quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Itália quer enviar tropas para combater o Estado Islâmico na Líbia


O Egito   pediu, nesta terça-feira (17), uma intervenção das Nações Unidas contra os terroristas do Estado Islâmico na Líbia. A Itália, país europeu mais próximo, se preocupa com possíveis ataques dos terroristas.

A diplomacia internacional corre para evitar um ataque pesado à Líbia. Por enquanto, só o Egito bombardeia as instalações do Estado Islâmico, que avança em território líbio. É a resposta do governo do Cairo à decapitação de 21 cristãos coptas, anunciada dois dias atrás em um vídeo. Outros 35 egípcios foram capturados, a maioria camponeses, e o Egito quer um ataque guiado pela ONU.

A União Europeia se posicionou contrária. Uma intervenção militar do Ocidente ajudou a derrubar o ditador Muammar Kadhafi em 2011. Mas, desde então, o país vive dividido entre várias facções.

A Itália colonizou a Líbia em dois períodos diferentes no século XX. Esta semana, a embaixada em Trípoli foi fechada e dezenas de cidadãos italianos foram retirados de barco, sob a vigilância da Força Aérea da Itália.

Agora, o governo pensa em mandar 5 mil homens para organizar um ataque e evitar que os terroristas entrem em terras italianas.

O maior temor é que entrem por Lampedusa, a ilha da Sicília que recebe milhares de migrantes por ano, que partem justamente da Líbia. Os combatentes do Estado Islâmico poderiam se esconder entre eles.

A Itália está diante de uma encruzilhada: no vídeo da execução, os terroristas anunciaram que se encontram ao sul de Roma, ou seja, na Líbia, a poucos quilômetros da capital italiana. O serviço secreto italiano avalia que o país nunca correu tanto risco.


Coptas mortos por serem cristãos

Hoje (18), o governo da Itália advertiu que o tempo está acabando para resolver a situação na Líbia, onde o risco de fusão entre o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e outras milícias locais é "evidente".

"A deterioração da situação requer uma mudança de ritmo pela comunidade internacional antes que seja muito tarde. O tempo não é infinito", declarou o ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, que advertiu para o risco "evidente" de fusão entre o EI e milícias locais.

"Nos encontramos diante de um país com um território imenso e instituições deficientes e isto tem consequências potencialmente graves, não apenas para nós, mas também para a estabilidade e a continuidade dos processos de transição nos Estados africanos vizinhos", explicou.

"A única solução para a crise líbia é política", disse, antes de destacar que a Itália não quer "aventuras e ainda menos cruzadas".

A Itália espera que a reunião do Conselho de Segurança da ONU, prevista para esta quarta-feira em Nova Iorque, proporcione a consciência da necessidade de "redobrar os esforços para favorecer o diálogo político" na Líbia.

Em outubro do ano passado, a revista digital do grupo terrorista Estado Islâmico, “Dabiq”, expôs na capa uma montagem fotográfica do exterior da basílica de São Pedro com uma bandeira negra do movimento extremista e a manchete: “A cruzada fracassada”.

O artigo que acompanha a montagem ataca Roma e os romanos como “cruzados ocidentais” e define o presidente dos EUA, Barack Obama, como “o chefe do mal”.


As fotos e os artigos da revista on-line do grupo terrorista elogiam a violência, inclusive nos casos dos reféns decapitados. Em um dos textos, os radicais falam dos yazidis, um dos povos mais antigos do Oriente Médio, reduzidos agora à escravidão. Mulheres e crianças dessa e de outras minorias são sequestradas e vendidas. Os homens, sem chances de defesa diante do poderio das armas dos terroristas, são assassinados.
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Com informações: G1 e Jornal do Commercio
Algumas adaptações de nossa parte.

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