quinta-feira, 4 de maio de 2017

"A Igreja está sob risco de cisma", afirma o Cardeal Sarah


O Cardeal Robert Sarah advertiu que a unidade da Igreja está sendo ameaçada por líderes influentes que, de dentro dela, “insistem” na ideia de que igrejas nacionais têm a “capacidade de decidir por si mesmas”  sobre questões morais e doutrinais.

“Sem uma fé comum, a Igreja é ameaçada pela confusão e então, progressivamente, pode acabar deslizando para a dispersão e o cisma”, disse ele.

“Hoje existe um sério risco de fragmentação da Igreja, de se dividir o Corpo Místico de Cristo ao insistir na identidade nacional das igrejas e, portanto, na sua capacidade de decidir por si mesmas, sobretudo no domínio tão crucial da doutrina e da moral”, acrescentou.

Católicos professam todos os domingos no Credo Niceno que a Igreja é “Una, Santa, Católica e Apostólica.” Estas são as quatro “marcas” assim chamadas da una e verdadeira Igreja.

Sarah, que vem de Guiné, fez os comentários quando foi perguntado em uma entrevista, no dia 18 de abril, pela organização “Ajuda à Igreja que Sofre” sobre a relação entre a “Igreja Africana” e a “Igreja Universal”.

O cardeal, que é o Prefeito da Congregação para o Culto Divino, afirmou que, estritamente falando, não existe tal realidade como  “Igreja Africana.”

“A Igreja Universal não é uma espécie de federação de igrejas locais”, disse. “A Igreja Universal está simbolizada e representada pela Igreja de Roma, com o Papa como sua cabeça, o sucessor de São Pedro e o chefe do colégio Apostólico, portanto, é ela que deu à luz a todas as igrejas locais e é ela que as sustenta na unidade da fé e do amor”.

Na entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal Sarah disse que a Igreja só vai crescer em todo o mundo se estiver unida pela “nossa fé em comum e nossa fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho, em união com o Papa.”

“Como o Papa Bento XVI nos diz: ‘É claro que a Igreja não cresce ao tornar-se individualizada, separando-se a nível nacional, encerrando-se fora do contexto ou dentro de um contexto culturalmente específico, ou se outorgando um papel inteiramente cultural ou nacional. Em vez disso, a Igreja precisa ter unidade de fé, unidade de doutrina, unidade de ensino moral. Ela precisa do primado do Papa e de sua missão de confirmar na fé seus irmãos”, disse ele. 

Mais adiante na entrevista, Sarah disse que a Igreja estaria “gravemente equivocada” se pensasse que as questões de justiça social como a luta contra a pobreza e a ajuda aos migrantes fossem sua verdadeira missão.

“A Igreja está gravemente equivocada quanto à natureza da crise real, se ela acha que sua missão essencial é oferecer soluções para todos os problemas políticos relacionados com a justiça, a paz, a pobreza, a recepção de migrantes, etc… enquanto negligencia a Evangelização”, disse.

O cardeal disse que enquanto a Igreja “não conseguir dissociar-se dos problemas humanos”, ela acabará por “falhar em sua missão”, se ela se esquecer de seu verdadeiro propósito. Sarah, em seguida, baseou-se em Yahya Pallavicini, uma ex-católica italiana que se converteu ao Islã, para conduzir seu argumento: "Se a Igreja, com a obsessão que tem hoje com os valores da justiça, dos direitos sociais e da luta contra a pobreza, acabar, como resultado, por esquecer sua alma contemplativa, ela irá falhar em sua missão e será abandonada por muitos de seus fiéis, devido ao fato de que eles não mais reconhecerão nela o que constitui sua missão específica."
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Com informações: Life Site News/ Fratres In Unum/ Instituto Bento XVI

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