domingo, 4 de setembro de 2011

Grito dos Excluídos: uma mobilização nacional pelos direitos do povo brasileiro.


Ao longo desta semana, de 1º a 7 de setembro, todas as regiões do país celebram a 17ª edição do Grito dos Excluídos, cujo lema é “Pela vida grita a terra... Por direitos todos nós”. Trata-se de um conjunto de manifestações populares carregada de simbolismo, aberta às pessoas, grupos, entidades, Igrejas e movimentos sociais comprometidos.
 
Três são os objetivos da mobilização nacional: denunciar o modelo político e econômico que concentra riquezas e condena milhões de pessoas à exclusão social; tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; e por último, propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social.

48agdomdemetrioRealizado desde 1995, o Grito dos Excluídos teve origem no então Setor Pastoral Social da CNBB, cujo presidente na época, era o bispo de Jales (SP), dom Luiz Demétrio Valentini. Para ele, os 17 anos de realização do Grito mostram sua força e modelo eficiente para propor discussões em torno dos problemas sociais do país. O bispo elenca algumas das bases que sustentam a mobilização por tantos anos.

“Sua ligação com a temática tratada pela Campanha da Fraternidade a cada ano, depois a vinculação com a CNBB, a convocação para o dia da pátria, da Independência; o resgate de valores da cidadania”, sublinhou. Tem contribuído também para o crescimento do Grito as reflexões sobre temas essenciais para a vida da democracia brasileira.

“A cada ano somos levados a refletir sobre os gritos que se levantam e que precisam ser ouvidos; somos chamados a dar respostas conscientes para a nossa pátria, como em relação às drogas e à juventude que é traiçoeiramente envolvida por ela, tendo em vista que a população brasileira corre perigo; o grito muito forte contra a corrupção política, que se estende por tanto tempo e, em relação à natureza, que precisa ser cuidada”, enumerou.

ari_albertiO membro da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, Ari Alberti, destaca que o Grito tem um papel muito forte de conscientização e envolvimento da população brasileira. “É uma forma de dizer que não queremos apenas ver no dia da pátria, passivamente, o desfile de soldados e armas de guerra, mas queremos participar e exigir os nossos direitos e uma sociedade igual para todos”. Segundo Alberti, o evento tem crescido nos últimos anos e recebido adesão de muitas cidades, como exemplo o município de Jundiaí, no interior de São Paulo, que vai realizar o Grito pela primeira vez.

“O Grito dos Excluídos é hoje uma realidade nacional e acontece em todos os estados, além de receber adesão de novas cidades todos os anos. É um processo de construção coletiva que não se esgota no evento, mas há um antes, um durante e um depois com consequências para a vida das pessoas”, afirmou.

As atividades desenvolvidas na Semana da Pátria são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos.

Histórico

O Grito dos Excluídos teve origem no então Setor Pastoral Social da CNBB. Sua primeira edição deu continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade de 1995, cujo tema foi “Fraternidade e Excluídos” e lema foi “Eras, tu, Senhor”.

Por outro lado, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira, realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema “Brasil, alternativas e protagonistas”. Ou seja, o Grito é promovido pela Pastoral Social, mas, desde o início, conta com numerosos parceiros ligados às demais Igrejas do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), aos movimentos sociais, entidades e organizações.

O pressuposto básico do Grito é o contexto de aprofundamento do modelo neoliberal como resposta à crise generalizada a partir dos anos 70 e que se agrava nas décadas seguintes.
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Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/7521-grito-dos-excluidos-uma-mobilizacao-nacional-pelos-direitos-do-povo-brasileiro

sábado, 3 de setembro de 2011

Ninguém vai a Jesus se não for atraído pelo Pai (cf.Jo 6,65).


O capítulo 6 do evangelho de João começa dizendo que "grande multidão seguia Jesus, porque via os sinais que ele operava sobre os enfermos" (Jo 6,2). A frase de Jesus é muito importante para aqueles que pensam que para serem da Igreja, basta estar na igreja, quando na verdade, para Cristo não importa a quantidade de seguidores que uma igreja possa ter, inclusive recordo a recente matéria dos jornais que indicavam a redução do número de católicos e o aumento de ateus e protestantes das diversas denominações no Brasil.No entanto, após Jesus dizer "Ninguém pode vir a mim, se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65), aconteceu que "Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele" (Jo 6,66). E o que Jesus fez? Se retratou? Não! Ao contrário, voltou-se para os doze e disse: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67). Essa pergunta é para nós hoje.

