segunda-feira, 13 de julho de 2015

Discurso do Papa aos jovens na Costanera


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
AO EQUADOR, BOLÍVIA E PARAGUAI
(5-13 DE JULHO DE 2015)

ENCONTRO COM OS JOVENS

DISCURSO DO SANTO PADRE

Margens do Rio Costanera, Assunção, Paraguai
Domingo, 12 de Julho de 2015


Discurso preparado pelo Santo Padre:

Queridos jovens!

Enche-me de alegria poder encontrar-me convosco, neste clima de festa. Poder ouvir os vossos testemunhos e partilhar o vosso entusiasmo e amor a Jesus.

Obrigado, D. Ricardo Valenzuela, responsável da pastoral juvenil, pelas suas palavras! Obrigado, Manuel e Liz, pela coragem de partilhardes as vossas vidas, oferecendo o vosso testemunho neste encontro. Não é fácil falar das nossas coisas pessoais, e menos ainda diante de tantas pessoas. E vós partilhastes o tesouro maior que tendes: as vossas vicissitudes, as vossas vidas e como Jesus, pouco a pouco, entrou nelas.

Para responder às vossas perguntas, gostaria de realçar algumas das coisas que partilhastes.

Manuel, falaste mais ou menos assim: «Hoje tenho desejos, de sobra, de servir os outros; tenho vontade de me vencer». Passaste por momentos muito difíceis, situações muito dolorosas, mas hoje tens grande desejo de servir, de sair, de partilhar a tua vida com os outros.

Liz não é nada fácil ser mãe dos próprios pais, sobretudo quando se é jovem, mas que grande sabedoria e maturidade encerram as tuas palavras, quando nos dizias: «Hoje jogo com ela, mudo-lhe as fraldas… Coisas todas, que hoje ofereço a Deus; e estou apenas compensando o que mãe fez por mim».

Vós, jovens paraguaios, sois corajosos de verdade.

Partilhastes também como conseguistes continuar; onde encontrastes forças. Na paróquia – dissestes ambos –, nos amigos da paróquia e nos retiros espirituais que lá se organizavam. Duas chaves muito importantes: os amigos e os retiros espirituais.

Os amigos. A amizade é um dos presentes maiores que uma pessoa, um jovem pode ter e pode oferecer. É verdade! Como é difícil viver sem amigos. Vede se esta não é uma das coisas mais belas que Jesus disse: «Chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15). Um dos maiores segredos do cristão radica-se no facto de ser amigo, amigo de Jesus. Quando uma pessoa ama alguém, permanece ao seu lado, cuida dele, ajuda-o, diz-lhe o que pensa, mas sem o deixar caído por terra. Assim faz Jesus connosco, nunca nos deixa caídos por terra. Os amigos apoiam-se, fazem-se companhia, protegem-se. Assim procede o Senhor conosco. Serve-nos de apoio. 

Os retiros espirituais. Santo Inácio tem uma meditação famosa, chamada das duas bandeiras. Descreve, por um lado, a bandeira do demônio e, por outro, a bandeira de Cristo. Seria como as camisas de duas equipes; e pergunta-nos, em qual delas gostaríamos de jogar.

Com aquela meditação, leva-nos a imaginar como seria pertencer a uma ou a outra equipe. Seria como perguntar: Com quem queres jogar na vida?

E Santo Inácio diz que o demônio, para recrutar jogadores, promete àqueles que jogam com ele riqueza, honras, glória e poder. Serão famosos. Serão endeusados por todos.

No lado oposto, apresenta-nos o jogo de Jesus. Não como algo fantástico. Jesus não nos apresenta uma vida de “estrelas”, famosos; pelo contrário, jogar com Ele é um convite à humildade, ao amor, ao serviço aos outros. Jesus não nos mente. Toma-nos a sério.

Na Bíblia, o demônio é chamado o pai da mentira. Ele prometia ou, melhor, fazia-te crer que, se fizesses certas coisas, serias feliz; mas depois dás-te conta de que não és nada feliz; foste atrás de algo que, longe de te dar a felicidade, fez-te sentir mais vazio, mais triste. Amigos, o diabo, é um «vende fumaça». Promete-te, promete-te, mas não te dá nada, nunca cumpre nada do que diz. É um mau pagador. Faz-te desejar coisas que não depende dele que tu as obtenhas ou não. Faz-te depositar a esperança em algo, que nunca te fará feliz. Este é o seu jogo, esta é a sua estratégia: falar muito, oferecer muito e não fazer nada. É um grande «vende fumaça», porque tudo o que nos propõe é fruto da divisão, de nos compararmos com os outros, de pisar a cabeça aos outros para conseguirmos as nossas coisas. É um «vende fumaça», porque o único caminho para alcançar tudo isto é pôr de lado os teus amigos, não dar apoio a ninguém. Porque tudo se baseia na aparência. Faz-te crer que o teu valor depende de quanto possuis.

