quarta-feira, 23 de julho de 2014

Iraque: em Mossul "limpeza étnica"


Cada vez mais dramática a situação dos cristãos no Iraque, forçados a fugir da violência do Estado islâmico: um êxodo de três mil pessoas, segundo o UNICEF. Particularmente grave é a situação em Mosul onde jiihadistas ocuparam igrejas e conventos, queimaram a sede do arcepispado sírio-católico e imposto aos cristãos ou a proteção ou a conversão. Papa Francisco continua a sentir a sua proximidade, como confirma o telefonema do último domingo, ao Patriarca de Antioquia dos sírio-católicos, Ignatius Youssef III Younan, e a audiência desta terça-feira ao Núncio Apostólico no Iraque e Jordânia, Dom Giorgio Lingua. “Agora precisamos de solidariedade concreta e corajosa da parte de todos”, afirmam os bispos iraquianos reunidos em Bagdá. O apelo está contido nas palavras de Dom Amel Shamon Nona, Arcebispo caldeu de Mossul, entrevistado pela Rádio Vaticano:

R. - Fizemos um apelo ao mundo explicando o que aconteceu aos cristãos de Mossul: um crime contra a humanidade. Também pedimos três coisas muito importantes: a proteção para nós e para todas as outras minorias; de apoiar as famílias que fugiram da cidade de Mossul; e de encontrar casas e escolas para essas famílias que deixaram tudo.

P. - Portanto, um apelo à comunidade internacional e à comunidade local ...

R. - A todos os homens do Iraque e de todo o mundo para encontrar uma saída e, especialmente, para a cidade de Mossul, onde há um patrimônio de igrejas e manuscritos importantes para a nossa história, patrimônio de toda a humanidade.

P. – É de algumas horas atrás a notícia que o Conselho de Segurança da ONU condenou as perseguições. Talvez isto ajudará?

R. - Com certeza vai nos ajudar, mas precisamos de coisas reais. Ouvimos tantas declarações, tantos apelos mas o nosso povo precisa de segurança, porque os cristãos em todo o Iraque têm muito medo.

P. - Temos notícia, peço-lhe para confirmá-la, de muitos gestos de solidariedade de muçulmanos para com os cristãos, de acolhida, de manifestações públicas, principalmente em Bagdá. No último domingo, alguns muçulmanos se apresentaram com a letra "N" em suas roupas, a mesma letra que tinha sido símbolo por parte dos jihadistas de perseguição ... 



R. - Em Bagdá, havia cerca de 100 pessoas que demonstraram sua solidariedade para com os cristãos. Houve também outros gestos, na cidade de Mossul; alguns muçulmanos acompanharam os cristãos para fora da cidade com seus carros. Sim, há gestos de solidariedade, mas não muitos.

Perguntado sobre o que está acorrendo, e sobre afirmações de alguns jornalistas que falam de “limpeza étnica”, o prelado disse que “é um termo brutal, mas real, e é exatamente o que está ocorrendo, uma “limpeza étnica”. (SP)
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Fonte: Aleteia

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