O mundo tem passado por muitas transformações e a religião também! Muitos pensam que para ir para a Igreja precisam "aceitar Jesus" e pronto! Já estão salvos, eleitos e santos (mais que os outros!). Engano. Repito a frase de Jesus: "Ninguém pode vir a mim, se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65). O número de cristãos no Brasil, embora lentamente, está em decadência. É verdade que nossas comunidades religiosas por vezes fazem coisas que afastam as pessoas de Jesus. Mas Jesus pergunta a nós que ainda estamos: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67). E a pergunta de Jesus é muito importante pois a quantidade de pessoas que se dizem cristãs e não são cristãs é imensa! Nossa Igreja precisa de mais bancos vazios! E por que? Por que se os bancos estão vazios é por que os cristãos saíram do seu comodismo e decidiram evangelizar, e evangelizar é ir ao povo em vez de ficar na igreja esperando o povo vir, como faziam os mestres da Lei.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia 2011 com o estudo do Livro do Êxodo

“Desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo”, com essa frase, de São Jerônimo, que a Igreja celebra, nesse mês de setembro, o Mês da Bíblia. Neste ano, o estudo proposto pela Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), será o Livro do Êxodo, capítulos 15,22 a 18,27, que é conhecido como o “Livro da Travessia”.

O Mês da Bíblia tem como tema “Travessia, passo a passo, o caminho se faz”, e o lema “Aproximai-vos do Senhor”.

O presidente da Comissão para a Animação Bíblico-catequética e arcebispo de Pelotas (RS), dom Jacinto Bergmann, escreveu uma mensagem para toda a comunidade cristã que celebra o Mês da Bíblia.

Dom Jacinto pede que todos procurem viver intensamente o esse mês, em todas as comunidades cristãs espalhadas pelo território nacional. “Que bom que temos um Subsídio elaborado pela Comissão para a Animação Bíblico-catequética, que, usado em nossos Grupos Bíblicos, nos ajudará a conhecer e interpretar, a comungar e orar, a evangelizar e proclamar a Palavra de Deus e assim caminharmos sempre mais para uma verdadeira animação bíblica da pastoral, formando entusiastas discípulos missionários de Jesus Cristo”, destacou.

O Subsídio

O Subsídio apresenta vários textos para estudo, reflexão, oração e prática para o Mês da Bíblia de 2011. Não pretende dizer tudo, mas apontar pistas para o trabalho individual e comunitário. Foi pensado como material de apoio, isto é, traz elementos informativos a serem desenvolvidos posteriormente e indica também roteiros práticos, que podem orientar grupos de reflexão e leitura orante sobre o assunto.

Leia abaixo a íntegra da mensagem de dom Jacinto Bergmann, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética da CNBB.

Mês da Bíblia

Mês de Setembro para a nossa Igreja no Brasil já é, por uma bonita tradição, sinônimo de MÊS DA BÍBLIA. O grande São Jerônimo, presbítero e doutor, cuja memória celebramos no final do mês de setembro, dia 30, nos motivou desde o início e motiva ainda hoje para a dedicação do mês de setembro inteiro para ser o da Bíblia. Sabemos da importância do trabalho bíblico de São Jerônimo realizando a tradução da Vulgata; e sua frase é emblemática: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo”.

Também já é uma bonita tradição, a CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, oferecer um tema para o Mês da Bíblia para o estudo, a reflexão, a oração e a vivência da Palavra de Deus. O tema pode girar ou em torno de trechos bíblicos, ou de um Livro bíblico, ou até de um conjunto de Livros bíblicos. A escolha do tema para o Mês da Bíblia deste ano de 2011, concentrou-se no trecho do Livro do Êxodo, capítulos 15,22 a 18,27, que é conhecido como o “Livro da Travessia”. É necessário olharmos as etapas da travessia desértica do Povo de Deus, saindo do Egito e buscando a Terra Prometida: as dificuldades enfrentadas pelo Povo de Deus, tanto os problemas da natureza, quanto os desafios oriundos pela convivência humana, criaram a necesidade de enraizar e vivenciar a fé, a esperança e o amor em Deus. Queremos aprender com o Povo de Deus a realizarmos a nossa travessia de discipulado e missão. Eis, pois, o tema tão propício para o Mês da Bíblia de 2011: “Travessia, passo a passo, o caminho se faz”. Mas, o fundamental em tudo isso, é estar próximo ao Senhor Deus. Assim, do capítulo 16, versículo 9, é tirado também o lema: “Aproximai-vos do Senhor”.

