quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Papa Francisco pede que se detenha a guerra na Síria: “Não à destruição, sim à paz”.


Em uma carta enviada ao presidente Bashar al-Assad por meio do Núncio Apostólico na Síria, recentemente criado Cardeal Mario Zenari, o Papa Francisco pediu ao mandatário e à comunidade internacional o fim da violência e do terrorismo.

Segundo confirmou a Sala de Imprensa da Santa Sé, na missiva entregue pessoalmente pelo núncio ao presidente em Damasco, o Pontífice fez um apelo “ao fim da violência e por uma solução pacífica das hostilidades e para que condenem todas as formas de extremismo e terrorismo independentemente da sua origem”.

Além disso, o Pontífice pediu ao presidente que “garanta que o direito humanitário internacional seja plenamente respeitado, com referência à proteção de civis e o acesso às ajudas humanitárias”.

“Apelo ao compromisso de todos, a fim de que seja feita uma escolha de civilidade: não à destruição, sim à paz, sim ao povo de Aleppo e da Síria”, disse.

Nos últimos dias, a ofensiva do exército sírio, com o apoio aéreo russo e com a ajuda de milícias xiitas provenientes do Líbano, Iraque e Irã, conseguiu tirar dos rebeldes opositores mais de 50 bairros da região oriental de Aleppo, incluindo cidade velha, de grande valor estratégico. Dessa maneira, o regime do presidente sírio Bachar Al-Asad já controla mais de 90% da cidade. 

Aleppo é a segunda maior cidade da Síria, depois de Damasco, e uma peça chave para a guerra, que há quase seis anos o governo sírio enfrenta com vários grupos opositores, incluindo Estado Islâmico e Al Qaeda. Antes da guerra, Aleppo era a cidade mais populosa da Síria, com mais de dois milhões de habitantes, e seu principal motor econômico.

Atualmente, Aleppo é uma cidade em ruínas, incluindo a cidade velha, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Sua população fugiu praticamente em sua totalidade e, aqueles que não fugiram, tentam escapar desesperadamente.

Nos últimos três dias, aproveitando-se de um cessar fogo temporário anunciado pela Rússia, mais de 18.000 civis escaparam dos escombros de Aleppo.

Desde o início da guerra civil em 2011, morreram na Síria cerca de 300.000 pessoas e 11 milhões estão refugiados dentro ou fora das fronteiras do país.
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ACI Digital

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