quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Eleições 2016


Estamos vivendo a campanha eleitoral que visa a escolha dos prefeitos e vereadores de nossos municípios, no dia 02 de outubro e, para onde houver segundo turno, também no dia 30 de outubro. Nossa Diocese de Cruz Alta compreende 33 municípios. É fato que o processo eleitoral deste ano vem com a marca do descrédito, marcado pelas recorrentes notícias de corrupção e falta de ética de muitos que foram eleitos pelo povo para promoverem o bem comum. Não há como negar o sentimento de indignação e revolta da maioria da população diante destes fatos. Alguns se refugiam na indiferença, outros extravasam nervosamente nas redes sociais. Qual a postura correta que somos chamados a ter, como cristãos e como cidadãos?

A primeira postura é comprometer-se, interessar-se. Na mensagem para as eleições deste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil afirma que “a Igreja Católica não assume nenhuma candidatura, mas incentiva os cristãos leigos e leigas, que têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos.” É uma mensagem de esperança, ânimo e coragem. “Sonhamos e nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência, discriminação e mentiras; e com oportunidades iguais para todos”, diz a mensagem. Numa sociedade democrática, o caminho para este sonho passa pela política. “Se quisermos transformar o Brasil, comecemos por transformar os municípios.” Claro que a cidadania não se esgota na escolha dos representantes políticos, mas encontra aí sua expressão e compromisso. Recordo as palavras do Papa: “a política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum” (EG 205). Por isso, evitemos as expressões: “não tem mais solução”, “são todos iguais”, “não quero saber disso”. Não obstante tantos e tão graves fatos nos possam fazer pensar diferente, é preciso continuar a sonhar, apostar e interessar-se pelo mundo da política. 

Papa: "Atenção às óticas preconceituosas sobre a mulher".


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho que ouvimos nos apresenta uma figura que se destaca pela sua fé e sua coragem. Trata-se da mulher que Jesus curou das suas perdas de sangue (cfr Mt 9, 20-22). Passando em meio à multidão, aproxima-se por trás de Jesus para tocar a orla do seu manto. “Dizia consigo: se conseguir tocar apenas o seu manto serei curada” (v. 21). Quanta fé! Quanta fé esta mulher tinha! Pensa assim porque é animada pela fé e por tanta esperança e, com um toque de astúcia, realiza quanto tem no coração. O desejo de ser salva por Jesus é tal a fazê-la ir além das prescrições estabelecidas pela lei de Moisés. Esta pobre mulher há muitos anos não estava simplesmente doente, mas era considerada impura porque tinha hemorragias (cfr Lv 15, 19-30). É, por isso, excluída das liturgias, da vida conjugal, das relações normais com o próximo. O evangelista Marcos acrescenta que tinha consultado muitos médicos, dando fundos aos seus meios para pagá-los e suportando tratamento doloroso, mas havia somente piorado. Era uma mulher descartada da sociedade. É importante considerar essa condição – de descartada – para entender o seu estado de alma: ela sente que Jesus pode libertá-la da doença e do estado de marginalização e de indignidade em que há anos se encontra. Em uma palavra: sabe, sente que Jesus pode salvá-la.

Este caso faz refletir sobre como a mulher muitas vezes é percebida e representada. Todos devemos prestar atenção, também as comunidades cristãs, para óticas da feminilidade cheias de preconceitos e suspeitas que lesam a intangível dignidade da mulher. Nesse sentido, são os próprios Evangelhos a restaurar a verdade e a reconduzir a um ponto de vista libertador. Jesus admirou a fé desta mulher que todos evitavam e transformou a sua esperança em salvação. Não sabemos o seu nome, mas as poucas linhas com que os Evangelhos descrevem o seu encontro com Jesus traçam um itinerário de fé capaz de restabelecer a verdade e a grandeza da dignidade de cada pessoa. No último encontro com Cristo, abre-se para todos, homens e mulheres de todo lugar e de todo tempo, a via da liberdade e da salvação.

