segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Mulher criada por pais gays publica livro sobre o mal de ser privada de uma mãe


Quando se fala da regulamentação da união civil de casais homossexuais, logo se fala também da possibilidade de adoção. Porém, as consequências da privação de uma das duas figuras, a paterna ou a materna, é um tema ainda bem inexplorado e o testemunho das pessoas criadas por casais homossexuais em outros países são relativamente desconhecidos.

No Canadá, Dawn Stefanowicz, publicou o livro Out From Under: TheImpact of Homosexual Parenting para contar a sua experiência. Segundo ela, após o lançamento do livro, em 2007, mais de cinquenta outros adultos que foram criados por casais LGBT entraram em contato para dizer que compartilham as suas preocupações sobre o casamento e a paternidade homossexual. “Muitos de nós lutam com a sua própria sexualidade por causa da influência do ambiente em que cresceram”, conta Dawn.

Ela lamenta a forte restrição de liberdade de pensamento que se verificou no seu país após a aprovação do casamento gay. Posicionar-se de forma contrária pode gerar consequências disciplinares, demissão ou perseguições por parte do governo.

Mas as palavras mais fortes do seu livro são aquelas que narram as experiências que viveu na infância. “Nas famílias homossexuais, as crianças negarão com frequência a própria dor e fingirão não sentir falta de um pai biológico, sentindo-se pressionadas pelas políticas que circundam as famílias LGBT a se exprimir positivamente. Quando as crianças carecem de um pai biológico por morte, divórcio, adoção ou reprodução artificial, experimentam um vazio doloroso. É o que acontece também quando o nosso pai gay traz para dentro da nossa vida o(s) seu(s) parceiro(s) do mesmo sexo, que nunca poderá substituir o genitor biológico”, escreve Dawn.

Semana Nacional da Vida 2016 propõe como tema “Vida e sociedade”


De 1º a 7 de outubro acontece no Brasil a Semana Nacional da Vida, momento de celebração e de recordação de compromissos em favor de sua promoção organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).

O bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, dom João Bosco Barbosa de Sousa, afirma que a vida, dom de Deus, “é muitas vezes desvalorizado, desrespeitado, não é suficientemente bem cuidado como devia ser, como um presente de Deus”.

É neste sentido que a Semana Nacional da Vida, que acontece de 1º a 7 de outubro, sendo concluída no dia 8 com o Dia do Nascituro, é ocasião de celebração e de reassumir compromissos. “Nós celebramos a Semana da Vida primeiro como uma grande ação de graças a Deus pela vida que nós recebemos, pela nossa vida pessoal, das pessoas que nós amamos e todas as pessoas do mundo e do mundo em que nós vivemos”, explica dom Bosco.

A segunda motivação para a Semana, segundo dom João Bosco, é “lembrar certos compromissos que nós temos com a vida para que ela seja cada vez mais desenvolvida, mais viva e também compartilhada por todas as pessoas”. Para ele, é importante que se reflita o que limita e mata a vida. 

Marcha contra casamento gay leva um milhão de pessoas às ruas do México


Mais de um milhão de pessoas percorreram as ruas de 122 cidades mexicanas para declarar apoio à exclusividade do casamento entre homem e mulher, no último sábado, dia 10 de setembro. A marcha foi uma resposta à tentativa do presidente Enrique Peña Nieto de incluir o casamento homossexual na constituição do país.

A Frente Nacional pela Família organizou os protestos. Em Guadalajara participaram 275 mil pessoas e em Querétaro 100 mil, segundo as estimativas dos organizadores. Em outras cidades, o número de participantes se aproximou dos 100 mil. Os participantes dos protestos levavam balões nas cores azul e rosa, além de imagens simbolizando a instituição familiar.


O grupo alerta para o fato de que a reforma de Peña Nieto permitiria a adoção de crianças por parte de casais homossexuais e minaria os direitos dos pais a respeito da cirurgia de mudança de sexo em crianças. Além disso, promoveria no currículo das escolas a atividade sexual precoce, a homossexualidade e a transgeneridade. 

Revistamo-nos com as armas da justiça


Eu vos escrevo sobre a justiça, não por pretensão minha, mas por insistência vossa. Pois nem eu nem outro semelhante a mim pode igualar a sabedoria do santo e glorioso Paulo. Estando junto de vós, diante dos homens vivos naquela ocasião, ensinou com perfeição e firmeza a palavra da verdade e, ausente, vos enviou cartas. Por estas, se as lerdes com atenção, sereis edificados na fé que vos foi dada. Ela é a mãe de todos nós (Gl 4,26),  seguida pela esperança, precedida pela caridade em Deus, em Cristo e no próximo. Quem estiver envolvido por elas, cumpre o mandamento da justiça; pois quem tem a caridade mantém longe de si o pecado.

