segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Faraós e pecados do poder


“Surgiu no Egito um novo rei, que não conhecera José. Ele disse a seu povo: ‘Olhai como a população israelita ficou mais numerosa e mais forte que nós. Vamos tomar providências em relação a eles, para impedir que continuem crescendo e, em caso de guerra, se unam aos nossos inimigos, lutem contra nós e acabem saindo do país.’ (…) Depois o rei do Egito disse às parteiras dos hebreus, chamadas Sefra e Fua: ‘Quando assistirdes as mulheres hebreias no parto e chegar o tempo do parto, se for menino, matai-o; se for menina, deixai-a viver. Mas as parteiras tinham temor de Deus: não faziam o que o rei do Egito lhes tinha mandado e deixavam viver os meninos. (…) Um homem da casa de Levi casou-se com uma mulher de seu clã.

A mulher concebeu e deu à luz um filho. Ao ver que era um menino, manteve-o escondido durante três meses. Não podendo escondê-lo por mais tempo, pegou uma cesta de papiro, calafetou-a com betume e piche, pôs dentro dela o menino e deixou-o entre os juncos na margem do rio. A irmã do menino ficou parada à distância para ver o que ia suceder. A filha do faraó desceu para se banhar no rio, enquanto suas companheiras passeavam na margem. Ela viu a cesta no meio dos juncos e mandou que uma criada o apanhasse. Quando abriu a cesta, viu a criança: era um menino que chorava. Ficou com pena e disse: ‘É uma criança dos hebreus’. A irmã do menino disse, então, à filha do faraó: ‘Queres que eu te vá chamar uma mulher hebreia, que possa amamentar o menino?’ ‘Vai’, respondeu-lhe a filha do faraó. E a menina foi chamar a mãe do menino.” A filha do faraó disse à mulher: ‘Leva este menino, amamenta-o para mim, e eu te pagarei o teu salário.’ A mulher levou o menino e o criou.” (Ex 1,8-10. 2,1-9).

A escravidão do povo hebreu e o infanticídio dos meninos são pecados do poder político, no Egito.

A política dos “faraós” de hoje, em países da Ásia e da África, penaliza, especialmente, as meninas. A prática do “aborto seletivo de fetos do sexo feminino é aparentemente generalizado em países asiáticos como a China, Índia e Coréia do Sul”. Com efeito, “A discriminação de gênero começa cedo. Modernos instrumentos de diagnóstico para a gestação tornaram possível determinar o sexo do bebê logo no início. Nos locais em que há uma evidente preferência econômica ou cultural por filhos homens, o mau uso dessas técnicas pode facilitar o feticídio feminino. Embora não haja evidências conclusivas para confirmar esse mau uso ilegal, histórias sobre nascimentos e dados de recenseamentos na Ásia – principalmente na China e na Índia – revelam uma proporção excepcionalmente alta de nascimentos de meninos, assim como de meninos com menos de 5 anos de idade. Essa constatação sugere a ocorrência de feticídio e infanticídio seletivos por sexo nos dois países mais populosos do mundo – apesar das iniciativas para erradicar essas práticas nos dois países.” Como consequência da “política do filho único” na China, “O número de moças que falta já estaria na casa de milhões e as causas são facilmente identificáveis: elas foram vítimas de infanticídios, de abortos provocados pelos pais quando descobriam que o feto era uma menina ou foram abandonadas nas encruzilhadas das ruas quando recém-nascidas. Alguns pais as escondem e não as declaram ao Estado, correndo perigos de sanções e prisão, se forem descobertos.” Em alguns países da África, a mentalidade da população e a política governamental são, igualmente, discriminatórias, em relação às meninas.

Moisés, como diz o seu nome, foi “salvo das águas”, graças à sensibilidade da “filha do faraó”, diante da decretação do infanticídio de meninos hebreus, no Egito, por razões políticas. O infanticídio de meninos e meninas, apenas nascidos ou em tenros anos de vida, continua acontecendo, por motivo político e em razão da mentalidade arraigada na prática de alguns povos. A face cruel do feticídio e do infanticídio se generaliza, no mundo, por razões sociais. Por isso, a legalização do aborto é um pecado do poder político e social. 