O Evangelho de Mateus diz que, quando a mulher tocou o manto de Jesus, Ele “se voltou” e “a viu” (v. 22) e, portanto, dirigiu-lhe a palavra. Como diziam, por causa do seu estado de exclusão, a mulher agiu escondido, atrás de Jesus, um pouco temerosa, para não ser vista, porque era uma descartada. Jesus, em vez disso, a vê e o seu olhar não é de reprovação, não diz: “Vá embora, você é uma descartada”, como se dissesse: “Você é uma leprosa, vá embora!”. Não, não reprova, mas o olhar de Jesus é de misericórdia e ternura. Ele sabe o que aconteceu e procura o encontro pessoal com ela, aquilo que no fundo a mulher desejava. Isso significa que Jesus não só acolhe, mas a faz digna de tal encontro ao ponto de dirigir-lhe a palavra e sua atenção.

Papa cria Organismo para o Desenvolvimento Humano Integral


CARTA APOSTÓLICA EM FORMA DE "MOTU PROPRIO" 
DO SUMO PONTÍFICE FRANCISCO 
COM O QUAL SE INSTITUI O DICASTÉRIO PARA O 
SERVIÇO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL

Em todo o seu ser e obrar, a Igreja está chamada a promover o desenvolvimento integral do homem à luz do Evangelho. Este desenvolvimento tem lugar mediante o cuidado dos bens incomensuráveis da justiça, da paz e da proteção da criação. O Sucessor do Apóstolo Pedro, na Sua obra a favor da afirmação de tais valores, adapta continuamente os organismos que colaboram com Ele, para que possam atender melhor às exigências dos homens e mulheres a quem estão chamados a servir.

Portanto, a fim de implementar a solicitude da Santa Sé nos âmbitos mencionados, bem como com aqueles relacionados com a saúde e as obras de caridade, instituo o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Este Discastério terá competências de modo particular nas áreas relacionadas com as migrações, com os necessitados, os enfermos e excluídos, os marginalizados e as vítimas dos conflitos armados e desastres naturais, os encarcerados, os desempregados e as vítimas de qualquer forma de escravidão e de tortura.

No novo Dicastério, regido pelo Estatuto que aprovo ad experimentum em data hodierna, confluirão, a partir do dia 1º de janeiro de 2017, as competências dos atuais Pontifícios Conselhos indicados em seguida: o Pontifício Conselho Justiça e Paz, o Pontifício Conselho “Cor unum”, o Pontifício Conselho para Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e o Pontifício Conselho para Pastoral no Campo da Saúde. Nesta data, estes quatro Dicastérios cessarão as suas funções e serão suprimidos, ficando revogados os artigos 142-153 da Constituição Apostólica Pastor Bonus.

Celebrando o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação 2016


No dia 16/08/2015 o Papa Francisco instituiu a Data mundial de oração pelo cuidado da criação a ser celebrado no 1º de setembro de todos os anos. Enviou cartas aos Cardeais Peter Kodwo Appiah Turkson, do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, e Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção das Unidade dos Cristãos, convidando ao irmão Patriarca Ecumênico Bartolomeu às iniciativas incentivadas pela Encíclica “Laudato Si” – sobre o Cuidado da Casa Comum.

Diante da crise ecológica e civilizatória que estamos vivendo, este evento espiritual está a nos lembrar da necessidade de uma verdadeira conversão ecológica que reduza e minimize os efeitos de nossa pegada, da nossa interferência nas mudanças climáticas, na poluição e degradação da criação.

CNBB Regional Norte 3 divulga nota sobre a saúde pública do Tocantins e motiva campanha


NOTA DOS BISPOS DO REGIONAL NORTE III, DA CNBB 
ESTADO DO TOCANTINS 

A SAÚDE DO TOCANTINS ESTÁ DOENTE E COM FOME


Nós, Bispos do Regional Norte III, da CNBB, Estado do Tocantins, assistimos, pelos meios de comunicação, e presenciamos, com os olhos de pastores, com pesar, quase impotente e com indignação, a situação pela qual passa a saúde pública no Estado do Tocantins. Embora admitamos não ser exclusividade do nosso Estado, a falta de vagas, de leitos, de materiais, de insumos, de médicos, de medicamentos são recorrentes e corriqueiras nos noticiários e nas redes sociais. No entanto, o que mais nos chama a atenção é a falta de alimentação para os pacientes e acompanhantes.

O fato é que nosso povo está sofrendo. A saúde é um dos direitos básicos do cidadão, assegurado pela Constituição Federal do Brasil. O Sistema Único de Saúde - SUS, a quem defendemos, embora revele seus limites, não suporta e não permite improvisação. Esta situação virou caso de polícia e gerou comentários e críticas nas grandes redes de comunicação do Brasil. A saúde, a doença e a fome não podem esperar. O que fazer? A quem responsabilizar? A quem recorrer? Como nos posicionarmos?

