quinta-feira, 30 de abril de 2015

A recompensa


É comum a qualquer ser humano, ao realizar uma obra de valor, ser lembrado e ser reconhecido pelos demais. Não são todos os que se dedicam a certas obras de valor no anonimato, não se importando com elogios ou recompensas. Essas são pessoas que descobriram o outro lado da medalha. Fazem tudo por amor e não por louvor.

E a sociedade tem seus critérios próprios para avaliar as pessoas e suas ações. Para a sociedade uma pessoa bem sucedida e importante seria aquela que tem dinheiro suficiente para realizar seus projetos e seus sonhos. Seria alguém cercado e admirado por amigos ricos e poderosos. Seria alguém invejado por seus talentos e posses. Seria alguém que diz e faz o que lhe apetecer, mesmo pisando sobre princípios morais e éticos. Seria alguém que expõe sua vaidade em tudo o que realiza.

Doutra parte existem os critérios de Deus. Deus não olha a fama, o poder, o dinheiro e o orgulho. Respeita tudo isso e continua concedendo graças para que chegue um dia a reconhecer e colocar tudo a serviço da vida e da dignidade do ser humano. E compreenda que a fartura material terá valor se colocada a serviço do Reino.

Para Deus tem valor quem souber amar a cada irmão e irmã como o próprio Deus ama. Tem valor quem se mostrar solidário com os pobres, com os desempregados, com os migrantes por serem vítimas da injustiça e da exploração.

Para Deus tem valor quem der assistência aos doentes e aos idosos, especialmente aqueles que sobrevivem com aposentadorias de miséria sem possibilidades de adquirir os remédios indispensáveis à sua saúde.

Para Deus tem valor quem, na simplicidade e na boa vontade, socorrer e confortar as pessoas ou famílias que passam por momentos difíceis, seja na parte financeira ou seja no que se refere à saúde. 

Esses são critérios sagrados. Com certeza perturbam e mexem com muitas consciências. Com certeza existem os que tentam justificar sua posição e seu estado de vida. Chegam a participar de campanhas beneficentes. E fazem doações generosas em favor de instituições humanitárias.

O difícil estará em ser honesto e justo com a própria consciência. Dar o que sobra não é caridade. É justiça. Pois o que sobra em sua casa não lhe pertence. Pertence a quem não tem.

E a recompensa? Dependerá de como cada qual tratar os demais filhos de Deus. Dependerá de como cada qual empregar seus dons e suas posses.

Feliz será quem ao terminar sua passagem por esse mundo puder ouvir essa sentença do Mestre: “Venham vocês, benditos de meu Pai. Recebam a recompensa que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo…Pois tudo o que vocês fizeram ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizeram” (Mt.25,24-40).

Essa será a recompensa para quem passar por esse mundo praticando o bem, semeando a justiça e construindo a verdade. Mesmo que não realize grandes obras. Mesmo que não faça tantos milagres. Apenas tenha amor em tudo o que realiza. Isso será suficiente para uma nobre recompensa,



Frei Venildo Trevizan
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Capuchinhos BC

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