segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira e Imperatriz do Brasil


Exatamente no ano de 1717, quando a Franco-Maçonaria era instituída por Anderson na Inglaterra em secreta oposição a Cristo e Sua Igreja, em meados daquele mesmo ano ocorre outra providencial intervenção do Céu, através da Santíssima Virgem. Agora, a intervenção dava-se em terras do Cruzeiro do Sul.

Acirrada batalha entre a Mulher e a serpente

Da mesma forma como as facções dogoverno oculto do mundo em terras europeias davam início ao seu processo de sedução e enleamento de mentes sábias e ilustres aos olhos do mundo, atraídas pela falsa luz da “razão emancipada”, do “igualitarismo” e da “liberdade”, a Mãe do Verbo dava início a um novo chamado, em terras brasileiras, para a formação de Seu exército, composto de almas simples e sinceras, fiéis e confiantes nos desígnios do Senhor.

A pesca milagrosa


 
A intervenção da Santíssima Virgem da Conceição Aparecida em nosso país, deu-se nas águas do rio Paraíba, que nasce em São Paulo e deságua no litoral fluminense, tendo como protagonistas os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves.

Homens simples e solícitos estavam eles ocupados no nobre encargo recebido de garantir o almoço do conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, então governador da província de São Paulo, que se encontrava em visita à Vila de Guaratinguetá.

Na tentativa de levar a bom termo aquela missão, os humildes pescadores passaram a noite lançando e recolhendo suas redes, mas sem nenhum êxito. Já rompia o dia quando subiam o rio e, teimosamente, lançaram as redes pela última vez. Estavam próximos ao porto de Itaguaçu.

Foi então que aconteceu o inesperado. Ao recolherem as redes encontraram o corpo de uma imagem da Santíssima Virgem. A imagem estava quebrada, faltava-lhe a cabeça. Na segunda tentativa, para surpresa geral, recolheram a cabeça da pequena escultura. Num claro sinal sobrenatural, em tudo semelhante aos tempos da Boa Nova e das pescas milagrosas no mar da Galileia, a partir daquele exato momento, os peixes começaram a se aglomerar ao redor do barco.

A Virgem negra


Desafiando assim as leis da física e das probabilidades, a linda imagem escura da Imaculada Conceição, encontrada de forma tão insólita, fora esculpida em terracota pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus.

Suas feições eram delicadas e os lábios sorridentes. Possuía 39 centímetros de comprimento, pesando um pouco mais de quatro quilos. Com essas características era encontrada a Senhora “Aparecida”, que surgia num véu de espumas das águas barrentas do Rio Paraíba.

Desde o princípio, fica claro que seu achado remonta-nos à singeleza e ao simbolismo evangélico da pesca milagrosa, narrada por João em seu Evangelho (Jo, 21,1-14), quando o Senhor sugere aos pescadores que lancem as redes para a extremidade oposta do barco.

Durante quinze anos, Pedroso — cujo nome expressa bonita alusão ao Apóstolo pescador Simão Pedro — teve o cuidado de guardar a imagem em sua casa, onde recebia várias pessoas para rezas e novenas. Mais tarde, a família construiu um oratório para a imagem, até que em 1735, o vigário de Guaratinguetá erigiu uma capela no alto do Morro dos Coqueiros.

Senhora medianeira de todas as graças

 

Pela poderosa intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, abundantes têm sido as bênçãos que o Criador tem concedido ao piedoso povo brasileiro.

São sinais de todas as modalidades possíveis e imagináveis, curas físicas extraordinárias onde a ciência não conseguiu nenhum resultado deram origem a uma quantidade notável de “ex-votos” de todas as formas, modelos e tipos. Esses milagres alcançados por meio da Mãe Aparecida superlotam um amplo salão na Basílica Nova, construído especialmente para esta finalidade.

A sala de “ex-votos” testemunha a consistência inquebrantável da Fé Católica da alma do povo brasileiro. E isso tem sido um grande problema para as facções da anticristãs em levar adiante sua agenda de descristianização em nosso país.

Esses favores sobrenaturais concedidos por nossa Mãe Santíssima abrangem todas as classes sociais, beneficiando com misericórdia e atenção, todos que têm Fé, que a procuram e suplicam auxílio e proteção.

Testemunhos de muitos milagres

 

Quando percorremos os olhos pelos Evangelhos, temos ideia de que verdadeiramente eram os simples de coração quem acolhiam a Nosso Senhor e Sua mensagem.

