quinta-feira, 26 de junho de 2014

A RCC e sua origem em meio protestante. Algum problema?



Inegavelmente, a Renovação Carismática Católica é o movimento que mais desperta paixões no meio católico. Uns demonizam a RCC como um poço de heresia protestante, outros a exaltam como a salvação da Igreja. E então, o que pensar?

Bem, todo católico deve estar atento para o que dizem nossos papas: o beato João Paulo II, Bento XVI e Francisco creem que a RCC dá muitos bons frutos para Deus. Porém, como qualquer grupo católico, a RCC não é infalível, e pode naturalmente possuir alguns aspectos que precisam ser purificados. Sendo assim, criticar determinados abusos que ocorrem frequentemente em certos grupos da RCC não significa invalidar o movimento como um todo, mas apenas revela o desejo de que os carismáticos sejam cada vez mais agradáveis a Deus.

Muitos carismáticos encaram as críticas de mente aberta, outros se enfurecem e se fecham completamente, rebatendo que a RCC é aprovada pela Igreja. Entretanto, nos Estatutos da RCC aprovados pelo Vaticano não constam os pontos controversos desse movimento. Por isso, o fato de a RCC contar com o apoio de Roma não significa que todas as práticas promovidas pelos grupos carismáticos têm o seu aval.

Pra gente entender melhor essa peleja da gota, vamos analisar os principais pontos de discussão, em uma série de artigos. Hoje, falaremos sobre a origem do movimento. 

A Origem Protestante da RCC

A RCC nasceu da experiência de jovens católicos americanos, que costumavam se reunir para orar com protestantes pentecostais (anglicanos episcopalianos). Até que um dia, em um retiro, depois de muito pedir para que o Espírito Santo descesse sobre eles, receberam o chamado “Batismo no Espírito Santo” (explicaremos o que é isso em outro post). Foi então que muitos deles disseram manifestar dons carismáticos tal como no tempo dos Apóstolos, como o discernimento de espíritos, a cura e a profecia.

Bem, que a Igreja Episcopal Anglicana é uma das mais viajantes, perdidas e decadentes de todo o mundo cristão, isso é certo (saiba mais aqui). Agora, que o Espírito Santo sopra onde quer, isso também é certo. O fato é que os católicos carismáticos abraçaram esse aspecto “místico”, digamos assim, dos episcopalianos, mas não recuaram em nenhum milímetro dos dogmas católicos. Aliás, uma forte característica dos carismáticos é a postura de submissão às autoridades eclesiásticas: procuram obedecer ao Papa, aos bispos e ao pároco.

Na minha paróquia, ao menos, o pároco não pode dizer um “A” que os carismáticos se mobilizam imediatamente, procurando viabilizar suas mais leves sugestões. Eles não simplesmente discursam: fazem. É gente que bota a mão na massa!

Infelizmente, grupos carismáticos – ou que indevidamente se dizem carismáticos – não acham suficiente “importar” dos protestantes o pentecostalismo; eles copiam também toda a palhaçada crente neopentecostal: novos ritos inspirados em passagens do Antigo Testamento, teologia da prosperidade… E o mais constrangedor: uso de técnicas de hipnose e autossugestão para provocar na assembleia a histeria coletiva. Aí é um tal de fulano desmaiar de um lado, outro tem convulsões de outro…

Mas, com a devida condução, os grupos de oração são fonte de crescimento espiritual para os católicos. Fazem o inferno tremer e geram muitos bens para o mundo inteiro. Grupo de Oração CATÓLICO, sim. Culto protestante neopentecostal dentro da Igreja Católica, não!

“Graças ao movimento carismático tantos cristãos, homens e mulheres, jovens e adultos, redescobriram o Pentecostes como realidade viva e presente na sua existência quotidiana. Faço votos por que a espiritualidade de Pentecostes se difunda na Igreja, como renovado impulso de oração, de santidade, de comunhão e de anúncio.” - João Paulo II Vésperas de Pentecostes, 29 Maio de 2004

Sim, que a verdadeira espiritualidade de Pentecostes, espiritualidade inequivocadamente católica, se difunda na Igreja!
  
Ainda temos muitos pontos da RCC para tratar. Acompanhem essa série! Até a próxima!
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Fonte: O Catequista

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