domingo, 25 de setembro de 2016

Por graça fostes salvos


Policarpo com seus presbíteros à Igreja de Deus que peregrina em Filipos: sejam copiosas em vós a misericórdia e a paz do Deus onipotente e de Jesus Cristo, nosso Salvador.

Muitíssimo me alegrei convosco, em nosso Senhor Jesus Cristo, porque adquiristes as feições da verdadeira caridade, e, como convinha, assististes os que estão presos em cadeias, coroas dignas dos santos, dos verdadeiros eleitos de Deus e de nosso Senhor. E porque a sólida raiz de vossa fé, já proclamada desde os primeiros tempos, permanece até hoje e produz frutos em nosso Senhor Jesus Cristo. É ele quem por nossos pecados aceitou ir até à morte, a quem Deus ressuscitou, destruindo as dores do inferno (At 2,24); e embora sem tê-lo visto, nele credes com alegria inexprimível e cheia de glória (cf. 1Pd 1,8). Esta alegria na qual muitos desejam entrar, cientes de que por graça fostes salvos, não pelas obras (cf. Ef 2,8-9), mas por vontade de Deus mediante Jesus Cristo.

Por isto, de rins cingidos (1Pd 1,13), servi a Deus no temor (Sl 2,11) e na verdade, abandonando toda palavra vã e erro vulgar. Tendo fé naquele que ressuscitou dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo (1Pd 1,21) e lhe deu a glória e o trono à sua direita. É ele a quem todas as coisas celestes e terrestres se submetem, todo espírito serve e que virá como juiz dos vivos e dos mortos. Deus reclamará seu sangue daqueles que não creem nele.

Em verdade, quem o ressuscitou dos mortos também nos ressuscitará, se fizermos sua vontade, andarmos segundo seus preceitos e amarmos aquilo que ele amou. Se evitarmos toda injustiça, fraude, avareza, difamação, falso testemunho; se não pagarmos o mal com o mal nem a maldição com a maldição (1Pd 3,9) nem o golpe com outro nem o ódio com o ódio. Bem lembrados dos ensinamentos do Senhor: Não julgueis e não sereis julgados; perdoai e sereis perdoados; tende misericórdia para alcançardes a misericórdia; com a mesma medida com que medirdes sereis medidos (cf. Mt 7,1; Lc 6,36-38); e: Bem-aventurados os pobres e os que sofrem perseguição porque deles é o reino de Deus (cf. Mt 5,3.10).


Início da Carta aos filipenses, de São Policarpo, bispo e mártir

(Proêmio;nn.1,1-2,3: Funk 1,267-269)                 (Séc.I)

As crianças alcançam no batismo a graça e as virtudes?


Parece que as crianças não alcançam no batismo a graça e as virtudes:

1. Com efeito, não há graça e virtudes sem fé e caridade. Ora, “a fé”, diz Agostinho, “reside na vontade de quem crê”. Semelhantemente a caridade reside na vontade de quem ama. As crianças não têm o uso de sua vontade e assim não têm nem fé nem caridade. Logo, as crianças não recebem no batismo a graça e as virtudes.

2. Além disso, sobre o texto do Evangelho de João “Fará até obras maiores”, diz Agostinho que, para que alguém, sendo ímpio, se torne justo, “Cristo age nele, mas não sem ele”. Ora, a criança, não tendo o uso do livre-arbítrio, não coopera com Cristo para sua justificação e às vezes até resiste, quanto está em seu poder. Logo, não é justificada pela graça e pelas virtudes.

3. Ademais, diz Paulo: “Para aquele que não realiza obras, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé é levada em conta de justiça, segundo o  propósito da graça de Deus”. Ora, a criança não “crê naquele que justifica o ímpio”. Logo, não alcança nem a graça da justificação nem as virtudes.

4. Ademais, o que se faz por intenção carnal, não tem efeito espiritual. Ora, às vezes as crianças são levadas ao batismo por intenção carnal, por exemplo: para que se curem corporalmente. Logo, não alcançam o efeito espiritual da graça e das virtudes.

