sábado, 4 de abril de 2015

Papa aos presidiários de Rebibbia: Jesus nos ama sem limites.


SANTA MISSA NA CEIA DO SENHOR

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Igreja "Padre Nosso"
Novo Pavilhão do Presídio de Rebibbia, Roma
Quinta-feira Santa, 2 de Abril de 2015


Nesta quinta-feira, Jesus estava à mesa com os discípulos, celebrando a festa da Páscoa. A passagem do Evangelho que escutamos contém uma frase que é justamente o centro daquilo que Jesus fez por todos nós: «Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim» (Jo 13,1). Jesus nos amou. Jesus nos ama. Sem limites, sempre, até o final. O amor de Jesus por nós não tem limites: sempre mais, sempre mais. Nunca se cansa de amar ninguém. Ama todos nós, ao ponto de dar a sua vida por nós. Sim, dar a vida por nós; sim dar a vida por todos nós, dar a vida por cada um de nós. E cada um de nós pode dizer: “Ele deu a vida por mim”. Cada um. Deu a vida por ti, por ti, por ti, por mim, por ele... por cada um, com nome e sobrenome. O seu amor é assim: pessoal. O amor de Jesus nunca decepciona, porque Ele nunca se cansa de amar, como não se cansa de perdoar, não se cansa de nos abraçar. Esta é a primeira coisa que queria vos dizer: Jesus nos amou, cada um de nós, até o final.

Em seguida, faz isto que os discípulos não entendiam: lavar os pés. Naquele tempo, isso era um costume, era um hábito, pois quando uma pessoa chegava numa casa, estava com os pés imundos com o pó da estrada; não existiam os paralelepípedos naquele tempo... Havia o pó da estrada. E na entrada da casa, os seus pés eram lavados. Mas isso não era o dono da casa que fazia, eram os escravos que o faziam. Era um trabalho de escravos. E Jesus, como escravo, lava os nossos pés, os pés dos discípulos, e por isso diz: «Agora, não entendes – se dirigia a Pedro - o que estou fazendo; mais trade compreenderás» (Jo 13,7). Jesus: tão grande é o seu amor que se fez escravo para nos servir, para nos curar, para nos limpar. 

E hoje, nesta Missa, a Igreja pede que o sacerdote lave os pés de doze pessoas, em memória dos Doze Apóstolos. Mas devemos ter a certeza no nosso coração, devemos estar certos que o Senhor, quando nos lava os pés, nos lava por inteiro, nos purifica, nos faz sentir mais uma vez o seu amor. Na Bíblia, há uma frase, no livro do profeta Isaias, muito bela, que diz: «Pode uma mãe se esquecer do seu filho? Mas, ainda que uma mãe se esquecesse do seu filho, eu nunca me esquecerei de ti» (cf. 49,15). Assim é o amor de Deus por nós.


E hoje eu lavarei os pés de doze de vós, mas nestes irmãos e irmãs todos estais presentes, todos, todos. Todos aqueles que moram aqui. Vós os representais. Mas eu também tenho necessidade de ser lavado pelo Senhor, e por isso rezai durante esta missa para que o Senhor também lave as minhas sujeiras, para que eu me torne mais escravo de vós, mais escravo no serviço das pessoas, como o foi Jesus.
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Santa Sé

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