quarta-feira, 5 de março de 2014

Tráfico Humano


A Igreja no Brasil realiza, há cinquenta anos, no tempo da quaresma, a Campanha da Fraternidade, através da qual, aborda um diferente e urgente problema social do Brasil, contribuindo com propostas concretas capazes de se transformar em leis de defesa dos pobres e de toda a população, como o estatuto do idoso e a lei da ficha limpa.

Os temas, nesses anos, têm sido os mais variados, relacionados ao trabalho, família, menores abandonados, idosos, negros, indígenas, juventude, justiça e cidadania, ecologia, saúde, educação e outros. Temas que são acolhidos e refletidos em sessões nas casas legislativas municipais, estaduais e federal.

Esse ano, com o tema ‘Fraternidade e Tráfico Humano’ e o lema: É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1), a Igreja, com coragem profética, propõe que a nação brasileira encare a chaga social do tráfico de pessoas. Ligado ao tráfico de armas e de drogas, é um crime pelo qual pessoas são aliciadas e traficadas para a exploração no trabalho, o comércio de extração de órgãos e a exploração sexual.

Presa fácil desse aliciamento são os mais pobres, mulheres, crianças, que vêem em certas propostas atraentes uma possibilidade de vencer, com melhores condições de vida em outras cidades ou países. As famílias precisam estar atentas a possíveis e sutis aliciamentos.


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) oferece, no texto-base da campanha, por meio de dados, um diagnóstico do problema. O território brasileiro se insere no cenário mundial do tráfico de pessoas como rota de passagem por onde agem os traficantes. Outro dado é que o tráfico movimenta soma altíssima de dinheiro e o número de vítimas aumenta a cada ano.


A Igreja propõe agir em três direções: prevenção, assistência às vítimas e incidência política. Atua na conscientização e no acompanhamento das vítimas, ajudando-as a superar traumas, como fazem a pastoral da mulher marginalizada, no auxílio às vítimas da exploração sexual, e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), no apoio às vítimas da migração para o corte da cana e outras situações que se configuram como trabalho escravo. O recrutamento ao trabalho degradante é feito por intermediários (‘gatos’) de patrões invisíveis.


Dom Pedro Luiz Stringhini
Bispo diocesano de Mogi das Cruzes

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