Do lado contrário, temos Jesus que nos oferece o seu jogo. Não nos vende fumaça; não nos promete, aparentemente, grandes coisas. Não nos diz que a felicidade está na riqueza, no poder, no orgulho. Antes pelo contrário, mostra-nos que o caminho é outro. Este Treinador diz aos seus jogadores: bem-aventurados, felizes os pobres em espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que trabalham pela paz, os perseguidos por causa da justiça. E conclui dizendo: Alegrai-vos com tudo isto.

Por que motivo? Porque Jesus não nos mente. Mostra-nos um caminho que é vida, que é verdade. Ele mesmo é a grande prova disso. É o seu estilo, a sua maneira de viver a existência, a amizade, a relação com o seu Pai. E a isto nos convida: a sentirmo-nos filhos, filhos amados.

Jesus não te vende fumaça. Porque sabe que a felicidade verdadeira, a felicidade que enche o coração não está nos trapos que vestimos, nos sapatos que calçamos, na etiqueta de determinada marca. Ele sabe que a verdadeira felicidade encontra-se em sermos sensíveis, em aprender a chorar com os que choram, em aproximar-se de quem está triste, em deixar chorar sobre o próprio ombro, dar um abraço. Quem não sabe chorar, não sabe rir e, consequentemente, não sabe viver. Jesus sabe que, neste mundo de tanta concorrência, inveja e agressividade, a verdadeira felicidade passa por aprender a ser pacientes, a respeitar os outros, a não condenar nem julgar ninguém. Quem se irrita já perdeu: diz o ditado. Não abandoneis o vosso coração à ira, ao rancor. Felizes os que têm misericórdia. Felizes os que sabem colocar-se no lugar de outro, os que têm a capacidade de abraçar, de perdoar. Todos experimentamos isto alguma vez. Todos, em determinados momentos, nos sentimos perdoados: como é bom! É como reaver a vida, ter uma nova oportunidade. Não há nada mais belo do que ter nova oportunidade. É como se a vida voltasse a começar. Por isso, felizes aqueles que são portadores de nova vida, de novas oportunidades. Felizes quantos trabalham para isso, aqueles que lutam para isso. Erros, todos cometemos; as equivocações, não têm conta. Por isso, felizes aqueles que são capazes de ajudar os outros a sair dos seus erros, das suas equivocações. São verdadeiros amigos e não deixam ninguém caído por terra. Estes são os puros de coração, aqueles que, conseguindo ver mais além da simples nódoa, superam as dificuldades. Felizes aqueles que se fixam especialmente na parte boa dos outros.


Liz, tu nomeaste Chikitunga, uma Serva de Deus paraguaia. Disseste que era como tua irmã, tua amiga, teu modelo. Ela, como muitos outros, mostra-nos que o caminho das Bem-aventuranças é um caminho de plenitude, um caminho possível, real; que enche o coração. Os Santos são nossos amigos e modelos que já deixaram de jogar neste campo, mas transformaram-se naqueles jogadores indispensáveis para quem sempre se olha a fim de darmos o melhor de nós mesmos. Eles são a prova de que Jesus não é um «vende fumaça», mas que a sua proposta é mesmo de plenitude. Acima de tudo, é uma proposta de amizade: amizade verdadeira, amizade de que todos precisamos. Amigos, segundo o estilo de Jesus. Não para ficarmos entre nós, mas sair pelo campo, ir fazer mais amigos. Para contagiar com a amizade de Jesus toda a gente, onde quer que esteja, no trabalho, no estudo, na noitada, por whastapp, no facebook ou no twitter. Quando saem para dançar, ou estão a tomar um bom tereré. Na praça ou jogando uma partida no campo do bairro. É aí que estão os amigos de Jesus. Não vendendo fumaça, mas dando apoio; o apoio de saber que somos felizes, porque temos um Pai que está no Céu. - Santa Sé.

Discurso improvisado pelo Santo Padre:

Queridos jovens, boa tarde:

Após a leitura do Evangelho, Orlando aproximou-se e me cumprimentou, e me disse: te peço que rezes pela liberdade de cada um de nós, de todos. É a benção que pediu Orlando para cada um de nós. É a benção que pedimos agora todos juntos. A liberdade, porque a liberdade é um presente que nos dá Deus, mas é necessário saber recebe-lo, é necessário saber ter o coração livre, porque todos sabemos que no mundo existe muitos laços que nos amarram o coração. E não deixam que o coração seja livre. A exploração, a falta de meios para sobreviver, a droga, a tristeza, todas essas coisas nos tiram a liberdade. Assim que todos juntos, agradecendo a Orlando que tenha pedido esta benção, ter um coração livre, um coração que possa dizer o que pensa, que possa dizer o que sente e que possa fazer o que pensa e o que sente. Esse é um coração livre. E isso é o que vamos pedir todos juntos. Essa benção que Orlando pediu para todos.

