terça-feira, 24 de abril de 2018

José Dirceu compara delitos do PT a “crimes da Igreja Católica contra a humanidade”



Passou batida pra muitos a entrevista que Zé Dirceu concedeu, no último dia 20, à jornalista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo. Comentando a prisão de Lula, que já completa deliciosos 15 dias, afirmou que “a Igreja Católica Apostólica Romana tem uma história de crimes contra a humanidade.” Tudo é fruto, segundo ele, de um “balanço histórico” profundíssimo, imagino eu. Claro, não poderia ser diferente, pois todo comunista tem uma tara atávica de revisar e reescrever a História a seu favor. É um vírus mental chamado mneumofobia, o medo da memória, da factualidade histórica.

Para desmentir essa frase de Dirceu seriam necessárias horas e horas de apresentação das provas históricas e documentações, que provam justamente o contrário. Ele invoca inclusive o mofado e já arquicontrargumentado mimimi a respeito das Cruzadas e da Inquisição. Além das provas historiográficas dos crimes da Igreja, segundo o preso petista, teríamos também de “mandar prender todos os padres e bispos porque a pedofilia é generalizada.” Ele sustenta a tese de que o Partido dos Trabalhadores não é um partido corrupto de maneira alguma, muito menos guiado por bandidos. Quem teria a ousadia de levantar tal calúnia, não é mesmo? O Partido da ética é apenas uma pobre vítima de alguns traidores que se desviaram e acabaram em esquemas ilícitos.

Que isso, cumpanhêro?! Devagar com o andor, que o santo é de barro. Não tenho um segundo de paciência para responder as acusações levantadas contra a Igreja nem caridade monástica suficiente para pontuar aqui as provas, arquidocumentadas pela Justiça, da rede de crimes sistematizadas dentro e pelo PT, através de seus dirigentes: Lula, Palocci, Dirceu et caterva.

Não é preciso apresentar contraprovas para as colocações espúrias de Dirceu contra a Igreja, mas mostrar a intenção maligna por trás delas. Dirceu é um canalha; um grande canalha mneumofóbico. Muito inteligente e mendaz. Foi treinado em Cuba e tem uma estrutura interna muito mais rija que a de Lula para aguentar o repuxo do cárcere. Lula é um frouxo, sempre o foi. Delatou até a esposa morta! O que não fará com um pouco de estímulo na cadeia?

Zé Dirceu cospe no prato que o salvou, revolucionário ingrato e subversivo que é. Cospe na Igreja que foi instrumentalizada por terroristas, como Marighella e Frei Betto, que, em 4 setembro de 1969, usaram a guerrilha ALN para sequestrar o embaixador americano Charles Elbrick em troca de presos do regime militar, único meio de parar a revolução socialista por eles intentada. 

Episcopado alemão nega que o Vaticano tenha rejeitado proposta de Comunhão para protestantes



A Conferência Episcopal da Alemanha negou as informações que assinalam que a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) teria rechaçado um plano dos bispos a fim de publicar um documento para permitir que protestantes casados com católicos recebam a Comunhão.

“Os relatórios que assinalam que o Vaticano, tanto o Santo Padre como os seus dicastérios, rechaçaram o documento, são falsos”, disse Matthias Kopp, porta-voz do Episcopado.

Também foi relatado que o Arcebispo de Munique e Presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, Cardeal Reinhard Marx, foi convidado a Roma pelo Papa Francisco para discutir a respeito deste tema.

Na quarta-feira dia, 18 de abril, o site de notícias austríaco Kath.net informou em 18 de abril que fontes do Vaticano assinalaram que a CDF suspendeu a proposta dos bispos alemães. Fontes deste Dicastério confirmaram estas afirmações à CNA, agência em inglês do Grupo ACI.

O que não explicaram é se o Vaticano teria pedido aos bispos alemães que modificassem o conteúdo do seu documento ou se impediram a preparação do rascunho, enquanto analisavam o tema; ou se rejeitaram completamente esta proposta.

Há dois meses, a Conferência Episcopal Alemã anunciou a publicação de um documento com normas para permitir que os protestantes casados com católicos recebam a Comunhão eucarística “sob certas condições”. 

Tribunal inglês rejeita transferência de Alfie Evans para a Itália



O Supremo Tribunal da Inglaterra rejeitou pela terceira vez o recurso de amparo dos pais de Alfie Evans e negou-lhes a possibilidade de levar seu filho para a Itália para que receba tratamento médico.