A raiz de todos os males é a ânsia de possuir (1Tm 6,10). Certos de que nada trouxemos para este mundo nem dele poderemos levar coisa alguma (1Tm 6,7), revistamo-nos com as armas da justiça e ensinemos a caminhar no preceito do Senhor. A nós mesmos em primeiro lugar; depois, a vossas esposas, para que andem na fé que lhes foi entregue e na caridade e castidade. Que amem seus maridos com inteira fidelidade e estimem a todos com recato. Eduquem os filhos na disciplina do temor de Deus (cf. Ef 5,23s). Às viúvas ensinemos a serem versadas na doutrina do Senhor, intercedendo sem cessar por todos, afastadas de toda a impostura, maledicência, falso testemunho, da avareza e de todo mal. Conscientes de serem altar de Deus e de que ele tudo vê claramente, nada lhe escapa de apreciações, de pensamentos e dos segredos do coração (cf. 1Tm 5).

Sabendo, portanto, que não se zomba de Deus (Gl 6,7), devemos caminhar de modo digno conforme a seu preceito manifesto. Igualmente têm os diáconos de ser irrepreensíveis em face de sua justiça, como ministros de Deus e do Cristo, não dos homens. Não sejam maldizentes, falsos, avaros (cf. 1Tm 3,6s), mas sóbrios em tudo, misericordiosos, dedicados, vivendo de acordo com a verdade do Senhor que se fez o servo de todos. Se lhe formos agradáveis neste mundo, seremos recompensados no outro, como nos prometeu: ele ressuscitará dos mortos a cada um de nós. Se vivermos de modo digno dele, também com ele reinaremos (2Tm 2,12), já que temos fé.


Da Carta aos filipenses, de São Policarpo, bispo e mártir
(Nn.3,1-5,2: Funk 1,269-273)           (Séc.I)

Houve relação sexual entre Adão e Eva no paraíso?


Parece que no estado de inocência não teria havido geração pela união carnal:

Com efeito, como diz Damasceno, o primeiro homem estava no Paraíso terrestre “como um anjo”. Ora, no futuro estado da ressurreição, quando os homens serão semelhantes aos anjos, “nem casam, nem serão casados”, como se diz no Evangelho de Mateus (22, 30). Logo, nem no paraíso teria havido geração pela união carnal.

Além disso, os primeiros seres humanos foram criados em idade adulta. Por conseguinte, se para eles a geração tivesse ocorrido antes do pecado pela união carnal, teria havido entre eles união carnal mesmo no Paraíso. Ora, a Escritura mostra que isso é falso.

Ademais, na união carnal o homem se torna ao máximo semelhante aos animais, por causa da veemência do prazer, razão por que se faz o elogio da continência, pela qual os homens se abstêm de tais prazeres. Ora, o homem é comparado aos animais por causa do pecado, segundo o Salmo 48: “O homem não conheceu qual era sua dignidade, pareceu-se com os animais irracionais e se tornou igual a eles” (v.21). Logo, não teria havido união carnal do homem e da mulher antes do pecado.

Ademais, no estado de inocência não teria havido nenhuma corrupção. Ora, pela união carnal há a corrupção da integridade virginal. Logo, não teria havido a união carnal no estado de inocência.

EM SENTIDO CONTRÁRIO, antes do pecado Deus criou o homem e a mulher, como está dito no Gênesis. Ora, nada existe sem razão nas obras de Deus. Por conseguinte, mesmo se o homem não tivesse pecado, teria havido união carnal, para a qual está ordenada a distinção dos sexos.

Além disso, no Gênesis está escrito que a mulher foi feita para ajudar o homem. Essa ajuda não é destinada a nada mais que à geração, que se faz pela união carnal, pois para qualquer outra atividade o homem podia encontrar ajuda mais adaptada em outro homem e não na mulher. Por conseguinte, no estado de inocência a geração teria sido pela união carnal.

Alguns entre os antigos doutores, considerando a fealdade na concupiscência que se constata, em nosso estado atual, na união carnal, afirmaram que no estado de inocência a geração não teria ocorrido pela união dos sexos. Assim Gregório de Nissa diz que no paraíso o gênero humano se teria multiplicado de outra maneira, como se multiplicaram os anjos, sem comércio carnal, por obra da potência divina. Diz que Deus tinha criado o homem e a mulher antes do pecado pensando na maneira de geração que deveria ocorrer depois do pecado, que Deus conhecia de antemão.

Mas isso não se diz de modo razoável. Com efeito, as coisas naturais ao homem não lhe são nem retiradas, nem concedidas pelo pecado. Ora, é claro que era natural ao homem, pela vida animal que tinha mesmo antes do pecado, como dito acima, gerar por união carnal, como é natural aos outros animais perfeitos. Manifestam isso os membros naturais destinados a esse uso. Portanto, não se pode dizer que antes do pecado esses membros naturais não teriam tido seu uso como os outros membros.