Dom Genival Saraiva
Bispo de Palmares - PE

sábado, 17 de setembro de 2011

Celebrações Marianas da Palavra


A Celebração da Palavra é importante porque a Palavra de Deus domina e determina todo o evento.

A sua revelação definitiva foi trazida por Jesus Cristo, pelo Verbo do Pai, que disse: “Transmiti-lhes as palavras que Tu me comunicastes, e eles a receberam” (Jo 17,8).

“Deus nos fala na leitura, nós lhe respondemos em nossas orações. Se ouvimos a Sua Palavra e obedecemos a elas, Aquele a quem rezamos habita em nós” (Santo Agostinho).

A Palavra de Deus escolhida de acordo com o mistério festivo é a coisa principal e mais importante. Ela se reveste da dignidade do anúncio, porque do anúncio depende a audição e somente o anúncio permite ao espírito e à vida da Palavra suscitar a fé.

O anúncio e a pregação abrem os ouvidos e, através da audição, o homem chega à fé[1]. O ouvido é a porta do espírito.

“Fala para que eu possa ver-te”, isto é, através da palavra pronunciada, o homem revela quem ele é. De qualquer forma, a audição permanece o ato livre do homem. É este que decide se acolhe ou rejeita a Palavra, e a sua decisão tem necessidade de ser precedida pela reflexão.

A pastoral tem o dever de exercitar a Comunidade no silêncio, e o pastor de almas deve ser o primeiro a estar convencido de que o silêncio é “insubstituível”.

Onde acaba a palavra, começa naturalmente o silêncio. Mas ele não começa porque a palavra acaba. Palavra e silêncio são inseparáveis. A palavra conhece o silêncio, assim como o silêncio conhece a palavra.

O silêncio é um sinal distintivo do Amor de Deus. Que o mistério sempre difunda diante de si uma esfera de silêncio. Dessa forma, o homem é exortado a criar em torno de si uma esfera de silêncio para poder aproximar-se do mistério.

Palavra e resposta, audição e prática, eis, em todo caso, a estrutura de qualquer Celebração da Palavra. A resposta do homem dá testemunho de que Deus lhe dirigiu a Palavra e tornou tal Palavra eficaz nele. A vida entregue a Deus, vivida a serviço de Deus e em testemunho de Deus é uma vida que brota da fé. A fé, porém, é aquela audição por meio do qual o homem acolhe a Palavra reveladora de Deus na esfera da própria intimidade pessoal, a fim de tornar as próprias decisões em virtude dela... Conseqüentemente nesta vida para Deus – na medida em que ela é resposta – ressoa sempre também a Palavra Divina.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nossa Senhora das Dores - 15 de Setembro

 
Possui um firme fundamento bíblico na profecia de Simeão[1], como também na presença de Maria junto à cruz[2]. A realidade da dor, que assume uma importância tal, a ponto de englobar toda a vida de Maria, assemelhou-se a mãe de Jesus também à vida sofredora dos homens.

Naturalmente, na base deste motivo da dor havia também outra estrutura, que nem sempre era compreendida e avaliada de maneira justa, quando se exaltava Maria no sentido puramente individual como Rainha dos Mártires, e dizia-se dela, que, “tendo amado mais que todos, também tinha sofrido mais que todos”.


Assim, no Ocidente, Ambrósio (+397) se perguntava se o que Maria tinha sofrido com o Senhor não tinha contribuído para a Redenção.


“A beatíssima Virgem cooperou na salvação... com efeito, só ela suportou os sofrimentos quando os discípulos fugiram”.