“Isso representa o capítulo final do caso deste extraordinário pequeno menino”, disse o juiz Anthony Hayden, do Supremo Tribunal, segundo informou a BBC de Londres neste dia 24 de abril.

Até o momento, Alfie permanece no hospital Alder Hey, em Liverpool. Os médicos lhe retiraram o suporte vital depois das 21h do dia 23 de abril. Entretanto, em vez de perder a vida, o pequeno começou a respirar por si mesmo. Em seguida, voltaram a administrar-lhe hidratação e oxigênio. 

Pronunciamento dos Bispos do Paraná sobre bebidas de álcool em festas de Igreja



PRONUNCIAMENTO DOS BISPOS DO REGIONAL SUL 2

Nós, Bispos e Administradores Diocesanos do Paraná, reunidos em Aparecida (SP) para a 56ª Assembleia Geral da CNBB, queremos manifestar aos párocos, aos administradores e vigários paroquiais, a todos os sacerdotes e diáconos, bem como a todos os Conselhos de Pastoral das comunidades e Conselhos de Assuntos Econômicos, a nossa firme decisão referente à exclusão por completo da venda de bebidas alcoólicas em nossas festas de padroeiros e quaisquer eventos da Igreja.

A missão da Igreja é evangelizar! Queremos que nossas comunidades se tornem cada vez mais evangelizadoras e, por isso, reiteramos veementemente a aplicação dessa norma, mesmo compreendendo as dificuldades culturais de algumas regiões de nosso Estado em colocá-la em prática.

É sabido que o álcool é uma das substâncias mais ameaçadoras aos jovens e, consequentemente, às famílias, além de ser uma porta de entrada para drogas ilícitas. O consumo descontrolado de bebidas alcoólicas desencadeia, com grande frequência, conflitos e até atos de violência, em direção claramente oposta ao que a Igreja no Brasil propôs com a Campanha da Fraternidade deste ano: a superação da violência. Além do mais, o consumo de álcool em promoções de Igreja representa um grande contratestemunho perante a sociedade.1 

Mensagem da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) na 56º Assembleia Geral da CNBB



PALAVRA DA CRB NA 56ª ASSEMBLEIA DA CNBB

Estou aqui em nome dos Consagrados e Consagradas do Brasil, uma força imensa em nossa Igreja, mesmo nos grandes desafios e crises, estamos respondendo à nossa Missão de norte a sul do País.

Nossa grande preocupação como Conferência é animar a Vida Religiosa Consagrada na fidelidade à sua IDENTIDADE.

A Vida Religiosa Consagrada é chamada, segundo o Carisma de cada Instituto, à responder a VIDA ONDE MAIS CLAMA.

A partir da sua última Assembleia (2016), preocupada com a perda gradativa da identidade, principalmente por parte dos Religiosos Presbíteros, cada vez mais envolvidos pela administração e profissionalização (necessárias, é claro) estamos preparando o I ENCONTRO NACIONAL DOS RELIGIOSOS PRESBÍTEROS, em setembro de 2018, em Belo Horizonte.

Também realizaremos, logo após o Encontro Nacional dos Presbíteros, o II SEMINÁRIO NACIONAL DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA, neste local, com a participação dos Superiores e Superioras maiores, Gerais, Provinciais, Conselheiros/as, Formadorese/as, mais de 550 participantes, com o TEMA: MISTICA E PROFECIA NA MISSÃO COMUNITÁRIA, E LEMA: “SAIAMOS, ÀS PRESSAS, COM MARIA, AONDE CLAMA A VIDA”.

Somos todos chamados pelo Batismo  e realizamos nossa missão numa Igreja Ministerial. 

Autoridades chinesas aos católicos: não cruzem a "linha vermelha"


As autoridades da cidade chinesa de Henan divulgaram um comunicado no qual alertam aos católicos de que os seus lugares de culto serão fechados se não obedecerem às normas referentes aos temas religiosos.

Segundo informa UCAnews.com, nos últimos meses aumentou a pressão das autoridades contra os católicos em Henan, com a retirada de cruzes das igrejas, a proibição dos menores de entrar nos templos, o fechamento de centros educativos pré-escolares administrados pela Igreja, e inclusive a expulsão das crianças enquanto participavam da Missa.