Há duas coisas a considerar na união carnal no estado atual. Primeiro, o que depende da natureza: a conjunção do macho e da fêmea para a geração. Com efeito, em toda geração é preciso uma potência ativa e uma passiva. Por consequência, como em todos os seres em que há distinção dos sexos a potência ativa se encontra no macho e a potência passiva na fêmea, a ordem da natureza exige que para a geração haja o encontro carnal dos dois. Segundo, pode se considerar ainda: uma deformidade da concupiscência imoderada. Essa não teria existido no estado de inocência, em que as potências inferiores estavam totalmente submetidas à razão. Por isso declara Agostinho: “Evitemos pensar que a geração não tivesse ocorrido sem a doença da voluptuosidade. Esses membros teriam obedecido, como os outros, ao sinal da vontade, sem o ardor e estímulos sedutores, com tranquilidade de alma e de corpo”.

Santa Justina e São Cipriano de Antioquia (ex-bruxo)


A figura de São Cipriano mago é lendária. Deve ter sido criada no século IV e na Ásia Menor para ilustrar um tema caro aos antigos: a do feiticeiro que vende a sua alma ao diabo, mas se converte a Cristo. A figura de Cipriano mago a lenda associou a da Justina, virgem a mártir, também para ilustrar um tema muito estimado pelos cristãos: a da virgem que supera as armadilhas do homem que a quer seduzir. O autor da lenda deu ao mago convertido o nome de Cipriano, que era a de famoso bispo de Cartago martirizado em 258. O recurso a este nome obteve mais estima e crédito para a lenda, que na Idade Média foi corroborada pela introdução de S. Cipriano e S. Justina no calendário litúrgico (aos 26/09). O "Livro poderoso de S. Cipriano" tem seu núcleo já no século IV, quando se difundiam as "Preces de Cipriano", utilizadas quase como fórmulas mágicas. Popularmente fala-se muito do um São Cipriano mago, que teria deixado um "Livro Poderoso": "lido para a frente, lido para trás", esse livro provocaria fenômenos estranhos: as vacas parariam de dar leite, os animais adoeceriam, os homens seriam prejudicados. Daí as perguntas: quem foi S. Cipriano mago? Quando viveu? Que Livro Poderoso deixou? É o que vamos examinar.

Santa Justina e São Cipriano[1]


No começo do século IV, em Antioquia da Síria o diácono Prailio pregava as verdades da fé, quando uma bela e rica jovem chamada Justa o ouviu a partir de uma janela e ficou impressionada. Seu pai Edésio, sacerdote dos ídolos, e sua mãe Cledônia a educaram nas tradições pagãs. 

Ela contou o fato à sua mãe, que, por sua vez, o relatou a seu marido Edésio. A família ficou perplexa, sem saber a que faria; todavia na noite seguinte apareceu-lhes Jesus Cristo com seus anjos e lhes disse: "Vinde a mim e eu vos darei o reino dos céus". 

Em consequência, chegado o dia, pai e mãe levaram a filha ao diácono Prailio, que os apresentou ao bispo Optato. Este os batizou e ordenou sacerdote Edésio, pai de Justa, que com o batismo, passou a ser chamada de Justina (que quer dizer: justiça). 

Justina entrementes frequentava assiduamente a igreja, dedicando sua vida às orações, consagrando e preservando sua virgindade, onde um jovem, de nome Aglaidas, a via muitas vezes passar e se apaixonou por ela. Pediu-a em casamento; os pais da donzela, agora já convertidos à fé cristã, concederam-na a ele por esposa, mas Justa recusou-se, dizendo-lhe: "Meu esposo é Cristo, a Ele sirvo, é por causa dele que eu preservo a minha pureza. Ele preserva tanto a minha alma e meu corpo de todas as impurezas".

Então Aglaidas, acompanhado do amigos, colocou-se no seu caminho, vedando-lhe a passagem; queria raptá-la. Mas as mulheres que acompanhavam Justa, puseram-se a gritar tanto que os servidores e vizinhos acorreram, pondo os agressores em fuga.



Cipriano de Antioquia, o feiticeiro, assim denominado para distinguir-se de Cipriano de Cartago, era filho de pais pagãos muito ricos. Nasceu em 250 d.C. na Antioquia, região situada entre a Síria e Arábia, pertencente ao governo da Fenícia. Desde a infância, Cipriano foi induzido aos estudos da feitiçaria e das ciências ocultas como a alquimia, astrologia, adivinhação e as diversas modalidades de magia.

Após muito tempo viajando pelo Egito, Grécia e outros países aperfeiçoando seus conhecimentos, aos trinta anos de idade Cipriano foi à Babilônia a fim de conhecer a cultura ocultista dos Caldeus. Encontrou a Bruxa Évora e intensificou seus estudos e aprimorou a técnica da premonição. Évora morreu em avançada idade deixando seus manuscritos para Cipriano, o que foi de grande proveito para ele. O feiticeiro logo se tornou conhecido, respeitado e temido por onde passava.

