. Huaiquimil, vigário geral da diocese chilena de Valdivia. Em uma declaração ele escreveu: “Estamos profundamente entristecidos com a destruição que sofreu o Templo de São Francisco de Valdivia, sabemos que o mais importante em cada situação são sempre as pessoas, e ali vivem cinco irmãos dehonianos, pessoas consagradas a serviço da comunidade. Estão bem, mas sentem um natural estado de impotência e dor. Dói-nos que tenham entrado no Templo e profanado o Santíssimo Sacramento, destruídas as imagens sagradas, destruídos os móveis e causado danos gerais a esta parte do patrimônio, que pertence a todos os valdivianos”.

Solidariedade à Igreja Católica no Chile
 
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou correspondência à Conferência Episcopal Chilena na qual expressa fraterna solidariedade com a Igreja daquele país, em razão dos violentos atos de vandalismo sofrido. No documento, a presidência da CNBB afirma que não há como aceitar a violência como solução para os problemas de uma nação. A violência desumaniza os povos, fere pessoas, destrói patrimônios e macula a história.

Leia, abaixo, a íntegra:

Chile: Encapuzados atacam e tentam queimar outra igreja


Após o incêndio de duas igrejas no centro de Santiago, no Chile, um grupo de encapuzados atacou ontem à noite a igreja de São Francisco, na cidade de La Serena, e tentou queimá-la, porém foram dispersos pelos Carabineiros.

O ataque também ocorreu em meio às manifestações que recordam o primeiro ano da rebelião social no Chile; assim como no domingo, quando grupos de vândalos incendiaram as igrejas da Assunção e de São Francisco de Borja, ambas no centro da capital, Santiago.

O ataque à igreja de La Serena – cidade localizada 396 quilômetros ao norte de Santiago – os vândalos picharam as paredes, quebraram o vidro e tentaram atear fogo dentro do templo. Por meio de sua conta no Twitter, Carabineiros indicaram que alguns sujeitos roubaram bancos para montar barricadas.

Bispos do mundo se solidarizam com Igreja no Chile por ataques a seus templos


Diferentes conferências episcopais expressaram sua fraternidade e proximidade à Igreja no Chile diante dos recentes ataques a três de seus templos.

As mensagens dirigidas ao presidente da Conferência Episcopal do Chile e Bispo Castrense, Dom Santiago Silva, contaram com expressões de afeto ante a dor da destruição de igrejas no contexto das manifestações sociais no país.

A Paróquia da Assunção e a igreja de São Francisco de Borja, em Santiago, foram completamente destruídas após grandes incêndios em 18 de outubro, enquanto a igreja de São Francisco de Assis, em La Serena, foi saqueada e destruída na noite de segunda-feira, 19.

Esses ataques ocorrem no contexto das manifestações um ano após a rebelião social no país e alguns dias antes da realização de um plebiscito constitucional em 25 de outubro.

A Conferência Episcopal Espanhola se uniu "profundamente na dor do povo católico pelos ataques sofridos nos últimos dias".

Indicou que reza "a Deus para que derrame sua graça sobre o povo chileno para que os corações dos violentos sejam apaziguados e surja o respeito pela verdade, a justiça e os direitos humanos", descreveu um comunicado no site.

Papa incentiva união civil para casais homossexuais, uma mudança na postura do Vaticano


Em um documentário que estreou nesta quarta-feira em Roma, o Papa Francisco se mostrou favorável à aprovação de leis de união civil para casais do mesmo sexo, tomando assim distância da atual posição do Vaticano e dos seus predecessores em relação ao tema.

Os comentários surgiram em meio a uma parte do documentário que reflete, entre outros temas, sobre a pastoral dedicada a pessoas que se identificam como LGBT.

