domingo, 27 de julho de 2014

O Cristo desconhecido


Há tempos li este famoso poema inglês, de R. P. Yubero, cuja essência desejo transcrever:

“A aldeia estava em festa. Naquele dia o Mestre ia visitá-la e se hospedaria em uma casa, ninguém sabia qual.

‘Oh, se viesse ter aqui em casa!’, dizia consigo mesma uma mulher. E redobrava os seus esforços para limpar, arrumar e embelezar todos os recantos do seu lar. Queria prepará-lo para receber o Senhor com toda a dignidade.

Bateram à porta. Emoção! Seria Ele? Não; era uma pobre vizinha atribulada que a procurava em busca de consolo.

‘Não te posso atender hoje, respondeu a dona de casa. Tenho coisas mais importantes, que absorvem a minha atenção’.

A mulher desolada foi-se. Dentro em pouco bateu à porta um ancião magro, fraco e coxo.

‘Permita-me que pare aqui um pouco e descanse, disse o desconhecido. Caminhei a manhã inteira; agora estou com fome e sinto-me cansado’.

‘Lamento, mas hoje não te posso acolher’, respondeu a piedosa senhora.

Depois destas interrupções, ela retomou seu trabalho com mais afinco. Tornava-se tarde. O Mestre podia chegar a qualquer instante.

Bateram pela terceira vez. Era então um menino de semblante terno e formoso. Notava-se que tinha chorado. Trajava roupa velha e andava descalço. A quanto parecia, tinha caído; ainda se via sangue em seus dedos.

‘Pobrezinho”, exclamou a mulher. Sinto que venhas neste momento. Se fosse outro dia!’ O menino então olhou-a suplicante por uns segundos. E logo desapareceu.

A tarde se adiantava. Era quase noite. O Mestre teria ido para outra casa? Contudo a mulher continuava esperando e rezando. Fez-se meia-noite e o Mestre não viera. Todo o seu trabalho havia sido vão!

De repente apareceu o Mestre. Seu semblante era nobre; seu olhar, sério... Assim falou Ele à dona de casa:

‘Três vezes hoje bati à tua porta implorando socorro e compaixão, e três vezes Me despachaste, sem me dar auxílio, sem caridade. 

Perdeste hoje a benção que Eu te trazia; A oportunidade de servir-Me esvaiu-se.

-Senhor, Senhor meu, perdão! Eu não sabia, ó não, que eras Tu.

-Eu te perdoo, disse Ele, mas a glória de servir-me não poderá tocar a ti. Deixando de fazê-lo a um dos meus, deixaste de fazê-lo a Mim’”.


Profº Felipe Aquino
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Fonte: Página do Prof. Felipe Aquino no facebook

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