sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Faculdade oferece curso de "teologia gay", para promover "inclusão"


Uma das faculdades mais elitistas dos Estados Unidos vai oferecer este ano um curso chamado “Queering the Bible” [Leitura queer da Bíblia]. O termo ‘queer’ não tem tradução exata em português, que literalmente seria ‘estranho’ mas já passou a ser usado para referir-se a gays ou simpatizantes da causa homossexual.

Conforme o Christian Post, o Swarthmore College, na Pensilvânia, que oferece graduação em Estudos da Religião e figura entre os melhores no ranking de educação dos Estados Unidos, criou o curso teológico para promover visões “queer e trans” na interpretação dos textos bíblicos, usando uma “abordagem teórica inclusiva”. O responsável pelas aulas de “teologia gay” será Gwynn Kessler, que tem um Ph.D. em Estudos Bíblicos do Seminário Teológico Judaico de Nova York.


O material divulgado diz que o objetivo é “desestabilizar pressupostos sobre o que a Bíblia e a religião dizem sobre gênero e sexualidade”. Ele propõe ainda “abordagens teóricas pós-modernas, feministas e queers” da teologia.


Não foram anunciados quantos alunos farão inicialmente o curso no Swarthmore College, que foi fundado pelos protestantes Quakers em 1864. Entre taxas de matrícula e mensalidades, o custo é de U$ 50.822 por ano.


A denominação quaker, também conhecida por Sociedade Religiosa dos Amigos são parte de um movimento do século 18, que nas origens defendia o pacifismo e a vida simples, com destaque para seus ensinamentos sobre pureza moral e a rejeição da “apostasia” da Igreja Anglicana.

O anúncio do curso de “Queering the Bible” gerou muitas críticas. Emir Caner, presidente da Universidade Truett-McConnell, uma instituição batista conservadora da Geórgia, afirmou que esse era um sinal dos tempos, que visava atrair jovens que já possuem ideias distorcidas sobre o cristianismo. “Embora não fiquei surpreso em saber que as pessoas ímpias corrompem as Escrituras, talvez haja um arco-íris no final da tempestade quando algum aluno ler João 3:16 e reconheça o amor incondicional de Deus por eles através de Jesus Cristo”, alfinetou. “Esses alunos clamam ter uma mente aberta, mas precisam da convicção do Espírito Santo para salvá-los da doutrinação teológica liberal, pois só assim poderão conhecer o Deus Verdadeiro e serem transformados”.


Robert Jeffress, pastor da Primeira Igreja Batista em Dallas, e uma das mais influentes vozes teológicas conservadoras na atualidade, disse que associar Deus com o termo “queer” é uma forma de “idolatria moderna”.


“Quando você lê a Bíblia com seriedade, descobre que Deus decretou a condenação mais severa para indivíduos e nações que praticavam a idolatria, criando um deus imaginário que se conformava com a imoralidade de sua cultura”, disparou.


Alguns teólogos desafiaram a Swarthmore a criar cursos que ofereçam uma “leitura queer” do Alcorão, mas a escola não se manifestou sobre o assunto.


A ideia de uma “teologia queer” não é nova. Criada na década de 1960, ganhou popularidade há cerca de 15 anos pelo trabalho do pastor transexual Shannon T.L. Kearns. Em entrevista à revista Vice, ele explicou: “A teologia queer não busca analisar se as pessoas LGBT podem ou não se encaixar nas comunidades cristãs. Isso visa criar ativamente uma nova teologia, na qual a Bíblia é interpretada através das lentes da experiência queer, trans, gay e lésbica”.


No Brasil, seu maior teórico é Andre Musskopf, líder e pesquisador do Núcleo de Pesquisa de Gênero da Escola Superior de Teologia, de linha luterana, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.  Ele é autor de Via(da)gens Teológicas: Itinerários para uma Teologia Queer no Brasil e oferece cursos de “Teologia e Gênero” no Instituto Ecumênico de Pós-graduação da EST.

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Front Católico

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