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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Imaculada Conceição de Nossa Senhora - 08 de dezembro



O dogma da Imaculada Conceição parece fácil porque nós sentimos que Maria é uma pessoa completamente iluminada por Deus, o templo humano em que habita a graça e o pecado não entra. Bem antes de se tornar dogma, o povo já cultuava Nossa Senhora da Conceição. Muitas pessoas acham que Maria imaculada nasceu e viveu tão santa que não tinha as dúvidas, as crises e as dificuldades das pessoas comuns.

Os protestantes não aceitam esse dogma e o criticam duramente. Para as igrejas tradicionais da reforma protestante, o dogma da Imaculada fere os princípios cristãos de que todos somos pecadores e necessitamos da graça salvadora de Deus em Jesus Cristo. Além disso, não é um dogma definido por um Concílio Ecumênico, mas pelo Papa. Eles perguntam que autoridade ele tem para obrigar todos a crerem em algo que não está na Bíblia. Outros protestantes, usando o texto de São Paulo que diz “todos pecaram” (Rm 3,23), afirmam com isso que o dogma vai contra a Bíblia.

A Bíblia não afirma diretamente que Maria é imaculada. Se fosse assim não seria necessário o dogma[1].

Vamos conferir os pontos positivos:

Quando uma criança vem a este mundo, já no útero da mãe está recebendo, em doses distintas, amor e desamor, amor e rejeição, afeto e violência.

Há algo na nossa história que estraga os projetos do Senhor. Nós o chamamos Mistério do Mal e da Iniqüidade. Ele está se espalhando na humanidade e repercute dentro de cada pessoa. Damos a ele o nome de “pecado original”.

Os impulsos do poder, do ter e do prazer e tantos outros puxam a gente, cada um para o seu lado e podem nos afastar de Deus. A teologia chamou essa divisão interna de “concupiscência”. São Paulo lembra que às vezes essa divisão interna que vivemos é que muitas vezes nosso coração quer fazer o bem, mas acabamos fazendo o mal que não desejamos[2].

O dogma da Imaculada Conceição nos diz algo sobre Maria e sobre cada um de nós. Confirma que ela é uma criatura especial que alimenta em nós a esperança na vitória da graça de Deus sobre o mal e o pecado.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

As aparições de Nossa Senhora



Há ocasiões em que há muitos indícios de uma forte presença de Deus, fazendo-nos acreditar que não é algo inventado ou sonhado pelas pessoas. Assim aconteceu em Guadalupe, Lourdes e Fátima.

Em outras ocasiões os sinais são tão confusos que a gente deve desconfiar quando aparecem videntes fanáticos com mensagens esquisitas, que não estão em sintonia com o Evangelho e a Igreja. De qualquer forma, as aparições não são uma comunicação de Deus totalmente pura.

Na mensagem do vidente, sempre vêm misturadas as suas experiências psicológicas e culturais, a visão que ele tem do mundo, a mentalidade da época e tantas outras coisas.

Por isso, a mensagem das aparições não pode ser tomada ao pé da letra, como se fosse uma comunicação “diretinha” de Jesus ou de Maria. A gente deve separar o que nos parece mais próximo de Deus daquilo que é limitação humana.

O fato de ver ou ouvir Nossa Senhora ou Jesus não significa que os videntes têm mais fé do que nós. A fé não precisa de sinais. Para nós importa saber que Deus se serve dessa capacidade extraordinária das pessoas para nos comunicar algo de seu amor.

As aparições não podem ser uma nova revelação de Deus para continuar ou completar o que Jesus Cristo nos deixou. Os videntes destacam alguns aspectos da vida de fé como a conversão, a penitência, a renovação pela opção ao Evangelho e a oração. Embora seja uma forma de comunicação extraordinária, as mensagens das aparições não substituem a Bíblia nem o Espírito Santo que fala no coração de cada cristão e da comunidade.

A gente dificilmente pode afirmar com tal certeza quando uma aparição é verdadeira, mas há alguns critérios que nos ajudam:

Ø    EQUILÍBRIO MENTAL DO VIDENTE: Se a pessoa tem boa saúde psíquica. As aparições vêm por pura graça de Deus e deve acontecer em pessoas mentalmente saudáveis.