Aglaidas não havia desistido do seu intento. Sabia que existia um mago poderoso chamado Cipriano; foi procurá-lo, prometendo-lhe dois talentos (grande quantia) caso conquistasse o coração de Justa para o seu pretendente. 

Cipriano iniciou o ataque contra Justina: usou um pó que despertaria a luxúria, ofereceu sacrifícios aos demônios e empregou diversas obras malignas. Mas Justina se defendia redobrando as orações a Deus, e das profundezas do seu coração clamava a Cristo, seu Noivo: "Ó Senhor, meu Deus, Jesus Cristo! Eis quantos inimigos se levantaram contra mim e têm preparado uma rede, a fim de me pegar e tirar a minha alma. Mas lembrei-me do teu nome no meio da noite e me rejubilo,  agora, quando eles estão lutando contra  mim, recorro a Ti e tenho esperanças que o meu inimigo não triunfará sobre mim. Porque tu sabes, ó Senhor meu Deus, que eu, tua escrava, tenho preservado a ti a pureza do meu corpo e tenho confiado a minha alma a ti. Preservai tua ovelha, ó bom pastor; não a dês para ser comida pelo monstro que tenta devorar-lhe, dai-me a vitória sobre o mau desejo da minha carne", e fazendo o Sinal da Cruz a cada novo ataque do demônio, e as magias não obtinham resultado. 



Cipriano então evocou um demônio... Este lhe entregou um veneno, que devia ser espalhado em torno da casa da moça. Quando esta se levantou para rezar, sentiu o ataque do Maligno; mas logo fez o sinal da Cruz sobre si e sobre a casa e orou fervorosamente ao Senhor. À vista disto, o demônio comunicou a Cipriano que a tentativa fora malograda. O mago, querendo salvar sua fama, chamou outro demônio, mais poderoso; também este foi vencido, mas não quis revelar a Cipriano o artifício que o desbaratara.

O mago, ainda mais ardoroso, evocou o pai dos demônios, que lhe apareceu, prometendo-lhe entregar a moça dentro de seis dias. Apresentou-se o tentador a Justa sob a aparência de uma jovem... Esta declarou a Justina que Jesus Cristo a enviara para levar com ela uma vida perfeita. E acrescentou: "Que recompensa esperas receber por guardares a virgindade? Vejo-te esgotada pelos jejuns". Ao que Justa respondeu: "O fardo é leve, mas a recompensa é enorme". Prosseguiu o Maligno ainda disfarçado: "No começo Deus abençoou Adão e Eva, dizendo-lhes: “Crescei, multiplicai-vos, e enchei a terra'. Parece-me que, se perseverarmos na virgindade, desprezaremos a palavra do Deus e seremos tratadas como rebeldes no dia do juízo final'. Justina sentiu-se abalada por esta observação, mas recuperou-se e, fazendo o sinal da cruz com oração, soprou sobre o demônio, que fugiu.


  
Cipriano então pediu ao Maligno que lhe dissesse por que e como fora derrotado. O demônio só consentiu em falar depois que Cipriano lhe jurou que permaneceria sempre fiel ao demônio que lhe revelou a verdade: "Nós não podemos contemplar o sinal da cruz, mas fugimos dele, porque ele nos castiga como o fogo e expulsa-nos longe". Isto enfureceu Cipriano, que tratou o diabo de mentiroso; mandou-lhe que se retirasse; quando o Maligno quis pular sobre Cipriano para sufocá-lo, não encontrando defesa em qualquer lugar, e não sabendo como ajudar a si próprio de ser entregue nas mãos do feroz demônio, Cipriano, já quase sem vida, lembrou do sinal da cruz, pelo poder do qual se opôs Justina ao poder  de todos os demônios, e clamou: "Ó Deus de Justina, me ajude!" Então, levantando a mão, ele fez o sinal da cruz, e o diabo imediatamente saltou para longe dele como uma flecha de um arco. 

Ganhando coragem, Cipriano tornou-se mais ousado, e invocando o nome de Cristo, assinalou-se com o sinal da cruz e destemidamente repreendeu e amaldiçoou o demôniodizendo: "Ó destruidor e enganador de tudo, fonte de toda impureza e corrupção! Agora eu descobri tua enfermidade. Porque, se você tem medo até da sombra da cruz e treme ao nome de Cristo, então o que você fará quando o próprio Cristo vier a ti? Se você não pode derrotar aqueles que se assinalam com o sinal da cruz, quem é que você vai arrancar das mãos de Cristo? Agora eu entendi o que é uma entidade não ter poder, você nem sequer é capaz de se vingar, e eu acreditei nos seus truques... Afasta-te de mim, maldito, a fim de que eu deva implorar aos cristãos para que tenham piedade de mim. Afasta-te, inimigo da verdade, adversário e inimigo de todas as coisas boas!". 

