sexta-feira, 18 de março de 2016

Os bispos, nestes dias de angústia nacional, precisam repetir os ensinamentos da moral cristã ‘ad nauseam’

 
O cenário político é realmente preocupante. Em minha opinião, órgãos eclesiásticos, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), podem, ou talvez, devem se manifestar, apenas para inculcar cautela e prudência. Não cabe à hierarquia assumir nenhuma postura político-partidária. Compete, ainda, aos pastores, o múnus de ensinar os princípios éticos sacados da chamada Doutrina Social da Igreja. Os bispos, nestes dias de angústia nacional, precisam repetir, oportuna e inoportunamente, ad nauseam, os ensinamentos da moral cristã.

A tarefa de reverter o presente quadro dantesco há de ser desempenhada pelos leigos, que atuam como Igreja, os quais necessitam sair das sacristias, tirar os jalecos!  Não existe a “solução católica”, porém, alumiados pela palavra de Jesus, contextualizada pelo magistério, os leigos, consoante a ensinança do Concílio Vaticano II, têm de animar e aperfeiçoar a ordem das realidades temporais, com o espírito do evangelho de nosso Senhor.  Onde está a bancada católica do Congresso Nacional?

O Brasil falhou em capacitar líderes políticos. Nós falhamos! Desta feita, os vezos de grande parte dos micro-organismos (famílias, escolas, empresas etc.) infeccionaram as fibras dos macro-organismos (Estado, governo, autarquias, instituições etc.). Não é o povo que imita os políticos ruins; são certos políticos que emulam parcela da população. Ora, por exemplo, o síndico que perpetra trapaças financeiras em detrimento do condomínio realizará coisas horríveis, se guindado a deputado federal. Em outras palavras: continuará com idêntico procedimento vil e imoral, em escala geometricamente superior, é claro.

Vou falar como católico! A Igreja necessita externar veemente mea culpa. Por que a maioria das escolas católicas, dirigidas por mentes esquerdistas, deixou de lado o projeto de evangelização, de comunicação de valores cristãos e aderiu a um cristianismo light? Em passado não assaz distante, as elites éticas, que governavam o país eram produto dos estabelecimentos de ensino confessionais, onde se aprendia a religião cristã e, por conseguinte, inculcavam-se conceitos de honra, retidão, justiça, verdade. Ah!, “a” verdade! Hoje, existem “as” verdades.




Edson Sampel,
doutor em Direito Canônico, Membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp), da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC) e do Conselho Diretor da Academia Marial de Aparecida (AMA).
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ZENIT

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