EM SENTIDO CONTRÁRIO, ensina Agostinho: “Renascendo as crianças morrem àquele pecado que contraíram nascendo. Por isso, vale delas o que diz Paulo: “Pelo batismo nós fomos sepultados com ele na sua morte” – e acrescenta: ‘a fim de que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós levemos uma vida nova’”. Ora, a vida nova é a vida da graça e das virtudes. Logo, as crianças no batismo alcançam a graça e as virtudes.

Alguns autores antigos defenderam que o batismo não dá às crianças a graça e as virtudes, mas imprime-lhes o caráter de Cristo, por cuja força, quando chegam à idade perfeita, alcançam a graça e as virtudes.

Mas isso é evidentemente falso por dois motivos. Primeiro, porque, como os adultos, as crianças no batismo se tornam membros de Cristo. Segue-se que necessariamente recebem da cabeça o influxo da graça e das virtudes. Segundo, porque nesse caso as crianças que morrem depois do batismo, não chegariam à vida eterna, já que, como diz Paulo, “a graça de Deus é a vida eterna”. E assim terem sido batizadas não lhes teria adiantado nada para a salvação.

A causa do erro foi não terem sabido distinguir entre hábito e ato. Reconhecendo as crianças incapazes de atos de virtude, acreditaram que depois do batismo não tinham a virtude de nenhuma maneira. Mas essa impotência para atuar não ocorre nas crianças por falta dos hábitos, mas por um impedimento corporal, como também quem está dormindo, embora tenha o hábito das virtudes, está contudo impedido pelo sono de realizar atos de virtude.

São Sérgio de Rodonej, abade


Um dos santos mais queridos da Igreja Ortodoxa Russa é São Sérgio de Radonej cuja vida para incontáveis gerações de ortodoxos piedosos, jovens e anciãos, serviu como fonte de alimento espiritual.

Um bispo grego, contemporâneo de São Sérgio, duvidou dos muitos relatos que ouvira sobre a santidade do Sérgio e disse: "Pode haver tal como uma lamparina nesta terra e nestes últimos tempos". Desejoso de ver por si mesmo, ele partiu para Mosteiro de São Sérgio, mas "antes de ver o santo, ele foi atingido com a cegueira. O Santo levou-o pela mão, para sua cela, e o bispo confessou a sua incredulidade, implorando com lágrimas a cura. O Santo tocou seus olhos e o curou, exortando-lhe para que não fosse tentado como um simples monge. O bispo, agora iluminado, falou em voz alta em todos os lugares sobre ter visto um verdadeiro homem de Deus, um homem celestial, um Anjo na terrena.

São Sérgio nasceu em 1314 em Rostov de pais piedosos e devotos. Mesmo antes de seu nascimento, Deus operou um milagre sobre o futuro santo: ainda no ventre de sua mãe gritou em voz alta três vezes durante a Divina Liturgia. Seu biógrafo diz que a partir deste momento sua mãe "levou a criança em seu ventre como se fosse um tesouro precioso. Ela guardava-se de toda mancha de pecado, observando o jejum".

Batizado com o nome de Bartolomeu, o menino foi crescendo como um estudante pobre , incapaz de aprender a ler. Muitas vezes ele orou a Deus em segredo: "Ó Senhor, dá-me entendimento da aprendizagem!". Um dia, reuniu-se em torno de um santo ancião de aparência angelical, que lhe perguntou: "O que você está procurando, meu filho?" O rapaz respondeu que desejava acima de tudo ler e escrever. Assegurando-lhe que por sua fé o Senhor lhe daria a aprendizagem, o ancião na súplica do menino o acompanhou-o à casa de seus pais. Todos eles entraram na capela da casa e o ancião disse ao menino para ler em voz alta o Saltério. "Pai, eu não sei como", disse Bartolomeu. Mas o ancião ordenou-lhe para que lesse a palavra de Deus sem dúvida,  e o menino começou a ler com facilidade. Então predisse o ancião aos pais que seu filho seria uma habitação da Santíssima Trindade, que ele seria grande diante de Deus e dos homens, e que ele ensinaria aos outros uma vida virtuosa.

