sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Argentina: Igreja de São Roque é atacada com coquetel molotov



A histórica igreja de São Roque, localizada no centro da cidade de Córdoba (Argentina), foi alvo de um ataque através de um incêndio perpetrado por desconhecidos, que também picharam o local com símbolos anarquistas.

O ataque ocorreu na madrugada da terça-feira, 28 de agosto, quando os agressores jogaram coquetéis molotov nas portas do templo, que foi construído em 1760 e estava fechado ao público.

A igreja, constituída Patrimônio Histórico Nacional desde 1941, foi pichada com a seguinte frase: "Queimarão na vingança" e, além disso, os agressores deixaram panfletos com uma mensagem intitulada "Deus morreu, nós, bruxas, o abortamos".

"Estamos atrás de vocês, genocidas, fascistas, sacerdotes violadores. Vocês e seus templos queimarão na vingança", assinala o cartaz. 

Comissão de leigos denuncia “cultura de silêncio” sobre abusos sexuais nos Estados Unidos



A National Review Board, comissão encarregada de assessorar os bispos dos Estados Unidos sobre a prevenção dos abusos sexuais a menores, condenou a "cultura de silêncio" na hierarquia da igreja e pediu uma investigação independente dirigida somente pelos leigos para cada acusação de má conduta sexual no clero.

Em um comunicado de imprensa distribuído pela Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) em 28 de agosto, a comissão, que é totalmente formada por especialistas leigos de diferentes áreas, disse que vem expressando a sua preocupação pela excessiva tolerância eclesiástica "durante vários anos" e pediu reformas específicas.

A comissão pediu uma "mudança genuína na cultura da Igreja" e assinalou os bispos como particularmente necessitados de mudança. Também pediu o fortalecimento da "Carta para a Proteção das Crianças e dos Jovens", estabelecida originalmente pela USCCB em 2002.

"Está na hora de os leigos assumirem uma liderança corajosa para ajudar a Igreja a responder e a curar, e para que os bispos escutem atentamente as nossas recomendações".

"As revelações de terríveis incidentes de abuso do Grande Júri da Pensilvânia, junto com o abuso perpetrado pelo Arcebispo McCarrick, apontam a um problema sistêmico dentro da Igreja que já não pode mais ser ignorado ou tolerado pelo episcopado nos Estados Unidos”, continua o comunicado.

A NRB foi formado em junho de 2002 como parte da resposta dos bispos à onda de escândalos de abusos sexuais em Boston. O grupo de 13 membros faz as suas recomendações ao Comitê para a Proteção das Crianças e dos Jovens da USCCB.

A comissão observou que, após os escândalos de abuso sexual que ocorreram a partir de 2000, estabeleceram novas políticas e procedimentos, incluindo a criação da NRB. Além disso, acrescentou que estas ações resultaram em uma "diminuição significativa" dos incidentes de abuso, mas os problemas subjacentes continuam sem ser abordados.

"A National Review Board expressou durante vários anos a sua preocupação de que os bispos não se tornem solícitos em sua resposta ao abuso sexual cometido pelo clero. As recentes revelações deixam claro que o problema é muito mais profundo. Estamos tristes, indignados e feridos pelo que aprendemos nas últimas semanas".

A declaração indica que "o mal dos crimes que foram cometidos" atinge os "níveis mais altos da hierarquia" e não pode ser abordado simplesmente com mudanças de procedimento e estruturais.

"Este mal foi o resultado de uma perda de liderança moral e um abuso de poder que levou a uma cultura de silêncio que permitiu que ocorressem estes incidentes. A intimidação, o medo e uso indevido da autoridade criaram um ambiente que foi aproveitado pelos sacerdotes, incluindo bispos, que causaram danos aos menores, aos seminaristas e aos mais vulneráveis", continua. 

Bispos do Peru asseguram seu “pleno, fraterno e episcopal apoio" ao Papa Francisco


A Conferência Episcopal Peruana expressou seu "pleno, fraterno e episcopal apoio" ao Papa Francisco, em meio ao que consideram "tentativas de desestabilizar a Igreja e o seu ministério".

Em um comunicado divulgado em 29 de agosto, os bispos peruanos asseguraram ao Santo Padre a "nossa proximidade na certeza de que a promessa de Jesus sempre sustenta a rocha sobre a qual construiu a sua Igreja: 'Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela'".

Em 25 de agosto, Dom Carlo Maria Viganò, ex-núncio nos Estados Unidos, publicou uma carta de 11 páginas assegurando que vários sacerdotes, bispos, cardeais e inclusive o Papa Francisco sabiam dos abusos do ex-cardeal Theodore McCarrick e agiram com negligência ou o encobriram.

No caso do Papa Francisco, Dom Viganò disse que, no início do seu pontificado, em 2013, retirou as sanções de McCarrick impostas supostamente pelo seu predecessor, o atual Papa Emérito Bento XVI. 

Bispos do Regional NE 3 da CNBB manifestam apoio ao Papa Francisco



Os Bispos do Regional Nordeste 3, manifestaram solidariedade ao Papa Francisco através de uma carta divulgada hoje (30), após o encerramento da Assembleia de Pastoral.  A iniciativa  dos Bispos da Bahia e de Sergipe integra as diversas manifestações de apoio ao Papa após a publicação do documento do arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico nos EUA, que acusa o Santo Padre e alguns purpurados de ter acobertado o caso do cardeal Theodore McCarrick. Acusado de abusos contra menores, em 27 de julho o Papa aceitou a renúncia do purpurado ao título de cardeal e dispôs a suspensão do mesmo de qualquer ministério público. No texto, os bispos manifestam a unidade e a solidariedade ao pontífice. “Temos consciência de que a Igreja vive um momento particularmente doloroso e difícil. Se isso aflige o nosso coração de pastores de Igrejas Particulares, imaginamos quanto o faz sofrer, diante da responsabilidade que recebeu de Jesus Cristo como continuador da missão de Pedro, de confirmar todos os seus irmãos na fé”, diz um trecho da carta.