É difícil não admitir que as crises política, social e econômica pela qual passa o Brasil, ligadas às questões locais de má gestão dos recursos públicos, à falta de transparência, às denúncias de corrupção, à excessiva burocracia e aos problemas decorrentes de licitação e contrato com empresa prestadora de serviço à Secretaria de Saúde, contribuem, para o agravamento da situação do atendimento aos usuários do sistema de saúde no nosso Estado. A Auditoria que foi submetida à Secretaria de Saúde, embora não conheçamos o resultado, é um indicativo plausível de como os recursos destinados à saúde podem ter sido desviados para outras finalidades.

Enquanto ouvimos com perplexidade, a notícia do aumento de salário e de outras vantagens para alguns servidores públicos, ver a situação em que se encontra a saúde neste Estado, demonstra cabalmente que ela não é prioridade. Vemos também com preocupação o Estado basicamente parado, devido à greve geral dos servidores públicos.

Cristo falava do templo do seu corpo




Destruí este templo e em três dias o reedificarei (Jo 2,19). Os apegados ao corpo e às coisas sensíveis, creio, parecem indicar os judeus, que irritados por terem sido expulsos por Jesus, acusando-os de transformarem a casa do Pai em mercado de seus produtos, pedem um sinal. Por esse sinal devia Jesus justificar o seu procedimento e provar que era o Filho de Deus, o que eles na sua incredulidade não queriam admitir. Mas o Salvador ajuntou uma palavra sobre seu corpo, como se falasse daquele templo; aos que interrogavam: Que sinal mostras para assim fazeres?, responde: Destruí este templo e em três dias o reedificarei.  

Todavia ambos, tanto o templo como o corpo de Jesus, compreendidos como unidade, parecem-me ser figura da Igreja. Por ter sido edificada com pedras vivas; feita casa espiritual para o sacerdócio santo (1Pd 2,5). Edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo sua máxima pedra angular o Cristo Jesus (Ef 2,20), existindo em verdade, como templo. Se, porém, por causa da palavra: Vós sois o corpo de Cristo e membros uns dos outros (1Cor 12,27), se entender serem destruídas e deslocadas as junturas e disposições das pedras do templo, como se lê no Salmo 21 sobre os ossos de Cristo, pelas ciladas das perseguições e tribulações e por aqueles que combatem a unidade do templo por contradições, levantar-se-á o templo e ressuscitará o corpo ao terceiro dia. Após o dia da maldade que pesa sobre ele, e após o dia da consumação que se seguir.  

Seguirá de perto o terceiro dia do novo céu e da terra nova, quando esses ossos, quero dizer, toda a casa de Israel, serão reerguidos, no grande domingo, em que a morte é vencida. Assim a ressurreição de Cristo depois da paixão contém o mistério da ressurreição do corpo total de Cristo. Como aquele corpo de Jesus, sensível, foi pregado na cruz, sepultado e depois ressuscitado, assim todo o corpo dos santos de Cristo com ele foi pregado na cruz e agora já não vive mais. Cada um deles, à semelhança de Paulo, não se gloria em coisa alguma a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo por quem está crucificado para o mundo e o mundo para ele.  

Por isto não apenas foi cada um de nós, junto com Cristo, pregado à cruz e crucificado para o mundo, mas também, junto com Cristo, sepultado: Fomos consepultados com Cristo, diz Paulo (Rm 6,4) e acrescenta como quem já recebeu as aras da ressurreição: E com ele ressuscitamos (cf. Rm 6,4).


Do Comentário sobre o Evangelho de João, de Orígenes, presbítero
(Tomus 10,20:PG14, 370-371)                (Séc.I)

São Luís IX: padroeiro da cidade e da Arquidiocese de São Luís do Maranhão.


Aproxima-se o 08 de setembro, quando será comemorada a efeméride da presença francesa em Upaon-Açu e, para os católicos, os mais de 400 anos da chegada do Evangelho pela missão capuchinha composta de 4 frades do convento parisiense de Saint-Honoré. Polêmicas à parte quanto a uma fundação francesa ou uma invasão francesa e fundação portuguesa por obra de Jerônimo de Albuquerque, o fato é que os franceses cá estiveram e cá deixaram algumas marcas. Poucas? Talvez sim, porém a mais significativa e que permanece está no nome da cidade que fora tomado do forte erguido pelos franceses. São Luís foi o nome escolhido para homenagear o pequeno Luís XIII e seu ilustre antecessor, o Rei Luís IX, àquela altura já elevado à honra dos altares com o nome de São Luís, Rei de França.

