domingo, 30 de setembro de 2018

Uberaba: Padre é demitido do estado clerical


Nota enviada à imprensa no fim desta quinta-feira (27) confirma a demissão de José Lourenço da Silva Júnior, o Padre Júnior. Na nota de esclarecimento, a Arquidiocese de Uberaba informa que a decisão é do Papa Francisco, após longo processo canônico, tendo sido ouvida a Congregação para o Clero. Dessa forma, Padre Júnior foi dispensado das obrigações sacerdotais, incluindo o celibato, não sendo mais reconhecido como padre.

Ele teria sido notificado ainda ontem. Em nota encaminhada à reportagem, a assessoria de imprensa da Arquidiocese de Uberaba informa que o processo é sigiloso para resguardá-lo. “O senhor José Lourenço sabe do conteúdo de todo o processo e foi lhe dada a possibilidade de ampla defesa. [Ele] contratou advogado eclesiástico sacerdote, que o acompanhou no processo da Primeira Instância até Roma. 

Por ser um processo interno da Igreja, é necessário que seja um advogado eclesiástico (apenas uma observação: este advogado deve ter mestrado e doutorado em Direito Canônico, e receber autorização da Santa Sé para exercer essa função). Quando o processo é relacionado a um sacerdote, o advogado eclesiástico também deve ser sacerdote”, informa a nota.

Ainda conforme a Arquidiocese, o juiz responsável pelo processo em Uberaba foi trazido de Recife para garantir a isenção e lisura do mesmo, “inclusive para que o imputado e o povo de Deus não alegassem perseguição”. A Arquidiocese ressalta que o processo foi analisado por três juízes da Congregação para o Clero, em Roma, antes de ser remetido ao Santo Padre, para a decisão final.

O papel da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no contexto das Eleições 2018


No contexto eleitoral, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebe inúmeras manifestações cobrando-lhe posicionamentos quanto a determinados assuntos e candidatos, sobre casos de religiosos que concorrem a cargos públicos e também sobre caso de religiosos que defendem, nos púlpitos, determinados candidaturas. Nas manifestações encontra-se muita confusão sobre o que cabe ou não à CNBB. Em razão de sua natureza, a CNBB não se manifesta a favor de nenhuma candidatura. Contudo, a entidade vem desenvolvendo um processo de oferecer oportunidades para que cristãos e cristãs façam um bom discernimento na hora do voto.

Um exemplo é cobrança para que a CNBB manifeste-se sobre religiosos que se candidatam. Neste caso, o Código de Direito Canônico, que rege a Igreja Católica, em seu canon 287, parágrafo 2º diz: “Os clérigos não podem ter parte ativa nos partidos políticos e na direção de associações sindicais, a não ser que a juízo da competente autoridade eclesiástica, o exijam a defesa dos direitos da Igreja ou a promoção do bem comum”.

O cânon 285 também faz referência ao tema e determina que “os clérigos evitem aquilo que, mesmo não sendo indecoroso, é alheio ao estado clerical” e enfatiza que “os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos, que implicam participação no exercício do poder civil”. Mas, apesar das orientações, o direito canônico não prevê punição alguma aos religiosos que forem contra as determinações. Neste casos, cabem aos bispos das Igrejas Particulares tomarem as medidas que julgarem mais coerentes. Existem casos de dioceses que estabelecem normas próprias para orientar esta situação.

Sobre o processo político mais geral a entidade não se exime da sua responsabilidade histórica de oferecer elementos para que cristãos e cristãs façam um bom discernimento para as suas escolhas políticas. Esta tem sido a postura adotada pela presidência da CNBB. Neste sentido, em sua 56ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP), lançou a mensagem “Compromisso e Esperança” na qual expressou suas preocupações mais gerais com o processo político deste ano.

Comissão de Textos Litúrgicos continua tradução da revisão do missal romano


Terminou na quinta-feira, 27, a reunião da Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos (Cetel) que faz a revisão da tradução do Missal Romano. O grupo esteve na sede da CNBB, em Brasília (DF) desde o dia 25, terça-feira, para dar continuidade ao trabalho, de modo especial às missas votivas e às missas pelos defuntos.