A ineficácia dos feitiços fez com que Cipriano caísse em si e se desiludisse profundamente de sua fé pagã e se voltasse contra o demônio. Ele foi ter com o bispo contando-lhe tudo o que havia acontecido, protestando sincero arrependimento e pedindo-lhe que o instruísse na fé cristã e, ao voltar para casa, destruiu os seus ídolos.

No dia seguinte, que era Sábado Santo, Cipriano voltou à igreja, onde ouviu leituras sagradas e a homilia do bispo. No momento em que o diácono Astério convidava os catecúmenos para se retirar,[2]Cipriano ficou na igreja para grande surpresa do diácono, que insistiu dizendo: "Cipriano, levanta-te e sai". Replicou Cipriano: "Tornei-me servidor de Cristo e tu me expulsas!" 



Então Cipriano pegou todos os seus livros de magia e foi até o bispo Anthimus. Caindo aos pés do bispo, ele pediu que tivesse misericórdia dele e desse-lhe o Batismo. Sabendo que Cipriano foi um grande mago, temido por todos, o bispo achava que ele tinha chegado a ele com algum tipo de truque e, portanto, ele se recusou, dizendo: "Você faz muito mal entre os pagãos,  deixe os cristãos em paz, para que nenhum pereça”. Então, com lágrimas, Cipriano confessou tudo ao Bispo e deu-lhe seus livros para serem queimados. Vendo a sua humildade, o Bispo instruiu-lhe e ensinou-lhe a santa fé, e, em seguida, ordenou-lhe para se preparar para o Batismo. Assim, o bruxo se converteu ao Cristianismo. Deixando o Bispo com um coração contrito, Cipriano chorou por seus pecados, polvilhado cinzas sobre a cabeça, e sinceramente arrependido, queimou seus manuscritos de feitiçaria, distribuiu seus bens entre os pobres e chamou o Deus verdadeiro para a limpeza de suas iniquidades. 



Cipriano avançou tanto no conhecimento da doutrina como na vida cristã que oito dias depois, deu-lhe o ministério do leitor; vinte e cinco dias mais tarde, fê-lo ostiário e subdiácono; cinquenta dias depois, diácono e, finalmente, no fim do ano, presbítero. Passados dezesseis anos, Antímio estava para morrer e obteve que Cipriano lhe sucedesse na função episcopal. Feito Bispo, Cipriano promoveu a jovem Justina à frente de um grupo de muitas virgens ao cargo de diaconisa; trocou seu nome pelo de Justina e a fez Superiora de uma comunidade monástica. O resto da vida de Cipriano foi dedicado a combater as heresias.

São Cipriano enviava muitas cartas aos mártires fortalecendo-os no combate até que chegou ao conhecimento do governador romano daquela região a fama de Cipriano e de Justina. Baseando-se no decreto do imperador Diocleciano, que perseguia os cristãos, ordenou que fossem presos, torturados e forçados a negar a Fé Cristã.



Diante do governador Justina foi chicoteada e Cipriano açoitado com pentes de ferro, mas não cederam. Irritado com esta resistência, o governador ordenou que Cipriano e Justina fossem lançados numa caldeira cheia de banha e cera ferventes. Eles não só não renunciaram à Fé, como sentiam muito frescor em vez de qualquer suplício.

O sacerdote dos ídolos supôs que as torturas não produziam resultado devido a algum feitiço lançado por Cipriano. Desafiando-o, ele invocou os demônios e atirou-se na caldeira. Em poucos segundos seu corpo foi destruído.

O governador então ordenou que Justina e Cipriano fossem decapitados. Vendo a morte desses inocentes mártires, um certo Theoctistus, que estava lá presente, sentindo muita pena deles e inflamando em seu coração para com Deus, caiu junto de São Cipriano, beijando-o, e declarou-se cristão. Também ele foi imediatamente condenado a ser decapitado.



Santa Justina e São Cipriano foram introduzidos por São Beda em seu Martirológio, e por meio dos martirológios históricos passaram para o Martirológio Romano, onde são comemorados no dia 26 de setembro. 


