terça-feira, 14 de agosto de 2018

Pode um católico ser um socialista?


O ponto principal da  Rerum Novarum era a preocupação do Santo Padre pelos pobres. Ele adverte os ricos e castiga aqueles que exploram trabalhadores. Ele defende o direito dos trabalhadores de formar sindicatos e pede que os empregadores não explorem seus trabalhadores, mas cuidem deles – não apenas pagando-lhes salários adequados e estabelecendo condições de trabalho humanitárias, mas também se preocupando com sua saúde e bem-estar. Ele diz que somos o guardião do nosso irmão.

Pode um católico, em boa consciência, apoiar a ideia de um sistema de seguro de saúde organizado pelo governo? Nós não poderíamos apoiar um sistema de saúde monolítico em que todos os hospitais e consultórios médicos, etc., fossem nacionalizados à força. Isso violaria o princípio do direito à propriedade privada. No entanto, aceitamos a “propriedade governamental” de escritórios administrativos, museus, parques nacionais, estabelecimentos militares e de defesa, instalações policiais e judiciais, quartéis de bombeiros, serviços de emergência, escolas e faculdades estaduais. Portanto, eu não veria nenhum problema se uma autoridade local desejasse financiar e construir uma clínica de saúde ou hospital. Também não vejo qualquer problema intrínseco com uma autoridade governamental estabelecendo um programa de seguro de saúde obrigatório. Tal programa não é socialista.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Arcebispo de Goiânia publica alerta sobre programas de TV usados para semear contravalores, confusão e mentiras



Caros irmãos, caras irmãs, a vida em uma sociedade se constrói tendo como base a sua cultura, pois cada cultura possui um quadro de valores, passados de geração em geração, que formam as pessoas, suas convicções, seu modo de agir e de se relacionar. Os valores de uma determinada cultura se perpetuam de geração em geração,principalmente por meio da autoridade da família, da escola e da Igreja. Essa constatação não deve, porém, nos fazer esquecer que, desde que foi inventada, na década de 1930, a televisão vem se tornando não só um potente meio de comunicação, mas também um eficaz instrumento para influenciar a formação da cultura pois, por meio de seus programas, também propõe valores ou contravalores, que influenciam o modo de viver das pessoas.

Quando, por meio desse canal formativo, são transmitidos bons conteúdos,como às vezes acontece, as pessoas são edificadas e a sociedade se constrói positivamente. Entretanto, esse meio de formação pode se tornar um instrumento eficaz de ideologização e convencimento que termina porproduzir um processo de destruição das pessoas e da sociedade. Nos últimos tempos, dois programas da televisão brasileira foram usados para semear confusão e mentira, acabando por ferir a sensibilidade de muitos brasileiros.

O primeiro deles é a série Malhação, da Rede Globo de Televisão. Em um de seus capítulos, dois jovens aparecem ensinando como “não pagar mico quando o assunto é gênero e sexualidade”. Jogando com as palavras “sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual” e explicando-as segundo a compreensão da falsária Ideologia de Gênero, os artistas defendem a liberdade sexual e a diversidade, sem qualquer vínculo com a verdade sobre a pessoa, que está expressa no e pelo corpo. Essas ideias acabam por promover o liberalismo das experiências sexuais, sem qualquer vínculo com uma ordem moral, ou seja, terminam defendendo que, em nome da liberdade, no campo da sexualidade tudo é possível.

Infelizmente, os contravalores transmitidos por esse e outros programas televisivos estão atrelados a outros tantos males devastadores, defendidos pela Ideologia de Gênero em todos os seus matizes e propostas. Um deles é a legalização do aborto, que voltou à cena principal em virtude da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF 442) ajuizada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Em nome da liberdade, defendem tratar o problema em questão sem considerar que estão em jogo duas vidas a serem protegidas, a da mulher gestante e a do bebê, propondo que se escolha tirar a vida inocente e indefesa do nascituro.

Ícone sobre o aborto


Comecemos por sua parte acima, cujas cores de fundo são mais claras (em contraste bastante evidente com a parte direita, com cores escuras representando as trevas, o mal e a morte).

  (Jesus Cristo protegendo a família cristã)

Jesus Cristo, vencedor da morte, surge protegendo e abençoando, abaixo dele, uma família cristã (é de se notar os trajes modernos que vestem). Família, aliás, numerosa (pai, mãe e seis filhos).