Algum tempo depois, caiu sobre Bartolomeu o cuidado de seus pais na velhice, uma tarefa que ele voluntariamente se comprometeu, apesar de querer tornar-se monge. Depois que seus pais morreram, abandonou o mundo e, juntamente com um de seus irmãos, refugiou-se na floresta para construir uma cela e uma pequena igreja dedicada à Santíssima Trindade. Seu irmão não conseguiu permanecer muito tempo com ele, e Bartolomeu continuou sozinho na floresta, aos 23 anos, onde recebeu a tonsura monástica com o nome Sérgio.

Tarde da noite, quando o Santo estava orando, escutou uma voz chamando: "Sérgio", abrindo a janela de sua cela, ele viu um brilho extraordinário no céu e uma infinidade de belos pássaros pairavam no ar.

São Sérgio trabalhava na moagem de grãos, fazia pão, preparava alimentos e produzia velas, bem como sapatos e roupas para os outros monges. Multidões se reuniam com ele, desejavam fazer parte desta família crescente de monges. Quando dissensões surgiam, o Santo não entrava nelas, preferindo, como quando os monges não aceitavam a correção, ficar em silêncio ao invés de participar de qualquer discussão.

Uma vez, após a oração diante do ícone da Mãe de Jesus Cristo, um luz brilhou deslumbrante em cima dele e ele viu o Virgem, juntamente com os Apóstolos Pedro e João. A luz brilhante da visão era insuportável e ele caiu no chão. Mas a Mãe de Deus tocou-o, prometendo que estaria com ele e com o seu mosteiro durante sua vida e após ela.

Ele faleceu no dia 25 de setembro de 1392, com 78 anos de idade. Após sua morte, o corpo exalava um perfume inefável, doce, e seu rosto resplandecia branco como a neve.

A Mãe de Deus manteve sua promessa a São Sérgio. Seu mosteiro é um dos últimos a permanecer aberto sob o jugo soviético, e inúmeros peregrinos continuam a venerar suas relíquias sagradas e seu corpo incorrupto. Hoje, a Lavra da Santíssima Trindade e São Sérgio tornou-se o coração espiritual da Igreja Ortodoxa Russa.



Deus todo-poderoso, concedei por intercessão de São Sérgio, a graça de anunciar o Evangelho e denunciar toda mentira, toda falsidade, que tenta contra a Igreja. Amém! São Sérgio rogai por nós!

Santa Aurélia e Santa Neomísia


Aurélia nasceu na Ásia Menor, no Oriente, provavelmente no século III. Era muito unida à sua irmã Neomísia. Elas costumavam procurar pobres e doentes pelas ruas para lhes fazer caridade. E assim fizeram durante toda a adolescência, se mantendo muito piedosas e fervorosas cristãs. O sonho das irmãs era conhecer a terra santa. 

De fato, Aurélia e Neomísia, foram para a Terra Santa e viram onde Jesus nasceu e viveu. Depois, fizeram todo o trajeto percorrido por Ele até o monte Calvário, onde foi Crucificado e morreu para nos salvar. Aurélia, envolvida pela religiosidade da região e com o sentimento da fé reforçado, decidiu continuar a peregrinação até Roma. 

No caminho as duas foram surpreendidas, na via Latina, por um grupo de invasores que as identificaram como cristãs. Ambas foram agredidas e chicoteadas até quase a morte. Por causa deste incidente, as irmãs resolveram estabelecer-se aos pés de uma colina muito perto da cidade de Anani. Lá elas retomaram a vida de caridade, oração e penitência, sempre auxiliando e socorrendo os pobres, velhos e doentes. 

Aurélia e a irmã adoeceram e morreram no mesmo dia: 25 de setembro, de um ano não registrado. O culto à Santa Aurélia é um dos mais propagados e antigos da tradição romana. 