Ó Deus Onipotente e Eterno que por meio da Vossa serva Justina, com quem vou perder a vida temporal para alcançar a eterna, eu Vos peço humildemente perdão de todos os malefícios que cometi durante o tempo que o meu espírito esteve preocupado com o dragão infernal; em pagamento do sacrifício de minha vida, suplico-Vos que as minhas preces sejam ouvidas a favor de todos aqueles que de bom coração, Vos suplicarem a saúde do seu corpo e alma, recordando-Vos, Senhor, que com uma só palavra tiraste o maligno espírito daquele santo varão de que nos fala a Escritura, que ressuscitastes Lázaro, morto há três dias, que devolvestes a vista ao santo Tobias, cego por instigação de Satanás, que sois o soberano Dominador de vivos e mortos; compadecei-Vos, Senhor, de todos aqueles que sabeis serem Vossos por sua fé, esperança e boas obras, e Vos suplico que aqueles que estejam ligados com feitiços, bruxarias ou possuídos do espírito maligno, os desateis para que possam, com toda liberdade, Vos servir com tantas e boas obras e que os desenfeiticeis para que possam usar do seu arbítrio ao Vosso serviço; que os desembruxeis para que o lobo raivoso não possa dizer que tem domínio sobre alguma ovelha do Vosso rebanho, comprada a custo do Vosso preciosíssimo sangue derramado no monte do Gólgata; livrai-nos, Senhor Todo Poderoso, do anjo rebelde, para que, já livres do inimigo comum Vos louvemos, bendigamos, adoremos, exaltemos, santifiquemos e confessemos a Vós, ao Pai e ao Espírito Santo, com todo o coro de Anjos Patriarcas, Profetas, Santos, Santas, Virgens, Mártires; Confessores da Vossa santa glória. E Vos suplico, Senhor, que em nome de Santa Justina preserveis o Vosso servidor (citar o nome da pessoa) de todos os malefícios, perfídias, enganos e ardis de Lúcifer e de perseguir o Vosso santo nome que para sempre louvado seja; preservai a vista, o pensamento, as obras, os filhos, os bens, animais, semeaduras, árvores, comestíveis e bebidas, não permitindo que o Vosso servidor (citar o nome da pessoa) sofra nenhuma investida do demônio; antes, iluminai-o, dando-lhe a vista conveniente para ver e observar Vossas maravilhas na obra da Natureza; retificai o meu entendimento para que possa contemplar os Vossos favores e dirigir os negócios a um bom fim; desatai a minha língua para cantar os louvores da Vossa bondade, dizendo: Louvado sejais, Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, três pessoas em um só Deus, que tudo criou do nada; se tenho preguiça nas ações, dignai-Vos fazer que a preguiça de mim fuja para me poder empregar em ações da Vosso agrado; se má direção houver nos bens, filhos e demais dependentes deste Vosso servidor (citar o nome da pessoa), suplico-Vos, Senhor, a troqueis em boa para empregá-la em todo o Vosso santo serviço; e finalmente, aceitai, ouvi e concedei-me o que eu Vos vou pedir em paga do sacrifício que fizeram de suas vidas os Vossas mártires Cipriano e Justina, com as seguintes preces:

Senhor, tende piedade de mim.
Jesus Cristo, tende piedade de mim.
Senhor, ouvi-me.
Jesus Cristo, ouvi-me.
Deus Pai que estais no Céu, tende piedade de mim.
Deus Filho, redentor do mundo, tende piedade de mim.
Deus Espírito Santo, tende piedade de mim.
Santa Trindade, tende piedade de mim.
Todos os Santos Apóstolos, Evangelistas e Discípulos do Senhor, rogai por mim.
São Sebastião, S. Cosme e S. Damião. S. Roque, Santa Lúcia e S. Lourenço, rogai por mim.
Todos os Santos Sacerdotes, Levitas, Religiosos, Anacoretas, Virgens, Viúvas, Santos e Santas intercedei por mim.
De todo mal, livrai-me, Senhor.
De todo pecado, livrai-me, Senhor.
Da Vossa ira, livrai-me, Senhor.
De morte repentina, livrai-me, Senhor.
Dos laços do demônio, livrai-me, Senhor.
Da ira, ódio e má vontade, livrai-me, Senhor.
De relâmpagos, trovões e tempestades, livrai-me, Senhor.
De terremotos, livrai-me, Senhor.
Anjos do Céu, ouvi?me.
Prestai-me a Vossa ajuda.
Sem vós, o meu coração perde toda a sua força.
Fiquem cheios de confusão os que tentem contra a minha vida espiritual.
Eia, eia! Vão eles gritando. Logo cairás nos nossos laços, seguiremos os teus passos e neles acabarás caindo.
Mas os que amais, Senhor, e Vos honram dia e noite, é por isso que invocam o seu Libertador.
Deus clemente, Vós conheceis a minha miséria, a minha pobreza e a minha fraqueza; não me negueis o Vosso auxilio.
Sejais, Senhor, meu defensor na perseguição dos meus inimigos.
Fugi, amigos da minha desgraça; no meu Deus encontrei graças; fugi.
Que estes inimigos sejam confundidos e afastados, Senhor.
Que venham trovões e tempestades de más influências, para que se afastem da minha presença.
Sejam inúteis, Senhor, os passos dos meus inimigos.
Livrai-me de suas emboscadas, Senhor.
Concedei-me essa graça, Senhor.
Salvai, Senhor, o Vosso servo: eu Vos suplico pelo Vosso amor.
Senhor, ouvi a minha súplica e que o grito do meu coração chegue até vós, meu Deus.
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POLÊMICA


Atualmente são publicados diversos grimórios atribuídos a São Cipriano de Antioquia, que teriam sido escritos antes de sua conversão ao cristianismo, sendo denominados genericamente como "Livros de São Cipriano", contendo orações e rituais de magia negra e tratando de outras práticas relativas ao ocultismo.

