sexta-feira, 18 de março de 2016

Como tornar inesquecível o final da vida


Ninguém gostaria que um parente ou um amigo estivesse em estado terminal. Mas, se essa for a realidade de um conhecido seu, como tornar os últimos preciosos momentos de vida inesquecíveis?

Mário, faleceu antes de completar 54 anos, mas, antes de partir, pôde dizer um adeus especial e nada comum: a uma girafa!

Isso porque, Mario trabalhou na manutenção de um zoológico em Roterdan, na Holanda, por quase metade da sua vida (25 anos). Depois de seus turnos, ele adorava visitar e ajudar a cuidar dos animais, incluindo as girafas.

Graças a uma organização incrível, Mario conseguiu o que queria.

A Ambulance Wish Foundation (na tradução livre, Fundação Ambulância dos Sonhos), é uma fundação holandesa e sem fins lucrativos que ajuda pessoas como Mario a realizarem seu último sonho. É muito parecido com Make-A-Wish, só que não é apenas para crianças. Como a luta de Mario contra o câncer cerebral terminal chegou ao fim, tudo o que queria fazer era visitar o zoológico pela última vez.

Ele queria dizer adeus aos seus colegas – e talvez compartilhar um momento final com alguns de seus amigos peludos.

A ideia da Ambulance Wish Foundation (AWF) surgiu em 2006, quando Kees Veldboer, que era um motorista de ambulância na época, estava deslocando um paciente de um hospital para outro. O paciente era um homem doente terminal que passou três meses seguidos confinado na cama de um hospital. Durante a viagem de um hospital para outro, o paciente disse a Veldboer que queria ver o canal Vlaardingen uma última vez. Ele queria se sentar junto do sol e do vento e sentir o cheiro da água novamente antes de voltar para dentro.


Veldboer fez o último desejo do paciente acontecer, e como lágrimas de alegria escorriam pelo rosto do homem, o motorista descobriu uma poderosa forma de trazer a paz para as pessoas em seus dias finais.

Logo depois disso, nasceu a fundação. 

Hoje, a AWF tem mais de 230 voluntários e cumpriu quase 7.000 desejos. Ainda mais bonito do que o trabalho que esta organização faz, são os desejos que seus pacientes estão pedindo.

Na maior parte, são pequenas coisas, como ver a sua casa pela última vez ou passar algumas horas apenas olhando para algo bonito.

Veldboer, em uma entrevista com a BBC, descreve uma mulher que não estava em casa durante seis meses. Quando eles a trouxeram em sua sala de estar em uma maca, ela ficou lá por horas, sem fazer nada, mas olhando ao redor – provavelmente repassando por sua mente uma vida inteira de memórias.

Outro paciente simplesmente queria ver sua pintura favorita, Rembrandt, novamente.


Outro, desfrutar um delicioso sorvete.


E outro só queria passar uma tarde assistindo os golfinhos brincarem.


O que podemos tirar de lição desses desejos simples de pacientes que poderiam pedir qualquer coisa? Que podemos valorizar o que temos ao invés de gastar tanto tempo pensando sobre todas as coisas que ainda não fizemos.

Talvez as coisas que nós nos lembraremos no final de nossas vidas, não serão as coisas extraordinárias que fizemos, como a vez que pulamos de pára-quedas ou a viagem que fizemos para a Europa.

Quando o nosso tempo acabar, talvez o que nós vamos nos lembrar será algo mais mundano – o papel de parede brega na casa em que crescemos, um dia ensolarado gasto com a água, ou aqueles pequenos momentos diários gasto com as pessoas que mais amamos.

Seja o que for, é reconfortante saber que existam pessoas dispostas a realizar esses pequenos desejos tão especiais para nós.
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Aleteia

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