Leia, abaixo, a íntegra do texto:

"Depois de anos de estudo, buscando a verdade, encontrei a Igreja Católica!", diz ex-protestante



Nasci num lar Batista. Toda a minha família é protestante e eu, a 4ª geração. Meu bisavô, por parte de mãe, era calvinista presbiteriano, fundador de igrejas calvinistas no Brasil. Minha mãe, presbiteriana de origem, ao se casar com meu pai, migrou para a Igreja Batista.

Até os 14 anos ainda não era batizada já que batistas não batizam crianças. Quando estava perto de completar 15 anos fui para a casa de uma tia, irmã do meu pai, em Nova Friburgo. Ela era católica e ficou muito preocupada pelo fato de eu ainda não ter recebido Batismo. Começou então ali, na casa dela meu primeiro contato com a Igreja. Fiquei convencida da importância do Batismo e aceitei fazer a catequese na Catedral São João Batista.  No dia 25 de abril de 1974, recebi Batismo e Primeira Comunhão.


Ao voltar para casa, contei tudo aos meus pais e falei que queria ser católica, frequentar as Missas... Enfim, que não queria mais ser “crente”.

Eles consideraram minha atitude como traição à nossa fé protestante. Fui naquele mesmo ano re-batizada na igreja protestante e proibida de ”passar perto” de uma igreja católica.


Naquela época, eu não tinha consciência do que estava acontecendo. Aceitei os argumentos deles, o re-batismo e continuei na Igreja Batista de meus pais. Mas aquelas imagens jamais saíram da minha mente. Lembrava com saudade da Missa, do cheirinho do incenso, do órgão, do silêncio, das músicas…


Quando já adulta, às vezes entrava em alguma igreja católica e ficava relembrando… Olhava as imagens e pensava que se não fossem por elas eu poderia ser católica sem “culpa”.


Com o tempo, a Igreja Batista foi ficando muito diferente da Igreja da minha infância. O culto se tornou barulhento, as doutrinas pentecostais foram penetrando lenta e sutilmente e eu me sentia muito incomodada com as mudanças. Dos 19 aos 29 anos, frequentava muito pouco… Um culto a cada três meses. Quando me lembrava da recomendação bíblica: “ensina a criança no caminho que deve andar” sentia muita culpa por não estar proporcionando às minhas filhas, o mesmo ambiente cristão que eu tive.


Optei por colocá-las em colégio católico (Sagrado Coração de Maria), porque acreditava que além de receberem ensino de excelência, receberiam também valores de ética e moral cristãs. Aos domingos (nem todos), levava-as para a Escola Bíblica Dominical Batista, mas elas não gostavam da Igreja Batista.


Eu sentia muita angustia por não estar freqüentando uma igreja.. As idas esporádicas me causavam ainda mais ansiedade.  Então no meio da década de 90 passei a freqüentar a Igreja Batista assiduamente, participar de suas atividades como professora de EBD infantil, e como corista do coral batista. Embora estivesse bem inserida, não me sentia plenamente satisfeita. Faltava algo que eu não sabia explicar o que era.   Quase que por acaso conheci a Igreja Presbiteriana. Uma corista presbiteriana veio à Igreja Batista para participar da Cantata de Páscoa conosco e me fez um convite para viajarmos num retiro espiritual de Páscoa, da igreja dela.

Desde o primeiro dia que participei do culto presbiteriano tive certeza absoluta de que jamais voltaria a ser batista! Descobri a diferença entre estar numa comunidade cristã e estar em comunhão com Deus. Foi uma mudança radical.  Hoje sei que o que mais me encantou foi o que os presbiterianos conservaram do catolicismo, mas naquela época não tinha consciência disso. A liturgia, os cânticos suaves acompanhados apenas do órgão, as orações previamente estruturadas, sem gritos, o coro com os hinos clássicos do Novo Cântico (hinário litúrgico presbiteriano), enfim, todo um conjunto harmonioso e uma doutrina que aceitei inicialmente como muito coerente com a Bíblia.Até então, jamais tinha sentido vontade e necessidade de estudar Teologia. Mas aquela Igreja me apontava para algo, para além dela. Ao final do culto eu ficava me perguntando de onde vinha toda aquela beleza litúrgica. 

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Bispos portugueses sobre casos de abusos: "É preciso agir para que não se repitam".


O Bispo do Porto (Portugal), Dom Manuel Linda comentou as recentes denúncias de abusos cometidos por membros da Igreja e assinalou se tratar de uma questão “dramática”, que requer “toda atenção”.

O Prelado fez tais declarações durante uma sessão de homenagem a Dom António Francisco dos Santos, antigo bispo do Porto, na quarta-feira, 30 de agosto.

Dom Linda indicou, em declarações à Agência Ecclesia, do episcopado português, que os casos de abusos são “crimes” e muitas vezes são “camuflados”. Segundo ele, trata-se ainda de atentados à própria essência do que deve ser a Igreja, do que deve ser a sua missão na sociedade.

“Nós não podemos viver de suspeitas. Seja como for, temos de ter esta atenção a um setor que de fato é liminarmente rejeitado pela nossa doutrina, absolutamente rejeitado, e que também a sensibilidade ética da humanidade rejeita de uma maneira absolutamente espantosa”, afirmou.

