sexta-feira, 16 de outubro de 2020

STF vota em novembro sobre lei de ideologia de gênero nas escolas


Não é de hoje que os partidos de esquerda tomaram ciência da dificuldade que é empurrar suas pautas progressistas no Congresso Nacional. A impopularidade da esquerda torna impossível a votação e a criação de projetos de lei que têm por finalidade a destruição da família e o ataque à sacralidade da vida humana, uma vez que os poucos deputados eleitos não são corajosos o bastante para arriscar uma possível reeleição.

Empenharam-se, portanto, em verificar como a agenda da cultura da morte se comportou em outros países onde as pautas também não avançaram pelo Poder Legislativo. Observaram como nos Estados Unidos o caso Roe x Wade (1973), tramitado na Suprema Corte, autorizou o assassinato de crianças até o nono mês de gestação, sem que o Parlamento pudesse fazer qualquer coisa a respeito, e decidiram fazer o mesmo no Brasil. Como seria possível que o PSOL, que conta apenas com 10 deputados entre os quase 600 parlamentares do Congresso Nacional, pudesse avançar com suas agendas contra a vida e contra a família? Não podendo ser tão democráticos quanto pregam, decidiram recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

O leitor mais atento já deve ter notado a contradição, afinal, não cabe aos Ministros do STF criar leis. Para isso foram eleitos os deputados e senadores. Entretanto, é necessário ressaltar que há tempos o STF abandonou a missão de guarda da Constituição para atuar como representantes de uma suposta minoria. É o que se chama de ativismo judicial, ou seja, quando um membro do Judiciário usurpa a competência de outro Poder, neste caso, a faculdade do Legislativo para criar leis. O ativismo judicial é tão flagrante no Brasil que seus ministros nem fazem questão de escondê-lo. Vejamos o que disse o atual presidente do STF, Luis Fux, em dezembro de 2016:

“Há várias questões em relação às quais o Judiciário não tem capacidade institucional para solucionar. É uma questão completamente fora do âmbito jurídico. Mas, mesmo assim, temos que decidir. E por que temos que decidir? Porque a população exige uma solução […] Essas questões todas deveriam, realmente, ser resolvidas pelo Parlamento. Mas acontece uma questão muito singular. O Parlamento não quer pagar o preço social de decidir sobre o aborto, sobre a união homoafetiva e sobre outras questões que nos faltam capacidade institucional.”[1]

Sim, os Ministros do STF investiram-se da missão de falar em nome do Congresso e, portanto, em nome de toda a população, uma vez que o Congresso supostamente recusa tratar de determinados assuntos. Comportam-se, portanto, como verdadeiros ditadores.

A mais nova batalha travada no STF está marcada para o dia 11 de novembro. Estão pautadas para este dia ações que discutem a constitucionalidade de leis municipais e estaduais que proíbem a inclusão de expressões relacionadas à ideologia, identidade e orientação de gênero nas escolas públicas. O tema é objeto da ADPFs 462, 466 e 578, bem como da ADI 5668.

O objetivo foi maldosamente definido como combate ao bullying homofóbico nas escolas, mas a realidade passa longe disso. Não se trata de ensinar às crianças que se deve respeitar qualquer pessoa simplesmente pela sua natureza humana, mas sim de ideologizar crianças, longe da vigilância dos pais, acerca da maior farsa dos últimos tempos: a ideologia de gênero, um embuste ideológico travestido de teoria científica que diz que a natureza sexual humana é biologicamente insignificante e que cabe à pessoa decidir o que será independente desta mesma condição biológica. É dizer a um menino: “Não importa que você tenha nascido homem, que seu corpo produza hormônios masculinos, que você tenha órgãos masculinos… Isso não significa rigorosamente nada, esteja ‘livre’ para ser o que quiser.” Não à toa, o número de crianças confusas sexualmente cresce nos países onde a ideologia de gênero foi aceita e empurrada goela abaixo.

Façamos também memória aos dois meninos Bryan e Bruce Reimer, irmãos gêmeos que participaram do primeiro experimento de gênero do mundo. O psicólogo John Money não hesitou em forçar uma suposta feminilidade em um menino apelando inclusive para a antecipação de sua vida sexual, isso antes que ele completasse 10 anos de idade. O experimento acabou com o suicídio dos dois, já na vida adulta, e com a completa destruição daquela família.

Evidentemente que um candidato à presidência ou ao Congresso que se declarasse abertamente favorável à destruição da vida humana jamais teria chance de ser eleito. A opinião das pessoas comuns o execraria e sua reputação seria comparada à dos piores bandidos da história do país. Não podendo, portanto, agir às claras, buscam os ideólogos lutar sob o estandarte da mentira. Alegam que é para coibir o bullying, promover uma educação fraterna e outras bobagens exaustivamente repetidas. Mas se é assim, por que temem ir ao Congresso? Porque são covardes e precisam agir nas sombras.

A única solução possível é fazer com que a grande parte dos brasileiros tome ciência do que se passa e possamos pressionar os outros poderes para que se posicionem contra esta chacota com a democracia. Ligue para o gabinete do seu deputado e se manifeste publicamente sobre o caso. Ainda há tempo de oferecer combate aos nossos inimigos.


Por Lucas H. F. de Mattos
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[1] https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2016/12/epoca-negocios-judiciario-decide-porque-ha-omissao-do-parlamento-afirma-luiz-fux.html
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Centro Dom Bosco

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