Segundo o presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, dom Armando Bucciol, o grupo já está na fase final do processo. “Essa última parte é bastante exigente e comprida, mas esperamos que na próxima etapa, no mês de novembro, a gente termine o nosso trabalho”, disse.

Padre Leonardo Pinheiro, assessor da Comissão afirmou que o grupo tem dado prosseguimento ao trabalho “bonito” e “exaustivo”. Ele explica que apesar de faltar pouco para a conclusão da tradução, as últimas partes precisarão ainda, depois de todo o processo, passar por uma revisão criteriosa e ser apresentado aos bispos de todo o Brasil, na próxima Assembleia Geral da CNBB, a ser realizada em abril do próximo ano. 

“A gente fica de fato muito contente porque é um trabalho que já vem se desenvolvendo há 11 anos, então com esperança esperamos que os trabalhos sejam concluídos para que possamos oferecer para a Igreja no Brasil a próxima edição do missal romano”, afirma o padre Leonardo.

Ex-núncio publica nova carta e reafirma acusações contra o Papa Francisco


O Arcebispo italiano Carlo María Viganò, ex-núncio apostólico nos Estados Unidos, publicou nesta quinta-feira, 27, uma nova carta reiterando suas acusações contra o Papa Francisco e outros membros da Cúria Romana por supostamente terem encoberto as más condutas sexuais de Theodore McCarrick, Arcebispo Emérito de Washington recentemente sancionado pelo Papa Francisco.

A carta leva por título o lema episcopal de Dom Viganò, Scio Cui credidi (Sei em quem pus a minha confiança) e, embora tenha como data 29 de setembro, foi dada publicada na quinta-feira 27.

No início de sua nova carta, Dom Viganò afirmou que “como sacerdote e bispo da Santa Igreja, esposa de Cristo, estou chamado como todo batizado a dar testemunho da verdade (…). Quero fazer isso até o final dos meus dias. Nosso único Senhor se dirigiu a mim com o convite ‘Segue-me!’, e pretendo segui-lo com a ajuda de sua graça até o fim de meus dias”.

O Prelado também recordou os fatos que sucederam seu testemunho de 11 páginas, publicado há aproximadamente um mês, acusando o Santo Padre assim como outros bispos e cardeais de terem encoberto os crimes de Theodore McCarrick. Este ex-membro do serviço diplomático vaticano afirma que tudo o que disse e fez neste período foi “exclusivamente pelo bem da Igreja”.

Espanha: Prefeito socialista se disfarça de padre para oficiar uma cerimônia civil


Emiliano Rodríguez, prefeito de Ayna na cidade de Albacete (Espanha), se “disfarçou” de sacerdote para celebrar um casamento civil. Rodríguez está há 10 anos à frente do povoado e pertence ao PSOE.

Recentemente, vazaram imagens nas quais se via Rodríguez com uma batina, clesma, um grande crucifixo pendurado no pescoço, a Bíblia entre as mãos e óculos de sol em uma área de jardim aos pés de uma montanha, junto com cerca de 30 pessoas.

Após a publicação das fotos, o prefeito assegurou que não era uma cerimônia oficial, mas um “ato familiar privado” em um “recinto particular” e que “não houve intenção de ofender ninguém”.

Papa pede aos católicos de todo o mundo a oração do terço para "proteger a Igreja da divisão"


O Papa pediu no último dia 29 aos fiéis de todo mundo que rezem a oração do terço “todos os dias” durante o mês de outubro, convidando à “comunhão e penitência” como forma de “proteger a Igreja da divisão”.

Com efeito, recentemente, vivemos na Igreja situações difíceis, como contínuas denúncias de abuso sexual por parte do clero, das pessoas consagradas e dos leigos. O aumento dos abusos e divisões internas na Igreja, certamente, é favorecido pelo espírito maligno, “inimigo mortal da nossa natureza humana”.

Num comunicado divulgado esta manhã pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa apela à “Santa Mãe de Deus e ao Arcanjo Miguel para proteger a Igreja do diabo”, que procura o distanciamento “de Deus e dos outros”.