“Carola, não!”, dispara “Ministra da Eucaristia” a Luciano Huck


Tudo começou com a pergunta, “a senhora é religiosa?”, ao que se ouviu um “muito”, empolgado. Apresentador Luciano Huck pede que a  participante do quadro “Quem quer ser um milionário?” explique esse “muito”. Ângela Camargo passa a relatar sua origem de fé e as funções realizadas por ela  em sua paróquia como Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão, Serva em um Grupo de Oração, até ser interrompida por uma inconveniente conclusão do apresentador: “…É carola mesmo?”

Criança Esperança ganha mais duas mobilizadoras pró-aborto e registra queda na arrecadação

Duas caras: atriz defende morte de nascituros indefesos pelo aborto e pede dinheiro para crianças indefesas em projeto do Unicef.

O Criança Esperança ganhou para esta  edição vinte novos mobilizadores, destes, duas atrizes com histórico de militância pró-aborto. São as artistas Astrid Fontenele e Camila Pitanga.

Também é mobilizadora pelo quarto ano consecutivo a atriz Leandra Leal que defende indiscriminadamente o aborto. 

Em 2014 a atriz protagonizou uma campanha na Revista TRIP defendendo o aborto. “Precisamos falar sobre o aborto”, dizia a atriz à época. Segundo Leal, a mulher tem o direito sobre seu corpo em todos os aspectos.  “Temos o direito de decidir”, afirma se referindo ao aborto, que é a morte deliberada  de bebês no ventre realizada com o consentimento da mãe.

Em maio deste ano, o site TV Foco, repercutiu a opinião da atriz apresentadora do Criança Esperança favorável ao aborto. “Não PL 1316 da Alerj que obriga médicos e agentes de saúde a notificarem a polícia quando uma mulher chegar com complicações pós-aborto. Aborto NÃO É caso de polícia! #foraPL1316″.

Quem também defendeu com veemência o direito de mães porem fim à vida do nascituro em seus ventres foi a atriz  Julia Lemmertz. Em novembro do ano passado a atriz protagonizou um vídeo que além da defesa do aborto ridicularizava a gravidez virginal de Maria, Mãe de Jesus.  A atriz  participou mais uma vez do Criança Esperança deste ano.

Conheça o “Vota, Família!”, a iniciativa do Sempre Família para as eleições 2018



Sempre Família lançou NO sábado (24/02) uma iniciativa que promete ser de grande utilidade nas eleições deste ano para os brasileiros que se preocupam com a defesa da vida e a promoção da família. No Vota, Família!, é possível conferir o posicionamento de cada pré-candidato à presidência da República e de cada partido político sobre temas de interesse para a família brasileira.

O lançamento do projeto ocorreu durante o Simpósio Família e Vida nas Eleições 2018, em Curitiba, um evento organizado pelo Sempre Família, com o apoio do jornal Gazeta do Povo, que contou com a presença de lideranças pró-vida e pró-família de todo o Brasil.

Os temas considerados pela análise do Vota, Família! se relacionam diretamente com as convicções defendidas pelo site. A posição de cada partido ou pré-candidato no que diz respeito à defesa da vida, casamento, drogas, conciliação entre trabalho e família, educação moral dos filhos e liberdade religiosa definiu a avaliação que cada partido ou pré-candidato recebeu. A avaliação tomou como base entrevistas, documentos, publicações em redes sociais e a análise de trajetória.



Vota, Família! se inspirou em iniciativas do exterior com objetivos semelhantes em seus países, como o Saber Votar, do México, e o Vota Valores, da Espanha. O Sempre Família tem publicado desde abril de 2017 uma série de matérias que analisam o posicionamento dos pré-candidatos à presidência em temas como o aborto, as drogas e o casamento homoafetivo, e agora, com o Vota, Família!, aprofunda o debate e facilita a visualização dessas informações. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Paraguai: Bispos expressam sua indignação e dor por cada caso de abuso na Igreja


A Conferência Episcopal do Paraguai (CEP) expressou a sua "indignação e dor por cada caso de abuso" dentro da Igreja e por cada pessoa "ferida e violada em sua dignidade".

Em uma mensagem do dia 27 de agosto, dirigida a "todos os católicos e a todos os cidadãos do Paraguai", os bispos assinalaram que "cada caso nos causa dor e comoção e não queremos que estes acontecimentos continuem ocorrendo na nossa Igreja e na nossa sociedade; nenhum caso a mais".

Nesse sentido, reiteraram o seu compromisso na proteção dos menores e das pessoas vulneráveis, "como manifestou com os Protocolos para a investigação de denúncias sobre abuso sexual de menores e de prevenção dos abusos sexuais contra menores".

Afirmaram que "não toleraremos abusos nem ofensas graves contra a moral e que os casos provados serão sancionados de acordo com o direito canônico, sem excluir a demissão do estado clerical e a expulsão".

Sacerdote de 82 anos é esfaqueado nas costas em igreja de Campos


Um sacerdote de 82 anos, identificado como Pe. Élio da Silva Athayde, foi esfaqueado nas costas na manhã desta terça-feira, dentro de uma Igreja em Campos dos Goytacazes (RJ).

O fato aconteceu no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, mais conhecido como Convento, no Parque do Rosário.

Segundo a Polícia Militar (PM), testemunhas contaram que o sujeito, um morador de rua que atuava como flanelinha perto de templo, teria atacado o padre após este se negar a lhe dar dinheiro.

