sábado, 16 de janeiro de 2021

Projeto de lei obrigaria sacerdotes a violar segredo de confissão




Legisladores do estado de Dakota do Norte (Estados Unidos) apresentaram esta semana um projeto de lei que obrigaria os sacerdotes católicos a violar o segredo de confissão em casos de abuso infantil confirmado ou suspeito, com penas que variam de multas pesadas até prisão.

O projeto de lei foi apresentado em 12 de janeiro pelos senadores estaduais Judy Lee, Kathy Hogan e Curt Kreun, e pelos representantes estaduais Mike Brandenburg e Mary Schneider.

A lei atual de denúncia obrigatória em Dakota do Norte estabelece que o clero se considera informador obrigatório de abuso infantil conhecido ou suspeito, exceto quando "o conhecimento ou a suspeita deriva de informações recebidas em qualidade de conselheiro espiritual" como no confessionário.

O projeto de lei SB 2180 alteraria essa lei para abolir esta exceção. Se for aprovado, os sacerdotes que deixarem de denunciar abuso infantil conhecido ou suspeito, mesmo que seja revelado no confessionário, seriam considerados culpados de um crime menor de Classe B e enfrentariam 30 dias de prisão ou multas de até 1.500 dólares ou ambos.

Os sacerdotes são obrigados pelo direito canônico, derivado da lei divina, a manter a confidenciabilidade do conteúdo de uma confissão, e nem sequer podem revelar se uma confissão aconteceu ou não. O Código de Direito Canônico estabelece que o “sigilo sacramental é inviolável; pelo que o confessor não pode denunciar o penitente nem por palavras nem por qualquer outro modo nem por causa alguma”.

Os sacerdotes não podem violar o sigilo, nem sequer sob ameaça de prisão ou pena civil, e podem incorrer em excomunhão latae sententiae se o fizerem. O Catecismo da Igreja Católica (CIC), número 1467, explica o ensinamento da Igreja sobre o segredo da confissão.

“Dada a delicadeza e a grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, a igreja declara que todo o sacerdote que ouve confissões está obrigado a guardar segredo absoluto sobre os pecados que os seus penitentes lhe confessaram, sob penas severíssimas. Tão pouco pode servir-se dos conhecimentos que a confissão lhe proporciona sobre a vida dos penitentes”, diz o CIC.

A hipocrisia de uma emissora


Ai do mundo por causa dos escândalos! 
Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa! – Mt 18, 7

O ano de 2020 estava terminando, e como se não bastasse a pandemia de um vírus vindo da China  que prostrou todo o Ocidente, os católicos ainda precisaram enfrentar mais uma adversidade antes de virar a última página do calendário. Não bastaram os incontáveis meses sem cumprir o preceito dominical, não bastaram as semanas carregando a culpa do pecado sem ter um sacerdote para ministrar o sacramento da Confissão, tampouco bastou a abstinência forçada do Corpo de Cristo presente na Eucaristia. Era preciso um golpe final contra a imagem da Santa Igreja Católica.

No dia 5 de dezembro do ano passado, Dom Alberto Taveira, Arcebispo de Belém do Pará, veio a público emitir uma nota para se defender contra uma reportagem que seria divulgada com o intuito de denegrir a sua honra, forçando uma renúncia do episcopado:

Dirijo-me a você com imensa dor no coração. Fui acusado de crimes de ordem moral, sem que me tenha sido dada a oportunidade de ser ouvido. Foram denúncias enviadas à Santa Sé, que provocaram uma Visita Apostólica, encerrada nesta semana; foi instaurado um processo em curso junto às autoridades civis. A iminente divulgação em mídia nacional, ao que tudo indica, causará danos irreparáveis à minha pessoa e provocará um profundo abalo à Igreja.

Dom Alberto seria a próxima vítima da grande mídia fake-news, que se torna cada vez mais uma imensa máquina revolucionária de moer reputações de bons sacerdotes católicos. Da mesma forma que ocorreu recentemente com o Cardeal George Pell, tudo indicava que Dom Alberto seria a nova vítima da difusão de falsas acusações de abuso sexual.

Curiosamente, nenhuma emissora noticiou o caso no dia 6 de dezembro, primeiro domingo após a publicação da nota de Dom Alberto. A repercussão entre os católicos foi alta e muitos leigos tomaram a defesa da honra do bispo. Ademais, a Globo sofria com mais uma denúncia de assédio em seus próprios quadros.  A mídia parecia ter recuado.

No entanto, a matéria ofendendo a honra de Dom Alberto foi preparada e apresentada pela Rede Globo durante a exibição do Fantástico em 3 de janeiro de 2021. A reportagem apresentou três candidatos ao sacerdócio que alegam terem sofrido abuso sexual do bispo, além de um outro ex-seminarista que afirmou ter sofrido assédio moral por sentir atração por pessoas do mesmo sexo, o que sabemos ser uma prática incompatível com o ofício do sacerdócio. As imagens escolhidas misturavam depoimentos dos acusados a um cenário que apresentava o quarto de um prelado da Igreja, com roupas de cama misturadas às roupas eclesiais, tudo para criar uma imagem sugestiva de que o bispo seria um predador sexual. O simples fato de ter que registrar o mau-caratismo desta reportagem da TV Globo em letras, nos repugna. Matéria extremamente tendenciosa e parcial, uma vergonha para o jornalismo brasileiro, uma ofensa às inteligências dos brasileiros e um profundo desrespeito aos católicos de todo o país.

