terça-feira, 2 de outubro de 2018

Haddad: a cartada final do PT



37 pessoas já ocuparam o Gabinete Presidencial da República Brasileira em quase 130 anos. Ao todo, foram 29 eleições, diretas e indiretas. A de 2018 será a 30ª eleição presidencial no Brasil e, provavelmente, uma das mais importantes – senão a mais importante da história nacional.

Ao lado da eleição de 1950 (que elegeu Getúlio Vargas) e a de 1989 (que elegeu Fernando Collor), o pleito de 07 de outubro de 2018 parece ser uma daquelas ocasiões para as quais, mais uma vez, toda a história de uma nação irá tender; um daqueles momentos decisivos em que um povo tem a derradeira chance de escolher um caminho ou outro.

2018 tem um diferencial: todas as vezes que o brasileiro foi chamado às urnas, o mundo político que o governava e os candidatos que se lhe apresentavam estavam como que cobertos por um véu de mentiras. Agora não! Agora tudo está despido! As verdades estão aí! Descobrimos quem de fato são aqueles que se exaltavam como os “redescobridores” do Brasil: mentirosos!

O partido que governou o Brasil por 13 anos, em 4 sucessivas eleições, que promoveu o maior esquema de corrupção da história humana, que aparelhou o Estado para a realização de seu projeto criminoso de poder, que, com sua língua venenosa, conquistou o povo e ensinou-o a encará-lo como seu “defensor”, que foi duramente arrancado do poder em um legítimo processo de impeachment e que tem seu principal líder e mentor preso por corrupção e lavagem de dinheiro, apresenta-se, novamente, como uma opção salvacionista ao povo brasileiro.

O nome que oferece é novo – Fernando Haddad -, mas o nome a ele associado já conhecemos bem: Haddad é Lula. Não é mera figura de linguagem da campanha petista: o presidiário que foi barrado pela lei da ficha-limpa oferece ao Brasil outro presidente após a malfadada Dilma, por trás de quem governará.

O que precisa ficar claro aos brasileiros – católicos, outros cristãos e demais pessoas de boa-vontade -, é que o Partido dos Trabalhadores (PT) não é apenas mais um partido corrupto, nem sequer o mais corrupto: ele é o partido que, com sua militância aguerrida, com o aparelhamento da máquina estatal, com a drenagem dos cofres públicos, com a sedução do povo comum , e em aliança com ditaduras sanguinárias, pretende levar a cabo um projeto de natureza verdadeiramente demoníaca projetado nas mentes doentes de seus fundadores e líderes.

Este artigo se propõe a analisar não apenas Fernando Haddad, mas todo o projeto criminoso de poder de Lula e do Partido dos Trabalhadores, que agora nós temos talvez a última chance de expurgar. O projeto está disponível no site do Partido.

Em artigo que publicamos sobre Lula, destrinchamos alguns dos muitos aspectos em que o projeto do PT se opõe à Doutrina Social da Igreja e aos demais valores cristãos: é sabido que defende o aborto, a ideologia de gênero, o Estado máximo e controlador, a manipulação da sociedade civil e que promoveu o maior escândalo de corrupção da história da humanidade (Petrolão). Apenas essas questões já deveriam impedir um voto cristão ou de boa-fé no candidato do PT.

Mas não é só isso.

O projeto criminoso de poder do Partido dos Trabalhadores não se restringe a encher os fartos bolsos de seus líderes, mas tem como objetivo institucionalizar, por meio de uma suposta legalidade e de forma paulatina, um sistema ideológico de orientação marxista-leninista no Brasil e na América Latina.

É um projeto amplo e ambicioso, realizado através de um processo de quatro etapas. Três já se consolidaram, resta a quarta. 