Vamos viver intensamente o Mês da Bíblia em todas as nossas comunidades cristãs espalhadas pelo território nacional. Que bom que temos um Subsídio elaborado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, que, usado em nossos Grupos Bíblicos, nos ajudará a conhecer e interpretar, a comungar e orar, a evangelizar e proclamar a Palavra de Deus e assim caminharmos sempre mais para uma verdadeira ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL, formando entusiastas discípulos missionários de Jesus Cristo.

Dom Jacinto Bergmann,
Arcebispo de Pelotas e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética

Encontro de Cura e Libertação


 A Comunidade Católica Missão Eterna Aliança - RCC, convida todos para o encontro com o tema: "Vai, a tua fé te salvou" (Mc 10,52). Neste domingo, 04/09, das 8 às 18h no Centro de Ensino Almirante Tamandaré.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Juventude Forania de Nazaré - Tarde de Espiritualidade



Convida toda a coordenação de grupos de jovens, pastorais e movimentos neste sábado, 03 de setembro, às 14h na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré - Cohatrac. Vá e participe!!

Dalila e pecados do poder

 “Sansão enamorou-se de uma mulher que habitava no vale de Sorec, cujo nome era Dalila. Então os chefes filisteus foram procurá-la e disseram-lhe: ‘Seduze Sansão e descobre donde lhe vem essa força enorme, e como poderíamos vencê-lo e subjugá-lo. Se fizeres isso, te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata’. Dalila perguntou então a Sansão: ‘Dize-me, eu te rogo, donde vem a tua força enorme? Com que deveriam amarrar-te para ficares subjugado?’ Respondeu-lhe Sansão: ‘Se me amarrassem com sete cordas de arco, novas e ainda não curtidas, ficaria fraco e seria como qualquer outro homem’.

Os chefes filisteus levaram a Dalila sete cordas de arco, novas e ainda não curtidas, com as quais ela o amarrou, enquanto alguns homens se emboscaram no quarto. Dalila gritou: ‘Sansão, os filisteus!’ Mas ele despedaçou as cordas como se despedaça um fio de estopa chamuscada pelo fogo, e o segredo de sua força ficou desconhecido. Dalila disse a Sansão: ‘Zombaste comigo, contando-me mentiras. Conta-me agora, por favor, com que te deveriam amarrar. Ele respondeu: ‘Se eu for amarrado com cordas grossas, novas e ainda não usadas, ficarei fraco e serei como qualquer outro homem’. Dalila tomou cordas grossas novas, amarrou-o com elas e, na presença dos homens emboscados no quarto, gritou: ‘Sansão, os filisteus!’ Mas ele despedaçou as cordas de seus braços como se fossem fios. Dalila disse a Sansão: ‘Até agora zombaste comigo e me contaste mentiras. Conta-me como deveriam amarrar-te!’ Sansão respondeu: ‘Se teceres as sete tranças de minha cabeleira com a urdidura de um tear e as fixares com um pino, ficarei fraco e serei como qualquer outro homem”. Ela o fez dormir, teceu as sete tranças de sua cabeleira com a urdidura, fixou-as com um pino e gritou: ‘Sansão, os filisteus!’ 


Despertando do sono ele arrancou o pino do tear e a urdidura. Então ela lhe disse: ‘Como podes dizer que me amas, se não confias em mim? Três vezes já me enganaste, não me revelando de onde vem tua enorme força’. Como ela o importunasse e insistisse todos os dias com suas lamúrias, ele caiu num desespero mortal e acabou revelando-lhe todo o segredo: ‘A navalha’, disse, ‘jamais passou sobre minha cabeça, porque sou consagrado a Deus desde o ventre de minha mãe. Se raparem minha cabeça, minha força me abandonará e eu ficarei fraco, igual a qualquer outro homem’. Percebendo que ele lhe havia contado todo o seu segredo, Dalila mandou chamar os chefes dos filisteus: ‘Vinde todos aqui, porque desta vez Sansão me contou todo o seu segredo’. Eles acorreram, trazendo o dinheiro que haviam prometido. Dalila fez Sansão adormecer no colo e chamou um homem, que cortou as sete tranças de Sansão. Este foi enfraquecendo e de repente sua força o abandonou. Então Dalila gritou: ‘Sansão, os filisteus!’ Despertando do sono, ele pensou: ‘Sairei desta como das outras vezes e me livrarei’. Mas ele não sabia que o Senhor o havia abandonado. Os filisteus agarraram-no e em seguida furaram-lhe os olhos. Depois, levaram-no a Gaza, preso com duas correntes de bronze, e o puseram na prisão, a girar a mó do moinho.’ (Jz 16, 4-20)”


No Antigo Testamento, a participação de mulheres, na sua relação com homens que têm poder político, revela a consciência de pertença ou não ao povo hebreu. Ester e Dalila são dois exemplos.” Ester é escolhida para ser mulher do Rei Assuero: “Procura-se outra rainha entre as mais belas jovens de todas as províncias do Império, sendo escolhida a hebreia Hadassa, sobrinha de Mardoqueu. Hadassa recebe o nome persa de Ester.” Perante o Rei, Ester defende o povo hebreu de acusações que o levariam à morte. (cf. Est 7,1-10) Dalila: ao trair Sansão, traiu o seu povo. 

