terça-feira, 26 de abril de 2016

Um pouco sobre os Anjos


CRIAÇÃO, NATUREZA E MISSÃO

O Catecismo da Igreja Católica constitui para nós: o que cremos, o que celebramos, o que vivemos e o que rezamos. A existência dos Anjos é para nós uma verdade de fé (CAT 238): isto é, somos chamados a acolher essa verdade tantas vezes afirmada pelo Magistério da Igreja e pela sã Teologia.

Portanto, nós católicos cremos na existência de Deus como também na existência dos Anjos; não porque sempre é possível através da nossa inteligência humana provar matematicamente o que cremos, uma vez que a lógica humana não é a lógica de Deus. Ter fé é aderir e acolher o pensamento de Deus que chega até nós mediante a Sagrada Escritura, o Magistério, a Tradição, a Teologia e a experiência dos místicos e dos santos.

Os Anjos foram criados à imagem e semelhança de Deus para servi-lo com a sua inteligência e vontade. Santo Agostinho nos ensina: O Anjo é espírito pelo que é, e Anjo pelo que faz.

O nome Anjo significa mensageiro e não identifica a natureza do ser espiritual que ele é, mas a sua função. Desse modo o seu ser é espírito e o seu ofício é Anjo. Mas então quem são essas criaturas amigas dos homens, mensageiros de Deus em nossa vida?

O Santo Anjo do Senhor serve a Deus, contempla a Sua glória, testemunha, guarda, anuncia e executa a Sua Palavra no governo e conservação do universo. Serve a Deus também servindo ao Homem.

Um Anjo fiel foi deixado para cada homem, do nascimento à morte, como guardião e núncio dos mistérios para a sua salvação (São Basílio).

“Eles aí estão, desde a criação, e ao longo de toda História da Salvação, anunciando de longe ou de perto essa salvação e servindo ao desígnio divino da sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, seguram a mão de Abraão, a lei é comunicada por ministério deles, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas. Finalmente é o Anjo Gabriel que anuncia o nascimento do João Batista e do Próprio Jesus” (CIC, 332). “Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos anjos. (…) Protegem a infância de Jesus, servem Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser salvo por eles da mão dos inimigos, como outrora Israel. São ainda os anjos que evangelizam, anunciando a Boa Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no retorno de Cristo, que eles anunciam, a serviço do juízo que o próprio Cristo pronunciará” (CIC, 333).

Deus é, portanto, o centro da existência dos Anjos e dos Homens, porque por Ele e para Ele todas as coisas foram feitas, as visíveis e as invisíveis. 

NEM TODOS OS ANJOS FORAM FIÉIS

Os Anjos são criaturas de Deus, nossos irmãos invisíveis, que por amor do Altíssimo velam por nós; cuidam de nós. Guardando-nos de todo mal, levando-nos sempre para o bem e conduzindo-nos nas veredas que nos levam ao encontro com Deus, na experiência profunda da Salvação em Jesus Cristo.

Mas nem todos os Anjos foram fiéis. Tiveram uma prova e optaram pelo orgulho que leva a divisão. A soberba de querer igualar-se a Deus e a inveja do amor de Deus pelos homens fizeram com que alguns deles livremente e aderindo à rebeldia de Lúcifer, se desviassem do amor divino e se opusessem a Cristo e, por consequência, à Maria, Mãe do Filho de Deus e aos homens que são Seus irmãos.

Conhecemos a história: esses são os anjos rebeldes ou demônios, aqueles que se revoltaram contra Deus e perderam seu brilho, a beleza de sua natureza. Eram perfeitos e de visão de beatitude enquanto estiveram na presença do Deus Altíssimo, mas quando se afastaram de Deus perderam a beleza do Criador e se tornaram demônios precipitados no inferno que sob a liderança de Satanás vivem por fazer perder almas, levando-as ao pecado e a eternidade sem Deus.

De acordo com a Palavra de Deus e segundo os ricos ensinamentos deixados por São Tomás de Aquino podemos afirmar que os anjos caídos vieram das ordens dos Querubins, Potestades e Principados. Mas mesmo assim “em tudo somos mais que vencedores em Cristo Jesus”.