(Figura tradicional da família cristã)

O pai carrega um dos filhos (como São José, que carrega o Menino Deus, tradicional imagem da iconografia cristã) e traz o alimento da família na mão esquerda. A mãe embala o filho ainda bebê e alimenta uma outra criança. São figuras tradicionais do pai e da mãe cristãos, essencial para o desenvolvimento dos filhos.

(Mãe de Deus Galaktotrophousa amamentando)

Acima da família cristã, surge a Sagrada Família de Nazaré. Maria carrega, em seu colo, o Senhor Deus, nascido de seu puríssimo ventre. São José, por sua vez, carrega uma criança envolta em panos brancos, símbolo, na iconografia tradicional, da alma das crianças inocentes assassinadas.

(A arrependida -  mãe que, tendo cometido o monstruoso crime do aborto,
chora o filho que ela mesma matou)

Abaixo da família cristã, numa imagem bastante contundente, temos a «Arrependida», isto é, a mãe que, tendo cometido o monstruoso crime do aborto, chora, agora, o filho que ela própria matou. Veste-se de vermelho, o que representa o sangue inocente por ela derramado.

(A mãe solteira -  a que se manteve firme diante da tentação de abortar e, agora, carrega - não sem o auxílio de Deus - a Cruz de ser mãe sem a ajuda e o suporte de um esposo)

Na parte esquerda inferior, há a figura da mãe solteira. De um lado, ela pecou e consentiu em relações pré-nupciais (talvez, seja por isto que parte de sua vestimenta é vermelha, cor da luxúria), mas, por outro lado, manteve-se firme frente à tentação de abortar e, agora, carrega (não sem o auxílio de Deus) a Cruz de ser mãe sem a ajuda e o suporte de um esposo. Cruz esta que, se bem vivida, será sua porta de entrada para o céu depois que findar sua peregrinação terrestre.

Passemos agora às trevas.

domingo, 12 de agosto de 2018

“É o meu corpo”: como o aborto é contrário a Eucaristia.


"O aborto é uma paródia demoníaca do Anticristo da Eucaristia. 
É por isso que ele usa as mesmas palavras sagradas, ‘Isto é o meu corpo“, 
com o significado oposto, blasfemando.” – Peter Kreeft.

Milhões de crianças são abortadas todos os anos, e muitas pessoas, entre elas políticos, continuam apoiando a prática. Pessoas na sociedade dizem “este é o meu corpo”, sendo assim, não poderiam fazer com ele o querem?

Mas nossos políticos e seus seguidores alguma vez pararam para refletir sobre o grande valor do corpo? A Sagrada Escritura nos diz isto: “Ou ainda não entendeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não pertenceis a vós mesmos? Pois fostes comprados por alto preço; portanto, glorificai a Deus no vosso próprio corpo!” 

‘Declaramos’, dizem eles, ‘que seria injusto uma mulher ter que passar nove meses de estresse físico e emocional por causa de uma criança que ela não quer ter’.

Teria sido mais fácil para Jesus dizer “por que tenho que ser golpeado e açoitado e passar por tanta dor física salvar seu povo, Pai? Não podia só morrer por alguma causa natural e logo ressuscitar depois de três dias?” Afinal de contas, era seu corpo.

Mas isso não foi o que Jesus fez. Ele entregou completamente seu Corpo por nós.

sábado, 11 de agosto de 2018

O que é o Hades?


Em um artigo na internet sobre o “seio de Abraão”, referente ao relato do Rico e Lázaro, narrada em Lucas 16,19-31, foi adicionada uma pergunta:

“O que é para si o HADES?”

– A Bíblia fala de Hades (o lugar dos mortos) e Geena (o lugar do suplício eterno), e isso fica evidente em Apocalipse 20.13-15, onde os mortos estão no inferno (Hades) e após o julgamento, todos serão lançados no Geena (suplício eterno).

A pergunta agora é… No inferno, então, os mortos não estão sofrendo?

Sim, todos igualmente, porém, no suplício eterno (Geena), cada um terá um castigo em maior ou menor grau (porém, não menos que no Inferno), de acordo com as más obras praticadas e encontradas no Livro das Obras.

Todos os mortos salvos antes da morte de Cristo, estavam no Hades (lugar dos mortos), sendo que entre os justos (representado por Lázaro) e os ímpios (pelo rico), havia um abismo (separação), no qual de um lado alegria e paz, do outro, tristeza e tormento.

Com a morte de Cristo, ele muda o lugar dos mortos salvos para o Paraíso (“levou cativo o cativeiro”) e torna-se o primogênito dos mortos (ou seja, o primeiro a ressuscitar dos mortos, prefigurando a ressurreição dos últimos dias (antes do Arrebatamento).

