domingo, 29 de setembro de 2013

Crianças na Missa. Leva ou não leva?


Eu sou apaixonado por crianças. Quem me conhece sabe que sou babão perto de crianças ainda mais de nenêzinhos, mas vocês tem que reconhecer que choro de crianças na Santa Missa é irritante e insuportável. Ainda mais que os pais nem levam a criança pra fora a fim de se acalmar e depois voltar, todos são 'obrigados' a aguentar aquele "Uéeeeeee". Existem paróquias que tem o "crying room" (lugar vedado destinado aos pais com as crianças que choram e fazem barulho). Mas há quem discorda disso. Afinal, deixemos as crianças na Santa Missa ou não?

Legalmente falando, criança não é _obrigada_ a ir a missa ao domingo até a idade da razão (o que geralmente ocorria por volta dos 7 anos de idade, pode ser mais, pode ser menos). Não tendo obrigação nenhuma, sua participação é opcional por conta dos pais. Neste sentido, é errado dizer que "eu acho que as crianças devem x ou y". Logo, qualquer debate que venha a partir de uma situação opcional como essa é mera opinião ou gosto pessoal, não tendo nada vinculante.

Especulando pelas minhas opiniões pessoais, eu acho que isso deve ser completamente relativo. Existem crianças que são anjos de comportamento e existem crianças que são o cão chupando manga. 

Os pais deveriam avaliar sua própria cria e ver se ela tem condições de estar na missa (a qual ela não é obrigada a ir e deve achar chato) quietinha sem atrapalhar (e sem estar cometendo absurdos de etiqueta como comer biscoito dentro da Igreja ou ficar brincando com brinquedinhos e fazendo mais barulho ainda ou atrapalhando espiritual ou fisicamente/machucando os outros ou os próprios pais - eles não vão aproveitar nada dos frutos da Sacra Sinaxe se estiverem com a atenção voltada aos pequerruchos).


Creio que se poderia fazer testes, tipo, leva-se a criança uma ou duas vezes a cada x tempos para verificar se ela se sente à vontade na missa ou se agita ou se chateia à toa, e se são dóceis ou não ao comportamento dos pais (principalmente aos olhares 43, 52, etc). Enquanto isso, dever-se-ia dar a educação religiosa necessária para a criança dentro de casa, introduzindo na fé, ensinando a rezar, ensinando o respeito, enfim, "amansando" o bichinho e preparando o mesmo para entender o que se passa na missa e assim não achá-la chata.

Do ponto de vista - experiente - de quem está no altar (principalmente o padre), a criança correndo pra lá e pra cá é SEMPRE uma distração dos infernos (por mais que alguns tentem colocar panos quentes ou engolir a situação) e atrapalham muito no desenvolvimento de uma homilia ou na concentração exigida para a consagração. Hoje em dia, existem diversos mecanismos extras que não existiam no passado, para solucionar tal problema: 1. Existe missa em mais de um horário por dia (coisa que não existia antes do século XX). Assim sequer a criança precisa aparecer na Igreja. 

Antes, quando só havia a missa das 7 da manhã, não se tinha com quem deixar as crianças, por isso se as levava à Igreja, e mesmo assim, as que ainda não tinham feito primeira comunhão (e os adultos também) só ficavam na missa durante a Liturgia da Palavra e depois eram retiradas da nave da Igreja de modo que a Liturgia Eucarística ocorresse na mais santa paz com todo mundo prestando atenção e consciente do que estava acontecendo. 2. Existe a "missa das crianças" (geralmente é a das 10 da manhã ou a do sábado à tarde, depois da catequese), à qual é recomendável que se levem os pequerruchos. 

Nesta missa, tem catequistas para auxiliar as crianças a se comportarem/prestarem atenção, o padre geralmente fala na linguagem dela, de maneira mais simples. E ela não é exclusividade "moderna" da forma ordinária (missa de Paulo VI); há como fazer isso na forma extraordinária do Rito Romano também (missa tridentina). 

Em Campos, o próprio bispo celebra a missa do domingo de manhã, chamada de "missa explicada" (porque ele explica para as crianças e para os adultos o que acontece no rito da missa, mesmo sendo em latim, e também a homilia/tema do dia), muitos anos antes mesmo de ser eleito bispo da Adm. Apostólica.

Eu só recomendo vivamente que os pais assistam à missa dos adultos, por causa da homilia e do senso de solenidade. Assim, eles podem "despachar" as crianças para a missa das crianças e depois ir à missa da noite, ou ir à "missa das 7" da manhã, ou fazer este esquema de revezamento. Normalmente, em paróquias convencionais, sempre tem um esquema qualquer de distração das crianças para a missa das 7 (catequese, parquinho, cantinho da criança) para que os pais possam assistir, e depois deixá-la lá para a das 10, ou mesmo ficar para as duas. 
 
Se for o caso o padre tem todo o direito de pedir que não se levem crianças à missa, se elas para ele se tornam motivo de distração e desconcentração. 

Quando vemos uma (ou umas) criança(s) “agitada(s)” na Santa Missa, ao ponto de querer começar a me incomodar, lembremos da narração evangélica de quando Nosso Senhor disse aos que queriam afastar os pequeninos: — deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham (Mt 19,14). Sinceramente não creio que os apóstolos desgostassem das crianças e que o motivo para quererem barrá-las deveria ser justamente a “algazarra” que elas deviam estar fazendo. E, assim, fico feliz em vê-las ali.

 
É óbvio que os pais devem procurar educar seus filhos de modo que eles se comportem o melhor possível. Faz parte da missão dos pais. Mas, por vezes, este processo é lento e árduo. Benditos os pais que ensinam aos seus filhos o caminho do altar! E feliz é a família que se reúne em torno do Santo Sacrifício do Senhor. 
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Título de origem: Crianças pequenas na Missa

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