Primeira etapa

A primeira fase para a realização do projeto do PT foi iniciada ainda nos primórdios do partido: a técnica gramsciana da dominação cultural. É sabido – e desnecessário de se apresentarem fontes –, que todo o sistema cultural brasileiro – mídia, universidades, jornalismo, teatro, cinema, artes –, tudo aquilo que produz cultura e informação no Brasil, foi aparelhado pela esquerda gramsciana petista. Nas universidades e na televisão, nas redações e no meio artístico, são raros ou inexistentes os quadros que destoam da avassaladora massa de esquerda detentora da hegemonia. Inclusive a Igreja Católica, ou melhor, setores dela, foram cooptados pelo projeto revolucionário petista através da Teologia da Libertação, heresia que contaminou de alto a baixo a Igreja do Brasil por meio da releitura completa da fé cristã à luz (ou à sombra) do marxismo. Como se não bastasse, o sistema educacional foi inteiramente dominado, a doutrinação esquerdista em sala de aula se estende da educação infantil à Universidade. Em vez de produzir bons cidadãos e bons profissionais, a rede de ensino brasileira produz militantes.

Esse status quo cultural já se consolidou e dispensa maiores explicações. Basta constatar a furiosa e histérica reação de artistas financiados com vultosas quantias durante o governo petista e que agora estão completamente alarmados com a possibilidade de o projeto de Lula perder as eleições em 2018 [1]. Para maiores detalhes, ver a subseção 3.5 do Plano de Governo Haddad é Lula.

Segunda etapa

A segunda fase foi levada a cabo a partir de 1990: a disseminação e penetração da visão de mundo marxista a partir de uma organização internacional – o Foro de São Paulo – fundado por Lula e Fidel Castro e que reúne centenas de partidos de esquerda da América-Latina, com o fim de implementar um socialismo continental. Os partidos brasileiros que a ele aderem são o PDT, PCdoB, PCB, PPL, PPS, PSB e PT, e estão incluídos não apenas partidos, mas variados tipos de organizações de esquerda do continente, inclusive grupos ligados ao narcotráfico.

A mídia e os intelectuais independentes já o escancaram: o governo petista, em sua agenda internacional, priorizou as relações com países governados por chefes ideologicamente aliados com o próprio PT, financiando ditaduras [2], perdoando a dívida de tiranos africanos [3], apoiando abertamente genocidas [4] e realizando obras gigantescas em países ideologicamente alinhados [5] a prejuízo dos interesses do Brasil e dos brasileiros. A Doutrina Social da Igreja ressalta a importância da interação entre os países de cada continente; entretanto, isso deve servir à promoção do bem comum, e não à implementação de um socialismo intercontinental.

Essa ideologia socialista nefasta já foi exaustivamente condenada pelo magistério católico desde o Syllabus do Bem-Aventurado Papa Pio IX de 1864, sendo peremptoriamente rejeitada pelo Papa Pio XI na encíclica Divini Redemptoris de 1937, que se dedica exclusivamente a elencar os erros e falsas soluções criadas pela ideologia revolucionária comunista.

Não pode um cristão, por fidelidade às verdades e aos princípios de sua religião, votar e se posicionar a favor de um partido ou candidato com a aberta intenção de promover o socialismo, ideologia luciferina e anticristã, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. E apesar de tal intento não ficar explícito no plano de governo Haddad é Lula, que não menciona “marxismo”, “socialismo” ou “comunismo”, ele prevê, em seu primeiro parágrafo, a intenção de “refundar a democracia no Brasil”, contra o avanço do “conservadorismo no cenário internacional, do autoritarismo na América Latina, do neoliberalismo e da intolerância no Brasil.”

O que se chama de conservadorismo, autoritarismo, intolerância e até de fascismo nada mais é do que a legítima oposição ao movimento anticristão e perverso que o PT preconiza e que pretende continuar a construir no Brasil.

Terceira e quarta etapas: o arremate

A terceira fase, por sua vez, foi paulatinamente desenvolvida a partir de 2003, quando, a partir de um discurso falsário e demagógico, Lula foi eleito. O projeto evoluiu até 2016, quando Dilma Rousseff foi deposta em um legítimo processo de impeachment. Essa fase corresponde ao aparelhamento da máquina estatal aos interesses do partido, à partidarização completa dos sindicatos e dos corpos intermédios, ao agigantamento do Estado e à nomeação política de seus quadros para as empresas públicas, autarquias, agências reguladoras, bancos públicos; enfim, à assimilação do Estado pelo partido, à confusão entre os interesses do PT e os interesses do Brasil e, é claro, à corrupção institucionalizada para a realização desses fins. Inflação, juros altíssimos, desequilíbrio fiscal, recessão e a maior crise econômica da história do Brasil foram as consequências práticas da gastança desenfreada e da loucura financeira que foi escancarada após a eleição de 2014.