O atacante foi detido e encaminhado para a 134ª Delegacia de Polícia, onde o caso foi registrado.

O padre foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado para o Hospital Ferreira Machado. A instituição médica informou que ele está “lúcido, aparentemente sem gravidade” e “ainda passa por exames”.

Reflexões de D. Athanasius Schneider sobre o caso Viganò, a 'homossexualidade' e os abusos sexuais na Igreja


É um facto raro e extremamente grave, na história da Igreja, que um bispo acuse pública e especificamente o Papa reinante. Num documento recentemente publicado (de 22 de Agosto de 2018), o Arcebispo Carlo Maria Viganò testemunha que, desde há cinco anos, o Papa Francisco possui conhecimento de dois factos: que o Cardeal Theodor McCarrick cometeu violações sexuais contra seminaristas e contra seus subordinados, e que havia sanções, que o Papa Bento XVI lhe tinha imposto. Ademais, Dom Viganò confirmou a sua declaração por meio de um juramento sacro invocando o nome de Deus. Não há, portanto, motivo razoável e plausível para duvidar da veracidade do conteúdo do documento do Arcebispo Carlo Maria Viganò.

Católicos por todo o mundo, simples fiéis, os “pequenos”, estão profundamente chocados e escandalizados com os graves casos recentemente divulgados, nos quais autoridades da Igreja acobertaram e protegeram clérigos que cometeram abusos sexuais contra menores e contra seus próprios subordinados. Tal situação histórica, que a Igreja vive em nossos dias, requer absoluta transparência em todos os níveis da hierarquia da Igreja, e, em primeiro lugar, evidentemente, do próprio Papa.

É completamente insuficiente e nada convincente que as autoridades da Igreja continuem a formular apelos genéricos de tolerância zero em casos de abusos sexuais por parte de clérigos e pelo término de acobertamento desses casos. Igualmente insuficientes são os apelos estereotipados de perdão em nome das autoridades da Igreja. Esses apelos por tolerância zero e pedidos de perdão se tornarão críveis somente se as autoridades da Cúria Romana lançarem as cartas à mesa, dando nomes e sobrenomes de todos aqueles na Cúria Romana – independentemente do seu posto e título – que acobertaram os casos de abusos sexuais de menores e de subordinados.

Do documento de Dom Viganò pode-se chegar às seguintes conclusões:

Por que o papa tem razão quando convida a ler com atenção e bom senso a carta-acusação do arcebispo Viganò?


Você se lembra dos cartazes afixados à noite pelas ruas da Cidade Eterna, que nos interrogavam sobre onde estava a misericórdia do Papa Francisco diante de certas decisões suas, tomadas pelo bem da Igreja e para resolver as rixas nascidas dentro da Soberana Ordem de Malta? Francisco riu a respeito e não acrescentou mais nada.

Você se lembra da famosa carta – ou, talvez, seria melhor chamá-la de relatório de despesas – redigida em papel timbrado da Santa Sé, mas repleta de erros e rigorosamente sem qualquer assinatura, que continha a lista das somas de dinheiro utilizadas no já tristemente conhecido “caso Orlandi” e divulgada por um renomado jornalista que ainda hoje não nos disse de quem e como obteve aquele inquietante documento? O Santo Padre fez com que a Santa Sé respondesse, preocupando-se com o sofrimento e a dor daquela família, sem respostas concretas há muitos anos.

Você se lembra daquele documento assinado por uma centena de professores universitários e estudiosos onde se chegava a definir o papa de herético por causa das posições expressadas na exortação apostólica Amoris laetitia? Também dessa vez Francisco optou pelo silêncio barulhento das obras de misericórdia.

Com um pouco de esforço, não será difícil lembrar todos esses episódios. Agora, os jornais de todo o mundo nos relatam essa longuíssima carta, de mais de 10 páginas, de um arcebispo italiano, ex-núncio nos Estados Unidos, que, depois de nada menos do que cinco anos, desde o início do pontificado de Francisco, e depois de ter sido desautorizado de todas as responsabilidades junto à Santa Sé devido a várias e lamentáveis questões, quer convencer a todos que o papa sabia desde 2013 do envolvimento de um cardeal estadunidense em crimes de pedofilia confirmados, mas não fez nada.

O catolicismo nos Estados Unidos e a tentativa de golpe contra Francisco


Na sua carta de 20 de agosto a todo o povo de Deus, Francisco identificou no clericalismo a verdadeira chaga da Igreja: prova disso é a tentativa de golpe de Estado do fim de semana, com o memorial publicado pelo ex-núncio nos Estados Unidos, Carlo Maria Viganò.

A manobra foi estudada minuciosamente tanto nos tempos quanto nos modos – especialmente olhando para os jornalistas hostis a Francisco que se prestaram a isso – e fracassou, pelo menos quanto à tentativa de empurrar o papa a renunciar. Mas, para entender o que está acontecendo na Igreja, este momento deve ser analisado na rota entre os Estados Unidos e o Vaticano.

Por um lado, a manobra mostra uma soldagem entre uma agenda pessoal, fruto de sonhos de carreira despedaçados por parte de grupelhos adversos no pequeno mundo vaticano, e um vasto projeto ideológico e teológico que toma forma nos Estados Unidos desde as primeiras semanas do pontificado de Francisco.

Ainda em julho de 2013, antes mesmo de Francisco tomar a iniciativa mais significativa do pontificado, uma parte da Igreja e do episcopado estadunidense não hesitou em manifestar o seu descontentamento em relação a um pontificado, o de Francisco, não suficientemente conservador e alinhado com o conservadorismo político que havia se radicalizado desde 2008, ou seja, após a eleição à presidência de Barack Obama. Esses bispos e intelectuais católicos veem no Papa Francisco, desde o início, uma espécie de Obama da Igreja e adotam com Francisco uma tática semelhante à adotada para Obama: a deslegitimação.