“Sua residência em Sorec permitiria não considerá-la nem hebreia nem filisteia, mas a narrativa leva a pensar que tenha sido hebreia.” Dalila não tinha poder político, mas tinha poder de sedução; os filisteus, por sua vez, tinham poder político e financeiro e, assim, praticam o crime do suborno.

É muito comum a prática do suborno, de parte de pessoas que têm poder político e econômico, enquanto buscam, de forma inescrupulosa, a concretização de seus intentos que, via de regra, envolvem dinheiro e posição social. Esse problema, cada vez mais acentuado na administração pública, tornou-se um vício na vida de funcionários de carreira e de burocratas de ocasião. O suborno sempre fere a ética e atinge a justiça. Fere a ética porque manipula pessoas, normalmente, em situações de fragilidade e necessidade e, assim, as induz ao mal. O suborno fere a justiça porque sempre causa um prejuízo social. O suborno fere a justiça porque sempre causa um prejuízo social. A população brasileira conhece muito bem esse problema, através de denúncias da midia, de relatórios de orgãos públicos de fiscalização e controle e de instituições da sociedade civil. 


Dom Genival Saraiva
Bispo de Palmares - PE

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

São Luís - Rei de França (Padroeiro da Cidade de São Luís - MA)


São Luís nasceu no castelo de Poissy, a 30 quilómetros de Paris, a 25 de Abril de 1214 ou 1215, dia de procissões solenes do dia de São Marcos. A sua infância terá sido influenciada pela figura do seu pai que, unindo o zelo pela religião à bravura marcial que lhe valeu o cognome de o Leão, subjugou os cátaros do sul da França. 

Particularmente zelosos da sua educação, os pais de Luís IX deram-lhe bons preceptores: Mateus II de Montmorency, Guilherme des Barres, conde de Rochefort, e Clemente de Metz, marechal da França, inspiraram-lhe os sentimentos de um rei cristianíssimo e filho da Igreja.
Com a morte do seu pai em 8 de Novembro de 1226, Luís IX subiu ao trono aos 12 anos de idade. Foi sagrado na catedral de Reims por Jacques de Bazoches, bispo de Soissons, em 30 de Novembro do mesmo ano.

Por testamento de Luís VIII, a mãe do jovem monarca assumiu a regência de França com o título de «baillistre», guardião da tutela do rei. De personalidade forte, Branca de Castela encarnava a glória de ser filha, sobrinha, esposa, irmã e tia de reis.
Durante a menoridade de Luís IX, a rainha mãe enfrentou as ambições da Inglaterra e as pressões da nobreza do reino, que desejavam valer-se da pouca idade do soberano para retomar os direitos perdidos para os monarcas do último século.


Delicado, louro e de olhos azuis, Luís atingiu a maioridade a 25 de Abril de 1234 mas continuou a manter a mãe numa posição de confiança e poder. Esta organizou o seu casamento, realizado no dia 27 de Maio de 1234, na catedral de Sens, pouco depois de o rei completar 20 anos. A esposa escolhida foi Margarida da Provença, a filha mais velha de Beatriz de Sabóia e do conde Raimundo Berengário IV da Provença e de Forcalquier, e irmã de Leonor, esposa de Henrique III da Inglaterra.

Este reinado foi um período de paz e prosperidade para a França, mas também de excepcionais zelo religioso e intolerância, com a intenção de conduzir o povo francês à salvação da alma. São Luís não negligenciava o cuidado dos pobres, proibiu o jogo e a prostituição e punia a blasfémia. As punições estipuladas eram tão rigorosas que o papa Clemente IV julgou ser necessário atenuá-las.

Outro dos traços em que a religiosidade deste monarca se manifestou foi na aquisição da coroa de espinhos e de um fragmento da cruz da crucificação de Jesus Cristo, em 1239-1241, a Balduíno II, imperador de Constantinopla, por 135.000 libras. Para estas relíquias mandou edificar a capela gótica de Sainte-Chapelle no coração de Paris, que curiosamente só custou 60.000 libras para construir. Sob este reinado foram também construídas as catedrais de Amiens, Rouen, Beauvais, Auxerre e Saint-Germain-en-Laye.