Os Anjos de Deus caminham conosco, defendendo-nos no combate de cada dia para saborearmos já aqui na terra a vitória conquistada por Jesus Cristo. Os que estão conosco, são maiores, são melhores e mais numerosos dos que estão com eles, diz a Escritura.

QUEM SÃO OS ANJOS?

Natureza: Segundo São Tomás de Aquino, Anjo é uma criatura espiritual única diante de Deus, dotada de dons naturais que recebeu em sua criação. Mas ainda assim é um ser criado, portanto limitado, apesar de ser imaterial, incorpóreo, imortal e incorruptível.

Assim, tudo que é inerente ou dependa de um corpo, não faz parte natureza de um Anjo, tal como: nutrir-se (Tb 12, 15-19), respirar, locomover, descansar e gerar sexualmente, unindo-se a outro corpo. Dessa maneira, o Anjo, além de ser uma criatura puramente espiritual é também um ser pessoal, bom por natureza, nominalmente conhecido por Deus.

Um espírito subsistente que possui intelecto, vontade, liberdade, capaz de comunicar seu pensamento a outro Anjo, por meio da sua vontade.

Comunicação com outro Anjo: A distância local em nada intervém na comunicação dos Anjos. Comunica-se com outro, quando, por exemplo, um Anjo superior fala ao inferior e o ilumina, ou quando um inferior fala ao superior e aprende dele o que precisa. Um anjo comunica-se com Deus para consultá-Lo ou admirá-Lo.

Faculdade – Amar: O amor pela criatura produz nela um amor semelhante ao do Criador. Com o seu “sim” o Anjo converteu todo seu entender, querer e agir para este amor. Com o seu “não” ironizou o ódio e tornou-se o maior adversário do amor. Todo Anjo, seja bom ou mal, tem a capacidade de entender, querer, decidir e escolher simultânea, direta de sentir, uma única vez definitiva e perfeitamente uma ou muitas coisas como elas são, sem sentir, emocionar-se, abstrair ou raciocinar.

O que diferencia a alma humana do espírito angélico (anjo mal) é que a alma humana tem o estado de corrupção pelo pecado que poderá ser revertido sempre que há arrependimento e contrição através do sacramento da confissão. Enquanto os anjos decaídos pelo seu não livre diante de Deus possuem sua natureza corrompida, sem volta, sem que possam fazer qualquer coisa para reverter essa situação. O demônio não escolheu sem conhecer o amor de Deus, mas ao contrário teve em si a experiência desse amor em sua criação.


A HIERARQUIA CELESTIAL DOS ANJOS
A Hierarquia é o governo sagrado

São Tomás de Aquino nos ensina que: “A própria razão de hierarquia requer a diversidade de ordens de acordo com os diferentes ofícios e atividades de cada natureza pertencente a uma hierarquia, e que uma é superior, outra é média e outra inferior.”

Uma Ordem Angélica é uma multidão de Anjos que se assemelham em virtude de alguma perfeição, graça recebida e a comum participação nos dons naturais. Cada ordem é denominada de acordo com as suas propriedades, ou seja, em razão das suas perfeições próprias. Estes graus de perfeição que distinguem as ordens entre si, dentro de cada hierarquia, estão suficientemente justificados se sempre tiverem em conta a ordem Trinitária expressa em toda a criação.

A Hierarquia Celeste assim estabelece que os Coros Angélicos (ou Ordens) encontram-se agrupados em três hierarquias:

Primeira Hierarquia – se divide em três ordens:

1ª – Serafins (ardor caritativo: imagem do amor divino)
2ª – Querubins (plenitude de ciência: imagem da sabedoria divina)
3ª – Tronos (assento de Deus: compreende o juízo de divino)

Segunda Hierarquia – se divide em três ordens:

1ª – Dominação (governo dos próprios anjos: domina e distingue o que fazer)
2ª – Virtude (executa a ordem da dominação com relação à natureza física)
3ª – Potestade (ocupa-se do combate aos anjos caídos)