Maria, propriamente falando, não fez nada mais que não fosse realizado por toda a Igreja e por todo cristão; ela completou – no sentido das palavras de São Paulo a propósito do valor do sofrimento para a edificação da Igreja – “o que ainda falta à paixão de Cristo” [3].


Maria realizou com uma dedicação e uma eficácia universal, aquilo que é também tarefa de todos os redimidos, isto é, receber a obra do Redentor e, com uma receptividade ativa, transmiti-la aos outros. Neste sentido (limitado), Nossa Senhora das Dores reveste-se de uma importância única como cooperadora da Redenção.


A nova liturgia romana das horas não tem mais os responsórios das matinas do velho breviário, que cantavam a série das sete dores de Maria fazendo eco às palavras da Escritura:

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Igreja e as Estatísticas

Dias atrás, quando fomos informados pelo Papa Bento XVI que a próxima Jornada Mundial da Juventude será realizada no Brasil, em 2013, a mídia, com base em pesquisa de 2009, divulgou notícia a respeito do aumento numérico de outros seguimentos religiosos não católicos, inclusive dos que optam por não ter nenhuma religião ou que preferem o ateísmo.

As jornadas mundiais da juventude têm demonstrado a ansiedade das novas gerações na busca de Jesus Cristo, reunindo milhões de rapazes e moças do mundo inteiro, formando, por uma semana, imensa comunidade juvenil sem limites geográficos, reunida ao redor do chefe visível da Igreja, pronta para ouvir a sua palavra e motivada a celebrar os Mistérios da fé, com entusiasmo e ao mesmo tempo com sensível espírito de concentração, silêncio sagrado, como ficou evidente em Madri.

As estatísticas brasileiras a respeito da mobilização religiosa são colocadas aos católicos como um desafio, provocando pergunta inevitável: quais têm sido as razões para este efeito?


Num primeiro momento, os dados colhidos em pesquisa não deixam de causar preocupação, uma vez que despertam a interrogação sobre as possíveis lacunas nos métodos evangelizadores. Porém, análise mais madura e serena provoca tranqüilidade. Levando-se em consideração que o método das pesquisas de 2009 foi questionável, o que gerou, na ocasião, abalizado artigo de protesto do Cardeal Dom Odilo Sherer, é curioso observar como as pesquisas não revelam o crescimento das comunidades católicas que tem provocado a criação de novas paróquias por todo o Brasil, novas comunidades e o crescimento inexplicável de movimentos eclesiais católicos que cada vez mais arrebanham pessoas desanimadas ou desiludias não só religiosamente, mas também com a situação existencial, para não falar das que perderam a fé nas correntes políticas no país. Influenciada pela mentalidade mercantilista de concorrência, muito própria dos regimes capitalistas, causando impressão que somente o critério da maioria é que vale, ou pela mentalidade totalitarista que imprime a crença na força do poder e a desastrosa crença que os fins justificam os meios, gerando violência para impor regimes políticos, as estatísticas pecam contra a verdade enquanto revelam apenas parte da situação.  O prejuízo fica ainda maior, se por trás das pesquisas houvesse interesses ideológicos contrários à religião ou a grupos que incomodem. A Igreja católica, já afirmou o Papa Bento XVI em Aparecida, cresce não por proselitismo, mas por atração. Ela, com sua experiência de dois mil anos de história, já aprendeu a não se assustar com as estatísticas e nem com as interpretações ingênuas. Ela também já aprendeu a reconhecer erros das pessoas humanas que fazem parte de sua comunidade e sabe fazer exame de consciência; sabe inclusive pedir perdão pelas falhas humanas, coisa que não se tem visto em outros grupos religiosos ou não, certamente conscientes que errar não é característica de um só grupo, mas do ser humano como tal. Há os que afoitamente e ingenuamente caem na tentação de prognosticar o fim da Igreja católica, como se fenômenos sociológicos fossem a última palavra em tudo. A história não dá saltos. Ela ensina aos que são mais aptos a realizar análises maduras.