Lidando com o escândalo dos abusos sexuais nos Estados Unidos desde 2002, os bispos estadunidenses nomeados por João Paulo II e Bento XVI não podem se irritar com o papado por ter criado uma classe episcopal inepta para tratar da única questão em relação à qual deveriam ser confiáveis, ou seja, “lei e ordem”. O momento oportuno para atacar Francisco foi oferecido pela tempestade perfeita do verão de 2018 – o rescaldo da viagem ao Chile, as revelações sobre o ex-cardeal Theodore McCarrick, as investigações sobre alguns seminários nos Estados Unidos e, finalmente, o relatório do Grande Júri da Pensilvânia.

Quem pensou essa operação aceita o risco de apontar para o Papa Francisco sem se importar com o fato de que um ataque a Francisco sobre a questão dos abusos necessariamente envolveria os seus dois antecessores imediatos. A tentativa de golpe contra Francisco fala sobre o estado em que se encontra a oposição extremista contra Francisco, especialmente nos Estados Unidos: o fato de a ala tradicionalista aceitar o risco de prejudicar Bento XVI e João Paulo II – no panteão católico estadunidense, vistos como o oposto de Francisco – diz muito sobre o seu desespero.

Fatos e omissões do dossiê Viganò contra o Papa Francisco



“Creio que o comunicado de Viganò fala por si mesmo, e vocês têm a maturidade profissional para tirar as conclusões.” Com essas palavras, dirigidas aos jornalistas no voo de volta de Dublin, Francisco convidou a ler o dossiê de 11 páginas divulgado pelo ex-núncio nos Estados Unidos, Carlo Maria Viganò, que pede a renúncia do papa, acusando-o de ter acobertado o cardeal emérito de Washington, Theodore McCarrick, 83 anos, que mantivera relações homossexuais com seminaristas maiores de idade e sacerdotes.

Portanto, é preciso começar pela leitura atenta do texto, analisá-lo, separar os fatos relatados das opiniões e das interpretações. E, acima de tudo, das omissões.

A surpreendente decisão do diplomata vaticano de violar o juramento de fidelidade ao papa e o sigilo de ofício é mais um golpe contra Francisco desferido de modo organizado pelos mesmos ambientes que, há um ano, tinham tentado chegar a uma espécie de “impeachment doutrinal”, após a publicação da exortação Amoris laetitia. Tentativa fracassada.

Viganò é um dos signatários da “Profissão”, na qual se afirma que o magistério do Papa Bergoglio divulga o divórcio, e está bem conectado com os ambientes mais conservadores dos Estados Unidos e do Vaticano.

O fato de não se tratar simplesmente do desafogo de um homem da Igreja cansado da podridão que viu ao seu redor, mas sim de uma operação organizada há tempos e com cuidado, na tentativa de fazer com que o papa renuncie, é demonstrado pelo timing e pelo envolvimento da mesma rede midiática internacional que propaga há anos – muitas vezes servindo-se de anônimos – as reivindicações daqueles que gostariam de derrubar o resultado do conclave de 2013.

E é atestado pelos mesmos testemunhos escritos nos vários blogs pelos jornalistas que publicaram o dossiê Viganò: sempre na vanguarda na defesa da família tradicional, mas que não se importam em jogar a “bomba” justamente no dia em que Francisco concluía o encontro internacional das famílias com uma grande missa. 

Francisco não comenta o Relatório Viganò: “Leia e tire suas conclusões”.



Em seu vôo de volta de Dublin onde participou este fim de semana do Encontro Mundial das Famílias, o papa Francisco fez referência na sua conferência de imprensa habitual com os jornalistas que cobrem a viagem, ao relatório publicado em várias línguas pelo Arcebispo Carlos María Viganò , ex-núncio da Santa Sé nos Estados Unidos.

Datado de 22 de agosto, o Monsenhor Viganò assinou um testemunho que relata a situação do agora excardenal Theodore McCarrick e as medidas tomadas por ele pessoalmente, bem como outros clérigos, para que este fosse afastado do ministério sacerdotal por causa de sua vida conhecida atitudes imorais e impróprias de um padre da Igreja Católica, como os atos homossexuais, perversão dos seminaristas, confissões sacrílegas, etc. 

O que Lula pensa sobre religião, aborto e casamento gay?



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, lidera as intenções de voto para o primeiro turno da eleição presidencial, aponta a primeira pesquisa Ibope realizada após a oficialização das candidaturas e divulgada nesta segunda-feira (20/08). O petista tem o apoio de 37% dos eleitores.

Condenado em segunda instância na Operação Lava Jato a 12 anos e um mês de prisão em janeiro deste ano, Lula está preso em Curitiba desde 7 de abril e pelas regras da Lei da Ficha Limpa seria inelegível. O ex-presidente sempre negou as acusações. A decisão sobre a candidatura do petista, que já foi contestada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ficou nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cujos ministros decidiram por 6 votos a 1, em julgamento concluído na madrugada de sábado (1º), pela rejeição do pedido de registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. Na sessão, a maioria dos ministros também proibiu Lula de fazer campanha como candidato, inclusive na propaganda de rádio e TV.


A rejeição da candidatura pelo TSE ainda poderá ser contestada em recurso da defesa ao próprio tribunal ou ao Supremo Tribunal Federal.