Repitam comigo.

Senhor Jesus, dá-me um coração livre, que não seja escravo de todas as armadilhas do mundo, que não seja escravo da comodidade, do engano, que não seja escravo da boa vida, que não seja escravo dos vícios, que não seja escravo de uma falsa liberdade que é fazer o que gosto em cada momento.

Obrigado, Orlando, por fazer-nos compreender que nós temos que pedir um coração livre, peçamo-lo todos os dias.

E ouvimos dois testemunhos. O de Liz e o de Manuel. Liz nos ensina uma coisa, assim como Orlando nos ensinou a rezar para ter um coração livre, Liz com a sua vida nos ensina que não devemos ser como Pôncio Pilatos, lavar-se as mãos. Liz podia ter tranquilamente colocado a sua mãe em um asilo, sua avó em outro asilo e viver a sua vida de jovem divertindo-se, estudando o que queria e Liz disse que não. A avó, a mãe. E Liz se tornou serva, servidora, e se querem mais forte ainda, em servidora da mãe e da avó, e o fez com carinho.

Até o ponto, dizia ela, que até mudaram os papéis, e ela terminou sendo a mãe da sua mãe, no modo em que a cuidava, sua mãe com essa doença tao cruel que confunde as coisas. E ela queimou a sua vida até agora, os 25 anos, servindo a sua mãe e a sua avó. Sozinha? Não. Liz não estava sozinha. Ela disse duas coisas que devem ajudar-nos. Falou de um anjo, de uma tia, que foi como um anjo. E falou do encontro com os amigos nos fins de semana, com a comunidade juvenil de evangelização, com o grupo juvenil que alimentava a sua fé. E esses dois anjos, essa tia que a cuidava e esse grupo juvenil davam-lhe mais força para seguir adiante. E isso se chama solidariedade. Como se chama? Quandos cuidamos do problema do outro. E ela encontrou ali um repouso para o seu coração, cansado, mas algo aqui nos foge. Ela não disse, ‘bom, faço isso e nada mais’. Estudou e é enfermeira. E fazendo tudo isso, a ajuda, a solidariedade que recebeu de vocês, do grupo de vocês, que recebeu desta tia que era como um anjo, ajudou-a a seguir adiante. E hoje, aos 25 anos, tem a graça de que Orlando nos fazia pedir. Tem um coração livre.

Liz cumpre o quarto mandamento, honrarás pai e mãe. Liz mostra a vida dela, queimando a serviço de sua mãe. É um alto grau de solidariedade. É um grau de amor. Um testemunho. Padre, então é possível amar? Aí está alguém que nos ensina a amar.

Primeiro liberdade, coração livre. Então, todos juntos, primeiro coração livre. Segundo, solidariedade para acompanhar. Solidariedade. Isso é o que nos ensina este segundo testemunho.

E a Manuel não lhe deram a vida. Manuel não é um bebê bom. Não é um bebê, não foi um bebê, não é um menino, não é um jovem cuja vida foi fácil. Disse palavras duras. Foi explorado. Foi maltratado. Correndo o risco de cair nas drogas. Esteve só. Exploração, abuso e solidão. E em vez de sair para fazer coisas ruins, em vez de sair para roubar, ele foi trabalhar. Em vez de sair para se vingar da vida, olhou pra frente.

Manuel usou uma frase linda. Pôde sair adiante porque nas situações que eu estava era difícil falar de futuro. Quanto jovens, vocês hoje, têm a possibilidade de estudar, de sentar-se à mesa com a família todos os dias, têm a possibilidade de que não lhe falte o essencial? Quantos de vocês tem isso? Todos juntos, aqueles que têm isso, digam ‘Obrigado, Senhor’. Obrigado porque aqui tivemos um testemunho de um jovem que desde criança soube o que era a dor, a tristeza, que foi explorado, maltratado, que não tinha o que comer e que estava só. Senhor, salva esses meninos e meninas que estão nessa situação. E para nós, Senhor, obrigado, obrigado, Senhor. Todos. Obrigado, Senhor.

Liberdade de coração, lembram? Liberdade de coração, que nos disse Orlando. Serviço,  solidariedade, o que nos dizia Liz. Esperança, trabalho, lutar pela vida. Seguir em frente, o que nos dizia Manuel. Como vêm a vida não é fácil para muitos jovens e isso quero que entendam, quero que coloquem na cabeça. Se a minha vida é relativamente fácil, existem outras moças e rapazes, aos quais não é relativamente fácil. Mais ainda, que o desespero os leva à delinquência, os leva ao crime, os leva a colaborar com a corrupção. A esses meninos, a essas meninas, temos que dizer-lhes que nós lhes estamos próximos, que queremos dar-lhes uma mão, que queremos ajudar-lhes com solidariedade, com amor, com esperança.