“Com este pedido de intercessão, o Santo Padre pede aos fiéis de todo o mundo que orem à Santa Mãe de Deus, coloquem a Igreja sob o seu manto protetor: preservá-la dos ataques do maligno, o grande acusador, e ao mesmo tempo sempre mais conscientes das falhas, dos erros, dos abusos cometidos no presente e no passado e comprometidos a lutar sem qualquer hesitação para que o mal não prevaleça”, pode ler-se no comunicado.

Enfim, o mal se manifesta de diversos modos, complicando a missão de evangelização da Igreja, chegando até a desacreditá-la. Em parte, a responsabilidade é nossa por deixarmo-nos levar pelas paixões e não pela verdadeira vida: a riqueza, a vaidade e o orgulho. Estes são os caminhos pelos quais o maligno nos seduz e nos arrasta para o mal, levando-nos a cometer ações perversas, como discórdias, mentiras etc.

BOLSOFOBIA? Revista ISTOÉ abandona jornalismo e ataca Jair Bolsonaro


A revista ISTOÉ saiu do armário. Não no tema sexualidade, por enquanto, mas na política. Na edição 2501 do semanal impresso e digital lê-se o título sobre Jair Bolsonaro: "Perigo. Ele pode ser Presidente", acompanhado de uma descrição aterrorizante do possível candidato.

Para quem acompanha os noticiários nacionais e internacionais não é surpresa alguma encontrar reportagens tendenciosas. Diferente, por exemplo, deste site que é estritamente de opinião, veículos informativos possuem, ou pelo menos deveriam possuir, o compromisso da imparcialidade e transmissão dos fatos tal como eles se apresentam.

Ao que parece, não é mais o caso da revista ISTOÉ. No lugar de oferecer informações imparciais, possibilitando que seus leitores formem a própria opinião e visão acerca dos fatos, o semanário resolveu partir para a militância político-ideológica, assumindo de uma vez por todas a trincheira eleitoral contra o candidato à Presidência da República em 2018, Jair Messias Bolsonaro.

Na descrição da manchete está escrito: "Bolsonaro é contra os direitos humanos, ofende homossexuais e mulheres, reage a críticas com a virulência de governantes totalitários e, para se tornar palatável ao mercado, veste o figurino do liberal que nunca foi. É ele que você quer na Presidência?".

Em outra postagem também na página oficial do Fecebook da ISTOÉ, dessa vez com uma imagem "sombria" de Bolsonaro, está escrito:

"O candidato que reverencia torturadores, chama os direitos humanos de 'esterco da vagabundagem', diz que só quem 'fraqueja' gera filha mulher e que preferiria um filho morto a ser homossexual ostenta quase 20% nas pesquisas. Agora, finge ser liberal para encantar o mercado".

sábado, 29 de setembro de 2018

Você vota em valores ou em figuras políticas? Uma reflexão sobre consciência e alienação



A idolatria política é fruto da alienação ideológica, que por sua vez é resultado de duas coisas: carência existencial e ignorância intelectual. O autor de "Visões e Ilusões Políticas", David Koyzis, respalda bem esse conceito.

O sábio ideologicamente carente se torna tão ignorante quanto um analfabeto, enquanto o analfabeto existencialmente resolvido se torna mais sábio do que um doutor. No estágio da alienação, no entanto, ambos se tornam iguais em capacidades de julgamento moral.

Quem não entende isso e não consegue avaliar a si mesmo diante das ideologias humanas, possui 99% de chance de se alienar, e consequentemente se tornar ignorante.

A ênfase da alienação na política está no discurso sobre pessoas, mas não sobre projetos. No partido, seus aliados e conchavos, mas não no que eles representam quando analisados separadamente.

O alienado endeusa o candidato, por isso o seu discurso quando analisado e espremido só pinga eferências ao ídolo, mas não ao que ele representa. Ideias deixam de existir para o louvor da imagem.

Mas, quem por outro lado entende isso, caminha com ideias. Defende valores e luta por propostas que são alinhadas com o que acredita. Pouco importa a figura do seu candidato, pois o importante está no que ele representa e corresponde.