Ao longo desses séculos é comum para o povo brasileiro o fato de que cegos recobram a visão, coxos voltam a andar, cardíacos condenados à morte pela medicina ficam completamente curados e cheios de vida, mudos voltam a falar e muitos outros notáveis milagres fazem parte de uma imensa lista de ocorrências divinas, pela intervenção intercessora de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. 

Registros do Livro da Cúria Diocesana de Aparecida


 
Como exemplo, citamos dois fatos ocorridos na época do Brasil Colonial, testemunhos curiosos que se encontram registrados no Livro da Cúria Diocesana em Aparecida.

Naquela época, muitos escravos não suportando o trabalho intenso e os cruéis castigos que recebiam nas senzalas, que aos poucos corroíam as suas forças e lhes tiravam a vida, arriscavam-se e fugiam. Era preciso tentar a liberdade, desaparecer daquele ambiente onde o trabalho representava um tormento insuportável e a própria morte.

Entretanto, na mentalidade vaidosa dos senhores de escravos, aqueles homens que administravam os empregados da fazenda, a fuga de um escravo representava uma ofensa moral imperdoável, que exigia uma pronta reparação e imediata repressão.

A libertação do escravo Zacarias



Deus, servindo-Se sempre dos mais fracos para mostrar a grandeza de Seu poder e confundir a soberba humana fez um milagre espetacular por intercessão da Virgem. Esse fato muito contribuiu para a divulgação da devoção à Senhora Aparecida.

A razão desse favor divino deu-se pela grande Fé do escravo Zacarias, que havia fugido de uma fazenda no Paraná e fora capturado no Vale do Paraíba.

Conduzido pelo capitão do mato, estava sendo levado de volta ao suplício, preso por correntes e argolas em torno dos pulsos e do pescoço, quando passaram perto da capelinha da Aparecida.

Zacarias, cheio de confiança no poder e na bondade de Nossa Mãe do Céu, pediu para rezar diante de sua imagenzinha. Rezou com tanta fé, que as argolas e a corrente lhe caíram milagrosamente aos pés! Seu senhor, quando soube do milagre, deu-lhe logo a liberdade. Zacarias tornou-se um dos maiores devotos da Senhora Aparecida e um entusiasmado propagador de Sua devoção.

No Salão do subsolo denominado “Salão das Promessas” ou “Salão de Ex-Votos”, podem ser vistos os grilhões que acorrentaram o escravo Zacarias.

A cura da menina cega

 

Entre os inúmeros prodígios realizados pela Senhora Aparecida, em tempos antigos, está a cura de uma menina cega de nascença.

Dona Gertrudes Vaz morava com sua filha em Jaboticabal, no interior de São Paulo. Um irmão dela, chamado Malaquias, ia sempre em peregrinação a Aparecida, e depois contava para a sobrinha os milagres que ali se operavam.

A menina pedia à mãe para irem também em peregrinação. Mas como eram muito pobres, não tinham recursos para a longa viagem. Confiando, porém, na Virgem Aparecida, elas se puseram um dia a caminho, pedindo esmolas para se manterem durante a longa e penosa viagem.

Depois de semanas de heroicos esforços, ao chegarem próximo de Aparecida, repentinamente, a menina que era cega de nascimento, exclama com simplicidade: — Olha mãe! Aquilo não será a igreja de Nossa Senhora Aparecida?

Muito emocionada, a mãe pergunta: — Então, minha filha, você está enxergando? — Perfeitamente, mamãe! — respondeu a menina. De repente veio uma luz que clareou a minha vista. Este caso deu-se no ano de 1874.

O pequeno mendigo paralítico

 

A Congregação Redentorista chegou ao Brasil em 1893. Em 1894 padres redentoristas alemães chegam à Aparecida. Até o dia de hoje são os responsáveis espirituais pelo Santuário de Aparecida.

São muitos os testemunhos colhidos pelos sacerdotes filhos de S. Afonso Maria de Ligório. Narra um dos Missionários Redentoristas do começo do século:

“A imagem de Nossa Senhora Aparecida que levamos conosco parece exercer uma atração especial, pois muito e piedosamente se rezava diante dela. Depois da volta dos missionários, veio de Barra Mansa uma notícia sobre o milagre, acontecido durante a renovação da missão em Queluz, em outubro de 1903. Um menino de 10 a 11 anos, quase paralítico, foi a Queluz durante a renovação, para pedir esmolas. Um dos missionários, com a esmola, deu-lhe o conselho de fazer uma novena a Nossa Senhora Aparecida. O pequeno seguiu o conselho e após alguns dias, estava andando livremente; veio até Aparecida cumprir sua promessa”.