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Vitória pró-vida: Argentina diz não ao aborto


A Argentina está salva. A loucura do aborto foi rejeitada pelo Senado numa sessão que durou aproximadamente 15 horas, terminando por volta das 2h da madrugada desta quinta-feira (09/08). Dessa vez, a previsão dos votos, feita com base naquilo que os senadores anunciaram em seus discursos, se confirmou. Foram 38 votos pela defesa da vida dos bebês em gestação e 31 votos de pura insensatez, pedindo a legalização do assassinato de inocentes no ventre materno. Houve ainda duas abstenções e uma ausência.

Depois de uma derrota traumática na Câmara dos Deputados, marcada pela vil traição do governo Macri, a força das lideranças pró-vida não se deixou abater. Foi dada continuidade à mobilização de multidões cada vez mais numerosas, envolveu-se quem estava só assistindo e articulou-se com maestria o apoio dos senadores. Foi uma virada sofrida e ganha com louvor.

Cardeal Sarah: "Um mundo sem Deus é um mundo de trevas, de mentiras, e de egoísmo".


Queridos peregrinos de Chartres, “A luz veio ao mundo,” diz-nos hoje o evangelho, “e os homens preferiram as trevas.”

E vocês, queridos peregrinos, acolheram a única luz que não engana? Acolheram a luz de Deus? Vocês caminharam durante três dias. Rezaram, cantaram, sofreram debaixo do sol e da chuva… Acolheram a luz em vossos corações? Renunciaram realmente às trevas? Escolheram seguir o Caminho, seguindo Jesus que é a luz do mundo?

Queridos amigos, permitam-me fazer essa pergunta radical, porque se Deus não é a nossa luz, tudo o resto se torna inútil. Sem Deus tudo é escuridão. Deus veio até nós, e se fez homem. Revelou-nos a única verdade que salva, foi morto para nos resgatar do pecado, e no Pentecostes, deu-nos o Espírito Santo e ofereceu-nos a luz da fé… mas nós preferimos as trevas!

Olhemos ao nosso redor! A sociedade ocidental decidiu organizar-se sem Deus. Ela está agora entregue às luzes cintilantes e enganadoras da sociedade do consumismo, do lucro a qualquer preço, do individualismo sem medida. Um mundo sem Deus é um mundo de trevas, de mentiras, e de egoísmo.

Sem a luz de Deus a sociedade ocidental tornou-se como um barco sem rumo na noite! Ela já não tem amor para receber os filhos, para os proteger desde o seio materno, para os preservar da agressão da pornografia. Privada da luz de Deus, a sociedade ocidental já não sabe respeitar os seus idosos, nem acompanhar no caminho da morte os seus doentes, nem dar lugar aos mais pobres e aos mais fracos. Ela foi entregue às trevas do medo, da tristeza e do isolamento. Não tem mais do que um vazio e um nada para oferecer. Deixa proliferar as ideologias mais loucas.

Uma sociedade ocidental sem Deus pode tornar-se o berço de um terrorismo ético e moral mais viral e mais destrutivo do que o terrorismo dos islâmicos. Lembrem-se que Jesus nos disse: “Não temais aqueles que matam o corpo e não podem matar a alma, antes temei Aquele que pode fazer perecer a alma e o corpo no inferno.” (Mt 10, 28)

Queridos amigos, perdoem-me esta descrição, mas é preciso ser claro e realista. Se eu vos falo assim, é porque no meu coração de padre, de pastor, eu sinto muito por tantas almas perdidas, tristes, inquietas e sozinhas! Quem as conduzirá à luz? Quem lhes mostrará o caminho da verdade, o verdadeiro caminho da liberdade que é o caminho da Cruz? Vamos deixá-las entregar-se ao erro, ao niilismo sem esperança ou ao islamismo agressivo sem fazer nada?

Nós devemos gritar ao mundo que a nossa esperança tem um nome: Jesus Cristo, o único Salvador do mundo e da humanidade! Queridos peregrinos da França, vejam esta catedral! Os vossos antepassados construíram-na para proclamar a sua fé! Tudo, desde a sua arquitetura, a sua escultura, os seus vitrais, proclama a alegria de ser salvo e amado por Deus. Os vossos antepassados não eram perfeitos, eles não estavam livres de pecado. Mas eles queriam deixar a luz da fé iluminar as suas trevas!

