quarta-feira, 16 de março de 2016

Via-Sacra: 4ª Estação: “Jesus encontra sua Mãe” (S. Lucas 2,34-35.51).



  
“Junto à Cruz de Jesus, a Mãe «está»”.

Mal Jesus se levantou da Sua primeira queda, encontra Sua Mãe Santíssima, junto do caminho por onde Ele passa.

Com imenso amor Maria olha para Jesus, e Jesus olha para a Sua Mãe; os Seus olhares encontram-se, e cada coração verte no outro a Sua própria dor. A alma de Maria fica mergulhada em amargura, na amargura de Jesus Cristo.

- Ó vós, que passais pelo caminho: olhai e vede se há dor semelhante à minha dor (Lam I, 12)!

Mas ninguém repara, ninguém presta atenção; apenas Jesus.

Cumpriu-se a profecia de Simeão: uma espada trespassará a tua alma (Lc II, 35).

Na escura solidão da Paixão, Nossa Senhora oferece ao seu Filho um bálsamo de ternura, de união, de fidelidade; um sim à Vontade divina.

Pela mão de Maria, tu e eu queremos também consolar Jesus, aceitando sempre e em tudo a Vontade do Seu Pai, do nosso Pai.

Só assim saborearemos a doçura da Cruz de Cristo e abraçá-la-emos com a força do Amor, levando-a em triunfo por todos os caminhos da terra.

“Uma espada te há de traspassar a alma”

Na Via-Sacra de Jesus, aparece também Maria, sua Mãe. Durante a sua vida pública, teve de ficar de lado para dar lugar ao nascimento da nova família de Jesus, a família dos seus discípulos. Teve também de ouvir estas palavras: «Quem é a minha Mãe e quem são os meus irmãos? (…) Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mt 12, 48.50). Pode-se agora constatar que Ela é a Mãe de Jesus não só no corpo, mas também no coração. Ainda antes de tê-lo concebido no corpo, pela sua obediência concebera-O no coração. Fora-Lhe dito: «Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho (…) Será grande (…) O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de seu pai David» (Lc 1, 31-32). Mas algum tempo depois ouvira da boca do velho Simeão uma palavra diferente: «Uma espada Te há de trespassar a alma» (Lc 2, 35). Deste modo ter-Se-á lembrado de certas palavras pronunciadas pelos profetas, tais como: «Foi maltratado e resignou-se, não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro» (Is 53, 7). Agora tudo isto se torna realidade. No coração, tinha sempre conservado as palavras que o anjo Lhe dissera quando tudo começou: «Não tenhas receio, Maria» (Lc 1, 30). Os discípulos fugiram; Ela não foge. Ela está ali, com a coragem de mãe, com a fidelidade de mãe, com a bondade de mãe, e com a sua fé, que resiste na escuridão: «Feliz daquela que acreditou» (Lc 1, 45). «Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará fé sobre a terra?» (Lc 18, 8). Sim, agora Ele sabe-o: encontrará fé. E esta é, naquela hora, a sua grande consolação.

Santa Maria, Mãe do Senhor, permanecestes fiel quando os discípulos fugiram. Tal como acreditastes quando o anjo Vos anunciou o que era incrível – que haverias de ser Mãe do Altíssimo – assim também acreditastes na hora da sua maior humilhação. E foi assim que, na hora da cruz, na hora da noite mais escura do mundo, Vos tornastes Mãe dos crentes, Mãe da Igreja. Nós Vos pedimos: ensinai-nos a acreditar e ajudai-nos para que a fé se torne coragem de servir e gesto de um amor que socorre e sabe partilhar o sofrimento. 

Que homem não choraria, vendo a Mãe de Cristo em tão atroz suplício?

O seu Filho ferido... E nós, longe, cobardes, resistindo à Vontade divina.

Mãe e Senhora minha, ensina-me a pronunciar um sim que, como o teu, se identifique com o clamor de Jesus ante Seu Pai: non mea voluntas (Lc XXII, 42)..., não se faça a minha vontade, mas a de Deus.

Quanta miséria! Quantas ofensas! As minhas, as tuas, as da humanidade inteira...

Et in peccatis concepit me mater mea (S1 L, 7). Nasci, como todos os homens, manchado com a culpa dos nossos primeiros pais. Depois..., os meus pecados pessoais: rebeldias pensadas, desejadas, cometidas...

Para nos purificar dessa podridão, Jesus quis humilhar-Se e tomar a forma de servo (cfr. Fil II, 7), encarnando nas entranhas sem mancha de Nossa Senhora, Sua Mãe e Mãe tua e minha. Passou trinta anos de vida oculta, trabalhando como os outros, junto de José. Pregou. Fez milagres... E nós pagámos-Lhe com uma Cruz.

Necessitas de mais motivos para a contrição?

Jesus esperou por este encontro com Sua Mãe. Quantas recordações de infância!: Belém, o longínquo Egito, a aldeia de Nazaré. Agora, também a quer junto de Si, no Calvário.

Necessitamos dela!... Na escuridão da noite, quando uma criança pequena tem medo, grita: mãezinha!

Assim tenho eu que clamar, muitas vezes, com o coração: Mãe! Mãezinha!, não me deixes.

Até chegar ao abandono, há um pouco de caminho a percorrer. Se ainda não conseguiste, não te preocupes: continua a esforçar-te. Chegará o dia em que não verás outro caminho senão Ele - Jesus -, Sua Mãe Santíssima e os meios sobrenaturais que o Mestre nos deixou.

5. Se somos almas de fé, daremos uma importância muito relativa aos acontecimentos desta terra, como lha deram os santos... O Senhor e Sua Mãe não nos abandonam e, sempre que for necessário, estarão presentes para encher de paz e de segurança o coração dos Seus.


Oh! meu Bom Jesus, pelo mérito da Vossa Dolorosa Paixão quando encontrastes a Mãe Santíssima e pelos merecimentos de Vossa Mãe Santíssima e das almas reparadoras, peço-Vos a conversão dos pecadores, a salvação dos moribundos e o alívio das Almas do Purgatório.

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