sexta-feira, 15 de julho de 2016

Ataque em Nice: O que se sabe até agora?


Sete meses após os atentados em Paris, um novo ataque deixou pelo menos 84 mortos em Nice, na França. As vítimas – muitas delas crianças – participavam da comemoração da Queda da Bastilha, o feriado mais importante do país.

A França está em estado de emergência desde os atentados de novembro e a segurança está reforçada em todo o país. Serviços de inteligência já haviam alertado para o risco de novos ataques.

Veja o que se sabe sobre o ataque até agora:

Pânico em Nice

O pânico começou pouco após às 22h30 do horário local (17h30 no Brasil), logo após milhares de pessoas assistirem à queima de fogos na orla de Nice no 14 de julho, o principal feriado na França, que celebra a Queda da Bastilha.

Havia uma atmosfera de celebração e a multidão havia assistido a uma demonstração da força aérea durante o evento.

Enquanto as famílias caminhavam pela famosa via Promenade des Anglais, um grande caminhão branco avançou em alta velocidade em direção a elas. O veículo subiu no meio-fio e depois voltou para a pista, fazendo um zigue-zague por cerca de 2km enquanto o motorista avançava contra a multidão deliberadamente.

Centenas de pessoas foram atropeladas. Após 2km, a polícia finalmente conseguiu parar o caminhão perto do hotel de luxo Palais de la Mediterranee.

"Eu estava no Palais de la Méditerranée quando vi um caminhão em alta velocidade atropelando as pessoas. Vi com meus próprios olhos, as pessoas tentaram parar o veículo", disse uma testemunha.

O atirador abriu fogo contra a multidão, de acordo com relatos do local. A polícia atirou de volta e o motorista acabou sendo morto.

Imagens mostram o para-brisa e a parte da frente do caminhão atingido por balas. Autoridades do Ministério do Interior disseram que o atacante havia sido "neutralizado".
Até o momento, foram confirmadas 84 mortes. Segundo o presidente François Hollande, muitas crianças estão entre as vítimas.

Cerca de 50 pessoas ficaram feridas - 18 delas estão em estado grave.

Quem estava dirigindo o caminhão?

O motorista foi identificado como um franco-tunisiano de 31 anos. Sua identidade foi encontrada dentro do veículo.

Mas a polícia ainda não confirmou os detalhes.

Os agentes encontraram armas e uma granada dentro do caminhão, mas depois disseram que elas eram falsas.

A princípio, não ficou claro se ele estava agindo sozinho. Houve rumores - que mais tarde se provaram falsos - de que havia reféns em dois hotéis próximos.

Moradores foram aconselhados a ficar dentro de casa devido à possibilidade de novos ataques.

Como as autoridades reagiram?

Logo após o incidente, ficou claro que muitas pessoas haviam morrido, mas a escala do desastre ainda não estava clara. Os mortos e os feridos foram levados para o hospital Centre Hospitalier Universitaire de Nice.

Na área no entorno de Nice, o alerta anti-terrorismo foi elevado para o nível mais alto.
O presidente François Hollande estava em visita a Avignon mas voltou para Paris, onde se uniu ao primeiro-ministro Manuel Valls em uma reunião de emergência.

Quem está por trás do ataque?

Não demorou muito para o presidente Hollande dizer que "a natureza terrorista do ataque não podia ser negada".

Os promotores anti-terrorismo em Paris iniciaram um inquérito por homicídio e tentativa de homicídio como parte de um ataque terrorista.

Mais cedo, a agência de inteligência da França, o DGSI, havia alertado para o risco de ataques de militantes islâmicos com "veículos com armadilhas e bombas".

O grupo autodenominado Estado Islâmico não se responsabilizou pelo ataque. Os militantes do EI atacaram a França diversas vezes desde janeiro de 2015.

Horas antes do ataque em Nice, Hollande anunciou que o estado de emergência na França chegaria ao fim no final do mês. Após o ataque, ele anunciou que ele seria prolongado por três meses.

"Temos que fazer todo o possível para lutar contra este tipo de ataque", disse o presidente. "Toda a França está sob ameaça do Estado Islâmico".

Papa Francisco reza por vítimas do atentado

O Papa Francisco acompanha com apreensão e oração as notícias sobre o novo atentado na França, desta vez na cidade de Nice. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, publicou nesta sexta-feira, 15, uma nota a respeito.

“Acompanhamos esta noite, com grandíssima preocupação, as terríveis notícias que chegavam de Nice. Manifestamos, portanto, por parte do Papa Francisco e nossa toda a solidariedade aos sofrimentos das vítimas e de todo o povo francês, naquele que deveria ser um grande dia de festa. Condenamos de maneira mais absoluta toda manifestação de insensatez homicida, de ódio, de terrorismo e de ataque contra a paz”, afirmou Pe. Lombardi.

Em telegrama enviado nesta sexta-feira, 15, ao bispo de Nice, Dom André Marceau, Francisco condena a violência cega que mais uma vez atingiu a França, matando inclusive crianças. O Papa expressa sua profunda tristeza e sua proximidade espiritual ao povo francês, confiando à misericórdia de Deus os que perderam suas vidas. O Santo Padre também manifesta sua solidariedade às famílias em luto, aos feridos e a todos os que prestaram socorros. O telegrama foi assinado pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin.

O Papa também utilizou sua conta no twitter para pedir orações pelas vítimas do atentado. Nesta sexta-feira, 15, ele escreveu: “Rezo pelas vítimas do atentado em Nice e seus familiares. Peço a Deus que converta o coração dos violentos, obcecados pelo ódio”.

Líderes políticos mundiais como Barack Obama, Angela Markel e Vladimir Putin já se manifestaram para condenar o ataque e expressar solidariedade aos franceses.
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BBC Brasil / IHU Unisinos / Canção Nova

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