Na verdade, deve-se observar que nas listas dos bispos de Antioquia não se encontram nem Optato, nem Antímio, nem Cipriano.

A narração da Conversão de São Cipriano tem na literatura antiga dois complementos, de índole grotesca, como são a "Confissão do Cipriano" e "Paixão do Cipriano". Tais narrações são, pelos historiadores modernos, unanimemente tidas como lendárias. Eis o seu conteúdo:

A "Confissão de Cipriano"

A "Confissão do Cipriano" é uma ampliação infeliz da "Conversão". Nosso relato Cipriano toma a palavra para explicar seu relacionamento com o domínio, as feitiçarias e os encantamentos que praticava. O autor da narração acumula as histórias de artes mágicas e às vezes cai no ridículo; assim, por exemplo, refere que Aglaides tomou a forma de um pássaro que se colocou sobre um telhado a fim de espreitar Justina; todavia, logo que conseguiu ver a moça, perdeu a qualidade de pássaro (que ele adquirira por feitiçaria); retomou a sua condição de homem e experimentou muita dificuldade para descer do telhado.

A "Paixão de Cipriano"

Esta narração responde a necessidade de terminar os relatos anteriores. o autor recorreu a traços comuns de narrações anteriores. Refere, por exemplo, que Cipriano e Justina foram presos por ordem do Conde Eutólmio e levados para Damasco. Após um interrogatório, Cipriano foi dilacerado por unhas do ferro, enquanto Justina era chicoteada ferozmente. Contudo permaneceram insensíveis. Levados de novo ao tribunal, foram condenados a morrer numa caldeira de óleo fervente; este, porém, se tornou para eles ocasião de um banho reconfortador; ao verificá-lo, um sacerdote pagão acusou-os de magia e aproximou-se do fogo da caldeira, que imediatamente o devorou. Finalmente o juiz teria enviado os dois mártires para Nicomédia, onde residia o Imperador Dioclociano. Este mandou que fossem decapitados; o carrasco executou a sentença juntando a Cipriano e Justina um certo Teoctisto, que passava por perto. Os seus cadáveres foram expostos às feras, que os deixaram intactos. Seis dias depois, marinheiros cristãos levaram os corpos para Roma,[3]onde uma certa Rufina lhes deu honrosa sepultura.

Cipriano de Antioquia (mago) 
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São Cipriano de Cartago

Muito contribuiu para dar valor à estória em pauta a confusão feita do Cipriano mago com São Cipriano, bispo do Cartago, caro à Igreja antiga. Houve relatos, hoje perdidos, que tentavam fundir a "vida de Cipriano mago" com a história real de São Cipriano de Cartago, como se este tivesse sido feiticeiro. São Gregório, bispo do Nazianzo, na Ásia Menor, proferiu um sermão em 379, no qual se servia das narrações espúrias relativas a São Cipriano, bispo do Cartago e mago; pouco depois, o poeta latino Prudêncio se deixou levar pela mesma ilusão.

Aos poucos o crédito dado a essas versões todas fez que os nomes de Cipriano e Justina constassem dos Martirológios antigos a partir do século IV. A contar dessa época foram também aparecendo "Preces do Cipriano", utilizadas como fórmulas quase mágicas; deste núcleo fez-se aos poucos o "Livro Poderoso do S. Cipriano mago", que nada tem que ver com dados históricos nem com a fé católica. Se algum efeito extraordinário ocorre por ocasião da leitura do "Livro Poderoso de S. Cipriano", isto se deve unica¬mente ao poder da sugestão; quem acredita que tal Livro produz efeitos portentosos, predispõe-se a "vê-los", "experimentá-los" ou mesmo "produzi-los"...

Em conclusão:

1) distinga-se de São Cipriano, bispo do Cartago (*258), grande escritor cristão,  famoso orador, bispo e santo cristão cartaginês o lendário personagem dito S. Cipriano mago;

2) a magia e a feitiçaria não se coadunam com a mensagem cristã, que recorre à oração em atitude humilde e confiante, sem fórmulas ou receitas "todo-poderosas".

A propósito ver "Vie dus Saints et Bienheureux" par les RR. PP. Bénédictins de Paris, tome IX, Septembre, pp. 327-338 e 529-534. 



[1]  Negada a historicidade dos relatos, pergunta-se: por que e como tiveram origem? Tais narrações retomam dois temas caros aos antigos cristãos: o do feiticeiro que vende a sua alma ao diabo, mas se converte, e o da virgem que triunfa do homem que a quer seduzir. Os antigos se compraziam em ouvir ou ler relatos desse tipo; daí a confecção da estória de Cipriano mago convertido, e Justina. virgem vitoriosa. Essa estima da temática fez que a lenda encontrasse logo grande aceitação, de mais a mais que utilizava nomes famosos (misturados anacronicamente num só relato): Optato era um bispo do Norte da África, citado nas Atas das Santas Mártires Perpétuas e Felicidade; Antímio era um bispo mártir da Nicomédia; Cipriano foi um grande bispa do Cartago (anterior aos outros bispos citados); Edésio foi um filósofo. Todos esses personagens eram famosos em Antioquia no século IV (época em que se julga tenha tido origem a "Conversão do Cipriano"). Também Justa e Justina eram nomes assaz difundidos na antiguidade. Os outros nomes dos relatos encontram-se todos em obras da literatura dos primeiros séculos.