Aos católicos tranqüilizo, recordando que esta situação estatística não é a pior pela qual já passamos. Dou um exemplo: no fim do século XVIII, Napoleão Bonaparte prognosticou o fim da Igreja, quando prendeu injustamente o Papa Pio VI, levando-o como se fosse um criminoso para a França, jogando-o literalmente numa masmorra e gritando como vitorioso: Pio VI e último. Conseguiram os anticlericais franceses da revolução que muitos que professavam a fé católica e inclusive alguns eclesiásticos abjurassem a fé cristã o que provocou profunda dor à Igreja. Mas a história andou por outros caminhos. Sendo eleito o Papa Pio VII em lugar de Pio VI que morreu na masmorra de Napoleão, foi o novo Papa também aprisionado pelo imperialista francês de forma humilhante e desumana. Contudo, em 1814, quando Napoleão perde a credibilidade e a força política, sendo extraditado da Franca, o Papa é liberto e volta para Roma, aclamado em todas as cidades e povoados por onde passava em viagem, glorioso, mas sem se prevalecer de sentimentos de revolta ou de argumentos políticos. A Igreja não se envolve com paixões políticas ou por espírito de disputa, mas age para divulgar a única verdade que vale a pena ser assumida de corpo e alma: Jesus Cristo e sua missão salvadora. Eis o que sempre ensinou a Igreja. Eis o que os jovens têm recebido nas Jornadas Mundiais da Juventude.

Dom Gil Antônio Moreira

Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora - MG


sábado, 10 de setembro de 2011

O 11 de Setembro

 
Em 2001 tivemos o triste fato da destruição das Torres Gêmeas nos Estados Unidos, ocasionando pânico em todo o mundo. Foi a expressão que revelou até que ponto chega a violência entre as pessoas. Como consequência, tivemos a ceifa de tantas vidas.

Diante de um acontecimento como esse, a sensação natural é de vingança. Parece até que não cabe aí a palavra “perdão”. A morte de Bin Laden foi consequência disto. No coração de muita gente brotou um sintoma de alívio, de corte do mal pela raiz.

Não só esse fato, mas sofremos tantos atos de violência todos os dias sejam nos assaltos, nos lares, no trânsito, na ação das quadrilhas defendendo pontos de venda de drogas etc. É sinal de que todos nós estamos na vulnerabilidade.

Fomos criados para a vida e a morte natural. Na verdade, a pessoa humana é patrimônio da humanidade. Não existe para ser objeto de violência e de vingança. Nos ensinamentos de Jesus Cristo, a felicidade passa pelo perdão, “até setenta vezes sete”.


Num mundo de violência e vingança, não é fácil entender o Mistério do Amor de Deus. É o Mistério do Perdão como gesto profundo de gratuidade. Não é a vingança por vingança, que causa cada vez mais violência, deixando o povo sem esperança.

O rancor e a raiva são coisas detestáveis, que prejudicam o relacionamento humano. O perdão é sempre mais forte do que a vingança. Conseguimos usufruir da vida se for na liberdade e no respeito mútuos, no saber entender a diversidade.

Só a justiça é capaz de construir relações novas e um mundo novo. Ela leva ao perdão de qualidade, a gestos de nobreza e de bênçãos de Deus. É a superação do “olho por olho e dente por dente”. Aquilo que as nações não têm conseguido fazer.

A morte e a destruição nos nivelam a todos. Só aí vão cessar o rancor e a raiva. O ensinamento de Deus se apóia na misericórdia e na capacidade do perdão em todas as circunstâncias.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Bispo de São José do Rio Preto - SP


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Natividade de Nossa Senhora - 8 de Setembro




Maria é uma criatura única, e isso já seria um motivo suficiente para levar os crentes a refletirem sobre a sua natividade. Celebramos a festa da natividade de Maria porque “dela surgiu o sol da justiça, Cristo, nosso Deus[1]”.

“Quem é esta que surge como aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, terrível como o exército e bandeiras desfraudadas?” (Ct 6,10). 