Dai-nos ó Pai de bondade, a coragem de dispor de tempo e ânimo para buscar sua presença na minha vida. Pela intercessão das santas Aurélia e Neomísia ajudai-me a caminhar sempre na direção do bem e deixar de lado todo comodismo que me impede de estar sempre ao seu lado. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.


sábado, 24 de setembro de 2016

Dia Nacional da Bíblia


Lembro-me que no primeiro domingo de setembro chamei a atenção aqui que todo setembro é dedicado à Bíblia. Hoje, último domingo de setembro, é Dia Nacional da Bíblia. E no próximo dia 30, comemora-se São Jerônimo, um dos quatro grandes doutores da Igreja latina, que ficou famoso por ter feito a tradução de toda a Bíblia do original hebraico e grego para o latim, concluída no ano de 404 e conhecida como “Vulgata”. Conhecedor profundo do hebraico, grego e latim, São Jerônimo é considerado como um dos maiores conhecedores da Bíblia. Pois bem, por estes motivos, setembro foi organizado ao redor do tema da Bíblia para que nós, cristãos, possamos valorizar a Palavra de Deus em nossa vida, não só em setembro, mas sempre. 

A Igreja vem dizendo desde tempos remotos que a Palavra de Deus é para ser “escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada”. O método tradicional que a Igreja usa é o da “Leitura Orante da Bíblia”, em latim, a “Lectio Divina”. Esta forma privilegiada para se aproximar da Sagrada Escritura é a que melhor introduz ao conhecimento de Jesus Cristo e melhor conduz ao encontro pessoal com Ele. Pois, como escreveu São Jerônimo, “Conhecer a Bíblia é conhecer a Cristo, desconhecer a Bíblia é desconhecer a Cristo”. E o que há de mais importante na vida do que conhecer e amar a Jesus Cristo? Na Escritura se lê que neste mundo “nada deve se antepor a Jesus Cristo”. Jesus Cristo é o Messias, o Salvador, o Senhor. Paulo Apóstolo, depois que fez a experiência do encontro com Jesus Cristo, tornou-se apaixonado por Ele e o demonstrou com expressões de afeição e adesão de extraordinária beleza e profundo significado, como estas, por exemplo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20); “Pois para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1, 21); “Mas o que era para mim lucro tive-o como perda, por amor de Cristo. Mais ainda, tudo considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por ele, perdi tudo e tudo tenho como lixo, para ganhar a Cristo e ser achado nele,..” (Fl 3, 7-9). 

Meditemos o Evangelho da Missa de hoje, tirado de Lucas 16,19-31. Jesus conta a parábola de um homem rico e de um pobre chamado Lázaro. O rico vivia na fartura dos bens, no luxo do vestir, no prazer das festas esplêndidas todos os dias. Lázaro, cheio de feridas, se contentava com os cachorros que vinham lamber suas feridas. E faminto, desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico. Vindo a morrer, os anjos o levaram para junto de Abraão. Depois morreu o rico e foi levado para a região dos mortos, onde passou a sofrer em meio aos tormentos. Deste lugar, o rico via de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. Então, gritando por socorro, pedia a Abraão para que mandasse Lázaro molhar a ponta do dedo com água para lhe refrescar a língua, porque sofria muito naquelas chamas. Abraão respondeu: Lembra-te que durante a vida tu recebeste bens e Lázaro, males. Agora ele encontra consolo e tu, tormentos. Além do mais, há um grande abismo entre nós, ninguém daqui pode passar até aí, nem daí, até aqui. Então, num repente de bondade, o rico pediu a Abraão para que Lázaro pudesse ressuscitar e ir até à casa do seu pai e familiares, a fim de preveni-los para não virem também eles para este lugar de tormento. Mas Abraão respondeu que eles têm Moisés e os profetas, bastando que os escutem. E concluiu: “Se não escutam a Moisés nem aos profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”. 

Embaixador esclarece rumores sobre possível visita do Papa ao Chile


O embaixador do Chile ante a Santa Sé, Mariano Fernández Amunátegui, esclareceu a informação difundida nos meios chilenos, que asseguravam a visita do Papa Francisco ao país em 2017.