Curiosamente, um outro personagem neste meio tempo foi também acusado de abuso sexual. Desta vez, não se tratava de um homem católico, mas de um integrante da cúpula da Rede Globo, o humorista Marcius Mellem, acusado por sua colega de profissão, Dani Calabresa, de assédio sexual. Uma reportagem publicada pela Revista Piauí em 4 de dezembro [portanto, um dia antes da nota de Dom Taveira!] mostrou denúncias de assédio sexual praticado pelo humorista contra a sua colega. Chama atenção a diferença de postura da emissora quanto ao caso de Marcius Melem e de Dom Taveira. No dia 8 de dezembro o Jornal Nacional leu uma nota oficial da emissora sobre o caso de seu, agora, ex-funcionário:

A Globo informou que investiga criteriosamente todas as denúncias de assédio e que não tolera comportamentos abusivos. Mas que não pode comentar publicamente nenhuma investigação desse tipo por ter assumido com todos os seus colaboradores um compromisso de sigilo do processo, que resguarda a investigação dos fatos, denunciantes, denunciados e testemunhas”.

Papa Francisco e Bento XVI foram vacinados contra Covid-19



O Vaticano confirmou na quinta-feira, 14 de janeiro, que o Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI já receberam a primeira dose da vacina contra Covid-19.

“Posso confirmar que como parte do programa de vacinação do Estado da Cidade do Vaticano até hoje a primeira dose da vacina para a Covid-19 foi administrada ao Papa Francisco e ao Papa Emérito”, informou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, respondendo a perguntas dos jornalistas.

O Vaticano começou a administrar a vacina contra COVID-19 no 13 de janeiro, segundo informou a sala de imprensa da Santa Sé.

O Papa Francisco já havia anunciado, em uma entrevista recente parcialmente transmitida no sábado, 10 de janeiro, em Canale 5, na Itália, que receberia a vacina COVID 19 nesta semana.
“Acredito que eticamente todos devem tomar a vacina. Porque está em risco a sua saúde, a sua vida, mas também a vida dos outros”, disse o Santo Padre.

Papa não tem certeza se viajará ao Iraque devido à pandemia de coronavírus



A viagem do Papa Francisco ao Iraque, prevista para acontecer de 5 a 8 de março, está incerta devido às consequências da pandemia do coronavírus.

O Santo Padre, durante a entrevista que concedeu recentemente ao Canal 5 da Itália, afirmou que não sabe se essa viagem finalmente acontecerá.

No entanto, os organizadores continuam com os preparativos e o Patriarcado da Babilônia dos Caldeus já apresentou o lema e a logo da viagem apostólica.

O lema, "Todos sois irmãos", extraído de uma passagem do Evangelho de São Mateus, é uma declaração de intenções: o Papa vem propor uma ideia de fraternidade de tal modo que a viagem ao Iraque seria uma continuação da realizada em 2019 aos Emirados Árabes Unidos.

Em relação à logo, representa o mapa do Iraque com seus emblemas históricos: os rios Tigre e Eufrates e a palmeira. Uma pomba da paz voa com um ramo de oliveira sobre as bandeiras entrelaçadas do Iraque e do Vaticano.

Esta viagem é especialmente esperada pelas autoridades iraquianas que acreditam que a visita papal ajudará a resolver uma situação especialmente difícil. Por enquanto, o simples anúncio da viagem já teve alguns efeitos positivos para a convivência.

Um deles foi a inclusão do Dia de Natal entre os feriados nacionais, proclamado pelo Parlamento iraquiano.

Outro gesto, talvez mais do que um gesto, foi a decisão do líder muçulmano-xiita iraquiano, o clérigo Muqtada al Sadr, e chefe do grupo Sadrista com forte representação no Parlamento, de criar um Comitê encarregado de coletar informações sobre as denúncias de expropriação indevida de imóveis de proprietários cristãos em várias regiões do país.

A restituição das casas expropriadas aos cristãos é uma medida que visa a reconciliação entre iraquianos de diferentes religiões e um ato de justiça que Sadr vem promovendo desde 2016.

Além disso, o governo iraquiano está promovendo várias medidas para facilitar o retorno dos cristãos aos territórios dos quais foram expulsos pelo Estado Islâmico. Para o governo iraquiano, essa é uma medida necessária para a reconstrução do país.

Caso seja finalmente realizada, a viagem do Pontífice ao Iraque incluirá a capital, Bagdá, a Planície de Ur, ligada à memória de Abraão, e as cidades de Erbil, Mosul e Qaraqosh, na Planície de Nínive.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Papa ratifica ordenação sacerdotal reservada a homens ao conceder acesso de mulheres aos ministérios de acolitado e leitorado



Diante de interpretações desviadas, Francisco é bem claro: "A Igreja não tem de forma alguma a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres".