A pesquisa Ibope, encomendada pela Rede Globo e pelo jornal O Estado de São Paulo, também sondou um cenário sem a participação de Lula e com o atual vice da chapa do PT, Fernando Haddad, como candidato.

Sem Lula, Bolsonaro lidera a corrida presidencial, com 20% das intenções de voto, seguido de Marina, com 12%, e Ciro Gomes, com 9%. Em seguida aparece Alckmin, com 7%. Já Haddad receberia 4% dos votos e Álvaro Dias permanece com 3%. Todos os demais candidatos teriam 1% cada.

O ex-presidente Lula aparece desde 2017 como o líder nas pesquisas, mas segue preso e inelegível pela Ficha Limpa. Um acordo entre PT e PCdoB prevê a deputada estadual Manuela D'Avila (PCdoB-RS) como vice na chapa, seja na hipótese de Lula candidato, seja na hipótese de o atual vice de Lula, Fernando Haddad (PT), assumir a candidatura a presidente. 

O ex-prefeito Fernando Haddad é encarado como plano B. Lula, de 72 anos, deixou a Presidência com recorde de popularidade, mas parte do seu prestígio erodiu após denúncias de corrupção. Como está fora da corrida, o desafio será transferir votos para Haddad, de 55 anos. Por isso, é importante conhecer as suas posições sobre alguns temas que preocupam boa parte da sociedade brasileira. 

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Irlanda: Discurso do Papa Francisco no encontro com os bispos


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO 
À IRLANDA POR OCASIÃO DO IX ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
(25-26 DE AGOSTO DE 2018)

ENCONTRO COM OS BISPOS IRLANDESES

DISCURSO DO SANTO PADRE

Dublin - Convento das Irmãs Dominicanas
Domingo, 26 de agosto de 2018

Queridos Irmãos Bispos!

Com a minha visita à Irlanda prestes a terminar, dou graças por esta oportunidade de passar alguns momentos convosco. Agradeço ao Arcebispo Eamon Martin pelas suas amáveis palavras de apresentação e saúdo-vos a todos com afeto no Senhor.

O nosso encontro desta tarde retoma o fraterno debate que tivemos em Roma no ano passado, durante a vossa visita ad limina Apostolorum. Nestas breves ideias, gostaria de retomar o nosso colóquio anterior, no espírito do Encontro Mundial das Famílias que acabamos de celebrar. Todos nós, como Bispos, estamos cientes da nossa responsabilidade de ser pais para o santo povo fiel de Deus. Como bons pais, pretendemos encorajar e inspirar, reconciliar e unir, e sobretudo preservar todo o bem transmitido de geração em geração nesta grande família que é a Igreja na Irlanda. É verdade que a Igreja na Irlanda continua forte, é verdade.

Por isso, nesta tarde, a palavra que vos dirijo é de encorajamento – em continuidade com a homilia - nos vossos esforços, em momentos tão desafiadores, de perseverar no vosso ministério de arautos do Evangelho e pastores do rebanho de Cristo. De modo particular, agradeço a solicitude que demonstrais para com os pobres, os excluídos e os necessitados de ajuda, como testemunha a vossa recente carta pastoral sobre os sem-teto e sobre as dependências. Agradeço também pela ajuda que prestais aos vossos sacerdotes, cuja tristeza e desânimo por causa dos recentes escândalos são muitas vezes ignorados. Permanecei próximos aos sacerdotes! São o próximo mais próximo que tendes, como bispos.

Naturalmente um tema presente na minha visita foi o da necessidade que tem a Igreja de reconhecer e remediar, com honestidade evangélica e coragem, os erros do passado – pecados graves - relativos à proteção das crianças e adultos vulneráveis. Entre esses, as mulheres maltratadas. Nos últimos anos vós, como corpo episcopal, procedestes resolutamente não só empreendendo percursos de purificação e reconciliação com as vítimas, as vítimas e os sobreviventes dos abusos, mas também fixando, com a ajuda do National Board para a tutela das crianças na Igreja na Irlanda, um conjunto rigoroso de normas tendentes a garantir a segurança dos jovens. Nestes anos, todos nós tivemos de abrir os olhos - é doloroso - para a gravidade e a extensão do abuso de poder, de consciência e sexual em diferentes contextos sociais. Na Irlanda, como noutros lugares, a honestidade e a integridade com que a Igreja decide enfrentar este capítulo doloroso da sua história pode oferecer um exemplo e um apelo a toda a sociedade. Continuai assim. As humilhações são dolorosas, mas fomos salvos pela humilhação do Filho de Deus, e isso nos dá coragem. As chagas de Cristo nos dão coragem. Peço-vos, por favor, proximidade – esta é a palavra: proximidade – ao Senhor e ao povo de Deus. Proximidade. Não repitais posturas de distanciamento e clericalismo que algumas vezes, na vossa história, criaram a imagem real de uma Igreja autoritária, dura e autocrática.

