quarta-feira, 31 de julho de 2013

A missa do Papa


Certamente ainda se vai escrever muito sobre a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. As alocuções do Santo Padre, seus gestos, etc.

Eu peço licença para falar de um ponto que muito vem me impressionando: a Missa do Papa.
Participando da Jornada, pude constatar com meus olhos o que eu já vinha observando desde o dia seguinte à eleição do Papa Francisco: como ele celebra.


Durante a missa com os seminaristas em Roma

Quando ele está no papamóvel, ou nos diversos encontros com o povo, ele acena, brinca, gesticula, sorri, abraça, etc. Mas quando ele vai celebrar a Santa Missa, a impressão é que é outra pessoa. Olhos baixos ou fechados, recolhimento, tom de voz mais grave, orações pausadas, etc.

Santo Padre cativando o povo com sua alegria e carisma

Creio que é mais um gesto de Francisco que precisamos imitar. Devemos saber distinguir os diversos momentos e o que convém a cada um.

Ao meu ver, houve até momentos na Jornada (no Glória da Missa de envio, por exemplo), em que faltou “sintonia”, digamos assim, entre o modo de celebrar, entre a atitude do Papa e o modo de cantar de alguns componentes do coral. Os olhos baixos e recolhidos do Papa, sua atitude de oração não combinavam com alguns do coral que batiam palmas, ou balançavam as mãos ou sorriam para as câmeras. Isso, a meu ver...

Ao fundo, o Sumo Pontífice recolhido durante a Missa de envio da JMJ 2013

Há uma oração que parece ter um valor especial para o Papa, pois ele a reza de um modo diferente, mais pausado ainda: é a oração antes da paz: “Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos...” Na forma extraordinária do Rito Romano, esta oração é a primeira das três que antecedem a comunhão e a rubrica determina que o celebrante deve rezá-la, bem como as outras duas, olhando para a hóstia consagrada. Pois, é assim que o Santo Padre a reza, chegando a interrompê-la um pouquinho para contemplar o Senhor Sacramentado.

Um último ponto, é como o Papa termina sua Missa sempre voltando-se para nossa Senhora. Sempre que há uma imagem da Virgem Maria no altar, ele se dirige até ela, oscula, põe a mão e faz o sinal da Cruz.

Papa Francisco durante a visita na Basílica
de Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Que possamos imitar os muitos gestos de Francisco, de modo especial seu “modus celebrandi”, seu modo de celebrar. No que depende de cada um de nós, procuremos superar as faltas de sintonia entre celebrante, coral e povo. Que no altar, no coral e na assembleia, todos realmente estejam “una voce”, ou seja a uma só voz, com os mesmos sentimentos e as mesmas atitudes.



Pe. Gaspar S. C. Pelegrini

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