“Os homossexuais têm o direito de fazer parte da família. Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser expulso ou ter uma vida miserável por causa disso”, disse o Papa Francisco no filme ao comentar o trabalho desta pastoral.
Após essas observações, e em comentários que provavelmente causarão controvérsia entre os católicos, o Papa Francisco emitiu uma opinião pessoal sobre o tema das uniões civis para casais do mesmo sexo.

“O que precisamos é criar uma lei da união civil. Dessa forma, eles estarão cobertos pela lei”, disse o Papa. "Eu defendi isso," asseverou.
Os comentários são expostos no novo documentário sobre o Papa chamado, "Francesco", que fala sobre a vida e o ministério do Papa Francisco que estreou hoje, 21, no Festival de Cinema de Roma, e está programado para fazer sua estreia na América do Norte este domingo.

O filme narra a abordagem do Papa Francisco às questões sociais urgentes e ao ministério pastoral entre aqueles que vivem, nas palavras do pontífice, “nas periferias existenciais”.

Apresentando entrevistas com personalidades do Vaticano, incluindo o cardeal filipino Luis Tagle e outros colaboradores do papa, “Francesco” analisa a defesa que o Papa faz dos migrantes e refugiados, dos pobres, seu trabalho no tema dos abusos sexuais do clero, o papel das mulheres na sociedade e aqueles que se identificam como LGBT.

O filme aborda o alcance pastoral do Papa Francisco àqueles que se identificam como LGBT, incluindo uma história do pontífice encorajando dois homens italianos a manter um relacionamento do mesmo sexo a criarem seus filhos em sua igreja paroquial, que, segundo um dos homens, era muito benéfico para seus filhos.

“Ele não mencionou qual era a sua opinião sobre a minha família. Provavelmente ele está seguindo a doutrina sobre este ponto”, disse o homem, enquanto elogiava o Papa por sua disposição e atitude de boas-vindas e encorajamento.

Os comentários do Papa sobre as uniões civis aparecem precisamente nesta parte do documentário. O cineasta Evgeny Afineevsky disse à CNA, a agência em inglês do grupo ACI, que o Papa expressou o pedido por uniões civis na entrevista que o produtor conduziu com o pontífice.

O apelo direto do Papa por leis de união civil representa uma mudança da perspectiva de seus antecessores e de suas próprias posições a respeito das uniões civis no passado.

Em 2010, enquanto era arcebispo de Buenos Aires, o Papa Francisco se opôs aos esforços para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, Sergio Rubin, futuro biógrafo do Papa, sugeriu que Francisco apoiava a ideia de uniões civis como uma forma de evitar que crianças fossem dadas em  adoção massivamente a estes casais, Miguel Woites, que trabalhou diretamente com a Conferência Episcopal da Argentina e a Arquidiocese de Buenos Aires dizia que esta afirmação era falsa.

Porém, o fato do próprio Papa afirmar no documentário ter “defendido” anteriormente as uniões civis homossexuais parece confirmar os relatos de Rubin e outros que afirmavam que, de forma reservada, o então cardeal Bergoglio apoiava a ideia.

No livro "No Céu e na Terra", de 2013, o Papa Francisco não descarta por completo a possibilidade das uniões civis, mas afirma que as leis que "assimilam" ao casamento as práticas homossexuais eram "uma regressão antropológica". Ele expressou ainda preocupação de que casais do mesmo sexo “tenham direito a adotar filhos, pois isto poderia afetar as crianças”. “Cada pessoa precisa de um pai e uma mãe que possam ajudá-los a formar sua identidade”, afirmava.

Em 2014, Pe. Thomas Rosica, que então trabalhava na assessoria de imprensa da Santa Sé, disse à CNA que o Papa Francisco não expressou apoio às uniões civis de pessoas do mesmo sexo, depois que alguns jornalistas relataram que ele o teria feito durante uma entrevista. Naquela altura, uma proposta de união civil era debatida na Itália e Pe. Rosica enfatizou que Francisco não iria opinar no debate, mas que ele daria ênfase à doutrina católica sobre o casamento.