Como mencionamos no nosso colóquio em Roma, a transmissão da fé na sua integridade e beleza representa um significativo desafio no contexto da rápida evolução da sociedade. O Encontro Mundial das Famílias deu-nos grande esperança e encorajamento sobre o facto de que as famílias se vão tornando cada vez mais conscientes do seu papel insubstituível na transmissão da fé. A transmissão da fé, fundamentalmente, se faz em família; a fé é transmitida “em dialeto”, no dialeto da família. Ao mesmo tempo, as escolas católicas e os programas de instrução religiosa continuam a desempenhar uma função indispensável para se criar uma cultura de fé e um sentido de discipulado missionário. Sei que isto representa motivo de cuidado pastoral para todos vós. A formação religiosa genuína requer professores fiéis e alegres, capazes de formar não só as mentes, mas também os corações para o amor de Cristo e a prática da oração. Às vezes pensamos que formar na fé signifique dar conceitos religiosos, e não pensamos na formação do coração, formar atitudes. Ontem, o presidente da Nação me dizia que tinha escrito um poema sobre Descartes e dizia mais ou menos assim: «A frieza no pensamento matou a música do coração». Formar a mente, sim, mas também o coração. E ensinar a rezar: ensinar as crianças a rezarem; desde o começo, a oração. A preparação de tais professores e a divulgação de programas da formação permanente são essenciais para o futuro da comunidade cristã, na qual um laicado comprometido se sinta cada vez mais chamado a levar a sabedoria e os valores da sua fé aos diversos setores do seu empenho na vida social, cultural e política do país.

Irlanda: Homilia do Papa Francisco no Encontro Mundial das Famílias 2018


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO 
À IRLANDA POR OCASIÃO DO IX ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
(25-26 DE AGOSTO DE 2018)

SANTA MISSA

HOMILIA DO SANTO PADRE

Dublin - Phoenix Park
Domingo, 26 de agosto de 2018

ATO PENITENCIAL

Ontem estive reunido com oito sobreviventes de abuso de poder, de consciência e sexual. Tomando o que eles me disseram, gostaria de colocar diante da misericórdia do Senhor estes crimes e pedir perdão por eles.

Pedimos perdão pelos abusos na Irlanda, abusos de poder e de consciência, abusos sexuais realizados por membros qualificados da Igreja. Em particular, pedimos perdão por todos os abusos cometidos em diversos tipos de instituições dirigidas por religiosos e religiosas e outros membros da Igreja. E pedimos perdão pelos casos de exploração do trabalho a que tantos menores foram submetidos.

Pedimos perdão pelas vezes que, como Igreja, não oferecemos aos sobreviventes de qualquer tipo de abuso, com ações concretas, a compaixão, e a busca de justiça e verdade. Pedimos perdão.

Pedimos perdão por alguns membros da hierarquia que não cuidaram dessas situações dolorosas e guardaram o silêncio. Pedimos perdão.

Pedimos perdão pelas crianças que foram separadas de suas mães e por todas aquelas vezes em que se dizia a muitas mães solteiras que tentavam encontrar seus filhos que lhes foram separados, ou aos filhos que procuravam suas mães, que se tratava de “pecado mortal”. Isso não é pecado mortal, mas sim o quarto Mandamento! Pedimos perdão.

Que o Senhor mantenha e aumente este estado de vergonha e compunção, e nos dê a força para comprometer-nos a trabalhar para que nunca mais isso aconteça e para que se faça justiça. Amém

Irlanda: Ângelus da Viagem Apostólica do Papa Francisco


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO 
À IRLANDA POR OCASIÃO DO IX ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
(25-26 DE AGOSTO DE 2018)

PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Esplanada do Santuário de Knock
Domingo, 26 de agosto de 2018

Amados irmãos e irmãs!

Estou feliz por estar aqui convosco. Estou feliz por estar convosco na casa de Nossa Senhora. E dou graças a Deus pela oportunidade de visitar, no contexto do Encontro Mundial das Famílias, este Santuário tão querido ao povo irlandês. Agradeço ao Arcebispo Neary e ao Reitor, Padre Gibbons, as suas cordiais boas-vindas.

Na Capela da Aparição, confiei à amorosa intercessão de Nossa Senhora todas as famílias do mundo e, de modo especial, as vossas famílias, as famílias irlandesas. Maria, nossa Mãe, conhece as alegrias e as canseiras que se vivem em cada lar. Conservando-as no seu Imaculado Coração, apresenta-as amorosamente no trono de seu Filho.

Como recordação da minha visita, trouxe o dom dum terço. Sei como é importante, neste país, a tradição do terço em família. Peço-vos: continuai com esta tradição! Quantos corações de pais, mães e filhos, no decorrer dos anos, tiraram consolação e força da meditação sobre a participação de Nossa Senhora nos mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos da vida de Cristo!

Maria é Mãe. Maria é nossa Mãe, é também Mãe da Igreja, e é a Ela que entregamos hoje o caminho do povo fiel de Deus nesta «Ilha de Esmeralda». Pedimos que as famílias sejam sustentadas no seu compromisso de espalhar o Reino de Cristo e cuidar dos últimos dentre os nossos irmãos e irmãs. Que as famílias sejam, no meio dos ventos e tempestades que enfuriam nos nossos tempos, baluartes de fé e bondade que, segundo as melhores tradições da nação, resistem a tudo o que pretenda diminuir a dignidade do homem e da mulher, criados à imagem de Deus e chamados ao destino sublime da vida eterna.

Que Nossa Senhora olhe com misericórdia para todos os membros atribulados na família do seu Filho. Ao rezar diante da sua imagem, apresentei-Lhe de modo particular todos os sobreviventes vítimas de abusos por membros da Igreja na Irlanda. Nenhum de nós pode deixar de se comover perante as histórias de menores que sofreram abusos, foram despojados da sua inocência ou que foram afastados das mães, e abandonados à deformação de dolorosas recordações. Esta chaga aberta nos desafia a sermos firmes e decididos na busca da verdade e da justiça. Imploro o perdão do Senhor para estes pecados, para o escândalo e a traição sentidos por muitos na família de Deus. Peço à nossa Bem-aventurada Mãe que interceda por todas as pessoas sobreviventes de abusos de qualquer tipo e confirme cada membro da família cristã no decidido propósito de nunca mais permitir que se verifiquem tais situações, bem como que interceda por todos nós, para que possamos sempre proceder com justiça e reparar, em quanto dependa de nós, tanta violência.