Hoje também vós, povo da França, acordai! Escolham a luz! Renunciem às trevas! Como?

O evangelho responde: “Aquele que agir segundo a verdade vem para a luz”. Deixemos a luz do Espírito Santo iluminar as nossas vidas concretamente, simplesmente, e até às regiões mais íntimas de nosso ser profundo. Agir segundo a verdade é em primeiro lugar colocar Deus no centro da nossa vida, como a Cruz é o centro desta catedral.

Meus irmãos, escolhamos voltarmo-nos para Ele todos os dias! Agora, assumimos o compromisso de reservar todos os dias alguns minutos de silêncio para nos voltarmos a Deus, para lhe dizer: “Senhor reina em mim! Eu Te entrego a minha vida!”

Queridos peregrinos, sem silêncio não há luz. As trevas alimentam-se do barulho incessante do mundo, que impede-nos de nos voltarmos para Deus. Tomemos como exemplo a liturgia de hoje. Ela leva à adoração, ao temor filial e amoroso perante a grandeza de Deus. Ela culmina na consagração, onde todos juntos, voltados para o altar, o olhar fixo na Eucaristia, na cruz, comunicamos em silêncio, no recolhimento e na adoração. Queridos irmãos, amemos essas celebrações litúrgicas que nos fazem saborear a presença silenciosa e transcendente de Deus e nos fazem voltar para o Senhor.

Queridos irmãos padres, eu quero dirigir-me especialmente a vós. O Santo Sacrifício da Missa é o lugar onde vocês encontrarão a luz para o vosso ministério. O mundo em que vivemos pede a nossa atenção sem cessar. Nós estamos constantemente em movimento, sem nos preocuparmos de parar para tomar o tempo de procurar um lugar deserto e descansar um pouco, na solidão e no silêncio, na companhia do Senhor. Grande seria o perigo de nos encontramos somente como “trabalhadores sociais”. Então, nós não daríamos mais a luz de Deus mas a nossa própria luz, que não é aquela que os Homens esperam. Aquilo que o mundo espera dos padres é Deus e a Luz da sua Palavra proclamada sem ambiguidade nem falsificação.

Saibamos voltar-nos para Deus numa celebração litúrgica recolhida, cheia de respeito, de silêncio e marcada pela sacralidade. Não inventemos nada na liturgia, recebamos tudo de Deus e da Igreja. Não procuremos nela o espectáculo ou o sucesso. A liturgia ensina-nos: Ser sacerdote não é, em primeiro lugar, fazer muito, mas sim estar com o Senhor na cruz!

A liturgia é o lugar onde o homem encontra Deus cara a cara. A liturgia é o momento mais sublime onde Deus nos ensina a “reproduzir em nós a imagem do seu filho Jesus Cristo para que ele seja o primogénito de uma multidão de irmãos” (Rm 8, 29). Ela não é nem deve ser uma ocasião de ruptura, de luta ou de disputa.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Santa Quitéria, a “curadora da raiva”


Santa Quitéria é muito venerada e estimada em algumas regiões da Espanha, da França e de Portugal. Pouco se sabe com certeza a seu respeito, já que tudo o que chegou até nós sobre ela veio por transmissão oral, entremeado de lendas piedosas. O que é verdade e o que é fantasia ninguém mais sabe, mas o fato é que a sua veneração é muito antiga.

A lenda nos conta que Santa Quitéria era uma das nove filhas de Cálsia Lúcia, esposa de Lúcio Caio Otílio, governador romano em Braga no século II da nossa era. Quando Quitéria tinha 13 anos, estava um dia a rezar quando lhe apareceu um anjo pedindo que ela se retirasse a um lugar solitário, na montanha, onde se dedicaria à oração e à contemplação porque Deus a tinha escolhido para ser sua esposa.

Ela obedeceu, mas voltou quando soube que seus pais estavam angustiados com o seu retiro. Receberam-na com muita alegria e lhe comunicaram que tinham decidido casá-la com um jovem rico e nobre chamado Germano. Ela se negou e foi detida no palácio, de onde fugiu graças à Virgem Maria.

Perseguida, foi encontrada e decapitada, mas, diante do horror de seu carrasco e da admiração das pessoas presentes, Quitéria recolheu a própria cabeça, com a coroa de virgem e mártir, e caminhou até o lugar que lhe fora indicado por um anjo. O local era uma fonte, o que nos leva a outra das lendas mais curiosas sobre esta santa: Quitéria é invocada como intercessora para curar os doentes de raiva.