sábado, 16 de janeiro de 2021

A hipocrisia de uma emissora


Ai do mundo por causa dos escândalos! 
Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa! – Mt 18, 7

O ano de 2020 estava terminando, e como se não bastasse a pandemia de um vírus vindo da China  que prostrou todo o Ocidente, os católicos ainda precisaram enfrentar mais uma adversidade antes de virar a última página do calendário. Não bastaram os incontáveis meses sem cumprir o preceito dominical, não bastaram as semanas carregando a culpa do pecado sem ter um sacerdote para ministrar o sacramento da Confissão, tampouco bastou a abstinência forçada do Corpo de Cristo presente na Eucaristia. Era preciso um golpe final contra a imagem da Santa Igreja Católica.

No dia 5 de dezembro do ano passado, Dom Alberto Taveira, Arcebispo de Belém do Pará, veio a público emitir uma nota para se defender contra uma reportagem que seria divulgada com o intuito de denegrir a sua honra, forçando uma renúncia do episcopado:

Dirijo-me a você com imensa dor no coração. Fui acusado de crimes de ordem moral, sem que me tenha sido dada a oportunidade de ser ouvido. Foram denúncias enviadas à Santa Sé, que provocaram uma Visita Apostólica, encerrada nesta semana; foi instaurado um processo em curso junto às autoridades civis. A iminente divulgação em mídia nacional, ao que tudo indica, causará danos irreparáveis à minha pessoa e provocará um profundo abalo à Igreja.

Dom Alberto seria a próxima vítima da grande mídia fake-news, que se torna cada vez mais uma imensa máquina revolucionária de moer reputações de bons sacerdotes católicos. Da mesma forma que ocorreu recentemente com o Cardeal George Pell, tudo indicava que Dom Alberto seria a nova vítima da difusão de falsas acusações de abuso sexual.

Curiosamente, nenhuma emissora noticiou o caso no dia 6 de dezembro, primeiro domingo após a publicação da nota de Dom Alberto. A repercussão entre os católicos foi alta e muitos leigos tomaram a defesa da honra do bispo. Ademais, a Globo sofria com mais uma denúncia de assédio em seus próprios quadros.  A mídia parecia ter recuado.

No entanto, a matéria ofendendo a honra de Dom Alberto foi preparada e apresentada pela Rede Globo durante a exibição do Fantástico em 3 de janeiro de 2021. A reportagem apresentou três candidatos ao sacerdócio que alegam terem sofrido abuso sexual do bispo, além de um outro ex-seminarista que afirmou ter sofrido assédio moral por sentir atração por pessoas do mesmo sexo, o que sabemos ser uma prática incompatível com o ofício do sacerdócio. As imagens escolhidas misturavam depoimentos dos acusados a um cenário que apresentava o quarto de um prelado da Igreja, com roupas de cama misturadas às roupas eclesiais, tudo para criar uma imagem sugestiva de que o bispo seria um predador sexual. O simples fato de ter que registrar o mau-caratismo desta reportagem da TV Globo em letras, nos repugna. Matéria extremamente tendenciosa e parcial, uma vergonha para o jornalismo brasileiro, uma ofensa às inteligências dos brasileiros e um profundo desrespeito aos católicos de todo o país.

Curiosamente, um outro personagem neste meio tempo foi também acusado de abuso sexual. Desta vez, não se tratava de um homem católico, mas de um integrante da cúpula da Rede Globo, o humorista Marcius Mellem, acusado por sua colega de profissão, Dani Calabresa, de assédio sexual. Uma reportagem publicada pela Revista Piauí em 4 de dezembro [portanto, um dia antes da nota de Dom Taveira!] mostrou denúncias de assédio sexual praticado pelo humorista contra a sua colega. Chama atenção a diferença de postura da emissora quanto ao caso de Marcius Melem e de Dom Taveira. No dia 8 de dezembro o Jornal Nacional leu uma nota oficial da emissora sobre o caso de seu, agora, ex-funcionário:

A Globo informou que investiga criteriosamente todas as denúncias de assédio e que não tolera comportamentos abusivos. Mas que não pode comentar publicamente nenhuma investigação desse tipo por ter assumido com todos os seus colaboradores um compromisso de sigilo do processo, que resguarda a investigação dos fatos, denunciantes, denunciados e testemunhas”.

Vejam o tamanho da hipocrisia! Para os seus colaboradores, o sigilo! Para um sucessor dos apóstolos, o escândalo! Por que a Rede Globo não reservou a Dom Taveira o benefício da dúvida concedido ao seu funcionário e preferiu se empenhar em destruir a sua reputação? No fundo, nós sabemos a resposta… trata-se de uma emissora hipócrita que tem superado todos os limites possíveis de cristofobia.

Esperamos que em breve a verdade dos fatos seja reestabelecida e a Rede Globo possa reparar esta injustiça cometida contra Dom Alberto Taveira. Rezemos por Dom Taveira, pela Arquidiocese de Belém e pela não renovação da concessão da Rede Globo ou pela conversão dos seus dirigentes.

A Rede Globo acabará e a cruz continuará de pé. Viva Cristo Rei!



Lucas H. F. de Mattos
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Centro Dom Bosco

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