Ø    HONESTIDADE DO VIDENTE E DE SEU GRUPO: Por vezes a busca de fama, poder e dinheiro ou a pressão de parentes e amigos acaba provocando aparições falsas nos videntes que como gravadores, passam a repetir mensagens para atrair um grande público.

Ø    A QUALIDADE DA MENSAGEM: A mensagem do vidente deve estar de acordo com o Evangelho e com a caminhada da Igreja. Tem que ser boa notícia, atualização do Evangelho para nós. Se começa a falar mal dos outros, a criticar as pastorais e os movimentos, especialmente os que defendem os pobres, é sinal que vem de Deus, mas do engano, do orgulho e da vaidade.

Ø    OS FRUTOS DAS APARIÇÕES: Se o movimento de uma aparição leva muitos cristãos a viver melhor na fé, na esperança e na caridade é um bom sinal. Nem sempre quando nas aparições acontecem sinais no céu ou milagres indica que a aparição seja divina. Pode acontecer que mesmo que o vidente seja desonesto ou desequilibrado, as pessoas também vejam sinais no sol, na lua, nuvens ou em qualquer coisa da natureza. A força do poder da mente associada à fé pode produzir frutos maravilhosos mesmo que a aparição não seja verdadeira.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Piedade Mariana nas Devoções e Práticas (Parte II)



 A Oração do Rosário

Uma forma de oração mariana praticada ininterruptamente por muitos séculos e sempre encorajada pela mais alta autoridade eclesiástica é a oração do rosário.

A primeira tradição foi o uso muito antigo, atestado já a propósito dos monges egípcios dos primeiros séculos cristãos, de contar as orações orais com a ajuda de grãos ou pedrinhas. Posteriormente lanço-se mão de uma cordinha munida de pérolas ou grãos, enquanto na maioria das vezes a oração repetida ao ritmo desta cadeia era o “pai-nosso”.

A partir do século XII a “ave-maria” difundiu-se sempre mais. Começou-se a repetir-se também esta oração através de cordinhas munidas de nós, e por fim, foi unida ao “pai-nosso”. A contemplação hoje habitual dos 20 mistérios da vida, paixão e glorificação de Jesus Cristo é atestada com certeza a partir de 1480.

Durante séculos a tradição cristã considerou São Domingos como o verdadeiro criador do rosário, mas o certo é que as origens do rosário devem ser procuradas no fundador da Ordem dos Pregadores, no início do século XIII.

Em todo caso, São Domingos e a sua Ordem (dominicana) permaneceram através dos tempos, e até hoje, um símbolo da difusão desta oração por meio da pregação, dos escritos e das associações. Outras Ordens, como a Companhia de Jesus (jesuítas), a adotaram e contribuíram de maneira significativa para a sua difusão em toda a Igreja.


Num tempo de graves perigos provocados pelas heresias e pelo ataque dos turcos contra o Ocidente, São Pio V (1569 e 1571) exortou a cristandade a encontrar conforto no rosário. Depois da grande vitória conseguida na batalha naval de Lepanto, ele acrescentou à virtude desta oração a salvação da cristandade, definiu sua forma, e instituiu o dia 7 de outubro como festa do santo rosário e concedeu uma indulgência plenária aos que o rezassem.

De modo particular, o rosário é ilustrado sob os seguintes aspectos essenciais:

Ø    O rosário é uma oração bíblica;
Ø    Ele faz a resenha dos dados essenciais da história da salvação;
Ø    Está orientado para Cristo;
Ø    Apresenta um caráter meditativo;
Ø    Entre liturgia e rosário existe uma relação profunda.

O Concílio de Éfeso no ano de 431 afirmou: “Quem não confessar que o Emanuel é verdadeiramente Deus e que conseqüentemente a bem-aventurada Virgem Maria é a Mãe de Deus, porque, segundo a carne, deu à luz o Verbo encarnado que procede de Deus, seja excomungado”.