Entretanto, o que muita gente desconhece é que São Luís é o padroeiro da cidade e da Arquidiocese de São Luís do Maranhão. Atribui-se equivocadamente a Nossa Senhora da Vitória o patronato de nossa capital. Nossa Senhora da Vitória é a padroeira da paróquia da Igreja da Sé, a nossa catedral, Ela é, portanto, a titular da Catedral, mas não a padroeira da cidade e da Arquidiocese. Em 25 de agosto de 1882, no Jornal “Diário do Maranhão” recolhemos a seguinte nota: “ Dia de gala por ser hoje dia de São Luiz, padroeiro desta capital estiveram embandeirados os fortes salvando o de São Luiz à 1 da tarde”. Mais próximo a nós, em 26 de agosto de 1934, no Jornal “A Pacotilha”, em coluna intitulada Vida Religiosa está a notícia, da qual transcrevemos alguns trechos: “ É hoje (sic) que se realiza na Sé Cathedral Metropolitana a festividade de São Luiz, padroeiro da cidade e da Arquidiocese do Maranhão. (...) Serão celebradas duas Missas: a primeira, às 7 horas (...); a segunda, às 8 e meia, cantada solenemente, fazendo o panegírico do padroeiro o Revmo. Sr. Cônego Arias Cruz.” Outra fonte que atesta São Luís como patrono da cidade é a obra História Eclesiástica do Maranhão, de Dom Felipe Condurú Pacheco: “São Luís – cidade ilustre, de 2000 habitantes, sede do bispado, estendido do Ceará ao Cabo Norte – teria o mesmo ex-soberano francês por Patrono” (1968, 16). Obviamente, não esgotamos as várias fontes que validam nossa informação.

São Raimundo Nonato


Raimundo nasceu na Espanha, em 1200. Seus pais eram nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de modo trágico, sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de dar-lhe à luz. Por isto Raimundo recebeu o nome de Nonato, que significa não-nascido de mãe viva.

Dotado de grande inteligência, fez com certa tranquilidade seus estudos primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, e com receio de que seu filho optasse pela vida da igreja, mandou-o administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Porém as coisas aconteceram exatamente ao contrário.

Raimundo, no silêncio e solidão que vivia, fortificou ainda mais sua vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Apesar da dificuldade conseguiu o consentimento do pai e finalmente em 1224 ingressou na Ordem, recebendo o hábito das mãos do próprio fundador.

Ordenou-se sacerdote e seus dotes de missionário vieram à tona. Foi mandado em missão na Argélia, norte da África, para resgatar cristãos que viviam em regime de escravidão. Levava o conforto e a palavra de Deus aos que sofriam mais que ele e já estavam prestes a renunciar à fé em Jesus.

Sua ação missionária causou a revolta das lideranças muçulmanas e Raimundo foi preso e torturado. Durante oito meses teve sua boca presa com um cadeado, para que não pudesse pregar o Evangelho.

Raimundo sofreu durante oito longos meses essa tortura, mas finalmente foi libertado com a saúde totalmente abalada. De volta a pátria foi nomeado cardeal, mas não exerceu este cargo, pois morreu acometido por uma forte febre em 31 de agosto de 1240, quando ele tinha apenas quarenta anos de idade.  


Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Raimundo Nonato anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Brasil terá Ano Jubilar mariano a partir de outubro


Aumenta a expectativa pela possibilidade de o Papa Francisco retornar ao Brasil para participar das celebrações dos 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional, em 2017.

Jardins do Vaticano terão imagem de Nossa Senhora

Enquanto isso, sábado, 3 de setembro, será inaugurada nos Jardins do Vaticano uma imagem da santa padroeira do Brasil. Uma grande delegação virá a Roma da Arquidiocese de Aparecida, liderada pelo Cardeal-arcebispo, Dom Raymundo Damasceno Assis.