A confusão começou logo após a publicação de uma entrevista realizada ao embaixador em Roma e publicada pela agência Télam, e diversos meios chilenos difundiram de maneira inexata, depois da apresentação das cartas credenciais de Fernández, no dia 1º. de setembro, ante o Papa Francisco.

A entrevista é clara ao descrever que a possibilidade da viagem do Santo Padre ao Chile está relacionada a sua visita à Argentina, na qual também se somaria o Uruguai.

“Quando visitar a Argentina, visitará o Chile e o Uruguai, porque o Cone Sul é uma unidade”, mas “eu não tiraria nenhuma conclusão porque ele (Papa Francisco) ainda não mencionou nenhuma data”, expressou o embaixador por telefone a CNN Chile no dia 21 de setembro.  

Abaixo-assinado tenta evitar que a ONU declare o “Dia Internacional do aborto seguro”


Diversos grupos abortistas pediram ao secretário geral da ONU, Ban Ki Moon, que declare o próximo dia 28 de setembro como o “Dia Internacional do Aborto Seguro”. Por isso, a plataforma CitizenGo na Espanha lançou um abaixo-assinado para evitar que isto ocorra. Aproximadamente 100 mil assinaturas contra a possível medida da ONU já foram recolhidas.

Na carta que será enviada junto com o abaixo-assinado pela CitizenGO ao Secretário Geral das Nações Unidas e aos responsáveis pela ONU Mulheres, OMS, UNAIDS e UNESCO entre outros, evidenciam uma “oposição absoluta” à concessão deste dia, pois “na prática do aborto a única coisa segura é a morte de um inocente. E é muito provável o dano físico e/ou psicológico da mãe”.

Na carta também explicam que o dia 28 de setembro já foi declarado como o “Dia Internacional pela Descriminalização do Aborto”, durante o V Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, em 1990. “O lobby abortista já ‘comemora’ este dia”, explicam.

A plataforma recorda que, apesar da postura pessoal de Ban ki-Moon a respeito do aborto, os países que defendem e protegem a vida do nascituro “também são membros das Nações Unidas”. 

Os braços dum rio alegram a cidade de Deus


O rio de Deus transborda em água e fazeis brotar o trigo. Assim preparais a terra. O simbolismo deste rio é claro. De facto, assim fala o Profeta: Os braços dum rio alegram a cidade de Deus. E o próprio Senhor diz no Evangelho: Se alguém beber da água que Eu lhe der, hão-de brotar do seu coração rios de água viva que jorra para a vida eterna. E ainda: Se alguém acredita em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva hão-de brotar do seu coração. Disse isto referindo-se ao Espírito Santo que haviam de receber os que acreditassem n’Ele. Portanto, este rio de Deus enche-se de água. De facto, o Espírito Santo inunda-nos com os seus dons e, por Ele, o rio de Deus, que brota daquela nascente de vida, derrama abundantemente sobre nós a água viva.
 
E temos também um alimento. Qual é este alimento? É certamente aquele que nos dá a comunhão com Deus pela comunhão do santo Corpo de Cristo e que nos há-de levar à comunhão da glória, onde reina já este santíssimo Corpo. É o que sugerem as palavras deste salmo que seguem: E fazeis brotar o trigo; assim preparais a terra; porque é este alimento que nos salva na vida presente e nos prepara para a vida futura.
 
Como é grande a alegria que experimentamos, nós que renascemos pelo sacramento do baptismo, quando começamos a sentir as primícias do Espírito Santo: a inteligência dos mistérios, a ciência das profecias, a palavra da sabedoria, a firmeza da esperança, o carisma das curas e o poder sobre o demónio!
 
Como gotas de orvalho, todos estes dons se vão infiltrando em nós pouco a pouco e a seu tempo produzem frutos abundantes.

Dos comentários de Santo Hilário, bispo, sobre os salmos
(Ps. 64, 14-15: CSEL 22, 245-246) (Sec. IV)