terça-feira, 19 de maio de 2015

Depois de “excomungar” cardeal, Olavo de Carvalho pede “interdito” do Papa Francisco

Olavo de Carvalho sugere como solução ignorar o Papa Francisco.

Olavo de Carvalho, que arrebanha uma multidão de pessoas pela internet com formação política e filosófica, tem feito críticas recorrentes à Igreja Católica. Em abril, sugeriu que o cardeal arcebispo de São Paulo Odilo Scherer estaria “excomungado” por suposta ligação do líder religioso com o comunismo.

No dia seguinte, ainda na 53ª Assembleia Geral da CNBB, o Cardeal afirmou em entrevista ao jornalista Rafael Alberto (Jornal O São Paulo) que não entraria em polêmica com “franjas extremistas e fanatizadas”.  Sobre a acusação de ser comunista, o arcebispo a definiu como “piada de mau gosto”. “Quem me conhece sabe quem sou e o que penso. Não perdi a minha fé e nem trai minha missão como bispo da Igreja. Essa acusação só pode ser fruto de muita fantasia. É piada de mau gosto”.

Nesta sexta-feira, 15 de maio, o professor voltou a causar divisão entre muitos de seus seguidores, católicos praticantes, com crítica feita ao Papa Francisco. “Que fazer com o Papa Francisco? Minha solução pessoal é: ignorá-lo, virar-lhe as costas”, e finalizou torcendo para que logo venha outro papa. “Ele está velho, não vai viver para sempre nesta Terra, e logo virá um Papa melhor, com a graça de Deus”.

As críticas de Olavo ao Papa Francisco se intensificaram após o pontífice ter reconhecido o Estado Palestino. Muitos alunos do professor saíram em manada vociferando contra Francisco. O reconhecimento do Estado Palestino não é uma novidade deste pontificado, o Papa Emérito Bento XVI já o defendia. “Em encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, o pontífice ‘suplicou’ a todas as partes envolvidas no ‘antigo conflito que deixem de lado qualquer rancor e percebam que ainda é possível caminhar pela estrada da reconciliação’“. (Fonte: Terra)


Olavo de Carvalho pede interdito do Papa Francisco.

O advogado André Brandalise comentou o estranhamento de tantos católicos criticarem a Igreja e se porem numa atitude de extremo respeito ao professor. “Fico muito decepcionado ao ver pessoas católicas sérias de verdade serem um dos primeiros a criticar o Papa ou algum bispo seja lá por qual motivo for, mas com Olavo [de Carvalho] ficam quietos por ‘consideração ao professor‘”.

Olavo de Carvalho chega a defender um interdito ao Papa Francisco. “Ao reconhecer o Estado Palestino, que tem uma longa história de perseguição a cristãos e de profanação de lugares santos da Cristandade, o Papa Francisco se sujeita à pena de INTERDITO, segundo o Cânon 1374 do Código de Direito Canônico: ‘Promover alguma associação que trame contra a Igreja’”.

Os alunos que são manobrados pelo professor não saem em defesa do Papa, no máximo ficam em silêncio em decoro ao professor. Rodrigo Constantino, economista e colunista da Veja já alertou sobre o risco dos “Olavetes”, como são conhecidos os alunos do professor, quando o tratam como uma espécie de Guru inerrante. “Continuo condenando a postura de Olavo em vários aspectos, por achar que ele é um desperdício de intelecto, principalmente quando se coloca a “debater” com qualquer um e parte logo para os xingamentos, algo inadequado num filósofo, e também por julgar que há, entre seus muitos seguidores, certo clima de seita sob um guru infalível, algo inaceitável para um bom mestre”. 
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O Povo Online: Ancoradouro

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