terça-feira, 9 de junho de 2020

Emissoras católicas apoiadas por arcebispo se defendem: “Não houve barganhas”.



Após uma videoconferência entre membros da Frente Parlamentar Católica com o presidente da República Jair Messias Bolsonaro, na qual participaram representantes de alguns veículos de comunicação católicos, setores da mídia brasileira afirmaram que o colóquio teria sido ocasião de barganhas de favores políticos entre as mídias católicas e o presidente brasileiro. Esta semana representantes de algumas das emissoras que participaram da reunião e um Arcebispo emitiram notas afirmando que a imprensa distorceu os fatos.

A mencionada reunião ocorreu no mês passado. O colóquio tinha como propósito unir forças entre governo e mídias católicas para dar continuidade a iniciativas a favor da vida e da família, além de promover ações sociais, educativas e de evangelização para a população.

Uma das emissoras que participou na videoconferência, a TV Século 21, afirmou através de sua assessoria de imprensa que a narrativa de que houve proposta de troca de favores por verba “é uma inverdade”. Segundo o comunicado, o fundador da TV católica, padre Eduardo Dougherty, SJ, “em nenhum momento propõe-se troca de favores ao Governo ou pede-se apoio em troca de verbas”.

Pe. Dougherty esteve na reunião com o presidente e sua nota refere-se a uma matéria veiculada no último sábado, 6, no jornal O Estado de São Paulo que levava o título:“Por verbas, TVs católicas oferecem a Bolsonaro apoio ao governo”.

A informação do diário paulistano foi replicada por outros veículos que também alegaram que representantes de mídias Católicas teriam oferecido ao presidente Bolsonaro apoio em seus canais e estações de rádio em troca de verbas públicas.

A notícia gerou desconcerto entre os católicos e levou a Comissão Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a emitir uma nota na noite do mesmo dia condenando a prática de barganhas de favores.

Citando a matéria do Estado de São Paulo, a Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB afirma que “A Igreja Católica não faz barganhas” e acrescenta que a instituição não foi convidada para a videoconferência. “A Igreja Católica estabelece relações institucionais com agentes públicos e os poderes constituídos pautada pelos valores do Evangelho e nos valores democráticos, republicanos, éticos e morais”, afirma o texto.

Um dos representantes criticados pela mídia brasileira foi o Padre Reginaldo Manzotti, que desenvolve um reconhecido apostolado nos meios católicos através da rádio e da televisão na fundação “Evangelizar é preciso” e que foi defendido pelo arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo.

Em uma carta ao clero diocesano de capital paranaense, ao qual pertence o Padre Manzotti, Dom Peruzzo afirma: “A reportagem do Estadão foi inteligentemente malévola: divulgou o acontecimento com grande tardança e os apresentou em distorções grosseiras. Pareceu maldade encomendada”, analisou.

O prelado explicou que permitiu a participação do padre Manzotti porque entende que é preciso manter canais de diálogo uma vez que “no segmento das comunicações, quase tudo depende de autorização governamental. Qualquer meio de comunicação de rádio ou TV é concessão do Estado”.

“Outros grandes jornais do país também acompanharam e nada publicaram. Acaso o Estadão é o único “concessionário da lucidez”, criticou ainda o arcebispo.

“É uma pena que chamaram de barganha o que e quem nada barganhou. Basta verificar e acompanhar toda a reunião. Quem barganhou? (…) Impressiona o grau de desfiguração intencionada dos fatos. Vivemos tempos em que parece natural sofisticar a maldade”, denunciou o prelado. 

A videoconferência durou aproximadamente uma hora e os participantes fizeram suas colocações num tempo restrito, com o objetivo de abrir um canal de diálogo com o líder do Executivo num somatório de forças benéfico para toda a população. A pauta incluiu a denúncia das tentativas de aprovação do aborto pela via do Supremo Tribunal Federal e uma discussão de ações a favor da educação, da vida humana e da promoção dos valores.

A reunião também destacou a criação da Secretaria Nacional da Família e de programas do Ministério da Educação que possibilitam que o material didático que os filhos recebem nas escolas conte com a supervisão dos pais.

Esta sinergia entre governo e mídias católicas visando a promoção de valores e a educação fica ainda mais clara nas palavras do proprietário da Rede Vida de Televisão, João Monteiro de Barros Neto, um dos convidados, quem afirmou que a Rede Vida pretende utilizar o recurso da multiprogramação (liberado recentemente pelo governo federal) para ajudar na educação das crianças brasileiras, por ora impossibilitadas de frequentar a escola devido à pandemia causada pelo novo coronavírus.

“Nós queremos muito colaborar com a comunicação verdadeira. A Rede Vida vai utilizar esse recurso para ajudar o povo brasileiro na área da educação, nós vamos começar a dar aula para o Fundamental 1. Acreditamos na transformação da sociedade pela comunicação”, disse João Monteiro.

Através das redes sociais o Padre Joãozinho repreendeu com veemência:

“Acho que tem algum analfabeto funcional aí na redação do Estadão. Falta leitura e interpretação de texto. Assisti toda a reunião e não vi nenhuma proposta de barganha! Estou errado?"

Os participantes também reforçaram a importância de expandir os meios de comunicação para alimentar a alma dos fiéis com a proclamação do Evangelho, uma necessidade dos católicos sentida particularmente nestes dias por conta do isolamento social e do fechamento temporário de igrejas em algumas dioceses. Os representantes reforçaram que existem lugares do país que são alcançados apenas por essas emissoras.

Como as obras missionárias e caritativas da Igreja, que respondem pela maior parte das ações sociais do Brasil também foram afetadas pela falta de recursos, os líderes católicos realçaram a importância do auxílio governamental para as santas casas e demais ações beneficentes, muitas delas promovidas pelas emissoras católicas. Os participantes agradeceram ao presidente por estes apoios, concedidos muito tempo antes da reunião, e que permitiram que milhares de brasileiros se beneficiassem das caridades católicas durante a pandemia.

Bolsonaro, que cresceu numa família católica, recordou com afeto as lições de catecismo dadas na sua infância e reconheceu o valor das obras de evangelização e ação social das entidades católicas participantes na reunião.

Católicos descontentes com Bolsonaro promovem boicote às emissoras católicas

Depois da reportagem do Estadão acusando TVs Católicas de fazer uma suposta barganha com o presidente em troca de apoio, a CNBB fez uma nota os criticando, e desde então muitos católicos, por serem simpáticos à esquerda e contra o atual governo, começaram a promover campanhas de boicote às TVs Católicas, entre elas a TV Canção Nova, Rede Vida, TV Século XXI, Rede Vida, TV Pai Eterno, TV Evangelizar e Aliança de Misericórdia. 
_________________________
Templário de Maria/ ACI Digital

Nenhum comentário:

Postar um comentário