quarta-feira, 24 de agosto de 2016

4 momentos que mostram o verdadeiro espírito olímpico


A Olimpíada é um evento marcado pela capacidade atlética, pela competição feroz e, muitas vezes, por críticas aos atletas. Mesmo assim, a cada quatro anos, o mundo é atingido por alguns exemplos surpreendentes de espírito esportivo e equilíbrio que nos lembram o que realmente são os Jogos. Este ano, fomos surpreendidos por alguns episódios marcantes de grandiosidade humana.

Simone Biles


A ginasta mais condecorada da América roubou completamente nossos corações com sua atitude corajosa e cinco medalhas olímpicas (quatro delas de ouro!). Simone Biles ganhou oficialmente mais medalhas em uma única Olimpíada do que qualquer outro ginasta. Esta atleta tenaz e exuberante não tem medo de falar o que pensa.

Shanon Biles deu à luz em 1997 a Simone, que foi oficialmente adotada em 2003 pelos avôs biológicos. No domingo, 8 de agosto, a comentarista da NBC Al Trautwig fez uma observação dizendo que, enquanto Simone chama Ron e Nellie Biles de “pai” e “mãe”, eles definitivamente não são seus “pais”. Trautwig recebeu fortes críticas na mídia social (e mais tarde desculpou-se), mas isso não pareceu perturbar Biles. Com palavras simples, Biles acabou com a polêmica. Quando o US Weekly questionou se ela tinha uma resposta à controvérsia, ela disse, “meus pais são meus pais, e é isso”.

Temos certeza de que as famílias adotivas em todo o mundo estão de acordo com as palavras sábias e sem complicações de Biles.

Laurie Hernandez e Madison Kocian


Aly Raisman tem muito a se orgulhar após estes Jogos Olímpicos – além de ganhar duas medalhas de prata, uma no individual geral e outra no solo, ela foi a capitã da equipe que ganhou a medalha de ouro na ginástica artística por equipe. Qualquer pessoa que assistiu aos Jogos podia ver claramente a capacidade natural de Raisman para incentivar e inspirar suas companheiras de equipe. Não importava qual apresentação elas iam fazer, Raisman sempre estava lá, incentivando suas companheiras de equipe, e felicitando cada trabalho bem feito. As incríveis habilidades atléticas de Raisman, bem como suas qualidades de liderança, devem ser admiradas. Suas companheiras mais jovens, aparentemente, também pensam assim.

Em um gesto surpreendentemente doce, Laurie Hernandez, 16, e Madison Kocian, 19, escreveram um bilhete à mão para sua capitã, carinhosamente referindo-se a Raisman como “Mama Aly”. Deixaram em sua cama, para quando ela voltasse à Vila Olímpica, após suas apresentações: “Aly, não poderíamos estar mais felizes por você! Todo seu trabalho duro está valendo a pena, e agora você é uma super medalhista de prata olímpica!! Nós olhamos para você desde o início de nossas carreiras e você nos inspirou de muitas maneiras! Estamos muito agradecidas por ter você ao nosso lado, torcendo por nós, e nos ajudando com esta viagem Olímpica! Nós te amamos, Mama Aly. Com amor, Maddie e Laurie”.

Raisman é uma das ginastas mais premiadas no esporte – e enquanto nós ficamos impressionados com suas realizações atléticas, estamos muito orgulhosos de sua atitude e espírito “Olímpico”, também.


As gêmeas Hahner


As gêmeas e parceiras de treino Lisa e Anna Hahner cruzaram a linha de chegada da maratona das mulheres de uma forma que nenhuma delas esperava – de mãos dadas. Elas ficaram no 81º e 82º, respectivamente. As gêmeas, que dizem que a ação não foi planejada, receberam severas críticas até do seu próprio país, alguns acusando-as de não levar a corrida a sério. As irmãs estavam longe de uma colocação no pódio e ficaram separadas a maior parte da corrida. Quando elas estavam a cerca de 300 metros da linha de chegada, perceberam que estavam ao lado uma da outra, então elas fizeram o que a maioria das irmãs fazem – deram as mãos.

Em um e-mail para o New York Times, Anna recordou: “Foi um momento mágico poder terminar esta maratona juntas”. Sua irmã Lisa acrescentou: “Nem o tempo nem a posição nos deixou felizes, mas saber que nós fizemos o melhor que era possível naquele dia”.

Mary Wittenberg, ex-diretora da Maratona de Nova York expressou seu apoio à ação, dizendo: “Há momentos em que nem tudo são medalhas e, na maioria das vezes, como no caso das Hahners, é também porque não está determinado no evento. Assim, um atleta toma uma decisão consciente para aproveitar ao máximo o momento, de uma forma diferente”.

Elas, de fato, tiraram o máximo do momento, e quem melhor para compartilhar um momento tão maravilhoso que uma querida irmã?

Abbey D’Agostino


Durante a corrida de classificação de 5000m das mulheres, a corredora americana Abbey D’Agostino colidiu com a neozelandesa Nikki Hamblin. Um evento que poderia ter sido completamente devastador acabou por ser um dos mais memoráveis dos Jogos. No incidente as duas corredoras caíram na pista, mas isso não as impediu de terminar a corrida. Em um momento que realmente capta a essência do espírito olímpico, D’Agostino se levantou e continuou. Porém, ao invés de deixar a concorrente para trás ela se abaixou e estimulou Hamblin (que estava deitada em silêncio) com as palavras “Levante-se. Temos que acabar com isto”. Embora D’Agostino estivesse machucada, ela ajudou Hamblin a se levantar e as duas voltaram para a prova.

As duas terminaram a corrida, e embora elas estivessem longe da classificação, dirigentes olímpicos decidiram que elas teriam um lugar no evento final. “Eu nunca vou esquecer aquele momento”, disse Hamblin. “Quando alguém me perguntar o que aconteceu no Rio, daqui 20 anos, essa é minha história… Essa menina balançando meu ombro, [dizendo] ‘vamos lá, levante-se’”.

Estas demonstrações de camaradagem, bondade e caráter demonstram o motivo de muitos gostarem de assistir aos Jogos Olímpicos. Talvez mais do que as medalhas e as festas, a verdadeira emoção esteja em ver atletas de todo o mundo demonstrando sua humanidade e respeito uns pelos outros mesmo diante da enorme pressão.
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Aleteia

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