Como afirma o Magnificat, Deus realizou grandes coisas em Maria. Estas grandes coisas nada mais são senão isto: “Maria tornou-se Mãe de Deus”.

A finalidade última e autêntica da oração é o louvor a Cristo, ao passo que Maria abre caminho para Ele.

O que as nossas igrejas e o Cristianismo experimentado cotidianamente parecem oferecer apenas de maneira insuficiente, é procurado por muitos indivíduos nas filosofias e religiões orientais que com freqüência chegam ao homem ocidental sedento de soluções e cheio de problemas confeccionados de maneira sincretista.

Que o indivíduo recorra ao esquema orgânico e fixo de uma oração continuamente repetida não é necessariamente uma coisa de que deva envergonhar-se.

Para compreender realmente a natureza desta oração e experimentar a sua bênção, existe apenas um caminho: aproximar-se dela e rezá-la.

O Terço

Desde o início do Cristianismo, há mais de dois mil anos, os seguidores de Jesus desenvolveram muitas formas de oração. Uma delas, muito conhecida, é a oração vocal ou de repetição[1].

Não se sabe quando os cristãos começaram a rezar a ave-maria como oração vocal. Na Idade Média, monges analfabetos não podiam ler os Salmos e recitavam de memória algumas frases, inclusive a primeira parte da ave-maria que vem do Evangelho de Lucas.

Como há 150 Salmos, eles rezavam no correr do dia o mesmo número de ave-marias, mas só a primeira parte que junta a saudação do anjo com a de Isabel[2]. A segunda parte da ave-maria se espalhou a partir do ano 1480. Embora exista uma lenda que São Domingos tenha recebido diretamente de Maria o rosário, foi um monge que, nos anos 1300 fez a divisão das ave-marias em 15 dezenas com um pai-nosso em cada uma. Mais tarde, outro monge propôs a meditação dos mistérios. E depois, um frade dominicano criou o rosário, dividindo nos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos.

O nome rosário quer dizer uma corrente de ave-marias, como uma coroa de rosas. O Papa João Paulo II, no aniversário de seu pontificado (16/10/2002) incluiu os Mistérios Luminosos no rosário. 

Atualmente o rosário possui duzentas ave-marias e vinte pai-nosso. O terço significa, como a palavra já fala, a terça parte do rosário, ou seja, 50 ave-marias. Um rosário completo tem quatro terços. A devoção do terço é livre. O devoto de Maria reza o terço como lhe guia o coração.

Se há desejo e tem possibilidades, pode rezar mais ave-marias, se lhe falta ocasião, reza menos. Mas deve ser bem rezado, com o coração aberto e boa preparação. Não é bom rezar o terço de forma mecânica, repetindo às pressas as ave-marias, para acabar logo. Os mistérios podem ser enriquecidos com trechos da Palavra de Deus, hinos e canções.

Como acontece com outras devoções, não se deve misturar o terço com a liturgia. Na hora da missa não se reza o terço.

Embora seja tão bom, nenhum católico é obrigado a rezar o terço. Como devoção, rezar o terço não é lei para ninguém, mas um instrumento abençoado.


[1] cf. Mc 14,39; Mt 26,44
[2] cf. Lc 28,42
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Fonte: O Culto a Maria Hoje, Paulinas. (com algumas adaptações).

sábado, 17 de setembro de 2011

Celebrações Marianas da Palavra


A Celebração da Palavra é importante porque a Palavra de Deus domina e determina todo o evento.

A sua revelação definitiva foi trazida por Jesus Cristo, pelo Verbo do Pai, que disse: “Transmiti-lhes as palavras que Tu me comunicastes, e eles a receberam” (Jo 17,8).

“Deus nos fala na leitura, nós lhe respondemos em nossas orações. Se ouvimos a Sua Palavra e obedecemos a elas, Aquele a quem rezamos habita em nós” (Santo Agostinho).

A Palavra de Deus escolhida de acordo com o mistério festivo é a coisa principal e mais importante. Ela se reveste da dignidade do anúncio, porque do anúncio depende a audição e somente o anúncio permite ao espírito e à vida da Palavra suscitar a fé.