O fundo do mar é também o lugar em que habita o dragão[2]. Tal monstro marinho era concebido como uma espécie de serpente (cf. Gn 3), que segundo Apocalipse 20,2 é o diabo e satanás[3]

Ter Fé é bom para a Pátria


A celebração do Dia da Pátria, no aniversário da independência do Brasil, oferece-nos a ocasião para algumas considerações. Como pessoas de fé estamos conscientes de que não temos aqui cidade permanente, mas estamos a caminho da pátria que há de vir (cf Hb 13,14); mas temos também clara consciência de sermos cidadãos deste mundo, com uma pátria que nos acolhe e serve de casa; somos membros de um povo, com o qual nos identificamos e para cujo bem estamos – e devemos estar – inteiramente comprometidos.

É bem verdade que a globalização vai trazendo à tona, sempre mais, a noção da pertença a uma família humana grande e única, com a qual nos devemos sentir ligados e solidários. A própria Igreja, na sua antropologia e no seu magistério social, vai divulgando esta consciência e não poderia ser diferente. Cremos num único Deus e Pai, que a todos quer bem, como a filhos, e quer que vivam como irmãos. Um povo não pode ser indiferente aos outros, nem deixar de se interessar pelo bem e pela sorte sempre mais compartilhada por todos os membros da comunidade humana. Limites territoriais, tradições culturais, diferenças raciais, heranças históricas e interesses econômicos, em vez de contrapostos, deveriam ser cada vez mais conjugados e harmonizados.


A recente Jornada Mundial da Juventude, em Madrid, com a participação de jovens de 170 países diferentes, convivendo em harmonia e solidariedade, e compartilhando os mesmos princípios essenciais, mostrou que o sonho de uma família humana integrada e vivendo em paz não é irreal. A impressão que se tinha, é que todos fossem irmãos, filhos de uma única grande família, onde as diferenças não dividiam, mas somavam e enriqueciam.
Isso mesmo também já pode acontecer em nosso Brasil? Somos um país imenso, com uma variedade muito grande de etnias, tradições culturais, situações locais e regionais, com riqueza e pobreza que se mesclam por toda parte e desníveis sociais ainda imensos, apesar do esforço que já se faz para a superação da miséria e para possibilitar a ascensão social da grande massa de pobres, que o país ainda tem. Nosso país pode ser justo e solidário, como convém aos membros de uma mesma família?

É nisso que acreditamos; e nesta tarefa, todas as pessoas de fé são chamadas a participar com convicção e esperança. Para nós, cristãos e católicos, de modo especial, está claro que a fé não pode ser desvinculada de nossa participação na edificação do mundo, à luz dos valores do reino de Deus. Bom cristão também precisa ser bom cidadão. O ensino social da Igreja traz-nos as diretrizes para traduzir o Evangelho para o nosso viver e agir neste mundo.

Além de cumprir os deveres cívicos, como os demais cidadãos, qual outra contribuição as pessoas de fé podem dar para o bem de um povo? Esta questão mereceria uma longa reflexão, pois nos introduz no próprio sentido da religião, frequentemente questionado. Temos algo de próprio para contribuir para o bem da humanidade e da Pátria. A própria fé em Deus, bem vivida e manifestada publicamente, com as convicções que dela decorrem traduzidas em cultura, é uma contribuição fundamental para o bem comum. A fé bem vivida e testemunhada enriquece o convívio social, de muitos modos.

Quando se dá espaço para Deus, também o homem cresce em importância: sua dignidade, seus direitos e o sentido de sua vida neste mundo são iluminados. Quando se exclui Deus do convívio humano, da esfera privada ou pública, começam a pairar sombras sobre a existência humana e a faltar bases sólidas para os valores e as virtudes e as relações sociais. Ter fé em Deus e manifestá-la abertamente, indo às suas consequências éticas e antropológicas, faz bem à Pátria.

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo - SP


Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 06.09.2011