domingo, 27 de julho de 2014

Iraque: Patriarcas do Oriente preparam encontro para salvar cristãos do país


As Igrejas do Oriente estão se organizando para denunciar, a uma só voz, as ações do neo-proclamado califado islâmico no Iraque. E para pedir ao mundo, mas sobretudo aos responsáveis religiosos muçulmanos, para condenar com coragem os crimes perpetrados contra os cristãos. Foi o que informou o site Terrasanta.net, em uma reportagem sobre a dramática condição em Mosul.

“Estamos trabalhando – declarou Ignatius Aphrem II, Patriarca da Igreja Sírio-ortodoxa, que conta com muitos fiéis na Síria e Iraque – para organizar um encontro com todos os nossos irmãos Patriarcas do Oriente. Um encontro para discutir entre nós e tomar decisões a respeito do que aconteceu em Mosul e está acontecendo no Oriente. Criaremos uma delegação de cristãos do Oriente para ir às Nações Unidas e apresentar as nossas razões, ali, ou onde for necessário”.

“Os fundamentalistas do califado – revela ainda o site – estão demonstrando governar pela mais cega intolerância: nesta linha se coloca, por exemplo, a crucifixão de 12 muçulmanos moderados nas proximidades de Aleppo, ocorrida há alguns dias; a profanação sistemática dos santuários cristãos; e o recente edito que impõe a todas as mulheres do califado a obrigação da mutilação genital”.

Os cristãos do Oriente Médio, num contexto similar, correm o risco, sem eufemismo, de serem varridos. “Condenamos as ações do Estado Islâmico que não representa o Islã com o qual convivemos por 13 séculos. Este tipo de Islã – acrescenta Aphrem III – não tem respeito pelos livros sagrados e pelas relações humanas. Por isto, nós apelamos aos nossos amigos muçulmanos e aos seus governantes, para que tomem uma posição clara contra estas ações e este fenômeno que contradiz o Alcorão. Ao mesmo tempo, estamos consternados com o silêncio da maior parte dos lideres muçulmanos e dos responsáveis civis em relação ao que está acontecendo em Mosul. As manifestações de solidariedade não são suficientes”.



Nos dias passados também o patriarca de Antioquia dos Maronitas, Cardeal Béchara Boutros Raï, lançou um apelo, dirigindo-se diretamente aos fundamentalistas: “O fato de serem seres humanos é a única coisa que partilhamos com vocês. Força, comecemos a falar e a encontrar uma compreensão recíproca a partir disto. Vocês apostam tudo na voz das armas, no terrorismo, na violência, enquanto nós apostamos na linguagem do diálogo, na compreensão e no respeito recíproco. O que fizeram os cristãos de Mosul e de todo o Iraque para serem tratados deste modo repleto de ódio e de abuso?”.
Também fortemente alarmado com as notícias que chegam de Mosul é o Patriarca Greco Ortodoxo de Jerusalém, Theophilos III, que em uma declaração oficial expressou “firme e inequívoca condenação” e apelou à comunidade internacional porque “o tratamento desumano é contrário à convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos no Iraque e em toda região médio-oriental ao longo dos séculos e vai contra os princípios e valores destas religiões monoteístas”. (JE)

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Fonte: Aleteia

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