O que Manuela d’Ávila pensa sobre religião, aborto e casamento gay?



Manuela d’Ávila foi confirmada como pré-candidata à Presidência da República no dia 17 de novembro, pelo PCdoB, partido que desde 1985 não teve nenhum candidato concorrendo ao maior cargo político do país. No entanto, após várias rodadas de reuniões com dirigentes petistas, a direção do PCdoB decidiu, no dia 5 de agosto, retirar a candidatura da deputada federal Manuela D'Ávila à Presidência da República. A decisão permite ao partido coligar-se oficialmente com o PT na disputa presidencial, em chapa que a princípio é liderada por Lula e tem Fernando Haddad como vice.


Embora sua candidatura tenha sido encerrada, na prática, Manuela D'Ávila não ficará sem espaço na chapa petista. Isso porque de acordo com os termos do acordo celebrado neste domingo, nos próximos meses ela deverá indicada para o posto hoje ocupado por Haddad.

Jornalista por formação, atualmente ela é deputada estadual no Rio Grande do Sul. Embora jovem – tem apenas 36 anos de idade – sua trajetória política é longa, sendo eleita pela primeira vez para o mandato de vereadora aos 23 anos e posteriormente assumido o cargo de deputada federal por dois mandatos (2007 a 2014), ocasiões nas quais ela se tornou a deputada mais votada do estado. Casada com o músico Duda Leindecker, Manuela também é mãe. Sua filha de 2 anos, se chama Laura.

No que diz respeito aos temas morais, Manuela tende a seguir os posicionamentos clássicos dos partidos comunistas. Veja como ela já se manifestou sobre alguns desses assuntos: 

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Ex-Núncio Apostólico acusa Papa Francisco de encobrir os abusos sexuais do Cardeal McCarrick.



Em um doloroso memorando publicado exclusivamente por Marco Tosatti em La Verita, National Catholic Register e InfoVaticana, o arcebispo Carlo Maria Viganò revelou que desde 2013 o Papa Francisco sabia dos abusos sexuais cometidos por McCarrick aos seminaristas e sacerdotes, e o reabilitou, apesar de Bento XVI ter ordenado que ele se mudasse para uma vida de penitência e oração. Viganó pede ao papa que renuncie por causa de sua "grave, desconcertante e pecaminosa" conduta.

Bento XVI retirou McCarrick da atividade pública e ordenou que ele se retirasse para uma vida de oração e penitência, numa decisão semelhante à que ele tomou contra o predador homossexual Marcial Maciel. No entanto, quando eleito com o apoio de McCarrick, Francisco reabilitou o cardeal e o alertou sobre as gravíssimas acusações contra ele.

É a revelação mais importante do memorando de 14 páginas, assinado em Roma, na quarta-feira, e publicado no InfoVaticana exclusivamente em espanhol: um documento cuja leitura integral recomendo fortemente e onde o arcebispo Carlo Maria Viganò, que foi Delegado das Representações Pontifícias (1998-2009) e Núncio Apostólico nos Estados Unidos (2011-2016), revela tudo o que sabia sobre a máfia de abusos sexuais e encobrimento que domina uma parte importante da hierarquia da Igreja, incluindo o próprio papa.

Viganó explica os motivos do documento recordando os horríveis crimes cometidos por bispos e padres que abusaram de sua autoridade, encobertos pelo silêncio da hierarquia, embora reconhecendo sempre haver recusado a dar entrevistas ou declarações, por crer que a Igreja poderia encontrar os recursos espirituais para trazer à luz a verdade, corrigir-se e renovar-se, acredita que "tendo atingido a corrupção nos vértices da hierarquia", sua consciência o impõe a revelar as verdades que "em relação ao triste caso de McCarrick" chegaram ao seu conhecimento, porque a única maneira de tirar a Igreja do "pântano fétido em que ela caiu" é "ter a coragem para derrubar essa cultura de silêncio", similar à máfia,"com que os bispos e padres foram protegidos às custas dos fiéis e que faz a Igreja assemelhar-se a uma seita", e "confessar publicamente as verdades que foram escondidas".

E assim faz Viganó, primeiro dizendo que o topo da hierarquia, o Vigário de Cristo, o Papa Francisco, escondeu, protegeu e promoveu a McCarrick sabendo que sobre ele pesavam sérias acusações críveis de abuso sexual e seu antecessor, Bento XVI, ordenou que ele se retirasse para uma vida "de oração e penitência", proibindo-o de qualquer aparição pública:

"O papa teve conhecimento (dos crimes de Mccarrick) por mim em 23 de junho de 2013, e continuou a encobrir McCarrick, independentemente das sanções impostas pelo papa Bento XVI, sanções semelhantes às agora impostas pelo Papa: o cardeal teve que deixar o seminário onde morava, foi proibido de celebrar em público, participar de reuniões públicas, dar palestras, viajar, com a obrigação de se dedicar a uma vida de oração e penitência. No entanto, Francisco, fez dele seu fiel conselheiro junto com Maradiaga. Embora soubesse que ele era um homem corrupto, ele o escondeu a todo custo; além disso, ele endossou o conselho que McCarrick lhe deu, e isso certamente não foi inspirado por boas intenções e por seu amor à Igreja. Somente quando ele é obrigado pela queixa de um menor, e sempre em função do aplauso dos meios de comunicação, tem tomado medidas para, salvaguardar a sua própria imagem midiática".