A Associação Católica Patriótica Chinesa de Henan e a Comissão Católica de Administração de Henan, instituições controladas pelo Governo, publicaram um comunicado pedindo aos fiéis que assumissem as novas normas “com seriedade”.

O texto exige seguir “o princípio da separação entre a religião e a educação”, assim como as normas sobre temas religiosos.

“Anteriormente, tudo isso era apenas propaganda e formação, mas agora há uma linha vermelha, uma linha de pressão, então é necessário assumi-la seriamente”, indica o comunicado.

Entre as medidas que já foram tomadas contra os católicos, está a expulsão de crianças da Missa de Páscoa no dia 1º de abril, em uma igreja da Diocese de Zhengzhou.

Um católico disse à UCAnews que as autoridades também bloquearam a entrada de menores nas igrejas das dioceses de Shangqiu e Anyang. “Não sabemos o que acontecerá depois”, acrescentou.

Do mesmo modo, duas escolas de ensino fundamental enviaram uma carta aos pais de família assinalando que “ninguém pode usar a religião para provocar desordem social, prejudicar os cidadãos ou atentar contra o sistema de educação nacional”.

A carta explica que “é uma ofensa o fato de que qualquer organização ou indivíduo oriente, apoie ou permita que os menores acreditem nas religiões ou que participem das atividades religiosas”.

Bispo de Formosa afirma inocência e diz ter sido acusado sem provas


Após passar um mês preso acusado do desvio de R$ 2 milhões de recursos das paróquias da Diocese de Formosa (GO), Dom José Ronaldo Ribeiro declarou que ele e demais sacerdotes detidos foram vítimas de um plano para os desmoralizar, sendo “acusados sem provas”.

“Fomos massacrados, acusados sem provas, com um método de condenar, prender e apurar”, declarou o Prelado em uma entrevista a ‘O Estado de S. Paulo’.

Dom José Ronaldo e outros 5 sacerdotes da Diocese de Formosa foram presos em 19 de março na Operação Caifás, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, acusados de desviar R$2 milhões e usar dinheiro das paróquias para a compra de uma fazenda de gado e uma casa lotérica.

O Prelado permaneceu cerca de um mês na prisão, tendo sido liberado na última semana, após a concessão do habeas corpus em 17 de março pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Após ser solto, seguiu para a residência episcopal de Formosa, em vez de seguir conselhos para que se hospedasse na Casa do Clero, para padres idosos e doentes.

“Vim para cá, porque esta é minha morada. Eu ainda sou o bispo de Formosa, embora afastado”, afirmou.

Segundo Dom José Ronaldo, ele foi vítima de um plano arquitetado para o “desmoralizar e tirar do governo da Diocese”.

“É um grupo bem articulado com um plano e, nesse plano, vi claramente que usaram o anonimato e abriram quatro frentes para nos denegrir, nos desmoralizar: a mídia, redes sociais, Ministério Público e Nunciatura”, citou.

O Bispo assinalou que tal grupo teria armado “esse esquema há anos”, desde sua passagem pela Diocese de Janaúba (MG), de onde foi transferido para Formosa, em 2014. Além disso, indicou que na Diocese mineira, a armação teve início depois que ele acolheu ex-dependentes de drogas dos quais cuidava no trabalho pastoral, tendo ficado com sua conta negativa para ajudá-los.

“Lá (Janaúba), fui vítima de uma situação semelhante. Quando fui nomeado Bispo de Formosa, alguns padres e leigos foram às redes sociais e acessaram essa mesma campanha que fizeram contra mim lá. Então, eles já tinham uma ideia pré-concebida a meu respeito”, afirmou o Bispo em vídeo publicado por ‘O Estado de S. Paulo’.

Fim do “Catolicismo romano”?


Este artigo, assim mesmo intitulado pelo próprio Autor e do qual apresento abaixo a tradução em português, apareceu no blog Settimo Cielo, no dia 13 de Abril passado, sob um outro provocador título dado por Sandro Magister: La riforma di Bergoglio l'ha già scritta Martin Lutero / A reforma de Bergoglio já a escreveu Martinho Lutero [1].

O Autor é Roberto Pertici: tem sessenta e seis anos de idade e é actualmente professor de história contemporânea na Universidade de Bergamo [2]. Um académico exactamente da minha idade; o que, pela contemporaneidade da vida, me ajudou à melhor compreensão deste ensaio.