Local de Fé e peregrinação


 
Devido ao número de fiéis cada vez maior, em 1834 teve início a construção da chamada Basílica Velha. O ano de 1928 marcou a passagem do povoado nascido ao redor do Morro dos Coqueiros a município.

Um ano depois, o papa Pio XI proclamava Nossa Senhora da Conceição Aparecida como Rainha do Brasil e sua padroeira oficial.

A necessidade de um local maior para os romeiros era inevitável e em 1955 teve início a construção da Basílica Nova, que em tamanho só perde para a de São Pedro, no Vaticano.
O arquiteto Benedito Calixto idealizou um edifício em forma de cruz grega, com 173m de comprimento por 168m de largura; as naves com 40m e a cúpula com 70m de altura, capaz de abrigar 45 mil pessoas. Os 272 mil metros quadrados de estacionamento comportam 4 mil ônibus e 6 mil carros. Tudo isso para atender cerca de 7 milhões de romeiros por ano.

O atentado à imagem


 
No dia 15 de maio de 1978, Rogério Marcos de Oliveira, na época com 19 anos, acompanhou uma pregação do pastor de uma Igreja Pentecostal do Município Paulista de São José dos Campos. O tema do fervoroso culto era sobre a Mãe de Jesus. Mas, na verdade, o pastor motivava sua assembleia a quebrar quaisquer imagens sacras que possuíssem, principalmente as de Nossa Senhora Aparecida que, segundo ele, seria um instrumento de Satanás.

Ao ouvir a ordem do pastor, o jovem Rogério Marcos ficou tão transtornado com a pregação anti-mariana que, naquela noite, segundo ele próprio relatou, teria recebido “um aviso de Deus” em sonho, ordenando-lhe a quebrar a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, que ainda estava na Basílica Velha.

No dia seguinte, 16 de maio de 78, acordou bem cedo e seguiu decidido para a Cidade de Aparecida do Norte. Chegando à Basílica, permaneceu debaixo de nicho até o entardecer quando, quebrando o vidro de proteção, retirou a imagem, reduzindo-a a 165 pedaços. Os romeiros, presentes neste momento na Basílica, gritavam perplexos: “Herege! Herege!”

Os cacos foram levados para o Museu de Arte de São Paulo, onde a imagem foi restaurada pelos artistas Pietro Maria Bardi e Maria Helena Chartuni. Ela voltou à cidade num carro do Corpo de Bombeiros, seguida por um grande cortejo de fiéis, no dia 19 de agosto.

Rogério Marcos não foi preso, pois constatou-se insanidade mental.

No exato momento em que a imagem da Padroeira foi quebrada houve escuridão e tempestade


 
Destacamos trecho de um artigo no qual o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, se refere ao sacrílego atentado realizado contra a imagem da Padroeira do Brasil em seu Santuário Nacional.

Na edição da Folha de S. Paulo, 29-5-78, lê-se que no dia 16 de maio de 1978, o herege Rogério Marcos de Oliveira quebrara o vidro do nicho onde se encontrava a verdadeira imagem de Nossa Senhora Aparecida, na Basílica velha. Ao tentar levá-la consigo, na fuga, derrubou-a. Dessa forma, a imagem partiu-se em pedaços.

No exato momento em que a imagem da Padroeira foi quebrada (20h10), a luz elétrica se apagou em todo o Vale do Paraíba.

Na tarde daquele dia, uma tempestade de pó varrera a cidade. A ventania fora tão forte que o próprio comércio fechou as portas.

Consagração do Brasil à Nossa Senhora


 
Em grande manifestação pública no dia 31 de maio de 1931, o episcopado nacional, diante da milagrosa imagem levada triunfalmente ao Rio de Janeiro em trem-santuário, na presença das maiores autoridades civis, militares, e em união com todo o povo — mais de um milhão de pessoas — consagrou o País a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Maior e mais visitado santuário mariano do mundo

 

Atualmente, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida recebeu em 2007 o maior número de peregrinos de sua história.

No total, 8.511.733 milhões de pessoas visitaram a casa da padroeira do Brasil em 2007, movimento recorde em toda a história do Santuário, cujo início da construção da Basílica nova data de 1955.

Segundo destaca a assessoria de imprensa do Santuário, esse resultado mostra que o maior Santuário Mariano do mundo pode ser considerado também um dos maiores em termos de visitação, se comparado com Santuários como Lourdes, Fátima e Basílica de São Pedro, em Roma.

