quarta-feira, 12 de junho de 2019

SP: Jovem de 16 anos esquartejada em Araraquara participava de grupo de oração


A adolescente Yasmin da Silva Nery, de 16 anos, foi brutalmente assassinada e esquartejada por um jovem de 17 anos neste domingo, 9 de junho, em Araraquara, no interior do Estado de São Paulo.

Assassino confesso, o rapaz declarou em depoimento à polícia, segundo o portal ACidadeON, que matou Yasmin motivado apenas pelo absurdo desejo de “ver como é” (!)

O mesmo site informa que a namorada do assassino, igualmente menor de idade, também foi apreendida porque ajudou a ocultar o corpo de Yasmin.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) impede que sejam divulgados os nomes dos dois criminosos por serem menores de idade.

Grupo de oração

Yasmin participava havia 3 anos do grupo de oração da Obra Shalom, cuja comunidade local declarou em nota:

“Confiamo-nos, junto com sua família e amigos, às orações de todos os fiéis que prestam solidariedade nesse momento doloroso, gratos por todo o apoio recebido”.

Assassinos sem mostra de remorso

O delegado de polícia Fernando Bravo observou que os dois assassinos não demonstraram arrependimento:

“Ele contou que a parte do corpo guardada na casa dele era um troféu. Pouco antes de deixar a delegacia, disse que não estava arrependido. A ex-namorada apresentou algum arrependimento na frente da mãe, mas, quando ela estava com a gente, até dava risada do que estava acontecendo”.

A legislação está mesmo “recuperando infratores”?

A criminosa foi encaminhada à Fundação Casa de Franca. O criminoso, a uma unidade da Fundação Casa cuja localização não foi confirmada.

O site ACidadeON, que cobre o noticiário da região onde ocorreu a barbárie, observa que, de acordo com a atual legislação brasileira, o assassino deverá ser solto aos 20 anos de idade como réu primário.

É o caso de se questionar (pela enésima vez) até que ponto os legisladores brasileiros estão agindo com base na realidade ao partirem da premissa de que uma pessoa de 17 anos de idade não pode ser plenamente responsabilizada por assassinar um inocente para “saber como é” – em especial quando essa mesma pessoa é reputada consciente e responsável para eleger, desde os 16 anos de idade, os próprios legisladores que a consideram “uma criança”.

As causas reais e as consequências reais desses fatos reais merecem um debate real. Enfaticamente.

O caso

Araraquara ainda busca entender como é possível um adolescente adotar tamanha frieza para matar a sangue frio simplesmente "porque querer saber como é" cometer um assassinato. A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), agora vai encaminhar o computador e o celular dele para perícia. O aparelho dela não foi achado. Somente ficaram as mensagens postadas no Twitter. O que, de acordo com a polícia, serve de alerta ao pais para monitorarem a vida digital dos filhos.

Yasmin adotava um 'nick name' com códigos em sua conta no Twitter. Pelo registro entrou cedo, aos 9 anos apesar da idade mínima estipulada ser de 13 anos -, e usava o espaço como uma espécie de diário. Contava sobre o dia, sobre as amarguras e também sobre as crises de aceitação. Muitas vezes, em tom depressivo. Na versão passada à polícia, Yasmin saiu no sábado à noite e conheceu o acusado em um show de rock. Ele, em depoimento, afirmou que ela se interessou por ele e, sabendo disso, logo se aproveitou da fragilidade.

Os dois trocaram WhatsApp. Para ela, um momento romântico; para ele, a premeditação de um crime que tinha vontade de cometer. O ACidade ON teve acesso a um 'print', uma cópia da tela de um dos celulares, divulgado em grupos de mensagens, em que os dois teriam marcado de se encontrar. Nele, eles combinam de se ver e Yasmin sugere o Sesc. Ele teria respondido se poderia ser hoje, no caso, o domingo. Falam de horário e ele sugere um lugar mais privado. Essa imagem já está com a Polícia Civil. O delegado Fernando Bravo, diz que isso será apurado no inquérito.

O celular do acusado foi apreendido, assim como seu notebook. A senha já foi descoberta: é a palavra é 'killer', assassino, em inglês. O aparelho de Yasmin ele jogou fora depois do crime. Também será incluído no inquérito 'prints' da conta do Twitter de Yasmin. Horas antes de encontrar o acusado, ela dizia sobre ir na casa de uma pessoa que nunca tinha falado pessoalmente. "Se eu sumir/morrer já sabe", profetizou. "pensando melhor não sei se deveria ir na casa dele assim de primeira." Mas, ela foi.  




Boa aluna

Yasmin estudava como bolsista no colégio Sapiens, um importante colégio particular de Araraquara, e era conhecida pela dedicação. A escola divulgou uma nota e suspendeu as aulas nesta terça-feira (11). "A direção, juntamente com professores, colaboradores e alunos, manifestam profundo pesar pelo ocorrido, formando uma rede de apoio e solidariedade aos pais e familiares."

Uma prima de Yasmin, a cozinheira Edivânia Maria da Silva, 35, fez questão de reforçar a violência como tudo ocorreu. "Eu era muito próxima a ela, foi muita brutalidade. Esse moleque acabou com a família."

Homenagens

Em nome da Paróquia São Francisco de Assis, o administrador paroquial, padre João Orlando Cavalcante, o Diácono Flávio e toda comunidade paroquial do Selmi Dei, também disseram que o bairro está de luto e "se solidarizam com a família e amigos pelo falecimento da Jovem Yasmin da Silva Nery. Neste momento de dor, nos solidarizamos com seus familiares ratificando nosso voto de pesar pela grande perda."

A Comunidade Católica Shalom, presente na Diocese de São Carlos, em Araraquara, com pesar, também emitiu nota sobre o falecimento de Yasmin. A jovem participava da Obra Shalom, em grupo de oração, há três anos, dedicando-se a oração e a evangelização. "Confiamo-nos, junto com sua família e amigos, às orações de todos os fiéis que prestam solidariedade nesse momento doloroso, gratos por todo apoio recebido."
______________________
Aleteia
Com informações: Acidadeon

Nenhum comentário:

Postar um comentário