Terceira Hierarquia – se divide em três ordens:

1ª – Principado (guia na execução dos atos e dirige os destinos das nações)
2ª – Arcanjo (anuncia importantes missões aos homens e guarda as pessoas que desempenham importantes funções para a glória de Deus, como o papa, os bispos, os sacerdotes e os líderes leigos)
3ª – Anjo (anuncia, comunica e protege individualmente cada homem)

SANTOS ARCANJOS: MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL

A Comunidade SANTOS ANJOS caminha na adoção espiritual de seus patronos, seguindo como exemplo de ministério e ainda como guardas e especiais intercessores, os Anjos de Deus, com particular atenção aos méritos dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

São Miguel Arcanjo: A expressão “Quem como Deus” mostra a grandeza de seu envio e estabelece seu testemunho de fidelidade e reconhecimento da Majestade Divina, o Deus inigualável, amor infinito e misericordioso – Deus único, onipotente, Senhor e Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis. Honrando o glorioso patrono São Miguel Arcanjo, a Comunidade celebra solenemente com a Igreja a Festa dos Arcanjos no dia 29 de setembro, data de grande importância que desde o início foi reservada à consagração de seus membros. Por conta disso é realizado desde os primeiros tempos da Fundação um período de preparação e reflexão que se manifesta através da “Quaresma de São Miguel Arcanjo”, onde a Comunidade unida e distribuída em grupos de partilha vive durante quarenta dias, a experiência de um verdadeiro reavivamento da vocação, através de reuniões semanais de formação e de exercícios espirituais diários. Iniciamos essa quaresma no dia 21 de agosto e percorremos esse período de oração numa constante e fervorosa invocação dos nove coros dos Anjos de Deus.

São Gabriel Arcanjo:  Assim chamado como Poder de Deus e considerado como o Anjo da Redenção, Gabriel é o Anjo do Anúncio por excelência. Através dele chegou a humanidade a mais sublime dentre todas as notícias: o Anúncio da Encarnação do Verbo de Deus – Jesus Cristo, o Filho de Deus feito Homem – o Emanuel! A devoção ao Arcanjo Gabriel que é celebrada durante todo ano, tem como ponto de maior intensidade o dia 25 de março, Festa da Anunciação do Senhor – página do Evangelho que Deus nos concedeu para que seja constantemente atualizada na Igreja e no mundo, pelo exercício da espiritualidade do nosso carisma. Apesar dessa particular consideração que se manifesta durante todo o ano, a Comunidade é especialmente convocada no dia 17 de março a rezar uma Novena em Honra do Arcanjo do Anúncio, intercedendo pelos necessitados de conversão, buscando levá-los ao conhecimento e a prática da Palavra de Deus.

São Rafael Arcanjo:  A medicina de Deus, o Senhor que cura e que liberta: “Tem ânimo, porque é fácil a Deus curar-te!” (Tb 5, 13) – Aquele que conduz o povo de Deus, que zela por suas necessidades – “Eu o levarei até lá e to reconduzirei” (Tb 5,15). Nesse contexto a Comunidade busca os favores do Arcanjo Rafael nas intenções daqueles que são atendidos pelos nossos ministérios de oração e celebra sua intercessão entre os dias 10 e 18 de outubro, através de uma novena que promove um tempo especial de oração e reflexão para cura e libertação, na constante busca de superarmos, também com a ajuda desses exercícios de piedade, os obstáculos que dificultam uma total entrega a Jesus Cristo. Os ofícios de São Rafael que estão amplamente ilustrados no livro de Tobias inspiram a Comunidade para no seu apostolado: anunciar e testemunhar a verdade; conduzir à reconciliação, a cura e a libertação; realizar a intercessão pelos casais e pelos jovens que buscam o matrimônio; e através da oração apresentar a Deus, em suas necessidades e aflições, todas as pessoas acolhidas pelo nosso ministério.


PAULO ROBERTO B. DINIZ
Fundador e Moderador Geral
Comunidade Católica SANTOS ANJOS
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Comunidade Católica Santos Anjos

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