Em um longo e tormentoso processo de impeachment que durou de 02 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff foi deposta do cargo de Presidente da República por crime de responsabilidade e o PT, pela primeira vez em quase quatorze anos, foi para a oposição e teve seu projeto interrompido. Lula foi condenado e preso por corrupção em 2018 e, aparentemente, a jararaca estava abatida.

Entretanto, à medida que as eleições presidenciais deste ano estavam se aproximando, tornou-se perceptível que o presidiário ainda continuava sendo fonte de uma força social avassaladora, construída ao longo de décadas por um discurso demagógico e uma roupagem populista, que escondia o projeto de dominação exposto acima.

Impedido pela lei da ficha-limpa de ser candidato, Lula se propôs a escolher pela segunda vez um presidente para o Brasil. Antes, escolhera Dilma, a quem pouca coisa se tinha a opor. Agora, escolheu Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo. Sobre ele, só se tem a falar de sua incompetência enquanto prefeito, tendo perdido a campanha para a reeleição ainda em primeiro-turno em todas as regiões do município de São Paulo e, agora, se apresenta como candidato à Presidência do Brasil. Para vice, foi escolhida Manuela d’Avilla, comunista ultrarradical. Não é preciso entender de política para saber que não será Haddad quem governará, mas o presidiário de Curitiba. Vale ressaltar que a própria formação intelectual de Fernando Haddad é de referencial marxista: sua dissertação de mestrado foi uma defesa do sistema socioeconômico soviético e sua tese de doutorado uma análise do materialismo histórico de Marx a Habermas [6].

Eles aguardam apenas a aprovação do pleito para levar a cabo a quarta e última etapa de concretização do projeto, etapa essa realizada com sucesso pelo modelo de Lula, Hugo Chávez.

Ao assumir o governo da Venezuela (por vias democráticas) em fevereiro de 1999, Chávez convocou o povo para optar favoravelmente a um referendo que decidiria ou não pela elaboração de uma nova constituição que substituiria a de 1961. O povo aprovou, e, em seguida, foi convocada uma Assembleia Constituinte e foi promulgada a Constituição de 1999, de caráter bolivariano e garantidora da perpetuação no poder de Chávez e seu assecla, Nicolás Maduro.

O projeto de governo de Fernando Haddad propõe o mesmo em sua secção 1.4, com a diferença de que não alega que consultará o povo sobre nova constituinte – diz, apenas, que se fará uma nova constituição:

Para assegurar as conquistas democráticas inscritas na Constituição de 1988, as reformas estruturais indicadas neste Plano e a reforma das Instituições, é necessário um novo Processo Constituinte. Para tanto, construiremos as condições de sustentação social para a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, livre, democrática, soberana e unicameral, eleita para este fim nos moldes da reforma política que preconizamos. Nosso governo participará logo após a posse da elaboração de um amplo roteiro de debates sobre os grandes temas nacionais e sobre o formato da Constituinte.

Cabe dizer que, apesar de todas as críticas que a Constituição de 1988 possa merecer, de acordo com o plano de governo do PT ela seria substituída por uma nova constituição, a partir de uma constituinte convocada pelo próprio PT! Seus líderes sabem que, caso o PT retorne ao poder pelas mãos do povo, mesmo após a exposição de toda a podridão que lhe é inerente, eles terão carta-branca para literalmente fazerem o que quiserem. E, com o país novamente sob seus pés, o projeto que foi paulatinamente construído ao longo de décadas poderá finalmente ser concluído. A Venezuela será aqui.

Não se trata de teoria da conspiração: os véus caíram e tudo está às claras. Ao contrário dos demais candidatos que atentam contra os princípios da Doutrina Social da Igreja, o projeto do PT de Haddad e de Lula é a própria antítese do que o cristão considera ser uma ordem voltada para Deus.

A escolha caberá ao povo brasileiro.

Por tudo o que amamos, resistamos. E nos lembremos sempre da promessa daquela que pisa na cabeça da serpente: “No final, o meu Imaculado Coração triunfará”.


Lucas Régis
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Referências bibliográficas
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ISPA Brasil

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