sexta-feira, 8 de maio de 2015

Papa explica parábola de Jesus sobre a videira e os ramos.


PAPA FRANCISCO

REGINA COELI
Praça São Pedro
Domingo, 3 de Maio de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje apresenta-nos Jesus durante a Última Ceia, no momento em que sabe que a morte já está perto. Tinha chegado a sua «hora». Pela última vez Ele estava com os seus discípulos, e então quis deixar bem claro nas suas mentes uma verdade fundamental: também quando Ele não estiver fisicamente no meio deles, ainda assim eles poderão permanecer unidos a Ele de um modo novo, e produzir muitos frutos. Todos podemos estar unidos a Jesus de um modo novo. Se, ao contrário, alguém perdesse esta união com Ele, esta comunhão com Ele, tornar-se-ia estéril, aliás, prejudicial para a comunidade. Para exprimir esta realidade, este modo novo de estar unido a Ele, Jesus usa a imagem da videira e dos rebentos, dizendo: «Como o ramo não pode dar fruto por si mesma se não estiver na videira, assim acontecerá convosco se não estiverdes em Mim. Eu sou a videira, vós os ramos» (Jo 15, 4-5). Com esta imagem ensina-nos o modo como permanecer n’Ele, estar unidos a Ele, mesmo que não esteja fisicamente presente.

Jesus é a videira, e através d’Ele — como a linfa na árvore — passa para os rebentos o amor de Deus, o Espírito Santo. Eis, então: somos os rebentos, e através desta parábola Jesus quis que entendêssemos a importância de permanecer unidos a Ele. Os rebentos não são auto-suficientes, dependem totalmente da videira na qual se encontra a fonte da sua vida. Assim é também para nós, cristãos. Enxertados em Cristo com o Baptismo, recebemos gratuitamente d’Ele o dom da vida nova; e podemos permanecer em comunhão vital com Cristo. É preciso que nos mantenhamos fiéis ao Baptismo e cresçamos na amizade com o Senhor mediante a oração diária, a escuta e a docilidade à sua Palavra — lendo o Evangelho — a participação nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia e na Reconciliação.

Se alguém estiver intimamente unido a Jesus, usufruirá dos dons do Espírito Santo, que — como nos diz são Paulo — são: «caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança» (cf. Gl 5, 22); e por conseguinte faz muito bem ao próximo e à sociedade, é uma pessoa cristã. De facto, a partir destes comportamentos reconhece-se se uma pessoa é um cristão verdadeiro, como dos frutos se reconhece a árvore. Os frutos desta união profunda com Jesus são maravilhosos: toda a nossa pessoa é transformada pela graça do Espírito: alma, inteligência, vontade, afectos e até o corpo, porque somos unidade de espírito e corpo. Recebemos um novo modo de ser, a vida de Cristo torna-se nossa: podemos pensar, agir, ver o mundo e a realidade com os seus olhos, como Ele. Consequentemente, podemos amar os nossos irmãos, a partir dos mais pobres e sofredores, como Ele fez, amando-os com o seu coração e assim produzir frutos de bondade, caridade e paz.

Cada um de nós é um rebento da única videira e todos juntos somos chamados a produzir os frutos desta comum pertença a Cristo e à Igreja. Confiemo-nos à intercessão da Virgem Maria, a fim de podermos ser rebentos vivos na Igreja e testemunhar de modo coerente a nossa fé — precisamente coerência de vida e pensamento, de vida e fé — cientes de que todos, de acordo com as nossas vocações particulares, participam na única missão salvífica de Cristo.

[Depois do Regina Coeli]:

Queridos irmãos e irmãs!

Provenientes da Itália e de muitas partes do mundo, a todos e a cada um dirijo uma cordial saudação!

Ontem em Turim foi proclamado Beato Luís Bordino, leigo consagrado da Congregação dos Irmãos de São José Bento «Cottolengo». Ele dedicou a sua vida às pessoas doentes e sofredoras, e trabalhou incansavelmente a favor dos mais pobres, medicando e curando as suas chagas. Demos graças ao Senhor por este seu discípulo humilde e generoso.

Dirijo uma saudação especial à Associação Méter, no Dia das crianças vítimas da violência. Agradeço-vos o compromisso com o qual procurais prevenir estes crimes. Devemos comprometer-nos para que cada pessoa humana, e especialmente as crianças, sejam defendidas e protegidas.

Saúdo com afecto todos os peregrinos aqui presentes, são deveras muitíssimos para mencionar cada grupo! Mas pelo menos espero que o Coro São Brás cante um pouco. Saúdo os fiéis provenientes de Amsterdão, Zagrábia, Litija (Eslovénia), Madrid e Lugo, na Espanha. Acolho com alegria os numerosos os italianos: as paróquias, associações e escolas. Dirijo um pensamento particular aos jovens que receberam ou receberão a Crisma.

A todos desejo feliz domingo. E por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!
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Santa Sé

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