Este, é de facto notável e algo invulgar pela «agudeza e amplitude de horizonte da análise», como diz Magister, e pela lógica do raciocínio que conjuga os factos examinados, relevando a sua unitária coerência com um “projecto” ou “operação”.

Para quem partilhe de uma visão conservadora ou tradicional da Igreja, parece-me obviamente muito perturbador.... mas há que ter presente que a Fé católica e apostólica não se conjuga jamais com qualquer espécie de desespero!

As notas assinaladas entre […], são todas da minha autoria.

22 de Abril de 2018

João Duarte Bleck, médico e leigo Católico 
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1. Neste momento do pontificado de Francisco, creio que se possa razoavelmente sustentar que este marca o ocaso dessa imponente realidade histórica definível como “catolicismo romano”.

Isto não significa, bem entendido, que a Igreja Católica esteja no fim, mas que está a chegar ao fim o modo como historicamente se estruturou e se apresentou a si mesma nos últimos séculos.

De facto, parece-me evidente que é este o projecto conscientemente seguido pelo “brain trust” que rodeia Francisco: um projecto que se pretende quer uma resposta extrema / radical à crise das relações entre a Igreja e o mundo moderno, quer como premissa para um renovado percurso ecumênico, comum às outras confissões cristãs, especialmente aquelas Protestantes.

2. Por “catolicismo romano” entendo aquela grande construção histórica, teológica e jurídica que se iniciou com a helenização (para o aspecto filosófico) e com a romanização (para o aspecto político-jurídico) do cristianismo primitivo e que se baseia sobre o primado dos sucessores de Pedro; tal como ela emerge da crise do mundo tardo-antigo e da sistematização teórica da idade gregoriana (“Dictatus Papae”) [3].

Nos séculos sucessivos, a Igreja, do mesmo modo, dotou-se de um Direito interno próprio, o Direito canónico, olhando para o Direito romano como modelo. E este elemento jurídico contribuiu para gradualmente plasmar uma complexa organização hierárquica, com precisas normas internas que regulam a vida, seja da “burocracia dos celibatários” (a expressão é de Carl Schmitt [1888-1985]) que a gere, seja dos leigos que dela fazem parte.

O outro momento decisivo da formação do “catolicismo romano” é, finalmente, a eclesiologia elaborada no Concílio de Trento [1545-1563], que reafirmou a centralidade da mediação eclesiástica em vista da salvação, em contraste com a tese luterana do “sacerdócio universal”, e que assim fixa o carácter hierárquico, unitário e centralizado da Igreja; o seu direito de controlar e, caso ocorra, condenar as posições que contrastem com a formulação ortodoxa das verdades de fé; o seu papel na administração dos sacramentos.

Esta eclesiologia foi selada no dogma da infalibilidade pontifícia proclamado no Concílio Vaticano I [1869-1870], colocado à prova oitenta anos depois, na afirmação dogmática da Assunção de Maria ao Céu (1950), a qual, juntamente com a precedente proclamação dogmática da sua Imaculada Conceição (1854), reafirma a centralidade do culto mariano.

Seria, todavia, redutor se nos limitássemos a quanto dissemos até agora. Porque existe, ou melhor existia, também um difuso “sentir católico”, assim constituído:

- uma atitude cultural que se baseia sobre um realismo, a propósito da natureza humana, por vezes desencantado, mas disposto a “tudo compreender” como premissa do “tudo perdoar”;

- uma espiritualidade não-ascética, compreensiva de certos aspectos materiais da vida e não disposta a desprezá-los;

- empenhado numa caridade quotidiana para com os humildes e os necessitados, sem precisar de os idealizar ou deles fazer quase um ídolo;

- disposto a representar-se também na própria sumptuosidade, portanto não surdo à razão de ser da beleza e das artes, enquanto testemunhos de uma Beleza suprema à qual o cristão deve tender;

- indagador subtil das moções mais recônditas do coração, da luta interior entre o bem e o mal, da dialéctica entre “tentação” e a resposta da consciência.

Poder-se-ia então dizer que naquilo a que chamo de “catolicismo romano” entrelaçam-se três aspectos, além, obviamente, do religioso: o estético, o jurídico e o político. Trata-se de uma visão racional do mundo que penetra numa instituição visível e compacta e que entra fatalmente em conflito com a ideia de representação que emergiu com a modernidade, baseada no individualismo e numa concepção do poder que, vinda de baixo, acaba por colocar em discussão o princípio da autoridade.