Em exclusiva à RV, Dom Raymundo reafirma que a devoção a Nossa Senhora faz parte da história do Brasil. “Maria sempre foi uma porta aberta ao conhecimento de Jesus; é o modelo de seguimento de Cristo, dos valores humanos que marcam a identidade religiosa do povo”:

Em Aparecida, o novo Campanário do Santuário Nacional, obra que foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, será inaugurado no próximo dia 12 de outubro, abrindo o Ano Jubilar mariano em comemoração aos 300 anos da aparição.

Homilética: 23º Domingo do Tempo Comum - Ano C: "Condições para Seguir Jesus".



Hoje somos chamados a viver a sabedoria de Deus, a seguir Jesus Cristo, a sermos santos!

No Evangelho de hoje (Lc 14, 25-33), a palavra “discípulo” aparece três vezes; em todas elas o discípulo aparece como alguém que deve renunciar algo ou alguém. Não será uma visão um pouco negativa? Para compreender melhor a nossa vocação de discípulos do Senhor vale a pena fazer um pequeno passeio pelo Novo Testamento.

Um primeiro fato que chama a atenção é que não são os discípulos quem escolhem o seu mestre, mas é Jesus quem escolhe os seus discípulos e lhes dá uma missão concreta: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens” (Mt 4,19). A primeira coisa que há de notar-se, portanto, na vida do discípulo é que é uma pessoa chamada por Jesus para cumprir uma missão. Dentro desse contexto é que podemos entender as renúncias que Jesus pede aos seus discípulos.

Uma segunda característica do discípulo de Jesus encontra-se no contexto das bem-aventuranças, cuja clave de interpretação é o mandato de Cristo para que sejamos santos: “perfeitos como vosso Pai celeste” (Mt 5,48). Outra maneira de expressar a santidade querida por Jesus é a descrição que S. Marcos faz da escolha dos Doze: “designou doze dentre eles para ficar em sua companhia” (Mc 3,14). Santidade é estar na companhia de Jesus, junto a ele e compartir a sua mesma vida. A renúncia, portanto, é para que possamos viver essa vida nova à imitação do Divino Mestre.

Noutro momento, quando Jesus dava instruções aos seus discípulos e, mais em concreto, aos seus apóstolos, lhes diz: “o discípulo não é superior ao mestre; mas todo discípulo perfeito será como o seu mestre” (Lc 6,40). Ou seja, o seguidor de Cristo permanece sempre como discípulo, nunca será mestre, mas a sua imitação do Mestre pode ser perfeita.

O discípulo mantem sempre o desejo de aprender. Conta-se que uma criança ao voltar da escola um pouco desanimada, foi perguntada pelos pais: “E aí, foi bem de aula?”. E o menino respondeu: “Não. Vou ter que voltar amanhã”. Não se pode pretender aprender tudo num só dia nem cansar-se de voltar à escola do Mestre. Uma experiência que todo cristão tem quando passam os anos no seguimento de Cristo é a seguinte: a leitura do Evangelho, das mesmas passagens, recebe sempre distintos coloridos na mente e no coração do que o lê, sempre se descobre coisas novas ou, ao menos, o antigo já sabido se renova, ganhando assim todo o frescor da novidade de redescobrir algo já conhecido e, no entanto, com alguma luz nova.

“Se alguém vem a Mim, mas não odeia o pai, a mãe…”; estas palavras do Senhor não devem desconcertar ninguém. O amor a Deus e a Jesus Cristo deve ocupar o primeiro lugar na nossa vida e devemos afastar tudo aquilo que ponha obstáculos a este amor.

Odiar na linguagem bíblica, ou renunciar, segundo o uso semítico, significa amar menos, pospor, como se pode apreciar no texto paralelo de Mt 10, 37: “Quem amar o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim”. Só Deus tem o direito ao primado absoluto no coração e na vida do homem; Jesus é Deus e, por conseguinte, é lógico que o exija como condição indispensável para ser Seu discípulo.

“Quem não carrega sua Cruz… não pode ser meu discípulo” (Lc 14, 27). O caminho do cristão é a imitação de Jesus Cristo. Não há outro modo de O seguir senão acompanhá-Lo com a própria Cruz. A experiência mostra-nos a realidade do sofrimento, e que este leva à infelicidade se não se aceita com sentido cristão. A Cruz não é uma tragédia, mas pedagogia de Deus que nos santifica por meio da dor para nos identificarmos com Cristo e nos tornarmos merecedores da glória. Por isso é tão cristão amar a dor: “Bendita seja a dor. Amada seja a dor. Santificada seja a dor… Glorificada seja a dor!” (Caminho, 208).

“… Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14, 33). Se antes o Senhor falou de “odiar” os pais e até a própria vida, agora exige com igual vigor o despreendimento total das riquezas. Esta renúncia das riquezas há de ser efetiva e concreta: o coração deve estar desembaraçado de todos os bens matérias para poder seguir os passos do Senhor. Pois, é impossível “servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16, 13). Dizia São Josemaria Escrivá: “Se és homem de Deus, põe em desprezar as riquezas o mesmo emprenho que põem os homens do mundo em possuí-las”. (Caminho, 633).

“… os homens aprenderam as coisas que vos agradam e pela sabedoria foram salvos” (Sab 9,18).

Quem é o homem sábio à luz da experiência cristã? É aquele que não se deixa enredar pelas coisas, que consegue salvar em cada circunstância o primado de Deus e do Espírito, quem não arrisca o todo pela parte , o eterno pelo transitório, o importante por aquilo que é somente urgente.

Que não caiamos no relaxamento, na falta de comprometimento cristão, no perigo de servir a dois senhores, de ser sal insípido. Saibamos que a Verdade é exatamente o contrário! A tantas comunidades e a tantos cristãos de hoje poder-se-ia dirigir a censura que, no Apocalipse, é dirigida à Igreja de Laodicéia e que incutiu um temor salutar aos leitores de todos os tempos: “Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és, morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato” (Ap 3,15-20).

Argentina: Ladrões profanam a Eucaristia e assaltam as Missionárias da Caridade


A comunidade das Missionárias da Caridade em Mar del Plata (Argentina) foi vítima de um violento assalto perpetrado por três delinquentes, que também profanaram o sacrário da sua capela.

Os desconhecidos invadiram a casa da comunidade, fundada pela Beata Madre Teresa de Calcutá, às 19h30 na quinta-feira, 25 de agosto.

Depois de tapar a boca das cinco religiosas que vivem nesta comunidade, para que não gritassem pedindo ajuda, os delinquentes mexeram em todos os cômodos da casa e finalmente levaram 50 pesos argentinos (3,3 dólares), pois era o único dinheiro que as irmãs tinham.

Além disso, ingressaram na capela procurando objetos de valor, abriram o sacrário e tiraram as hóstias consagradas que estavam na âmbula para levá-la. Quando perceberam que o paramento não era de ouro, deixaram-no no mesmo local.

A verdade do Senhor permanece eternamente




Quando me falais, Senhor, os vossos juízos aterram-me como um trovão, os meus ossos estremecem de medo, a minha alma enche-se de pavor. E fico atônito a considerar que nem os céus são puros a vossos olhos.

Se nos próprios anjos encontrastes maldade e os castigastes, que será de mim? Caíram estrelas do céu; e eu, pó e cinza, que posso esperar? Eu vi cair no abismo do vício pessoas cujas obras pareciam dignas de louvor e deleitarem-se com o alimento dos porcos os que antes comiam o pão dos Anjos.

Nenhuma santidade, meu Deus, pode subsistir, se a vossa mão soberana não a sustenta; nenhuma sabedoria pode conduzir-nos, se a vossa luz não a orienta; nenhuma força pode suster-nos, se a vossa omnipotência não a conserva.

Se nos deixais, caímos e morremos; se nos visitais, levantamo-nos e vivemos. Nós não somos senão inconstância e toda a nossa firmeza vem de Vós; nós não somos senão frialdade, mas Vós nos reacendeis e confortais.

Toda a vaidade se abisma na profundeza dos vossos juízos. Que é toda a humanidade aos vossos olhos? Porventura pode levantar-se o barro contra aquele que o formou? Como pode envaidecer-se com vãos louvores aquele cujo coração está verdadeiramente sujeito a Deus? O mundo inteiro não pode ensoberbecer aquele a quem a verdade sujeitou a si; nem se deixará mover pelas palavras dos que o louvam, aquele que só em Deus pôs a sua esperança.

Aqueles mesmos que falam, também eles são nada e passam com o som das suas palavras; só a verdade do Senhor permanece eternamente.



Do Livro da Imitação de Cristo
(Livro 3, 14) (Sec. XV)