sexta-feira, 19 de agosto de 2016

XVII Congresso Eucarístico Nacional


Celebramos com alegria o XVII Congresso Eucarístico Nacional. Nossa Igreja de Belém e tantas pessoas do Brasil inteiro têm rezado pela preparação e realização do grande evento de fé.

Proclamamos os louvores de Deus, dizendo assim: “Jesus Eucaristia, fonte de vida para todos, coração dos corações! Nós te acolhemos presente entre nós. Ao recebermos teu Corpo e teu Sangue, mostra-nos a força redentora de teu sacrifício. Tu és partilha de vida e salvação para a vida do mundo. Abre nossos corações para compartilhar com todos os nossos bens. Ensina-nos a testemunhar, amar e servir e proteger a vida, aprendendo a lição do Altar”.

Nossa memória agradecida recordou os grandes feitos de Deus, realizados em Jesus Cristo, Verbo de Deus Encarnado, no qual todas as coisas foram feitas. E dissemos tantas vezes assim: “Em ti todas as coisas foram criadas e nossas terras amazônicas são obra do amor do Pai. Reconhecemos estes sinais de amor, presença e providência em nossa história, e desejamos irradiar na comunhão com Deus e com todos, a missão que nos confiaste”.

Sabemos que o maior tesouro da Amazônia é a fé cristã, recebida como dom que veio do alto. Nossa oração proclamou e proclama: “Senhor Jesus, há quatro séculos a Boa Nova do Evangelho aportou em nossas terras, para aqui plantar raízes. Os teus missionários se alegraram, ao verem as Sementes do Verbo de Deus, que o Espírito Santo havia espalhado, precedendo seus passos, e anunciaram corajosamente a tua Palavra”.

Como acontece em toda oração cristã, depois de louvarmos o Senhor pelos seus dons e fazermos memória agradecida pelos seus feitos, subiu ao Céu nossa oração suplicante, acompanhados pela Virgem Maria: “A partir do Forte do Presépio, sob a proteção de Nossa Senhora da Graça, chamando-a Santa Maria de Belém ou Senhora de Nazaré, a Amazônia recebeu a mensagem da salvação. Renova hoje, Senhor, com a força da Eucaristia, o vigor missionário em nossos povos, e brotem entre nós santas vocações para o serviço do Evangelho”.

E o Espírito Santo nos conduziu a fazer pedidos ousados e corajosos: “Cristo Senhor, ao reconhecer-te no partir do Pão, faze arder nossos corações, para que do Altar da Eucaristia nasça um novo ardor missionário em nossa Pátria”. 

Enfim, a Oração do XVII Congresso Eucarístico Nacional nos fez proclamar solenemente a glória de Deus, em milhares de vozes que repetiram: “Ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo sejam dadas, hoje e sempre, toda a honra e toda a glória! Amém”. Com tais palavras nos lábios, no coração e na mente, nossa Igreja rezou e reza pelo Congresso Eucarístico Nacional.

As pessoas que partilham conosco esta aventura de fé estão também cantando as verdades que professam no Hino do Congresso: (1) “A Eucaristia nos reúne nesta mesa, eleva a Deus um sacrifício de louvor. É missão de toda a Igreja viver no mundo a partilha do amor. O Brasil em Belém se faz um no Altar do Senhor, Comunhão! Cristo aponta para a Amazônia Missionária partilhando o pão”. (2) “De todos os povos, toda raça e toda língua, de todas as tribos e toda a nação, unidos na Santa Eucaristia, Sacrifício de louvor e adoração. A família, as crianças e os jovens, os enfermos e tudo o que há encontram na Eucaristia o Alimento salutar”. (3) “A missão da Igreja tem a sua raiz e alcança o seu cume na celebração. A palavra de Deus diz: ‘e o reconheceram ao partir o pão’. O mistério da Igreja realiza: tudo é graça, riqueza e dom, e conosco caminha Maria, a Estrela da evangelização”. (4) Bendita és, Maria, mulher da Eucaristia, da Amazônia, de Belém, de Nazaré! Quatro séculos de devoção, rios de amor, esperança e de fé. Tu que trazes contigo teu Filho, em teus braços, nosso Salvador ele que nos acolhe e oferece o Sacrifício redentor.

Cantamos na primeira estrofe a Eucaristia como sacramento da unidade da Igreja: unidade de culto, de pastoreio e de doutrina. A missão e a caridade – partilha do amor – brotam da Eucaristia. E acolhemos com alegria as palavras do Beato Paulo VI: “Cristo aponta para a Amazônia”.

Na segunda estrofe, a Eucaristia que reúne a todos numa grande Ação de graças, Sacrifício, Louvor e Adoração, além dos grandes temas do Congresso Eucarístico, que nos conduzem ao Alimento da Salvação, o Pão vivo, o próprio Jesus Cristo.

Cantamos a proclamação do Concílio Vaticano II, que aponta a Eucaristia como raiz e cume da missão da Igreja, pois dela tudo brota e para ela tudo converge. Na Fração do Pão, Cristo é reconhecido, como aconteceu com os discípulos de Emaús. É a realização, na tensão escatológica – já e ainda não – do mistério da Igreja reunida em torno do Altar do Cordeiro.

Para cantar os louvores da Eucaristia, veio em nossa ajuda a Virgem Maria, chamada de Imagem da Igreja no último capítulo da Lumen Gentium, chamada Estrela da Evangelização, pelo Beato Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi.

Na última estrofe, valorizamos a figura de Maria Santíssima, nas suas diversas manifestações e devoções, ela que é honrada com o título de Rainha da Amazônia, padroeira da Cidade e da Arquidiocese de Belém sob o título de Santa Maria de Belém e na sua maior manifestação que é no Círio de Nossa Senhora de Nazaré, fazendo menção aos quatrocentos anos da cidade de Belém, que são também os quatrocentos anos de presença evangelizadora da Igreja na Amazônia. Da Igreja nascem os rios de fé, de esperança e de amor – caridade. São as virtudes teologais que acompanham os cristãos, onde quer que se encontrem. Maria Santíssima nos apresenta seu Filho, e toda devoção Mariana nos faz melhores cristãos, pois, por Maria, vamos a Jesus Ele é a razão de nossa fé, o autor do Sacrifício Redentor da Cruz, perpetuado em nossos altares em cada Eucaristia.

E o belíssimo refrão ressoa: “É BELÉM, A CASA DO PÃO, É BRASIL, TERRA DE SANTA CRUZ. NA AMAZÔNIA O BRASIL SE REÚNE, EUCARISTIA À MISSÃO NOS CONDUZ”. Nele se encontram a Igreja de Belém que acolhe a Igreja do Brasil inteiro, para na unidade da Eucaristia fazer brotar na Amazônia e da Amazônia uma missão permanente, pois a nossa vida deve ser um contínuo anúncio da experiência do encontro com Cristo que nos faz homens e mulheres novos.


Dom Alberto Taveira Corrêa

Arcebispo Metropolitano de Belém

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