Princesa Isabel, legítima herdeira do trono, depõe sua coroa real aos pés da Rainha do Brasil


 
Um capítulo histórico importante e que ainda não chegou ao seu final, relaciona-se diretamente com Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, mais conhecida no Brasil como nossa Princesa Isabel.

Última princesa imperial do Brasil e regente do Império por três ocasiões, na qualidade de herdeira de seu pai, o imperador Dom Pedro II, e da imperatriz Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, foi a terceira chefe de Estado e chefe de governo brasileiro após sua avó Dona Leopoldina e sua trisavó Dona Maria I. Foi cognominada a Redentora por ter, através da Lei Áurea, abolido a escravidão no Brasil.

Após seu casamento com Gastão de Orléans, conde d’Eu, em 1864, ocorreu uma junção matrimonial entre a Casa de Bragança e a de Orléans, originando o nome Orléans e Bragança, que foi passado, exclusivamente, aos descendentes de Gastão de Orléans e D. Isabel. Também, por a mesma ter sido a herdeira do trono imperial brasileiro, os seus descendentes — os Orléans e Bragança — são os atuais herdeiros da extinta coroa imperial do Brasil.

Com a morte de seu pai, em 1891, tornou-se a chefe da Casa Imperial do Brasil e a primeira na linha sucessória ao extinto trono imperial brasileiro, sendo considerada, de jure, Sua Majestade Imperial, Dona Isabel I, Imperatriz Constitucional e Defensora Perpétua do Brasil, conforme a constituição de 1824 — a primeira constituição do Brasil.1

Pouco mais de um ano depois de testemunhar o júbilo popular com a abolição da escravatura, Dona Isabel testemunharia a extinção da monarquia no Brasil. Insuflados pela utopia revolucionária dos radicais positivistas pela Maçonaria e apoiados pelos fazendeiros ex-donos de escravos e também por banqueiros internacionais, os militares depuseram o gabinete do Visconde de Ouro Preto e instauraram uma ditadura republicana.


O que poucos sabem é que, em razão de sua alma verdadeiramente católica e grande veneração pela Santíssima Virgem, no dia 8 de setembro de 1904, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi coroada com a riquíssima coroa doada pela Princesa Isabel e portando o manto anil, bordado em ouro e pedrarias, símbolos de sua realeza e patrono.

As forças anticristãs e anticlericais derrubaram a Monarquia. Mas a Princesa, num gesto de extremo zelo por seus súditos, nobreza e grande Fé, confiou sua realeza terrena, da qual era herdeira legítima, Àquela a quem reconhece como Rainha do Brasil e Mãe do povo brasileiro.

Conclusão

 

Embora em terras brasileiras a Santíssima Virgem não tenha se apresentado através de uma aparição tradicional, ainda assim, sua mensagem fica evidente na poderosa força de atração espiritual que cada vez mais exercem a Sua presença e o Seu Santuário sobre a devoção incondicional de Seus milhões de filhos e filhas.

É impossível separar a história cultural de nosso povo da veneração à Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira e Imperatriz do Brasil.
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Nota:

1 Norma constitucional de 1824 Art. 120. O Casamento da Princesa Herdeira presuntiva da Coroa será feito a aprazimento do Imperador; não existindo Imperador ao tempo, em que se tratar deste Consórcio, não poderá ele efetuar-se, sem aprovação da Assembleia Geral. Seu Marido não terá parte no Governo, e somente se chamará Imperador, depois que tiver da Imperatriz filho, ou filha.
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Fontes consultadas:
Santuário de Aparecida. Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida. Pe. Antonio Queiroz dos Santos, C.Ss.R.
www.santuarionacional.org.br — http://www.santuarionacional.com/v2/index.php?T=A-imagem&S=18&C=16 — acesso em 19/01/2009.

Revista Catolicismo, janeiro de 1996.
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=4DE0A558-3048-560B-1CC8B257B1A4CE6A&mes=Janeiro1996 – acesso em 19/01/2009.

Arautos do Evangelho — São Carlos
http://aesaocarlos.blogspot.com/2008/10/os-milagres-de-nossa-senhora-aparecida.html — acesso em 18/01/2009.

Cultura Brasil
http://www.culturabrasil.pro.br/aparecida.htm
acesso em 18/01/2009.

Apostolado dos Sagrados Corações. Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
http://apostolado.sites.uol.com.br/index2.htm — acesso em 18/01/2009.

Missionários Redentoristas.
http://www.bravil.com.br/redentoristas/congregacao.html — acesso em 18/01/2009.
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Sensus Fidei

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