Acesso de mulheres aos ministérios de acolitado e leitorado é formalizado pelo Papa, de forma estável e institucionalizada, com mandato especial detalhado no motu proprio Spiritus Domini.

O documento modifica o primeiro parágrafo do cânon 230 do Código de Direito Canônico e estabelece que as mulheres podem ter acesso a esses ministérios por meio de um ato litúrgico específico.

Isto quer dizer que as mulheres que leem a Palavra de Deus durante as celebrações litúrgicas ou que servem no altar como ministrantes ou como dispensadoras da Eucaristia passam a contar com um reconhecimento institucionalizado e oficial.

A sua participação no altar não é nenhuma novidade, já que a prática podia ser autorizada pelos bispos. Mas ainda não havia mandato institucional próprio. De fato, quando São Paulo VI aboliu as chamadas “ordens menores” em 1972, o acesso a esses ministérios ficou reservado apenas ao sexo masculino porque eles eram considerados ministérios preparatórios para uma eventual ordenação sacerdotal.

Promotores do aborto buscam grandes mudanças em 2021 com administração Biden



Os promotores do aborto nos Estados Unidos esperam que, com a nova administração do presidente eleito, o democrata Joe Biden, novas políticas sejam geradas e funcionários relacionados à agenda abortista no país sejam nomeados para ampliá-la.

"A Planned Parenthood está comprometida a se aliar com a administração Biden-Harris para assegurar que a saúde sexual e reprodutiva não se prejudique na política de saúde nem quando sejam feitas nomeações", disse Alexis McGill Johnson, presidente da organização abortista Planned Parenthood, em um artigo publicado em 31 de dezembro no site Elle.

“No primeiro dia, queremos que Biden emita uma ordem executiva demonstrando o compromisso do governo em fazer avançar o acesso ao cuidado da saúde e impedir políticas prejudiciais como o Título X, que impediu os pacientes de acessar ao cuidado de saúde em centros sanitários de Planned Parenthood ”, indicou Johnson.

O Título X é um programa federal criado em 1970 sob a Lei de Serviços de Saúde Pública que fornece fundos de planejamento familiar para clínicas em todo o país para contraceptivos e outros serviços de planejamento familiar.

A lei estabelece que os fundos não podem ser usados ​​para "programas nos quais o aborto é um método de planejamento familiar".

Johnson pediu ao governo Biden-Harris que “faça mudanças críticas” em Título X para que mais pessoas possam se beneficiar desses fundos.

Johnson também espera que a nova administração rejeite a Emenda Hyde, uma lei de 1977 que proíbe o uso de fundos federais para pagar abortos.

Em sua opinião, essa norma "é uma política discriminatória que impede as pessoas de obter seguro saúde através do Medicaid ou outros programas financiados pelo governo para ter acesso à cobertura de aborto legal e seguro".

Novo Núncio Apostólico apresenta suas credenciais ao presidente do Brasil



O novo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, entregou quinta-feira, 7 de janeiro, suas credenciais ao presidente Jair Bolsonaro.

Segundo informa o site da Presidência da República, Bolsonaro recebeu na quinta-feira os recém-nomeados embaixadores na cerimônia de entrega de cartas credenciais, sendo eles: Luis Filipe Melo e Faro Ramos, embaixador de Portugal, e Dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico da Santa Sé.

A carta credencial, explica o Planalto, “é uma carta formal enviada de um Chefe de Estado para outro, que formaliza o envio de um embaixador do país de origem ao país de acolhimento”.

Dom Giambattista Diquattro foi nomeado representante diplomático da Santa Sé no Brasil pelo Papa Francisco em 29 de agosto de 2020 e substitui Dom Giovanni D’Aniello, o qual foi nomeado Núncio na Rússia em 1º de junho do ano passado.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

EUA: Bispos católicos condenam violência no Capitólio



O presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América (USCCB) condenou, em comunicado, os protestos violentos desta quarta-feira no Capitólio norte-americano, que resultaram em quatro mortes.

“Uno-me às pessoas de boa vontade para condenar a violência no Capitólio dos Estados Unidos. Não é assim que somos, como americanos. Rezo pelos membros do Congresso e da equipa do Capitólio, pela polícia e por todos aqueles que trabalham para restaurar a ordem e a segurança pública”, referiu o arcebispo de Los Angeles, D. José H. Gomez.

A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA foi interrompida devido aos distúrbios provocados por manifestantes pró-Trump no Capitólio; o debate no Senado foi retomado pelas 20h00 locais (01h00 de hoje, em Lisboa).

O presidente da USCCB sublinha que “a transição pacífica de poder é uma das marcas” do país.

“Neste momento preocupante, devemos comprometer-nos novamente com os valores e princípios da nossa democracia e unir-nos como uma nação sob Deus”, escreve o responsável católico, rezando por “sabedoria e a graça de um verdadeiro patriotismo e amor à pátria”.