Houve duas frases que disseram os dois que falaram. Liz e Manuel. Duas frases são lindas, escutem-nas. Liz disse que começou a conhecer a Jesus, conhecer a Jesus. E isso é abrir a porta à esperança. E Manuel disse ‘conheci a Deus, minha fortaleza’. Conhecer é fortaleza. Conhecer a Deus, aproximar-se a Jesus é esperança e fortaleza.

E é isso que os jovens precisam hoje. Jovens com esperança e jovens com fortaleza. Não queremos jovens fracos, jovens estão aí e nada mais, nem sim nem não. Nós não queremos jovens que se cansem rápido e que vivam cansados, com cara de entediados. Queremos jovens fortes, jovens com esperança e força. Por quê? Porque conhecem a Jesus, porque conhecem a Deus. Porque têm um coração livre. Coração livre, repitam. Solidariedade. Trabalho. Esperança. Esforço. Conhecer a Jesus. Conhecer a Deus, a minha força. Um jovem que vive assim, tem cara de tédio? Tem um coração triste? Esse é o caminho.

Mas isso requer sacrifício. É preciso ir contracorrente. As bem-aventuranças que lemos há algum tempo atrás estão o plano de Jesus para nós. O plano, esse plano contracorrente. Jesus lhes diz: ‘felizes os que têm alma de pobre’, não fala felizes os ricos, os que acumulam dinheiro. Não, os que têm alma de pobre, os que são capazes de aproximar-se e compreender o que é um pobre. Jesus não diz felizes os que desfrutam, mas diz felizes os que tem capacidade para sofrer pela dor dos demais. E assim eu lhes recomendo que leiam depois em casa as bem-aventuranças, que estão no capítulo quinto de São Mateus. Em que capítulo estão? De qual evanzer bem.

Agradeço a Liz, que está por aqui, acho, está lá, te agradeço Manuel, está aonde? E te agradeço, Orlando.

Coração livre é o que eu desejo. E eu tenho que ir. No outro dia, no outro dia, um padre, brincando, disse, "sim, você continue aconselhando os jovens a criar problemas, continue, continue, mas, depois, as bagunças que eles fazem, nós temos que corrigir’. Façam bagunça, mas também ajudem a arrumar e a organizar a bagunça que fazem. Hã? As duas coisas. Façam bagunça e organizem bem. Uma bagunça que nos dê um coração livre, uma bagunça que nos dê solidariedade, uma bagunça que nos dê esperança, uma bagunça que nasça de ter conhecido Jesus e de saber que Deus, a quem conheci, é a minha fortaleza. Essa é a bagunça que devem fazer.

Como eu já sabia as perguntas, porque me enviaram antes, tinha escrito um discurso para vocês, para pronunciá-lo. Mas os discursos são chatos, por isso, deixo-o para o Senhor Bispos, encarregado da juventude para que o publique.

E agora, antes de ir embora, peço-lhes, primeiro que continuem rezando por mim. Segundo, que continuem fazendo bagunça. Terceiro, que ajudem a organizar a bagunça que fazem para que não destrua nada. E todos juntos, agora, em silêncio, vamos elevar o coração a Deus.

Senhor Jesus, cada um em seu coração, em voz baixa, repita as palavras. Senhor Jesus, te agradeço por estar aqui, te agradeço porque me deste irmãos como Liz, Manuel e Orlando. Te agradeço porque nos deste muitos irmãos que são como eles, que te encontraram, Jesus, que te conhecem, Jesus, que sabem que vós sois seu Deus, sua fortaleza. Jesus, te peço pelos jovens e moças que não sabem que vós sois a sua fortaleza e que têm medo de viver, medo de ser felizes, têm medo de sonhar. Jesus, ensina-nos a sonhar. A sonhar coisas grandes, coisas lindas, coisas que embora pareçam cotidianas, são coisas que engrandecem o coração. Senhor Jesus, dai-nos fortaleza, dai-nos um coração livre. Dai-nos esperança, dai-nos amor. E ensina-nos a servir. Amém.

Agora, vou dar-lhes a bênção e pedir-lhes, por favor, orem por mim e rezem pelos muitos meninos e meninas que não têm a graça que vocês têm de ter conhecido a Jesus, que lhes dá esperança, lhes dá um coração livre e os faz fortes.

Que lhes abençoe o Deus Todo-Poderoso, o Pai, abençoe o Filho e o Espírito Santo. - Texto transcrito por ZENIT.

Nenhum comentário:

Postar um comentário