[2] Na Igreja antiga, os catecúmenos eram as pessoas que se preparavam para o Batismo, só lhes era lícito participar da Liturgia da Palavra. - 0 relato apresenta aqui certa incoerência, pois no Sábado Santo é que se costumava ministrar o Batismo aos catecúmenos.

[3] O culto dos mártires sempre esteve ligado aos túmulos respectivos. Ora não se conhece na antiguidade ou na arqueologia e sepulcro do S. Cipriano, virgem e mártir. O autor da "Paixão de Cipriano", para fugir à objeção de que não há sepultura de S. Cipriano em Antioquia, imaginou que o corpo de herói tenha sido trasladado para Roma; todavia em Roma não se conhecia o túmulo de S. Cipriano na antiguidade. Somente na Idade Média julgaram os cristãos ter encontrado as relíquias de Cipriano e Justina em Roma, perto do Batistério de Latrão; foi então que a festa dos dois "mártires" foi introduzida na Liturgia de Roma.

São Cosme e São Damião


Hoje, lembramos dois dos santos mais citados na Igreja: Cosme e Damião. Eram irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente e, desde jovens, eram habilidosos médicos. Com a conversão passaram a ser também missionários, ou seja, aproveitando a ciência com a confiança no poder da oração levavam a muitos a saúde do corpo e da alma.

Viveram na Ásia Menor, até que diante da perseguição de Diocleciano, no ano 300 da era cristã, foram presos pois eram considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista esta acusação, a resposta deles era sempre: “Nós curamos as doenças, em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!”

Diante da insistência, quanto à adoração aos deuses, responderam: “Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”.

Jamais abandonaram a fé e foram decapitados em 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.

São Cosme e São Damião, rogai por nós!


Deus Pai de amor e bondade, pela intercessão de São Cosme e São Damião, conserve meu coração simples e sincero. Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranquila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.  

domingo, 25 de setembro de 2016

"Anunciar esperança de Jesus é levar alegria", diz Papa a catequistas


JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
JUBILEU DOS CATEQUISTAS

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
Domingo, 25 de setembro de 2016



Na segunda Leitura, o apóstolo Paulo dirige a Timóteo – e a nós também – algumas recomendações que tinha a peito. Entre elas, pede que «guarde o mandamento, sem mancha nem culpa» (1 Tm 6, 14). Fala apenas de um mandamento, parecendo querer fazer com que o nosso olhar se mantenha fixo no que é essencial na fé. De facto, São Paulo não recomenda uma multidão de pontos e aspetos, mas sublinha o centro da fé. Este centro à volta do qual tudo gira, este coração pulsante que a tudo dá vida é o anúncio pascal, o primeiro anúncio: O Senhor Jesus ressuscitou, o Senhor Jesus ama-te, por ti deu a sua vida; ressuscitado e vivo, está ao teu lado e interessa-Se por ti todos os dias. Isto, nunca o devemos esquecer. Neste Jubileu dos Catequistas, pede-se-nos para não nos cansarmos de colocar em primeiro lugar o anúncio principal da fé: o Senhor ressuscitou. Não há conteúdos mais importantes, nada é mais firme e atual. Cada conteúdo da fé torna-se perfeito, se ficar ligado a este centro, se for permeado pelo anúncio pascal; mas se, pelo contrário, se isolar, perde sentido e força. Somos chamados continuamente a viver e anunciar a boa-nova do amor do Senhor: «Jesus ama-te verdadeiramente, tal como és. Dá-Lhe lugar: apesar das decepções e feridas da vida, deixa-Lhe a possibilidade de te amar. Não te decepcionará».

O mandamento de que fala São Paulo faz-nos pensar também no mandamento novo de Jesus: «Que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 15, 12). É amando que se anuncia Deus-Amor: não à força de convencer, nunca impondo a verdade nem mesmo obstinando-se em torno de alguma obrigação religiosa ou moral. Anuncia-se Deus, encontrando as pessoas, com atenção à sua história e ao seu caminho. Porque o Senhor não é uma ideia, mas uma Pessoa viva: a sua mensagem comunica-se através do testemunho simples e verdadeiro, da escuta e acolhimento, da alegria que se irradia. Não se fala bem de Jesus, quando nos mostramos tristes; nem se transmite a beleza de Deus limitando-nos a fazer bonitos sermões. O Deus da esperança anuncia-Se vivendo no dia-a-dia o Evangelho da caridade, sem medo de o testemunhar inclusive com novas formas de anúncio.