sábado, 16 de janeiro de 2021

Papa não tem certeza se viajará ao Iraque devido à pandemia de coronavírus



A viagem do Papa Francisco ao Iraque, prevista para acontecer de 5 a 8 de março, está incerta devido às consequências da pandemia do coronavírus.

O Santo Padre, durante a entrevista que concedeu recentemente ao Canal 5 da Itália, afirmou que não sabe se essa viagem finalmente acontecerá.

No entanto, os organizadores continuam com os preparativos e o Patriarcado da Babilônia dos Caldeus já apresentou o lema e a logo da viagem apostólica.

O lema, "Todos sois irmãos", extraído de uma passagem do Evangelho de São Mateus, é uma declaração de intenções: o Papa vem propor uma ideia de fraternidade de tal modo que a viagem ao Iraque seria uma continuação da realizada em 2019 aos Emirados Árabes Unidos.

Em relação à logo, representa o mapa do Iraque com seus emblemas históricos: os rios Tigre e Eufrates e a palmeira. Uma pomba da paz voa com um ramo de oliveira sobre as bandeiras entrelaçadas do Iraque e do Vaticano.

Esta viagem é especialmente esperada pelas autoridades iraquianas que acreditam que a visita papal ajudará a resolver uma situação especialmente difícil. Por enquanto, o simples anúncio da viagem já teve alguns efeitos positivos para a convivência.

Um deles foi a inclusão do Dia de Natal entre os feriados nacionais, proclamado pelo Parlamento iraquiano.

Outro gesto, talvez mais do que um gesto, foi a decisão do líder muçulmano-xiita iraquiano, o clérigo Muqtada al Sadr, e chefe do grupo Sadrista com forte representação no Parlamento, de criar um Comitê encarregado de coletar informações sobre as denúncias de expropriação indevida de imóveis de proprietários cristãos em várias regiões do país.

A restituição das casas expropriadas aos cristãos é uma medida que visa a reconciliação entre iraquianos de diferentes religiões e um ato de justiça que Sadr vem promovendo desde 2016.

Além disso, o governo iraquiano está promovendo várias medidas para facilitar o retorno dos cristãos aos territórios dos quais foram expulsos pelo Estado Islâmico. Para o governo iraquiano, essa é uma medida necessária para a reconstrução do país.

Caso seja finalmente realizada, a viagem do Pontífice ao Iraque incluirá a capital, Bagdá, a Planície de Ur, ligada à memória de Abraão, e as cidades de Erbil, Mosul e Qaraqosh, na Planície de Nínive.

Cardeal pede a católicos que rezem esta oração para que o Papa viaje ao Iraque

O Cardeal Louis Raphael Sako, Patriarca Caldeu da Babilônia, pediu aos católicos do Iraque que rezem uma oração especial para que o Papa Francisco possa viajar ao país, como está previsto, de 5 a 8 de março.

O Purpurado propôs a seguinte oração para que seja rezada nas Missas a partir de domingo, 17 de janeiro, para que o Santo Padre possa viajar ao Oriente Médio:

“Senhor nosso Deus, conceda ao Papa Francisco a saúde e a segurança para que possa realizar com sucesso esta tão esperada visita.

Abençoe seu esforço para promover o diálogo e a reconciliação fraterna, construir a confiança, consolidar os valores da paz e da dignidade humana, especialmente para nós, iraquianos, testemunhas de acontecimentos dolorosos que afetaram nossas vidas.

Senhor, nosso criador, ilumina nossos corações com a tua luz, para que vejamos e reconheçamos onde está o bem e a paz, e comecemos a realizá-los.

Maria, nossa Mãe, confiamos aos teus cuidados maternos a visita do Papa Francisco, para que o Senhor nos conceda a graça de viver em plena comunhão nacional, cooperando fraternalmente para construir um futuro melhor para o nosso país e os nossos cidadãos.

Amém"

A Igreja Católica Caldeia é uma das 23 igrejas católicas orientais em plena comunhão com o Papa. É uma das principais comunidades presentes no Iraque.

Em uma entrevista transmitida pela televisão italiana no domingo, 10 de janeiro, o Santo Padre se referiu muito brevemente à sua anunciada viagem ao Oriente Médio em março e disse que "agora não sei se acontecerá a próxima viagem ao Iraque".

No entanto, os organizadores continuam os preparativos e o Patriarcado da Babilônia dos Caldeus já apresentou o lema e a logo da viagem apostólica.

O lema, "Todos sois irmãos", extraído de uma passagem do Evangelho de São Mateus, é uma declaração de intenções: o Papa vem propor uma ideia de fraternidade de tal modo que a viagem ao Iraque seria uma continuação da realizada em 2019 aos Emirados Árabes Unidos.

Já a logo representa o mapa do Iraque com seus emblemas históricos: os rios Tigre e Eufrates e a palmeira. Uma pomba da paz voa com um ramo de oliveira sobre as bandeiras entrelaçadas do Iraque e do Vaticano.

Se a viagem se concretizar, o Papa Francisco será o primeiro papa a visitar o Iraque, que ainda se recupera da devastação deixada pelos terroristas do Estado Islâmico (ISIS).

A agência vaticana Fides recorda que “é preciso levar em consideração que o início da crise pandêmica da Covid-19 já obrigou ao adiamento de outras visitas apostólicas que o Papa pretendia realizar no ano passado, como a de Malta e Gozo, inicialmente prevista para 31 de maio de 2020”.

Em 2019, o Arcebispo de Erbil, Dom Bashar Warde, disse à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre que o Cristianismo no Iraque estava "dolorosamente perto da extinção", já que em "2003 havia cerca de 1,5 milhão, apenas 6 % da população”, um número que diminuiu acentuadamente após a onda destrutiva do ISIS.

“Hoje somos cerca de 25 mil, talvez menos. Os que ficamos devemos estar prontos para o martírio”, assegurou o Prelado.
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Publicado originalmente em ACI Prensa. 
Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

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