sábado, 16 de maio de 2015

Pe. Gutierrez, fundador da Teologia da Libertação, é recebido no Vaticano


Realizou-se na manhã de terça-feira (12/05), na Sala de Imprensa da Santa Sé, a coletiva de imprensa de apresentação da Assembleia da Caritas Internacional, que tem início oficialmente hoje, dia 13.

Estavam presentes na coletiva o Presidente da Confederação, Cardeal Oscar Andrés Rodrigues Maradiaga, e o Secretário-Geral, Michel Roy. Mas quem chamou a atenção da mídia foi o teólogo dominicano Gustavo Gutierrez, considerado um dos fundadores da Teologia da Libertação. O sacerdote peruano será um dos conferencistas da Assembleia, quando falará da relação entre caridade e justiça.

Teologia da Libertação

Respondendo às inúmeras perguntas dos jornalistas, Pe. Gutierrez recordou que a Teologia da Libertação nunca foi condenada pela Santa Sé, mas passou por várias fases, inclusive “críticas”, de diálogo. “O que é importante agora é o momento atual, de ir às periferias, a opção preferencial pelos pobres. E isso está claro no pontificado do Papa Francisco. O importante é reabilitar o Evangelho”.

“A reflexão teológica deve estar ligada à vida cotidiana das pessoas. Não se trata de metafísica religiosa. Nunca li na Bíblia algum trecho que diz ‘ide e fazei Teologia’, mas sim ‘ide e fazei discípulos’. A Teologia é uma hermenêutica da esperança, dá a visão para quem está comprometido na ação.”

Carta de amor

Questionado se escreveria tudo o que escreveu da mesma maneira, o teólogo de 86 anos respondeu que é a mesma coisa perguntar para uma pessoa casada há anos se escreveria uma carta de amor exatamente igual ao do início do relacionamento. “Não é possível, mas o meu amor a Deus, à Igreja e ao povo permanece o mesmo.” 

Dom Hélder Câmara

Pe. Gutierrez citou várias vezes o Documento de Aparecida e falou sobre a beatificação de Dom Oscar Arnulfo Romero e o início da causa de Dom Hélder Câmara, afirmando que os “mártires latino-americanos” contribuíram para ampliar o sentido do martírio, em que se luta não somente pela fé, mas também em prol do povo.

Por sua vez, o Cardeal hondurenho Maradiaga falou dos oito anos em que esteve à frente da Caritas (a Assembleia deverá eleger o novo Presidente na quinta-feira). “Foi para mim um enriquecimento enorme. Faço votos de que sigam avante, com a prioridade de educar o cristão à compartilha dos bens da Terra.”

A Assembleia da Caritas se concluirá no domingo, 17 de maio, com uma declaração final. Em breve, a Confederação terá em breve seu membro de número 165, com o ingresso da Caritas do Sudão do Sul.

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Rádio Vaticano
Disponível em: O Caminho

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