O monarca francês era zeloso da sua missão de «lugar-tenente de Deus na Terra», da qual fora investido na sua coroação em Reims. De forma a cumprir este dever organizaria duas cruzadas e, apesar de ambas terem fracassado, contribuiram para o seu prestígio. Os seus contemporâneos não teriam compreendido se um rei tão poderoso e piedoso não fosse libertar a Terra Santa.

Em 1244 Luís IX caiu gravemente enfermo de disenteria, a ponto de alguns terem como certa sua morte. Foram organizadas vigílias, procissões e outros actos religiosos pela sua convalescença, e o próprio monarca fez então um voto: caso sobrevivesse, partiria em cruzada para libertar o Santo Sepulcro.

Quando recuperou a saúde, em 1248, apesar das oposições da Corte, cumpriu o que havia prometido. Preparou um grande exército e, por várias vezes, comandou as cruzadas para a Terra Santa. Mas em nenhuma delas teve êxito. Primeiro, foi preso pelos muçulmanos, que o mantiveram no cativeiro durante seis anos. Depois, numa outra investida, quando se aproximava de Tunis, foi acometido pela peste e ali morreu, no dia 25 de agosto de 1270.
Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu corpo repousa na Abadia de Saint-Denis.

O culto deste santo foi juridicamente examinado e aprovado pelo papa Bonifácio VIII, que o canonizou em 1297 com o nome de São Luís da França. São Luís é considerado o modelo do monarca cristão. 

Franciscano Secular, de vida e coração, soube ensinar às gerações vindouras a arte de bem governar ao serviço do Povo. São do seu testamento espiritual - indelével legado ao seu filho - as seguintes ilustradas palavras:

«Guarda, meu filho, um coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos e, quanto puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receber maiores. Em relação a teus súbditos, sê justo até o extremo da justiça, sem te desviares; e põe-te sempre de preferência  da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os teus súbditos sejam protegidos pela justiça e pela paz».

Muito do que actualmente se sabe sobre a vida de São Luís foi o que ficou registrado por Jean de Joinville, o seu principal biógrafo com a obra «A Vida de São Luís». Jean de Joinville era amigo, confidente e conselheiro do rei, e também foi uma das principais testemunhas no processo de canonização em 1297 pelo papa Bonifácio VIII. Duas outras biografias importantes foram escritas pelo confessor do rei, Godofredo de Beaulieu, e pelo seu capelão, Guilherme de Chartres, Grão-Mestre da Ordem dos Templários. A quarta notável fonte de informação é a biografia de Guilherme de Saint-Pathus, escrita usando o inquérito papal sobre a vida do rei para a sua canonização.
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Fonte: http://www.ofs.pt/s_luis.html
OBS: O texto está escrito conforme a gramática da língua portuguesa de Portugal.

Teólogo Protestante deseja que o Papa lidere os Cristãos

O teólogo protestante Reinhard Frieling defende que o papa Bento XVI seja nomeado líder honorário de todos os cristãos. A proposta surge poucas semanas antes da visita do líder católico a Alemanha.

A informação é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 23-08-2011.

"O sonho da comunhão de todos os cristãos pode se tornar realidade se os protestantes oferecerem ao papa o papel de chefe honorário da cristandade", disse o ex-líder do Institute Kundlichen, de Bensheim. Para o professor emérito da Universidade de Marburg, o papa poderia “falar em nome da cristandade em situações extraordinárias”. Ele argumentou que uma liderança comum daria crédito ao cristianismo como mensagem.
Se a proposta se viabilizar, o aniversário da Reforma em 2017, com seus 500 anos, poderá ser a ocasião certa para concretizar a visão, baseada em sua opinião do papa já ser "porta-voz para todos os cristãos." O teólogo protestante sugere que as igrejas da Reforma abandonem sua "auto-suficiência" e assumam as "corajosas consequências ecumênicas".
Essa proposta lembra a que foi feita pelo bispo Johannes Friedrich, da Igreja Luterana da Baviera, há dez anos. Friedrich argumentava que o papa poderia ser aceito como porta-voz do cristianismo mundial como serviço ecumênico de unidade..

A visita do papa a Alemanha está prevista para os dias 22 a 25 de setembro, e inclui as cidades de Freiburg Berlim, com um discurso diante do Bundestag (Parlamento) alemão, e uma reunião com representantes da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) no mosteiro agostiniano em Erfurt.
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