O anúncio e a pregação abrem os ouvidos e, através da audição, o homem chega à fé[1]. O ouvido é a porta do espírito.

“Fala para que eu possa ver-te”, isto é, através da palavra pronunciada, o homem revela quem ele é. De qualquer forma, a audição permanece o ato livre do homem. É este que decide se acolhe ou rejeita a Palavra, e a sua decisão tem necessidade de ser precedida pela reflexão.

A pastoral tem o dever de exercitar a Comunidade no silêncio, e o pastor de almas deve ser o primeiro a estar convencido de que o silêncio é “insubstituível”.

Onde acaba a palavra, começa naturalmente o silêncio. Mas ele não começa porque a palavra acaba. Palavra e silêncio são inseparáveis. A palavra conhece o silêncio, assim como o silêncio conhece a palavra.

O silêncio é um sinal distintivo do Amor de Deus. Que o mistério sempre difunda diante de si uma esfera de silêncio. Dessa forma, o homem é exortado a criar em torno de si uma esfera de silêncio para poder aproximar-se do mistério.

Palavra e resposta, audição e prática, eis, em todo caso, a estrutura de qualquer Celebração da Palavra. A resposta do homem dá testemunho de que Deus lhe dirigiu a Palavra e tornou tal Palavra eficaz nele. A vida entregue a Deus, vivida a serviço de Deus e em testemunho de Deus é uma vida que brota da fé. A fé, porém, é aquela audição por meio do qual o homem acolhe a Palavra reveladora de Deus na esfera da própria intimidade pessoal, a fim de tornar as próprias decisões em virtude dela... Conseqüentemente nesta vida para Deus – na medida em que ela é resposta – ressoa sempre também a Palavra Divina.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Natividade de Nossa Senhora - 8 de Setembro




Maria é uma criatura única, e isso já seria um motivo suficiente para levar os crentes a refletirem sobre a sua natividade. Celebramos a festa da natividade de Maria porque “dela surgiu o sol da justiça, Cristo, nosso Deus[1]”.

“Quem é esta que surge como aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, terrível como o exército e bandeiras desfraudadas?” (Ct 6,10). 

O fundo do mar é também o lugar em que habita o dragão[2]. Tal monstro marinho era concebido como uma espécie de serpente (cf. Gn 3), que segundo Apocalipse 20,2 é o diabo e satanás[3]

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nossa Senhora Rainha



 
Naturalmente, não podemos colocar em pé de igualdade o título de Maria e o de Cristo. O título dado a Maria não é de origem bíblica e não é aplicado a ela sob o mesmo aspecto com que é aplicado ao Filho, cuja figura e obra muito cedo se apresentaram aos discípulos como legitimamente catalogáveis sob o título honorífico de Rei [1].

Não é possível afirmar nenhuma concorrência entre a posição de Cristo e a de sua mãe. Isso leva a formular expressões e a estabelecer relações que hoje podem parecer exageradas, como quando afirmam a respeito de Maria: “Ao lado do Rei e do Filho, reinas como Rainha para sempre”.

Maria pode ser chamada Rainha porque, enquanto mãe e serva do Senhor mostrou-se digna de sua sublimidade. Por isso, o título de Rainha é somente a transposição da maternidade de Maria para o plano elevado, do sublime, do grandioso, que suscita no homem temor e assombro diante desta maternidade.

Ave, Rainha dos Céus,
Ave, Rainha dos Anjos;
Salve Porta; Salve Raiz da Salvação;
Traze ao mundo a Luz.
Alegra-te, Virgem Gloriosa,
Bela entre todas as mulheres.
Salve, ó toda santa,
Pede a Cristo, Senhor, por nós.

Quando imploramos à Rainha do Céu para que interceda por nós, ela, com o dom da graça que lhe foi concedido, torna-se para nós a serva humilde a quem o Todo-Poderoso dirige o olhar[2].


[1] Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel” (Jo 1,49).

[2] Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações” (Lc 1,48-51).
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Fonte: Livro - O Culto a Maria Hoje, Edições Paulinas (exceto as citações bíblicas).